Ao assumir o comando do país, em 2011, a presidente Dilma Rousseff se transformou na gerentona do Brasil. Logo, aquela imagem de mulher forte, que viria a fazer boas mudanças, ganhou forma. Dilma seria a responsável por limpar o governo. E o fez. Em dois anos e quatro meses, bateu recorde trocando 21 ministros: oito no primeiro ano, oito, no segundo e cinco, nos primeiros meses do terceiro ano. Um terço dos integrantes do primeiro escalão da Esplanada caiu após denúncias de envolvimento em corrupção. Porém, algo mudou. Apesar das últimas denúncias envolvendo esses auxiliares, Dilma os mantém próximos e com cargos importantes no Executivo.
Diferentemente daquela mulher intolerante com ações duvidosas, a presidente passou a aceitar e a contar com o apoio próximo de aliados hoje sob suspeitas de terem praticado irregularidades.
Nas últimas semanas, dois dos três ministros mais próximos da presidente no Palácio do Planalto viraram alvos de denúncias: o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e o ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, que foi coordenador financeiro da campanha de reeleição da presidente.
WAGNER E EDINHO
Braço direito de Dilma, Jaques Wagner é acusado de negociar apoio financeiro com o ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro — condenado no esquema de corrupção da Petrobras— quando era governador da Bahia, para garantir recursos para a campanha do PT à prefeitura de Salvador.
Noutra frente, apareceram denúncias de que Edinho Silva também mantinha relação política íntima com Pinheiro. Eles teriam trocado mensagens entre 2012 e 2014 para combinar doações para a campanha da presidente à reeleição.
Em defesa, Edinho repete que as relações com empreiteiros se deram “de forma transparente e dentro da legalidade” e ainda que foram “doações legais”.
Jaques também rebate alegando ter “absoluta serenidade quanto às ações” e diz que permanece à inteira disposição do MPF (Ministério Público Federal) e da Justiça para quaisquer esclarecimentos, segundo sua defesa nas redes sociais.
19 de janeiro de 2016
Naira Trindade
Correio Braziliense
Correio Braziliense
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