"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

ALCKMIN E BOLSONARO TROCAM ACUSAÇÕES, ABRINDO O PRIMEIRO ROUND DA CAMPANHA



Alckmin comparou Bolsonaro ao PT, mas poupou Ciro
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, comparou nesta quarta-feira seu principal adversário eleitoral no momento, o deputado Jair Bolsonaro (PSL), ao PT e disse que ambos são “a mesma coisa, uma coisa atrasada”. A declaração foi feita em sabatina realizada pelo portal UOL, o SBT e o jornal Folha de S.Paulo na capital paulista. A outro oponente, Ciro Gomes (PDT), o tucano fez elogios. Entre Bolsonaro e Ciro, a campanha tucana tem preferência por enfrentar o pedetista num eventual segundo turno.
“O Bolsonaro e o PT são a mesma coisa. É corporativismo puro. Não tem interesse coletivo, é defesa de corporação” — disse Alckmin, quando provocado a comentar a superioridade de Bolsonaro nas pesquisas em São Paulo. “Ele voltou igual ao PT em todas as pautas econômicas”, disse, lembrando Bolsonaro ter votado no Congresso, nos anos 1990, contra medidas de implantação do Plano Real.
REAÇÃO – A resposta de Bolsonaro não demorou, e veio no terreno onde ele se sente mais à vontade, as redes sociais. Em seu perfil no Twitter, o pré-candidato do PSL disparou acusações contra o partido de Alckmin.
Bolsonaro se referia às denúncias de compra de votos no Câmara dos Deputados para aprovação da emenda constitucional que passou a permitir a reeleição, em 1997.
Com sua capacidade de crescer rapidamente nas pesquisas sob desconfiança até de alguns aliados, Alckmin vem abandonando nos últimos dias a postura de “jogar parado”. Ele não demorou a rebater Bolsonaro, também pelo Twitter: “Bolsonaro se irritou quando revelei que vota com o PT em pautas econômicas há décadas, inclusive contra o Plano Real. Em resposta, fugiu do assunto. Fez acusações irresponsáveis ao meu partido, de forma grosseira”.
REVIRAVOLTA – Ainda na sabatina, Alckmin reafirmou a confiança em uma reviravolta eleitoral quando a campanha começar em agosto. Hoje ele ocupa a quinta colocação entre os presidenciáveis. Nesse contexto, ele voltou a falar do adversário prioritário.
“Vamos crescer e crescer forte. Não tenha a menor dúvida. Essa coisa do Bolsonaro… Quem anda para trás é caranguejo. O Brasil não vai regredir. O sofrimento foi muito grande com esse período populista” – frisou.
Mesmo sem declarar preferência por quem enfrentar num eventual segundo turno, Alckmin demonstrou na entrevista simpatia por uma disputa com Ciro. Ele elogiou as gestões do pré-candidato como prefeito de Fortaleza e governador do Ceará e disse que o pedetista tem “espírito público”.
DISCORDÂNCIAS— “O Ciro foi do PSDB, um bom prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e ministro pelo PSDB. Depois ele acabou trilhando outro rumo”. disse. “Tenho discordâncias conceituais com o Ciro, mas acho que ele tem espírito público. Não é um corporativista”.
A campanha de Alckmin acredita que, na reta final da eleição presidencial, Ciro e ele serão as alternativas mais viáveis na eventual ausência de um candidato do PT.
O tucano voltou a dizer nesta quarta-feira que o lançamento do ex-ministro Henrique Meirelles como presidenciável pelo MDB esfria as conversas sobre uma aliança no primeiro turno com o PSDB. Alckmin se recusou a dar uma nota ao governo do presidente Michel Temer na sabatina, mas disse que o peemedebista é um tipo de “intruso” na Presidência. “A legitimidade das urnas é muito forte. Evidente que faltou (legitimidade a Temer). Eu fui governador sem voto e com voto. E olha que não teve impeachment. É diferente. Quando você não tem voto, você é meio intruso”, disse.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Entre tapas e beijos, a disputa presidencial começou. Daqui para frente, o clima é de vale tudo e Bolsonaro será o principal alvo, por estar nas frentes das pesquisas. (C.N.)  


24 de maio de 2018
Silvia Amorim
O Globo

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