"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

POLÍTICOS ENVOLVIDOS EM CORRUPÇÃO TEMEM PERDER A ELEIÇÃO E O FORO PRIVILEGIADO


Aécio deve tentar nova eleição como deputado
Diante da dificuldade de se reeleger para mais um mandato como senador, o tucano Aécio Neves (MG) já traça como plano B uma candidatura a deputado federal. Ainda que haja duas vagas a serem preenchidas no ano que vem no Senado, hoje a avaliação é que uma reeleição de Aécio não tem viabilidade. Alguns aliados sugerem que ele passe os meses de janeiro, fevereiro e março viajando pelo estado para sentir a temperatura entre os eleitores e só então, após uma avaliação, decida se concorre à Câmara ou ao Senado. Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista, e é alvo de nove inquéritos no STF.
— Ele vai ter que enfrentar as pessoas e ter a humildade de se explicar. Vai ter que dar explicações, ouvir críticas, ser vaiado, mas é a forma de recobrar um pouco da confiança que perdeu — diz um tucano amigo.
TRÊS PETISTAS – No PT, três senadores enfrentam dilemas semelhantes. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), segundo aliados, já nem cogita mais disputar novamente uma vaga ao Senado. Mas ela não quer abrir mão de ter um mandato, tanto pela questão política quanto para não perder o foro. Ré na Lava-Jato, ela é acusada de receber R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras para sua campanha de senadora em 2010.
— Não é que ela não queira abrir mão de um mandato. Ela não pode. Ela sabe que, se deixar de ser parlamentar, pode ser presa no dia 1º de fevereiro de 2019 — conta um aliado.
Já o ex-cara-pintada Lindbergh Faria (RJ) ainda não desistiu de ser candidato ao Senado, embora pesquisas internas mostrem que suas chances de conquistar um novo mandato de senador são baixas. Na tentativa de virar o jogo, resolveu acompanhar o ex-presidente Lula em suas caravanas pelo Sudeste e tem abusado das postagens nas redes sociais ao lado do líder nas pesquisas de intenção de voto. Se não se viabilizar, também deve partir para uma candidatura a deputado. Ele é acusado de ter se beneficiado de um esquema de recebimento de propina de empresas contratadas por Nova Iguaçu quando foi prefeito da cidade, entre 2005 e 2010.
COSTA INDECISO – Outro petista que termina o mandato de senador no fim do ano que vem é Humberto Costa (PE). Ele ainda não decidiu se tentará se reeleger senador ou disputará uma vaga na Câmara. Aguarda um arranjo que está sendo negociado entre o PT e o PSB no seu estado e só cogita a reeleição ao Senado se integrar uma chapa forte. Ele é acusado de ter recebido cerca de R$ 600 mil para favorecer a Odebrecht em uma licitação na Petrobras, em 2010.
No PMDB, entre os senadores investigados, a situação de Renan Calheiros (AL) é a mais delicada. Por ter um filho governador, pela lei ele só pode concorrer ao mesmo cargo que ocupa hoje. Acossado por 15 inquéritos, Renan possivelmente terá de disputar uma das duas vagas ao Senado com concorrentes de peso como os ministros Marx Beltrão (Turismo) e Maurício Quintela (Transportes) e ainda com o colega Benedito de Lira e com o ex-governador Teotônio Vilela.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Eles vão lutar para se eleger, a Câmara deve manter o foro privilegiado, mas não vai adiantar nada, porque no Supremo será aprovada a proposta do ministro Luís Roberto Barroso, que elimina o foro para crimes cometidos no mandato anterior. Dias Toffoli pediu vista com o julgamento em 8 votos a 0, mas terá de devolver os autos e o julgamento terminará. Assim, a jogada do foro privilegiado só valerá para crimes cometidos no mandato atual e a primeira instância da Justiça Federal (juízes Sérgio Moro, Marcelo Bretas e Vallisney Oliveira) vai fazer uma limpeza na política. (C.N.)

12 de dezembro de 2017
Catarina Alencastro e André de Souza
O Globo

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