O senador italiano Carlo Giovanardi, integrante da Comissão de Justiça do Senado do país europeu e do bloco partidário de centro-direita do Parlamento, disse que vai pedir a revogação da extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. O senador alega que as prisões brasileiras não têm condições adequadas e Pizzolato lhe disse que “prefere morrer a descontar a pena por anos em uma penitenciária do Brasil”.
Giovanardi, que esteve com Pizzolato na prisão de Sant’Anna di Modena, no norte da Itália, onde o ex-diretor do BB está detido desde fevereiro, disse que pedirá ao Ministério da Justiça local que reveja a decisão de mandar o detento de volta para o Brasil ainda este mês. Em nota publicada em sua página na internet, logo após o encontro com Pizzolato, o senador italiano destacou ainda que, na Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde o brasileiro deve cumprir a sentença, foram registrados, em 2013, “dois suicídios, 14 homicídios, 30 mortes, 147 feridos e 109 lesões”.
Pizzolato, que tem dupla cidadania (brasileira e italiana), foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, estelionato e lavagem de dinheiro no processo do mensalão, mas fugiu para a Itália em 2013. No ano passado, foi preso pela Interpol portando documentos falsos do seu irmão, Celso Pizzolato, morto em 1978.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não causa surpresa esta afirmação de Pizzolato. A frase, aliás, nem é dele. O verdadeiro autor é o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que afirmou preferir morrer do que ser preso no Brasil. Se a autoridade máxima judicial brasileira faz uma declaração desse teor, é claro que um criminoso como Pizzolato iria se aproveitar dela. A única dúvida é saber se Cardoso fez esta afirmação propositalmente para ser usada por Pizzolato. (C.N.)
06 de maio de 2015
Alessandra Mello
Correio Braziliense
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