"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

BRASIL COMEÇA A SER COMPARADO À GRÉCIA E À VENEZUELA


Não há como negar: o PT é craque na arte da propaganda. Quem assiste aos programas exibidos pelo partido, como na semana passada, chega a acreditar, nos primeiros momentos, que nada do que o país está vivendo hoje é culpa dos governos petistas. Nem a corrupção que foi construída e agigantada na era Lula nem o desastre econômico e a grave crise política que têm a digital de Dilma Rousseff.
Felizmente, a população — a grande maioria dela — já se deu conta de que tudo o que o PT faz é mera propaganda enganosa. Não cai mais nas armadilhas das mentiras usadas, sem constrangimento, durante a última campanha eleitoral. Os brasileiros estão pagando caro pelos erros cometidos pelo governo na economia e pela roubalheira que devastou a empresa que já foi símbolo do país, a Petrobras.
No programa de quinta-feira, Dilma apareceu sorridente, vestida de branco, como se pregasse a paz. Foi enfática ao dizer que sabe “suportar pressões e até injustiças”. “Quem pensa que nos faltam energia e ideias para vencer os problemas está enganado. Eu tenho o ouvido e o coração neste novo Brasil que não se acomodam, que não se satisfazem com pouco”, disparou.
PALAVRAS, PALAVRAS…
A força da presidente, no entanto, restringe-se às palavras. Dilma é hoje a chefe do Executivo mais impopular dos últimos 25 anos: 71% dos brasileiros consideram o governo dela ruim ou péssimo. Nas mesas de bar, nas salas de negócios dos bancos, no chão das fábricas, já se dá como certa a saída da petista do poder, seja por meio da renúncia, seja por meio do impeachment.
Agora, o que se discute é como e quando Dilma sairá. O governo, infelizmente, perdeu a representatividade, está sem condições de manter a governabilidade necessária para tirar o país do atoleiro. Quanto mais demorar para se achar uma solução que permita uma transição política menos traumática, mais o Brasil afundará. Os agentes econômicos não confiam mais neste governo, que, todos reconhecem, foi eleito democraticamente, mas perdeu a legitimidade.
ESPIRAL DE DESCONTROLE
O comportamento dos mercados financeiros é um sinal claro de que os ativos estão sem referencial. Há uma espiral de descontrole. Quando se olha para o horizonte, não se vê nada, apenas um mar de incertezas que pode levar o Brasil a registrar uma década perdida, como nos anos de 1980 e de 1990. Os especialistas dão como certo dois anos de recessão. Será a primeira vez, desde o biênio 1930 e 1931, que isso acontecerá.
Os investidores já não acreditam mais nem mesmo no único porto de racionalidade que ainda resta no governo, a equipe econômica, cada vez mais dividida e em guerra declarada por poder. A sensação entre os formadores de preços é a de que a administração Dilma perdeu os instrumentos de gestão da política econômica. Qualquer decisão que for tomada agora será vista como um sinal de que os fundamentos pioraram geral.
A perda de credibilidade do Brasil é tão forte, que os papéis que medem o nível de risco do país, os Credit Default Swaps (CDS), seguros contra calotes, dispararam. Atingiram 330 pontos, nível só superado pelos títulos da Grécia e da Venezuela, países vistos como párias pelo mercado.
12 de agosto de 2015

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