Filhodaputa Tem Coração? O Mal Bloqueia as Veias Abertas da América Latrina
27 de março de 2015
selva brasilis
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Então, retorno a minha interrogação inicial: é possível compaixão por quem desprezou uma nação inteira pela ambição desmesurada? É possível compaixão por quem perdeu qualquer sombra de escrúpulos e saqueou o dinheiro público, para locupletar-se de prazeres mundanos?
Sim... Talvez seja possível a compaixão, pelos que compreendem a breve e efêmera passagem do homem pela terra, e sabe que não adianta acumular riquezas pela simples razão de que não poderá levá-las a lugar algum. Toda a ambição se esfarela diante da vida que se estende por dois pontos: antes o desconhecido e depois o desconhecido...
A vida é apenas uma travessia entre infinitos. A miserável vida de políticos fraudadores do bem público, da "res publica", por si apenas já é digna de compaixão, pois alimenta-se do medo permanente do futuro, do que possa acontecer ante a descoberta do roubo.
E aí sobram exemplos da destruição do orgulho, da vaidade, da ambição de tantos políticos, de tantos ditadores que tropeçaram ao longo do caminho da improbidade, da falta de caráter, da indignidade de suas vidas, dos retratos que sobram para a posteridade.
A compaixão não é apenas um ato da vida cristã, mas também representa a sensibilidade humana dos que percebem a fragilidade, a fraqueza, a debilidade da vida. Apenas um fio entre eternidades...
A saciedade da fortuna despreza os pequenos prazeres que a vida nos dá de graça. A riqueza satura os sentidos, nos transforma em caçadores de estranhos resíduos dos nossos instintos, que ainda sobrevivem sob a nossa delicada capa de cultura, de civilização
A compreensão de que a vida nos é dada para a realização de alguns misteriosos desígnios, nos força a compaixão por todos os seres vivos, da nossa espécie ou não.
Compaixão, o mais digno dos sentimentos.
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