"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

A VERDADE ETERNA, DOA A QUEM DOER...

 Não é preciso um grande discurso para avaliarmos a composição da Câmara de Deputados. A flagrante incostitucionalidade da prisão de Daniel Silveira, ordenada pela STF, parece não ter escandalizado os 364 deputados, que eleitos pelo voto democrático, viram às costas a essa "democracia constitucional"  e que minimamente deveriam representa-la, pois para tanto receberam um mandato popular. Mas de uns tempo para cá, e coloquemos tempo neste 'para cá', o descaso com os princípios que regem o respeito a tal Constituição, que ordena os princípios básicos da ordem social, foram convenientemente esquecidos numa crise coletiva de amnésia, que assolou a tal Câmara, dita dos Deputados. Poucos escaparam a contaminação. Apenas 130, dos 494 eleitos representantes de um Parlamento, que diminui a Democracia, transformando-a em uma folha de papel, apenas papel, cujos direitos e ordenamento já estão praticamente esquecidos. 

Apenas 130 deputados... uma minoria, escandalosamente minoria, capaz de se manter em pé, sem curvaturas servis a interesses que escapam pelas sombras comprometedoras da covardia, da subserviência a um poder que se acha com mais poder do que os restantes. 

E a essa hipocrisia, assistimos estarrecidos e temerosos de um futuro que se desenha ameaçador às nossas liberdades de pensar e expressar pensamentos que possam ser dissonantes e considerados 'ameaçadores' a unidade ideal, postulada pelos que se arrogam o direito de pasteurizar ideias e sentimentos.

Não é uma grande novidade, ações que se valem da democracia para feri-la de morte. Não suportam a diversidade, as diferenças, o livre pensar, que Millor já dizia nos idos tempos de 1964, que "livre pensar, é só pensar"...  

Os que se locupletam do poder, sempre temem a liberdade, pois suas pretensões e perenizar o seu lugar de poderoso determinador da ordem. Aquela que serve aos seus interesses, ou aos interesses do grupo a que pertence. 

O que estamos assistindo é uma luta renhida para calar a inédita voz de um homem, que resolveu contrariar a "ordem vigente", alterando as linhas de força que até então, eram convenientemente traçadas pelos que estão no andar de cima, muito embora eleitos pelo voto popular, mas que também, uma vez lá, esquecem seus compromissos com eleitores e obrigações com o país. 

Mas quando chega a "hora da onça beber água", caem as máscaras da desfaçatez, e suas carantonhas ficam  expostas. Não ficam  preocupados com os seus desnudamentos, com suas imoralidades, mas com a remota possibilidade de não serem reeleitos, pois nossa "democracia" é um paraíso como poucos no mundo! Mordomias absurdas que pagamos, para demonstrar que "todos somos iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais". Mas a certeza de que seus eleitores possam ser facilmente enganados, pelo difícil acesso as informações verdadeiras, vão garantindo a impunidade de seus mandatos.

Mas o tal homem está lá, com um reles guarda-chuva, enfrentando a tempestade, e bradando que "só Deus me tira dessa cadeira"...

Estrategista, e como tal dotado da paciência inteligente, espera o apodrecimento inevitável dos que se opõem a Verdade, pois como esse tal homem brada a cada oportunidade, citando João, "conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará". 

É a tal Verdade eterna, tão propagada entre os homens de bem, aquela que escapa as efemeridades do momento... posto que tudo passa, menos a Verdade das várias dimensões que a vida oferece.

m.americo

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