"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

PARA CUNHA, REPROVAÇÃO ERA ESPERADA E AINDA NÃO JUSTIFICA IMPEACHMENT






O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que a reprovação das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff já era esperada, mas ainda não se pode dizer se elas embasam um eventual pedido de impeachment da petista.
“Quando o governo foi pedir a suspeição do relator, praticamente adiantou o resultado. Foi um erro político grave do governo, para tentar politizar o processo”, avaliou o deputado, ao mencionar a ação colocada em prática no início da semana pelo Palácio do Planalto, que pediu que o relator das contas de Dilma, o ministro Augusto Nardes, fosse substituído.
A suspeição do ministro foi a última cartada do governo para tentar adiar o julgamento das contas, mas acabou barrada também nesta quarta pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
OPOSIÇÃO FESTEJA
Lideranças da oposição, que chancelam o pedido de afastamento de Dilma do ex-petista Hélio Bicudo, acreditam que a decisão do TCU dá forças ao processo.
Apesar de contar com a oposição como fiel aliada e de, inclusive, já ter acordos velados há semanas sobre o rito a ser adotado no processo de impeachment, o presidente da Câmara mantém cautela ao opinar publicamente sobre o impacto da decisão do TCU na questão.
“Tem uma discussão preliminar que trata das contas de 2014, consequentemente, do mandato anterior. Se cabe ou não [um processo de impeachment embasado em acontecimentos de mandatos anteriores], somente vencida essa discussão se pode dizer se isso tem ou não influência no processo. Na minha opinião, até agora formulada, tenho dito que o mandato é novo, então não contamina um mandato com outro”, afirmou Cunha.
RESPALDO TÉCNICO
Na contramão de Cunha, o líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE), acredita que a decisão “é um respaldo técnico de um órgão que não se curvou à intimidação do governo e respaldará o processo de impeachment”.
A posição é compartilhada por Bruno Araújo (PSDB-PE), para quem a presidente está “pagando o preço político da desconstrução da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal)”.
Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), a decisão do TCU “confirma o estelionato eleitoral”. “Fica caracterizado o abuso de poder político e econômico além do crime de responsabilidade. O Congresso Nacional falará pela nação”, disse.
Já para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), “o governo Dilma caminha para os seus últimos dias”. “Mesmo com todas as manobras, não conseguiu reverter [a decisão]. Sua base política está fragmentadas. A população brasileira está desacreditada, assistindo a um noticiário repleto de escândalos e corrupção”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Para recusar o pedido de impeachment, Cunha vai usar este argumento fajuto do mandato anterior, já descartado pelo ministro-relator Teori Zavascki. É tudo um teatro, porque a recusa fará o impeachment andar com mais segurança, exatamente o que Cunha na verdade pretende. (C.N.)
09 de outubro de 2015
Débora Álvares e Mariana HaubertFolha

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