"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 22 de junho de 2019

LUÍS XVI A PASSEIO NO BRASIL

Fico imaginando Luís XVI, o último rei francês, viajando no tempo e desembarcando em Brasília, hoje. Ele se sentiria em casa.

Para ele, Brasília talvez fosse uma versão moderna, e um pouco mais árida, de Versalhes, sede do poder francês na sua época e para onde as riquezas de todo o país migravam. A incapacidade da nobreza de compreender a realidade do resto do país certamente lhe seria familiar.

Logo ele reconheceria a toda poderosa família real, as decisões intempestivas do rei e seus príncipes-pimpolhos, e os alegres conselheiros reais. Provavelmente, estranharia que o mais influente conselheiro real vivesse em Virgínia, nos Estados Unidos.

No Congresso, Luis XVI veria a corte, suas mordomias e a convicção de que as regras que valem para os demais não têm de valer para os nobres. No funcionalismo público veria a aristocracia moderna, sustentada pela riqueza produzida pelo povo, mas pouco sensível a suas mazelas.

Seriam as lagostas do STF os famosos brioches de Maria Antonieta? E as dezenas de bilhões de reais pagas anualmente a funcionários públicos, inclusive aposentados, independentemente de seus resultados e que recebem o nome de bônus de desempenho, “isto, nem nós tivemos”. E os auxílios moradia, creche, paletós, livros, esposas, filha solteira e cachorro com cinco patas, “como nunca pensamos em algo assim?”

A notícia da falência do setor público por excesso de gastos lhe soaria familiar; a decisão de excluir o funcionalismo estadual do duro ajuste da Previdência necessário para evitar que o país colapse, provavelmente mais ainda.

+ Érica Gorga: Aos amigos tudo, aos inimigos a lei

A Revolução Francesa aconteceu há 230 anos, mas a julgar pelo comportamento dos políticos e do setor público brasileiro, a notícia não chegou aqui ainda. Seria prudente eles aprovarem uma Reforma da Previdência ampla e profunda antes que Robespierre e o diligente médico Guillotin possam pensar em viajar na máquina do tempo também.

22 de junho de 2019
Ricardo Amorim
Fonte: “Blog Ricam Consultoria”
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