"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O FORO DE SÃO PAULO CONTINUA DANDO AS CARTAS



Enquanto no Brasil as atenções estão voltadas para os escândalos de corrupção e quanto Temer teve que desembolsar do erário público para comprar consciências e votos de parlamentares, o Foro de São Paulo (FSP) segue seu curso impávido, interferindo nas decisões políticas da Venezuela e Colômbia, ao mesmo tempo em que se queixa da “intervenção” do “império” e países a este aliados. E nada se diz na imprensa nacional.

Valendo-se do desinteresse dos brasileiros ao que acontece nos países vizinhos, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Monica Valente, secretária de Relações Internacionais do PT e do FSP, emitiram uma nota conjunta onde saúdam a vitória do PSUV nas eleições para governador no último 15 de outubro, e registram, sem se dar conta, sua vocação ditatorial de se perpetuar indefinidamente no poder, quando dizem com gáudio “…em dezoito anos de governos liderados pelo PSUV” [1].

Como das inúmeras vezes anteriores, a fraude foi a estrela mais reluzente uma vez que, um país que passa por um dos piores momentos de sua história pela fome, miséria, assassinatos a soldo do Governo impunes, centenas de presos-políticos e massiva saída do país, é estarrecedor que de 23 estados, 18 dos governadores eleitos pertençam ao partido governista. O povo já havia rechaçado rotundamente a Assembléia Nacional Constituinte, instalada de forma ilegal e inconstitucional, mas o ditador Nicolás Maduro a impôs à revelia, apesar das condenações e não reconhecimento de países como Estados Unidos, Canadá, União Européia, OEA e quase toda a América do Sul, obtendo o apoio apenas de seus aliados do FSP em Resolução aprovada no XXIII Encontro ocorrido em julho, em Manágua [2]. Ninguém vê nada de esquizofrênico nisso e ainda há os que aplaudem chamando essa aberração de “democracia”.

Enquanto isso, na Colômbia, o pacto Santos-FARC-FSP continua de vento em popa. Lá, o povo soberano também rechaçou rotundamente o famigerado “acordo de paz” através de um referendo em 2 de outubro de 2016, cujo resultado foi solenemente ignorado pelo governo, e agora apresenta sua jóia da coroa: um engendro chamado “Justiça Especial de Paz” (JEP) que fere tudo o que se conhece de Direito e Tratados internacionais, criada unicamente para beneficiar os narco-terroristas das FARC e condenar militares honrados, acusados através de falsos testemunhos e testemunhas falsas, de delitos que jamais cometeram.

É o caso do Coronel Hernán Mejía Gutiérrez, reconhecido comandante e herói do Exército Colombiano no período do ex-presidente Álvaro Uribe e também no combate ao holocausto do Palácio da Justiça, acusado por testemunhas falsas de ter “nexos” com para-militares, e agora vítima de perseguição judicial. O Coronel Mejía havia sido condenado a 19 anos de prisão mas decidiu apresentar uma carta à JEP afirmando que acolheria esse sistema, o que lhe garantiria a prisão domiciliar. No dia 5 de outubro em uma carta enviada à JEP, o Exército Colombiano solicitou sua liberdade condicional indicando que ele cumpria com os requisitos estabelecidos na Lei 1820 de 2016, mas uma juíza da Quarta Sala Penal revogou a medida e o encaminhou ao centro penitenciário La Picota, apesar dele estar gravemente enfermo.

Já é de conhecimento público que a testemunha-chave contra o Coronel Mejía foi Edwin Manuel Guzmán, um sargento que foi detido em Valledupar, quando o coronel descobriu que ele vendia armas e munições às FARC e aos para-militares. Num claro ato de vingança, esse sargento fez a falsa denúncia de que era o Coronel Mejía, e não ele, quem tinha “negócios” com notórios para-militares, que foi prontamente acolhida como verdade bíblica, ganhando a liberdade e ainda o status de “testemunha protegida”. Três anos depois, outros dois prisioneiros, em busca dos mesmos benefícios, confirmaram o falso testemunho dado pelo sargento.

Os colombianos estão organizando outro referendo para os próximos dias rechaçando e exigindo o fim da JEP, para que terroristas não sejam anistiados – como já está em vigor – e pessoas de bem e heróis nacionais não apodreçam nas prisões por crimes que nunca cometeram. Se depender de Santos-FARC, o justiçamento vai prosseguir até que eles tomem definitivamente o poder, pois esse é o sonho do FSP desde sempre. E eles não dormem nunca.



Notas:


[1] http://forodesaopaulo.org/venezuela-mais-uma-vez-exemplo-de-democracia-e-participacao-cidada/

[2] http://forodesaopaulo.org/resolucion-en-solidaridad-a-la-revolucion-bolivariana-y-la-asamblea-constituyente/

13 de dezembro de 2017
Graça Salgueiro, escritora e jornalista, é autora do livro ‘O Foro de São Paulo – A Mais Perigosa Organização Revolucionária da América Latina‘, e apresenta o programa Observatório Latino, na Rádio Vox.

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