É uma falácia procurar relacionar o escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras a uma pretensa reforma que estatize de vez as finanças das eleições
É do jogo político aproveitar oportunidades para a defesa de propostas programáticas, embora, nessas circunstâncias, costumem ocorrer exageros. Nas jornadas das manifestações de meados do ano passado, o governo, entrincheirado em Brasília, procurou sair daquela situação com algumas propostas de “pactos”, entre eles o da reforma política.
A fração hegemônica no partido tentou emplacar, por meio do Planalto, o projeto golpista da “Constituinte exclusiva”, derivado da cepa bolivariana chavista que contamina parte da América Latina.
Alertado por juristas, políticos da própria base e até ministros do Supremo sobre a ilegalidade da ideia — convoca-se Constituinte apenas em rupturas institucionais —, o governo recuou. Mas o golpe se mantém no programa do PT. E a presidente Dilma reciclou o “pacto” para um “plebiscito” sobre essa reforma. Algo de difícil execução, mas a ver.
O crescimento da história de corrupção na Petrobras patrocinada pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso em Curitiba, e cujos primeiros depoimentos num acordo de delação premiada identificam políticos do PMDB, PT e PP como beneficiários de dinheiro desviado da estatal, começou a ser manipulado por petistas, como as manifestações do ano passado. Mais um exagero.
A esperteza, agora, é usar mais este saque a uma estatal, como tudo leva a crer, para financiar os subterrâneas da política— o anterior ocorreu no Banco do Brasil, no mensalão —, com o objetivo de justificar o afastamento das empresas do financiamento de campanha, e criticar o sistema eleitoral. É o que fez, rápido no gatilho, o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, liderança do PT próxima ao ex-presidente Lula.
O afastamento das pessoas jurídicas do caixa um da política está decidido por maioria de votos em julgamento no Supremo. Falta apenas um último voto, para ser declarado o veredicto.
Petistas, diante de mais esse escândalo, de contornos semelhantes ao mensalão e talvez maior que este, tentam afastar do partido a radioatividade do caso, jogando a culpa no “sistema eleitoral” e em corruptores privados. A tática é conhecida.
Procura-se reforçar a campanha pelo financiamento público integral da política, antessala da pretendida conversão do regime eleitoral para o voto em lista fechada, em que o poder do eleitor é cassado e transferido para caciques dos partidos. Aqueles que montarão as listas. O verdadeiro objetivo desta reforma está escondido atrás do biombo do “fortalecimento dos partidos”.
Ora, a tecnologia de lavagem de dinheiro usada no esquema do ex-diretor Paulo Roberto e de Alberto Youssef, doleiro do esquema, comprova que a decisão do STF e a estatização total das finanças eleitorais apenas incentivarão empresas de volta ao caixa dois da política. Do qual, nem todos os financiadores pessoas jurídicas se afastaram.
É uma falácia procurar relacionar este novo mensalão a uma pretensa reforma política.
É do jogo político aproveitar oportunidades para a defesa de propostas programáticas, embora, nessas circunstâncias, costumem ocorrer exageros. Nas jornadas das manifestações de meados do ano passado, o governo, entrincheirado em Brasília, procurou sair daquela situação com algumas propostas de “pactos”, entre eles o da reforma política.
A fração hegemônica no partido tentou emplacar, por meio do Planalto, o projeto golpista da “Constituinte exclusiva”, derivado da cepa bolivariana chavista que contamina parte da América Latina.
Alertado por juristas, políticos da própria base e até ministros do Supremo sobre a ilegalidade da ideia — convoca-se Constituinte apenas em rupturas institucionais —, o governo recuou. Mas o golpe se mantém no programa do PT. E a presidente Dilma reciclou o “pacto” para um “plebiscito” sobre essa reforma. Algo de difícil execução, mas a ver.
O crescimento da história de corrupção na Petrobras patrocinada pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso em Curitiba, e cujos primeiros depoimentos num acordo de delação premiada identificam políticos do PMDB, PT e PP como beneficiários de dinheiro desviado da estatal, começou a ser manipulado por petistas, como as manifestações do ano passado. Mais um exagero.
A esperteza, agora, é usar mais este saque a uma estatal, como tudo leva a crer, para financiar os subterrâneas da política— o anterior ocorreu no Banco do Brasil, no mensalão —, com o objetivo de justificar o afastamento das empresas do financiamento de campanha, e criticar o sistema eleitoral. É o que fez, rápido no gatilho, o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, liderança do PT próxima ao ex-presidente Lula.
O afastamento das pessoas jurídicas do caixa um da política está decidido por maioria de votos em julgamento no Supremo. Falta apenas um último voto, para ser declarado o veredicto.
Petistas, diante de mais esse escândalo, de contornos semelhantes ao mensalão e talvez maior que este, tentam afastar do partido a radioatividade do caso, jogando a culpa no “sistema eleitoral” e em corruptores privados. A tática é conhecida.
Procura-se reforçar a campanha pelo financiamento público integral da política, antessala da pretendida conversão do regime eleitoral para o voto em lista fechada, em que o poder do eleitor é cassado e transferido para caciques dos partidos. Aqueles que montarão as listas. O verdadeiro objetivo desta reforma está escondido atrás do biombo do “fortalecimento dos partidos”.
Ora, a tecnologia de lavagem de dinheiro usada no esquema do ex-diretor Paulo Roberto e de Alberto Youssef, doleiro do esquema, comprova que a decisão do STF e a estatização total das finanças eleitorais apenas incentivarão empresas de volta ao caixa dois da política. Do qual, nem todos os financiadores pessoas jurídicas se afastaram.
É uma falácia procurar relacionar este novo mensalão a uma pretensa reforma política.
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