"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

NA LINHA DO GATO POR LEBRE, OU BOCA FALA C. PAGA


 OS VELHACOS do brasil maravilha E A VERDADEIRA HERANÇA MALDITA 2015 PARA O BRASIL REAL
 

Quem vencer a eleição presidencial no fim do ano terá de pensar, com urgência, em como carregar a desastrosa herança econômica deixada pelo atual governo. Se for reeleita, a presidente Dilma Rousseff precisará mudar muito mais do que prometeu no discurso de lançamento de sua candidatura.

 A parte mais visível da herança está indicada nas projeções de inflação alta, crescimento baixo e contas externas ainda em mau estado formuladas por economistas de uma centena de instituições financeiras e consultorias. Essas projeções são coletadas emanalmente pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus.

Na pesquisa divulgada ontem, a inflação estimada para 2014 continuou em 6,46%, muito perto do limite de tolerância, 6,50%, mas o número previsto para o próximo ano subiu ligeiramente, de 6,08% para 6,10%. 

A variação pode parecer pequena, mas está longe de ser insignificante. 
Na mesma sondagem, a alta projetada para os preços administrados chegou a 7%. Na semana anterior, a taxa estimada era 6,85%. Quatro semanas antes, 6,50%.
A mensagem contida nesses números parece muito clara.
 Economistas do mercado continuam prevendo um forte ajuste, em 2015, dos preços e tarifas contidos politicamente. Esse grupo inclui preços de combustíveis e tarifas de energia elétrica e de transporte público.
 

Parte desses valores tem sido corrigida neste ano, mas em proporção insuficiente para eliminar o atraso.
 
Com a correção, a defasagem poderá até desaparecer. 
Dificilmente serão compensadas, no entanto, as perdas acumuladas pelas empresas prestadoras de serviços e pela Petrobrás, vítima habitual do controle político dos preços de combustíveis.

O primeiro ano de um mandato - novo ou renovado - é em geral o mais propício, politicamente, para medidas duras na área econômica. 
Mas o governo terá de ser muito mais severo e ambicioso do que tem sido há muito anos. Se quiser, de fato, conduzir a inflação à meta, 4,5%, terá de cuidar mais seriamente das contas públicas, cortar a gastança e ser muito mais seletivo na concessão de benefícios fiscais.

Os incentivos concedidos a partir da crise de 2008 foram inúteis para estimular o crescimento geral ou perderam eficácia muito rapidamente. As contas nacionais deixam pouca ou nenhuma dúvida quanto a isso. Não há, portanto, como defender tecnicamente a manutenção dessa estratégia.

O governo deveria saber disso, mas prorrogou na semana passada parte dos incentivos. Reafirmou, assim, a disposição de continuar trabalhando com remendos tributários, em vez de batalhar por uma efetiva reforma do sistema. Para mudar de rumo, as autoridades terão de mostrar coragem, afastar-se do populismo e exibir imaginação e competência.

Quanto mais séria a política fiscal, menos o BC precisará elevar os juros para conter os preços. De todo modo, uma política monetária menos sujeita a interferências da cúpula governamental poderá ser mais eficaz. Quanto maior a credibilidade do BC, maior tende a ser o efeito de suas ações. Isso tem sido comprovado pela experiência internacional.

As projeções do mercado indicam, também, uma piora das expectativas de crescimento. O quadro geral inclui, além da inflação elevada neste e no próximo ano, estimativas menores de expansão econômica. Em uma semana a previsão para 2014 caiu de 1,24% para 1,16%. Para 2015, a redução foi de 1,73% para 1,60%, mesmo sem a expectativa de ações muito mais duras contra a inflação.

Para a produção industrial neste ano, a mudança foi de um crescimento de 0,51%, abaixo de medíocre, para uma contração de 0,14%. Para 2015, a expansão prevista aumentou de 2,25% para 2,30%, um número ainda muito ruim e explicável, pelo menos em parte, pela base de comparação muito baixa.

O quadro se completa com um desempenho fraco no comércio exterior, com superávits previstos de US$ 2 bilhões neste ano e US$ 10 bilhões no próximo.
 São resultados muito baixos para as necessidades do País, por causa do déficit estrutural em serviços e rendas.
 


A herança para 2015
O Estado de São Paulo
25 de junho de 2014

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