"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

MORO TERÁ DE INSTRUIR BOLSONARO A ADMITIR QUE O PODER DO GOVERNO TEM LIMITES

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Charge do Paixão (Gazeta do Povo)
O jornalista Claudio Bojunga escreveu o roteiro, Silvio Tendler dirigiu o filme e Wagner Tiso criou a trilha sonora do documentário “Jango”, lançado em 1984, no final da ditadura militar. Quando ouviu a música-tema criada por seu amigo dos tempos das Geraes, Milton Nascimento ficou encantado, colocou letra, mudou o título e gravou “Coração de Estudante”: “Quero falar de uma coisa / Adivinha onde ela anda / Deve estar dentro do peito / Ou caminha pelo ar / Pode estar aqui do lado / Bem mais perto que pensamos / A folha da juventude / É o nome certo desse amor / Já podaram seus momentos / Desviaram seu destino / Seu sorriso de menino / Quantas vezes se escondeu / Mas renova-se a esperança / Nova aurora a cada dia / E há que se cuidar do broto / Pra que a vida nos dê / Flor, flor e fruto / Coração de estudante / Há que se cuidar da vida / Há que se cuidar do mundo / Tomar conta da amizade / Alegria e muito sonho / Espalhados no caminho /Verdes, planta e sentimento / Folhas, coração / Juventude e fé”.
Sempre que se aproxima uma troca de presidentes, lembro esta magnífica canção, que reproduz a ansiedade de todos para que a vida se transforme. Interessante notar que esse sentimento existia até mesmo quando não havia eleição nem democracia. Cada novo presidente-general era sempre saudado com a esperança de que as coisas iriam melhorar.
RENOVA-SE A ESPERANÇA – Também com Jair Bolsonaro a esperança dos brasileiros está se renovando. Este sentimento é verdadeiro. Quem já passou muitas vezes por ele sabe que é uma sensação que depois vai se esvaindo. É como a noite de 31 de dezembro, quando os brasileiros organizam a maior festa do mundo. É uma felicidade só, que depois vai se esvaindo com a volta da rotina do dia a dia.
Muitos brasileiros, algo em torno de 20% da população adulta, sonhavam com uma intervenção militar que varresse os três apodrecidos poderes e colocasse as coisas em seu devido lugar. Foi um sonho tão forte que acabou se concretizando pela metade, através das vitória de Jair Bolsonaro. De uma forma ou de outra, os militares voltaram ao poder, mas foi através do voto direto, a mais democrática das eleições.
MÃOS AMARRADAS – Acontece que Bolsonaro chega ao poder com as mãos amarradas. Sua equipe econômica pensa que descobriu a pólvora e pode mudar tudo de uma hora para outra, como fez João Figueiredo, que disse: “Prendo e arrebento quem for contra a reabertura democrática”. Era bravata pura. Pouco depois, no atentado ao RioCentro, a bomba explodiu no colo do sargento e do capitão que se tornaram terroristas oficiais. Junto com o carro Puma, foram para o espaço também as ilusões do general Figueiredo.
Bolsonaro assume amarrado da cabeça aos pés por um cipoal de leis e regras paralisantes que protegem as elites e a nomenclatura estatal com generosas renúncias fiscais e armaduras salariais cheias de penduricalhos.
O HOMEM-FORTE – Não vai ser nada fácil enfrentar essa gente. Por isso, o homem-forte do governo não é Paulo Guedes, que ficará na História como mais um economista perdido nas próprias ideais. Quem terá o protagonismo na trama é o ex-juiz Sérgio Moro, o homem certo no lugar certo. Já fez muito pela pátria e muito mais há de fazer, à frente do superministério da Justiça. Além de avaliar o que se pode fazer e o que não se deve nem pensar em fazer, Moro dirá também como o governo e os brasileiros terão de proceder.
Em tradução simultânea, Bolsonaro vai chegar ao poder cheio de fake news, tipo “prendo e arrebento”. Mas essa fase ilusória logo vai passar e todos então cairemos na real, inclusive o próprio presidente, que terá de se adaptar às circunstâncias, porque até mesmo o poder tem limites.
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P.S. 1
 – Como o editor da Tribuna é daqueles que não podem passar mais de 15 minutos sem falar mal de alguém, temos de afirmar que vai ser difícil aguentar um chanceler que é capaz de tornar público o seguinte pensamento: “Tenho 29 anos de serviço público e sou também escritor. Quero ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista. Globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural. Essencialmente, é um sistema anti-humano e anticristão. A fé em Cristo significa, hoje, lutar contra o globalismo, cujo objetivo último é romper a conexão entre Deus e o homem. O projeto megapolítico significa abrir-se para a presença de Deus na política”.
P.S. 2 – Como se vê, trata-se de um embaixador de criatividade invulgar, só comparável à de Dilma Rousseff, aquela que sonhava em estocar vento, era alucinada com a mandioca e via um cachorro atrás de cada criança. Bolsonaro precisa se livrar desse chanceler o mais rápido possível, porque as “teorias” dele já estão correndo o mundo, desmoralizando a diplomacia brasileira e o próprio país(C.N.)

22 de novembro de 2018
Carlos Newton

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Exceto o governo do PT, cuja esperança jamais se esvaiu, e foi preciso Cid Gomes proferir a sentença - "Lula tá preso, seus babacas...", - ou então temos que admitir que a omissão ou conivência  foi grande... diante do silêncio crítico ante os governos Lula/Dilma.
Uma organização criminosa tomou conta do país, durante quase 20 anos, e parece que os sábios 'comentarista e críticos' estavam todos dormindo. Não se ouviu um pio, até a chegada do juiz Sérgio Moro e seu trator, com a operação lava jato. Aí, todos acordaram e se deram conta de que algo havia descarrilado... Uma barulheira infernal acordou o STF que se posicionou, bem a história todos conhecemos...
Bolsonaro se tornou uma espécie de Judas em dia de malhação. As inúmeras 'bolinhas de cristal', aquelas mesmas que trovejaram o fracasso da candidatura Bolsonaro, e deram com os burros nágua, agora assumem ares circunspectos de profetas prevendo catástrofes e apocalipses. Não importa quem seja, qualquer nome que o homem indique, terá sempre uma vírgula fora do lugar. Ou muitas...
A derrocada da esquerda não apenas no Brasil, mas na América Latina, e possivelmente no ocidente, é irremediável. É imperdoável. Um desastre político de dimensões incalculáveis...
Irremediável também, é a ascensão da direita, possivelmente por muitos anos. E Bolsonaro jamais será perdoado pelos esquerdopatas que não aceitam a perda do poder. Estavam indo bem com o país já quase totalmente anarquizado, arruinado, tudo já em frangalhos, quase pronto para o bolivarianismo, ou chavismo , essa "democracia" tão apreciada pelo lulopetismos e seus seguidores, quando surge Bolsonaro, disposto a varrer o lixo para o devido lugar da história. E o povo, cansado da eterna mesmice política de quase 200 anos, encantou-se com o poder de dar um pé na bunda das carniças, que até agora não conseguiram entender o que aconteceu e ficam passando a mão no traseiro, com ar abestalhado e cheio de impropérios.
O presidiário já se acostumou ao 8m². Os demais, quando começarem a chegar, certamente também se acostumarão. Boião de graça, o que sempre lutaram para alcançar... Tudo nos conformes...
Não tem jeito mesmo, né?
m.americo

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