É
tipo briga de marido e mulher. Um dá 10 chutes nas partes baixas e quando
o outro reage, sai gritando como se a explosão final tivesse saído do
nada. Ou a fábula do lobo e do cordeiro, se preferirem uma metáfora mais
clássica. Não interessa a altura do córrego em que cada um está, a
mordida já está previamente decidida.
A
rede social é a praça pública. Nela quem quiser diz o que quer. O
problema dos delirantes de poder sempre foi controlar o que o povo diz na
praça pública. Pecar por pensamentos, palavras … e obras, sendo as obras
sempre as mais desculpadas. Releve-se, portanto, o que cada um enfia no
bolso; quanto de fato nos rouba com a lei. O que importa é o que se diz,
não o que se faz…
Tristes
trópicos!
Um
Supremo Tribunal Federal - veja como ribomba a titulagem se você disser
as palavras com pompa e circunstância! - que tem medo de blogueiros é um
tigre de papel. E o nosso agora acusa, “investiga” e julga ele mesmo, sem
provocação nem sorteio. Cada “ofendido” age monocraticamente como lhe dá
na veneta. Que Bolsonaro, O Tosco, cometa inconscientemente pecados
contra a dignidade do cargo é de se esperar. Mas um ministro do STF, que
vive exclusivamente disso, só com dolo…
Qual
a definição de “fake news”? Onde isso está descrito na lei? A julgar
pelos fatos “fake news”, para os zeladores da nossa constituição “cidadã”
é “a critica que me atinge”. E, como sempre, elas atingem tanto mais
quanto mais se aproximam da verdade. “Retuitar” é, quase sempre,
declarar: “Veja isto, eu concordo”. Não tem nada a ver com dinheiro.
Normalmente é o contrário. Operação que custa dinheiro é a da outra
imprensa, a que reproduz, multiplica e dissemina com industria e com
tecnologia, e que também tem lado. E como!
Agora
o ataque é em pinça. Um para calar os “sem voz” já, antes que seja tarde,
outro para aparelhar os próprios motores da mídia social, que é o que vai
“dar certo” mais adiante. É a única manobra de eficácia possível, ao
menos. Será - ou melhor, JA É - o “Foco nº 1” da guerra pelo poder mundo
afora: ter, aberta ou veladamente, a “mão” que só as chinas da vida têm
ao preço que os chineses pagam com sangue sobre a internet.
É
isso o processo das “fake news” que sobrou dos diversos ensaios e erros
tentados contra Bolsonaro. Agora é assim. Primeiro prende-se e arromba-se
pra depois ver se acham alguma acusação contra o acusado. Não havendo,
parte-se pra outra. O processo das “fake news” de hoje é a sobra do surto
de alexandre moralidade que Jose Antonio Dias Toffoli sofreu meses atras
contra a Revista Crusoé. Desde então o ego dele voltou à terra e ele
se tem comportado como o conciliador que todo brasileiro decente tem de
ser neste momento perigoso.
Retrato-me,
a propósito, do julgamento apressado que fiz das ultimas atitudes de
Celso de Mello. Nada favorece tanto esse tipo de erro quanto a rapidez da
internet. É preciso resistir o mais possível ao canto de sereia do
teclado disponível 24/7. Primeiro que não foi ele que pediu o telefone do
presidente. Ele apenas passou adiante para quem de direito o pedido
absurdo com que o tribunal, desta vez sim, “foi provocado”, sabendo que
não iria adiante. O general Heleno atirou rápido demais e reacendeu a fogueira
do “golpismo”. Também não havia alternativa senão liberar a exibição do
filme da reunião ministerial na qual, como toda gente honesta, o decano
do STF não viu nada do que não havia lá, mesmo tendo de fazer isso um dia
depois da reunião pacificadora de Bolsonaro com os governadores. Era o
único jeito de livrar-se do abacaxi.
Parece
haver, portanto, uma fatia majoritária do STF que quer acabar com o jogo
perigoso que está aí. O problema agora é como abaixar o fogo de
Bolsonaro, este que sempre - e com a maior facilidade - sobe na hora
errada, para felicidade da parcela mal intencionada da imprensa para a
qual esta é a mais preciosa “munição viva”.
Bolsonaro
não pode nem sonhar em “não atender determinações do Judiciário”. Esta
seria “a ruptura”. E de rupturas por definição não ha volta.
Está
numa ilusão de noiva, portanto, o jovenzinho da família ou de fora dela
que, na sua falta de estrada da vida, acha que Bolsonaro pode “fechar” a
instituição que for impunemente "porque terá apoio do povo".
Vira mais um Jânio Quadros no ato, só que com sangue. Essa seria, aliás,
a única forma do judiciário golpista vencer a sua guerrinha particular.
29 de maio de 2020Vespeiro
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