"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

GOVERNOS DESTRUIDORES DA INICIATIVA PRIVADA

A iniciativa privada no Brasil tem sido tratada como algo secundário, sem valor, verdade que se torna mais evidente na Amazônia com destaque no Pará, o Estado que prima por afastar do processo de desenvolvimento o motor gerador da economia, substituído por agentes da preservação ambiental criados pelo governo, células políticas mercantilistas ambientalistas, que impedem o Estado de sair da estagnação econômica para possibilitar o enriquecimento de poucos. 
Para o governo iniciativa privada significa poluição ambiental, o que nos leva a admitir que a grande trava para o desenvolvimento é o Estado que trocou o econômico pelo ambiental e perdeu o rumo como ente coadjuvante do processo de desenvolvimento. 
 




Poucas pessoas, a não ser as diretamente envolvidas em criar seu próprio negócio, sabem do significado de iniciativa privada. Carlos Bernardo González Pecotche com muita propriedade presta um grande serviço ao país e muito especialmente ao Pará esclarecendo a importância da iniciativa privada. 
No curso dos tempos e à medida que a humanidade foi cobrindo suas etapas históricas de idade em idade, uma verdade permaneceu intacta, pode-se assim dizer, apesar do empenho de muitos em desconhecê-la e mesmo destruí-la. 
Essa verdade, que tantas vezes, em diferentes pontos do mundo, se pretendeu negar, sobreviveu sempre, em todos os tempos, desde que o homem existe; ainda mais: sobrepôs-se a todas as emergências nas quais perigou sua existência visível no seio da sociedade humana. 
Referimo-nos à iniciativa privada, que é, inegavelmente, um patrimônio tão sagrado como a própria vida. 
Ela é o princípio de onde a mão do homem tira tudo quanto realizou desde seus primeiros dias, nos alvores do mundo. Pensamentos, ideias, grandes concepções da mente humana surgiram de cada ser, individualmente, jamais por germinação coletiva, sendo precisamente da iniciativa privada que nasce o pensamento que forja e constrói as bases da sociedade. 
É pela própria iniciativa, e não por imposição alheia, que o homem constitui seu lar, trabalha e se esforça por oferecer aos seus o maior bem-estar, e é também pela própria iniciativa que depois procura estender esse bem-estar a todos que, graças à ampliação de suas atividades, se podem beneficiar, cumprindo-se assim uma magnífica função social. 
A iniciativa privada constitui um dos mais inapreciáveis valores que possam existir como meio de progresso e de grandeza para os povos, pois dessa particular iniciativa é que surgem as criações mais estupendas, os descobrimentos mais maravilhosos e as técnicas mais surpreendentes, que em conjunto servem de base para os grandes avanços que a humanidade realiza em todas as ordens do progresso. Restringir ou anular a iniciativa privada não seria outra coisa que truncar toda manifestação do esforço individual. Seria privar o homem de seus melhores estímulos e obrigá-lo a enclausurar-se a si mesmo, numa espécie de abandono búdico. 
A iniciativa privada, compreendendo com isso, para maior clareza de expressão, tudo quanto surge da inteligência individual, cria no homem uma noção mais exata de sua responsabilidade. Mercê de sua própria iniciativa, sabe que é o sustentáculo de sua família e trata, pelo esforço e seguindo sempre suas íntimas diretrizes, de mantê-la em níveis sociais cada vez mais elevados, segundo sejam as exigências que essa mesma iniciativa haja criado no seio de suas relações e na marcha de suas atividades. 
De modo que sua responsabilidade e o cuidado de seus interesses o levam a esforços sempre maiores, os quais, transcendendo o círculo familiar, chegam a estender-se ao terreno dos negócios e de toda outra atividade que dependa de suas diretrizes. 
A grandeza de um povo se lavra unicamente com o concurso de todas as forças individuais, asseguradas pelo livre império da própria iniciativa, ao convergir, pelo influxo próprio de um patriotismo viril, para altas finalidades que hão de culminar em épocas de esplendor e de progresso.




Apesar da importância da iniciativa privada provada no tempo e tendo como maior exemplo a construção dos Estados Unidos da América, a mentalidade tacanha de governos e dirigentes de agências de desenvolvimento paraense e federal têm sido os maiores obstáculos para que a iniciativa privada exerça a sua principal função, o de promover o desenvolvimento econômico. Destacaria três momentos onde a presença do governo inibiu a ação da iniciativa privada para desenvolver o Pará e a Amazônia. 
A transferência da seringueira para o sudeste asiático que impossibilitou o desenvolvimento econômico amazônico, endocolonialismo que promoveu a troca da borracha pelo café; a destruição de indústrias nascentes paraenses com a Operação Amazônia, destruição promovida pelos agentes de desenvolvimento federais administrados por pessoas inconsequentes e mal intencionadas, o que privou Belém de ser transformada numa metrópole rica e desenvolvida; e, por último, o atual momento caracterizado por imposição de uma política ambiental adversária do desenvolvimento e de qualquer tentativa de industrializar Belém, capaz de tirá-la da estagnação, postura que desarticula e compromete o desenvolvimento dos municípios paraenses atuais produtores de alimentos e matérias-primas. 
A troca de uma política de desenvolvimento por uma política ambiental acelera a morte da grande da quase totalidade dos municípios paraenses estagnados e em estágio de pré-falência. Enquanto a iniciativa privada for contida por governos néscios o Pará nunca será desenvolvido.




Diante desse impasse ao desenvolvimento promovido por governos inconsequentes leiamos o que escreve Ayn Rand um dos grandes porta-vozes do individualismo. Opositora ferrenha do socialismo e de outras formas de coletivismo, sempre defendeu o indivíduo contra o Estado e qualquer tipo de divindade ou religião que o obrigue a abrir mão de seus direitos em favor do bem público, e adverte: “... Quando há comércio não por consentimento, mas por compulsão, quando para produzir é necessário pedir permissão a homens que nada produzem – quando o dinheiro flui para aqueles que não vendem produtos, mas têm influência –, quando os homens enriquecem mais pelo suborno e pelos favores do que pelo trabalho, e as leis não protegem quem produz de quem rouba, mas quem rouba de quem produz – quando a corrupção é recompensada e a honestidade vira um sacrifício –, pode ter certeza de que a sociedade está condenada. O dinheiro é um meio de troca tão nobre que não entra em competição com as armas e não faz concessões à brutalidade. Ele não permite que um país sobreviva se metade é propriedade, metade é produto de saques...”.




Sobre a questão ambiental que vem tomando conta de todos os assuntos no mundo como se a vida na Terra acabasse a qualquer momento, respondam estas perguntas se puderem os cínicos e mentirosos ambientalistas: Quem é responsável pelo aquecimento dos oceanos? Quem é o responsável pelos terremotos? Quem é o responsável pelos vulcões? Quem é o responsável pelos ventos solares? Há verdadeiramente aquecimento global, caso verdade, quem são os responsáveis? Os países industrializados, ricos ou os países pobres? 
Se existe poluição ambiental, ela está localizada nos Estados Unidos, na Europa, na Austrália, no Japão, na China, no Sudeste Asiático. Portanto, a contribuição para o aquecimento global, caso ele exista, não envolve a Amazônia subdesenvolvida, região coberta por uma floresta praticamente intacta. 
 poluição ambiental brasileira está localizada em São Paulo, no sul e sudeste brasileiro, não na Amazônia e no Nordeste, e é um problema local, que ocorre nas cidades industrializadas. Portanto, são poluições localizadas e podem ser resolvidas no médio e longo prazo através de boas políticas públicas, políticas sensatas e não políticas policialescas. 
Transferir para a Amazônia e mesmo para o Brasil uma responsabilidade que é dos países ricos é um ato imundo, covarde e tirânico, e fruto da lógica cretina do tipo “eu poluo e não permito que você polua”. 
A aceitação dessa covardia por parte do governo brasileiro é mais uma demonstração de total incompetência e irresponsabilidade, fruto de uma mistura sórdida de comunismo, oportunismo, e mercantilismo ambiental.


10 de dezembro de 2015
Armando Soares – economista

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