"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

GUILDAS MEDIEVAIS

As Guildas Medievais representavam associações de profissionais (sapateiros, ferreiros, alfaiates, marceneiros, carpinteiros, artesãos, artistas) durante o período da Idade Média, formadas hierarquicamente por mestres, oficiais e aprendizes.

O termo “Guilda” vem do germânico arcaico “gelth” e significa “pagamento”, posto que os trabalhadores associados pagavam uma quantia regularmente a fim de manter o funcionamento destas associações de mutualidade.

Diferente das Hansas que eram, associação de comerciantes, as Guildas se aproximam das “Corporações de Ofício”, que regulamentavam o processo produtivo artesanal, na medida em que esse conjunto de profissionais se reuniam em grupos de trabalhadores que possuíam as mesmas profissões, com o intuito de regularizar as atividades laborais, evitar a concorrência, manter a qualidade dos produtos, bem como tornar o trabalho mais eficiente e produtivo. Ademais, haviam as Guildas de caráter religioso, beneficente ou de lazer.

Com o crescimento das cidades medievais e consequentemente das Guildas, essas associações foram se aperfeiçoando as quais passaram a ser chamadas de “Corporações de Mercadores”, e mais adiante, de “Corporações de Artífices”. Por conseguinte, durante o declínio do período medieval, ou seja, quando surge o Renascimento Europeu, as Guildas foram substituídas pelas “Corporações de Ofício”.

Para saber mais: Idade Média e Corporações de Ofício

História


As Guildas surgiram na Baixa Idade Média (século X ao século XV) e estão intimamente relacionadas com as Cruzadas, o desenvolvimento comercial europeu (renascimento comercial-urbano), crise do absolutismo e do sistema feudal, formação das monarquias nacionais, bem como o surgimento da burguesia. Assim, esse período esteve marcado sobretudo, pela transição de um sistema feudal e agrário, para um sistema capitalista e urbano.

A partir disso, os trabalhadores dos feudos, insatisfeitos com as condições de vida e trabalho, buscavam nos burgos (cidade medievais fortificadas) melhores qualidade de vida, bem como um local apropriado para a venda de seus produtos. Esses trabalhadores dos burgos (chamados de burgueses), com o passar do tempo foram se organizando e dando início ao desenvolvimento do comércio, crescimento demográfico e aparecimento da moeda de troca.

Nesse contexto, surge um sistema capitalista primitivo, que buscava principalmente o lucro. Essa burguesia mercantil, imbuídas de características mercantilistas (controle estatal da economia, monopólio, metalismo e protecionismo) fez surgir uma nova mentalidade: a mentalidade burguesa.

A partir disso, com o crescimento do comércio e da economia, os comerciantes e profissionais de diversas áreas começaram a se organizar para defender interesses econômicos e profissionais. Com efeito, surgiram as Guildas, as Hansas (da qual destaca-se a Liga Hanseática) e as Corporações de Ofício, importantes para a organização e regulamentação da produção comercial da época. Por fim, essas associações davam assistência e segurança aos seus membros.

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