"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O PROBLEMA DO PEZÃO É A MÃO GRANDE E A GOELA ENORME


Há algo cheirando muito mal no relacionamento de Cabral e Pezão, podem crer

Foi impressionante o desempenho do candidato Luiz Fernando Pezão (PMDB) na disputa do primeiro turno da eleição par governador do Rio de Janeiro. Chegou em primeiro, com 41% dos votos uteis, o que significou mais do dobro do total alcançado pelo segundo lugar, o senador Marcelo Crivella (PRB), com apenas 20,3%.

Agora tudo indica que Pezão será o novo governador do Rio, embora não mereça, porque está envolvido em grande número de irregularidades. Ele jamais foi um vice-governador omisso durante as duas gestões de Sérgio Cabral. Pelo contrário, sempre teve participação direta nos principais atos administrativos.

No primeiro mandato, Pezão simplesmente acumulou a vice-governadoria com a estratégica Secretaria Estadual de Obras, considerada a mais importante e cobiçada, por ter o maior orçamento e lidar diretamente com as empreiteiras. Traduzindo: foi Pezão quem assinou os contratos superfaturados com as principais construtoras do esquema da corrupção, principalmente a Delta de Fernando Cavendish, que ficou tão próximo do governador Sérgio Cabral  que chegaram ate a se tornar concunhados.

Quando houve o acidente do helicóptero de Cavendish próximo a Salvador, uma das vítimas foi a bela Fernanda Kfouri, cunhada do empreiteiro e então mulher de Sérgio Cabral, que estava separado de Adriana Ancelmo. Com o escândalo a estourar, Cabral se afastou de Cavendish, fingiu que nada tinha a ver com Fernanda Kfouri e voltou a viver com Adriana.

Pezão estava no meio desse rolo todo. No primeiro mandato, não somente assinava os contratos com as empreiteiras como depois concedia os chamados aditivos. Só não esteve em Paris com a turma do guardanapo na cabeça, porque precisou ficar no Rio de Janeiro para substituir Cabral, caso contrário o presidente da Assembléia assumiria o governo.

No segundo mandato, largou a Secretaria de Obras para assumir informalmente o governo, porque Cabral abandonou mesmo o cargo e não queria mais saber da rotina dos atos administrativos. Era Pezão quem cuidada de tudo. Ou seja, se o governo teve péssimo desempenho, a culpa é diretamente dele.

O povo do Estado do Rio, é claro, não tem conhecimento dessas características do candidato do PMDB, que além de ter pezão, possui também mão grande e está sempre com a goela aberta. Estranhamente, nenhum candidato explorou essas qualidades de Pezão na campanha do primeiro turno e ele pôde se passar por um caipira boa praça, trabalhador e dedicado ao povo. Mas na verdade não passa de mais uma raposa querendo tomar conta do galinheiro. Ah, Brasil!

14 de outubro de 2014
Carlos Newton

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