"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

PLANALTO DELIRA E QUER ANULAR PROVAS, MAS OS MINISTROS DO SUPREMO NÃO CONCORDAM

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Gilmar vai ficar falando sozinho no Supremo…
Devido à extravagante, excêntrica e explosiva gravação da conversa de bêbados entre o empresário Joesley Batista e seu executivo Ricardo Saud, não há dúvida de que ganhou força e amplitude a chamada “Operação Abafa”, que se destina a inviabilizar a Lava Jato e segue os moldes da bem-sucedida manobra desfechada na Itália para extinguir a Operação Mãos Limpas (“Mani Pulite”). Na versão brasileira, a manipulação é organizada pelo Planalto e pela classe política em geral, com apoio de integrantes do Supremo e de importantes órgãos de comunicação, conforme tem denunciado solitariamente o ministro Luís Roberto Barroso, como se estivesse clamando no deserto de homens e ideias identificado pelo grande brasileiro Oswaldo Aranha.
O certo é que a gravação da dupla caipira Joesley e Saud está provocando um carnaval fora de época que contamina a internet e a imprensa falada, escrita e televisada, como se dizia antigamente. Mas logo virá a quarta-feira de cinzas, a ficha cairá e tudo voltará ao normal.
“GRAVÍSSIMOS FATOS” – Os advogados da JBS deram uma mancada colossal. Entregaram na quinta-feira, dia 31, uma gravação à Procuradoria-Geral da República, sem saber que os trechos apagados poderiam ser reconstituídos. Foi tão fácil recuperá-los que na segunda-feira o procurador-geral Rodrigo Janot convocava a entrevista de surpresa, para denunciar os “gravíssimos” fatos.
Até então, Janot nem tinha ouvido a gravação, não sabia que era uma conversa de dois bêbados irresponsáveis, com barulho do gelo nos copos, conversa sobre mulher e tudo o mais, só faltaram falar em futebol. E no meio do papo, os dois se jactavam do “poder” que julgavam possuir, pareciam os donos do mundo comandando os três Poderes da República.
Sem ter ouvido a gravação, Janot deu um tom de seriedade às afirmações dos pinguços, acabou levando pancadas de todos os lados, foi até repreendido ao vivo e a cores pelo ministro Luiz Fux, na sessão do Supremo desta quarta-feira, e teve de engolir calado.
ÁRVORE PODRE – Os mentores da “Operação Abafa” aproveitaram a deixa para esculhambar a Procuradoria-Geral da República. Reportagem de Leticia Fernandes ( filha de Rodolfo e neta de Helio Fernandes) e Eduardo Barretto, em O Globo, mostra que o Planalto já está falando em “árvore podre” e aposta na anulação de provas contra o presidente Michel Temer e seu assessor Rocha Loures.
“Flechas do Janot amoleceram”, disse um ministro da cúpula do governo (leia-se: Padilha ou Moreira) aos repórteres da Globo, empolgado com os ataques que o ministro Gilmar Mendes desfechou em Paris contra a honra do procurador, ao gravar declarações num celular, para simular uma entrevista coletiva, mas sem nenhum jornalista presente, vejam a que ponto chegamos.
A decepção viria nesta quarta-feira. Nenhum dos outros dez ministros do Supremo seguiu a linha esquizofrênica de Gilmar Mendes, que sonhava em conquistar apoio para anular todas as delações e provas colhidas pela Lava Jato.
PROVAS VÁLIDAS – Além do descontrolado Gilmar Mendes, até agora quatro ministros já se pronunciaram – Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia, Celso de Mello e Luiz Fux. E nenhum deles defendeu a anulação das provas, mesmo que a delação da JBS seja considerada inválida, e assim derrubaram a tese de Mendes, até porque a Lei 12.850, que regula as delações, estabelece que as provas contra terceiros (no caso, Temer e Loures) continuam valendo.
Outro detalhe importante: questionado se Janot sai enfraquecido com essa nova gravação, o ministro Marco Aurélio Mello foi bem claro, levando ao desespero os mentores da “Operação Abafa”. Disse ele: “Não. Ele tem uma bagagem de grandes serviços prestados à sociedade brasileira”.
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P.S.- Sonhar não é proibido, mas a Lava Jato não será afetada. A inviabilização da Operação Mãos Limpas, na Itália, só aconteceu porque na década de 90 não havia redes sociais. Hoje a situação é diferente, a internet mudou o mundo e a opinião pública não é mais manipulada com a mesma facilidade.
P.S. 2 – Gilmar Mendes vai ficar falando sozinho no Supremo, tipo Napoleão de Hospício. O máximo que pode conseguir é o apoio discreto de Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, que ainda não desepertaram do sonho e continuam fazendo o que seu mestre (Lula) mandar. (C.N.)

07 de setembro de 2017
Carlos Newton

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