"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

EX-MINISTRO MARCIO FORTES LEVOU PROPINA DE R$ 1 MILHÃO - DIZ CÚMPLICE DE PIMENTEL


Bené fez delação e está entregando todo o esquema de corrupção



















O empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, afirmou em delação premiada que o ex-ministro Marcio Fortes (Cidades), do governo Lula, recebeu R$ 1 milhão de um esquema que resultou na contratação da agência de publicidade Propeg, em 2010. Segundo o delator, outro ex-ministro da Pasta, Mário Negromonte – hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia -, sucessor de Fortes, e o ex-deputado e ex-líder do PP na Câmara Pedro Corrêa teriam recebido valor equivalente a 10% do contrato de publicidade.
A delação de Bené foi homologada na semana passada pelo Superior Tribunal de Justiça, no âmbito da Operação Acrônimo – investigação da Polícia Federal que atribui crime de corrupção ao governador de Minas Fernando Pimentel (PT), ex-ministro do Desenvolvimento do governo Dilma.
PIMENTEL CORROMPIDO
Em sua delação, Bené afirmou que o Grupo CAOA, do setor automotivo, teria pago R$ 20 milhões a Pimentel. A CAOA nega categoricamente o repasse ilegal.
A delação do empresário preenche 20 anexos. Um deles é dedicado aos ex-ministros Marcio Fortes e Mário Negromonte e ao ex-deputado Pedro Corrêa – este também delator, mas de outra operação, a Lava Jato.
Bené afirmou que por volta de 2010 Negromonte o procurou. Segundo o delator da Acrônimo, Negromonte pretendia ‘influenciar’ em licitação da área de publicidade do Ministério das Cidades. O plano seria beneficiar a Propeg.
Negromonte e Pedro Corrêa – na época, réu do Mensalão – iriam receber, segundo Bené, 10% do ‘resultado’ da operação.
R$ 1 MILHÃO CADA
O acordo previa que o ministro Márcio Fortes, que ocupou o cargo entre 2005 e 2011, e um assessor dele, conhecido por ‘Alcione’, ficariam com uma parte do valor do contrato, desde que a Propeg fosse a escolhida.
Segundo Bené, Mário Negromonte e Pedro Corrêa receberam total de R$ 1 milhão cada. E o ex-ministro Marcio Fortes também teria recebido R$ 1 milhão, valor pago, segundo ele, ‘durante mais de um ano’
TODOS NEGAM…
O criminalista Carlos Fauaze, que defende o ex-deputado Pedro Corrêa, informou que não vai se manifestar por não ter tido acesso à documentação constante nos autos do processo.
Mário Negromonte afirmou que a empresa Propeg é da Bahia, seu Estado, e que ele não precisaria da intermediação de Bené para tratar de qualquer assunto envolvendo a empresa. “A Propeg é da Bahia. Eu ia precisar do Benedicto para fazer alguma intermediação de conversa?Não tem sentido. Jamais procurei ele para esse tipo de contato”, afirmou.
E o ex-ministro Márcio Fortes afirmou: “Nego veementemente as acusações, e me coloco à disposição das autoridades competentes para esclarecimentos que eventualmente forem necessários.”

01 de junho de 2016
Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Mateus Coutinho e Julia Affonso
Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário