"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

RIO DE JANEIRO SEM DINHEIRO, SEM ADMINISTRAÇÃO E SEM FUTURO


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Charge do Nani (nanihumor.com)O Estado do Rio de Janeiro vai mal. Todos sabemos. O que muita gente não sabe é a dimensão da falta de administração e autoridade nos seus diversos setores. Dilacerado pela violência urbana, potencializada por uma administração governamental acéfala, incompetente e omissa, o que mais aparece é a questão da segurança publica. São as balas perdidas dos embates entre as gangues de bandidos nos morros ou com a polícia que mesmo com salários atrasados ou pagos parcelados, arduamente tenta cumprir seu dever. Nas ruas cariocas e fluminenses, pessoas são também atingidas pelas balas certeiras dos assaltos nos sinais de transito e nas esquinas das cidades. A questão da segurança é a que sobressai. E com razão. São vidas humanas que desaparecem sem nenhuma reação.
Mas o governo do Estado é acéfalo também em todas as outras áreas sob sua responsabilidade. E não é só a falta de recursos financeiros. Trata-se de uma terrível mistura de leniência, corrupção, ineficiência, negligência e desrespeito ao cidadão.
USUÁRIO INDEFESO – Por mais de 30 dias tentei contato telefônico com a CEG ( Companhia Estadual de Gás) que oficialmente se chama Gás Natural Fenosa, e o telefone de contato, o único
(40323938) está sempre ocupado.Vazava gás na minha casa. Depois de trinta dias, mais ou menos, consegui que me atendessem. Fiz a reclamação e me prometeram enviar um representante para fazer orçamento. Em agosto de 2016 havia passado pelo problema, quando tive de fazer gastos de mais de mil reais para o conserto.  Em menos de um ano o vazamento voltou a ocorrer.
Foi mais de um mês à espera. Liguei outra vez. Foram no endereço errado. Mais uma vez outra data foi marcada. Ninguém apareceu. Mais uma daquelas ligações cansativas e três meses depois, após a quarta chamada a partir do primeiro contato, marcaram a visita. Nos três dias que antecederam fui bombardeado por ligações da CEG com assuntos os mais diversos possíveis. Tentei argumentar que o serviço fora feito no passado por uma determinada empresa e que gostaria que o novo serviço fosse feito pela mesma empresa.Fui informado que havia mais de quinze empresas prestando serviços para a Companhia e não poderiam atender à solicitação.
ELOGIOS Á EMPRESA – Em cada ligação, no começo e no final da chamada o consumidor é obrigado a ouvir uma xaropada de minutos de loas à empresa e seus serviços. E se repetem. Isso sem contar a espera pelo atendimento. Nunca foi menos de dez minutos. E por quatro meses fiquei sem o gás. Em cada ligação um protocolo de números intermináveis. Foram quatro. O resumo da ópera é que fiquei sem gás por quatro meses.
Em cada dia determinado pela CEG uma pessoa deve ficar em casa todo o dia à espera que eles apareçam.  Assim com essa técnica medieval e sem pressa funciona a tal Fenosa. Mas o governo do Estado do Rio de Janeiro tem uma Agencia Estadual de Energia. Dizem que é só para inglês ver e para deputados estaduais indicarem apaniguados. Para descobrir seu telefone recorri à Internet. Lá constam informações defasadas de endereço e telefone. Sem fiscalização e com tais práticas a companhia do gás vai navegando ao seu bel prazer. E fez do da cidade do Rio de Janeiro a campeã em acidentes com o produto.
LOJAS FECHADAS – Por certo não basta o exemplo pessoal para atestar a atual situação catastrófica por que passa o Estado do Rio. Existem outros indicadores. Segundo o Clube dos Diretores Lojistas, 914 lojas foram fechadas em junho na Cidade do Rio de Janeiro. Em todo o Estado do Rio cerraram as portas 2.062 lojas. Na segunda cidade mais importante, Niterói, segundo o Sindicato dos Lojistas do Comércio, mais de cem lojas de rua foram fechadas no mês de julho de 2017. Nessas estão inclusos 12 restaurantes. De acordo com seus diretores não é só a crise econômica a causadora dessa desgraça. É também a violência urbana.
Ainda na cidade do Rio de Janeiro, um ano após a realização da Olimpíada o quadro é desalentador.  Quatro hotéis internacionais, na Barra da Tijuca, mantêm bloqueados andares inteiros. Fechando quartos e reduzindo o número de empregados. O turista sumiu. Segundo a Associação Brasileira dos Hotéis, o mês de julho ocupou apenas 40 por cento da capacidade hoteleira da cidade.
ATÉ QUANDO? – Não é o que acontece com os hospitais, todos lotados com familiares levando doentes para casa. Na educação, outra tragédia: professores sem salários, escolas publicas como a Universidade Estadual, fechadas. Em alguns bairros é longa a degradante fila de funcionários aposentados em busca de uma mísera cesta básica doada por sindicatos e pela população.
Os governantes gritam pelas Forças Armadas. Gritam por dinheiro, mais dinheiro do governo federal. E serão atendidos, pasmem. Chegam as Forças Armadas e vai chegar o dinheiro mais cedo ou mais tarde. Os administradores são os mesmos. A dedução lógica: tudo vai continuar como sempre. Até quando?

21 de agosto de 2017
Hildeberto Aleluia

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