"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 1 de maio de 2018

O DINHEIRO NÃO É UMA RÉGUA, E NÃO SERVE PARA MENSURAR VALOR



Dizer que o dinheiro é uma espécie de régua que serve para mensurar o valor de bens e serviços é uma noção tão simples quanto equivocada, a qual vem enganando excelentes economistas há séculos.

O dinheiro — ou, caso prefiram, a moeda — facilita o cálculo econômico ao servir como uma unidade de conta, isto é, um meio comum para precificação de bens e serviços. Ou, dito de outra forma, um pouco mais científica, o dinheiro é um denominador comum para expressar as razões de trocas (os preços) no mercado.

No entanto, qualquer troca sempre envolve valorações subjetivas a respeito de mercadorias. E tanto a oferta de mercadorias quanto as valorações subjetivas sofrem constantes alterações. Consequentemente, e por definição, as razões de troca no mercado são cambiantes. Por definição.

E, sendo também a moeda uma mercadoria (contendo apenas uma diferença quanto ao seu grau de liquidez perante as demais mercadorias, pois a moeda é a mercadoria mais líquida de todas), sua demanda e oferta também variam normalmente, fazendo com que seu preço (seu poder de compra) seja "não fixo". Por definição.

Assim, imaginar que o dinheiro possa ser uma "medida" de valor — como se valor pudesse ser objetivamente mensurado — contraria os princípios mais básicos da teoria do valor subjetivo e da ação humana.

Valor pode, sim, ser comparado, mas somente ordinalmente (na forma de um ranking de preferências) e pelo próprio indivíduo subjetivamente. Jamais por terceiros e jamais de forma objetiva.

Sutis, mas, cruciais diferenças.


01 de maio de 2018
Fernando Ulrich

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