"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

VOLTA LULA! RSRSRS...


 
VOLTA LULA! e traga de volta as DUAS REFINARIAS que VOCÊ DOOU para a BOLIVIA!

VOLTA LULA! e traga de volta os 1,2 BILHÕES DE DÓLARES que VOCÊ “EMPRESTOU” para HUGO CHAVEZ!

VOLTA LULA! e traga de volta os BILHÕES DE DÓLARES que VOCÊ MANDOU para CUBA,HAITI E OUTROS, PORQUE AQUI TAMBÉM TEM CRIANÇAS MORRENDO DE ANEMIA!

VOLTA LULA! e traga de volta os 10,6 BILHÕES DE REAIS que VOCÊ EMPRESTOU para o EIKE BATISTA (SEU TESTA DE FERRO) E QUE AGORA ESTÁ EM SITUAÇÃO PRÉ-FALIMENTAR!

VOLTA LULA! e traga de volta os 25 MILHÕES DE EUROS que VOCÊ LEVOU com a ROSE para PORTUGAL!

VOLTA LULA! e explica o MENSALÃO;

VOLTA LULA! e explica o fenômeno “ROSE”;

VOLTA LULA! e explica os 6.000 médicos cubanos;

VOLTA LULA! e explica a falência do SUS;

VOLTA LULA! e explica onde foi parar a reabilitação da indústria naval brasileira!

VOLTA LULA! e explica os 4,8 bilhões gastos na transposição do Rio São Francisco!

VOLTA LULA! e explica os 0,20 centavos mais caros do planeta;

VOLTA LULA! e explica os 39 ministérios;

VOLTA LULA! e explica a falência daPetrobras.

VOLTA LULA! e explica os 20% de inadimplência do programa eleitoral "minha casa minha vida"que os brasileiros que trabalham terão que pagar. Observe também que a taxa de inadimplência de 16% gerou a crise imobiliária de 2007 dos Estados Unidos!

VOLTA LULA! e explica o que aconteceu com o óleo de mamona que ia ser a independência energética do Brasil!

VOLTA LULA! e explica, o PRÉ-SAL;

VOLTA LULA! e explica essa sua criação, o poste “DILMA” que você plantou em Brasília...

VOLTA LULA! e explica como fez para nomear oito Ministros do Supremo, coisa que nem presidente militar conseguiu!

VOLTA LULA! e explica por que o Ministro do Supremo,Roberto Barroso, passou a semana passada (16 a 21/9/013) tentando explicar o contrato milionário que o governo, por meio da ELETRONORTE, recentemente concedeu, sem licitação, a seu escritório de advocacia do Rio de Janeiro.

Milhões de Brasileiros estão decepcionados!
LULA ESTÁ MUDO!Todos sabem que, se LULA se explicar, O PT E SEUS ALIADOS SERÃO TRANCAFIADOS!
 
03 de dezembro de 2013
in graça no país das maravilhas

VALE A PENA ASSISTIR!

                       ASSISTAM E COMPARTILHEM..EXCELENTE!
 

http://www.youtube.com/watch?v=n4UK7eXNbQk#t=24
03 de dezembro de 2013

A CARA DO PT COM O PASSAR DO TEMPO...

Com o passar do tempo aguçou-se a percepção de que o PT adquiriu as seguintes características:
 
 

1) Propensão ao hegemonismo - ou seja, controle total sobre a máquina de governo, instituições, etc. Armaram uma teia de poder difícil de ser rompida.

2) Quando no poder, o objetivo do PT é continuar governando. Apenas isso, pois o poder é a meta maior...não o governo em si .

3) Reforço exacerbado do patrimonialismo, organização política em que as relações subordinativas são determinadas por dependência econômica. Daí o inchaço do sindicalismo, a obesidade dos fundos de pensão, a superlotação na máquina do governo onde todo petista e/ou aliado quer ter sua boquinha...A troca de favores e a vassalagem é o que mantém este esquema: vide que até os reitores das universidades federais fizeram campanha para Dilma Rousseff quando ela se candidatou a primeira vez..

4) A inépcia do PT é proverbial. Os petistas aprendem a administrar...administrando. Vão aprendendo durante a permanência no cargo, e por isso os resultados: o Brasil virou um cemitério de esqueletos de obras abandonadas: estradas, represas, a transposição do Rio São Francisco...tudo a atestar que a marca da gestão petista é a incapacidade profissional daqueles que compõem seus quadros . A marca maior do PT é a visão da destruição que se espalha hoje pelo país.

5) A posse do poder a qualquer preço. Para isso vale tudo: desde dossiês de aloprados a traduções falsas de documentos , mas principalmente, os petistas garantem o poder através das tropas de assalto que dominam a internet e a mídia em geral e até instituições...
 
De posse desta máquina de informação eles conseguem destruir reputações, chantageiam pessoas , intimidam.
 
Vide o Cade, cujo presidente Vinicius Carvalho é sobrinho do ministro Gilberto Carvalho e ex-assessor do deputado Pedro Simão, o maior acusador do PSDB no caso Siemens. Mas conseguem também salvar a reputação de aliados: vide a censura ao Estadão no caso da Operação Boi Barrica que envolve o filho de José Sarney...
 
 
CONCLUSÃO: No meu entender, o que sustenta todo o "fenômeno PT" é o mito Lula. Ele é o alicerce e ao mesmo tempo a estrutura deste partido.
Lula , sabe-se bem, é um ídolo com pés de barro, e muito barro. Para vencer o PT, há que se desmontar o mito. Resta saber se a oposição, que nada mais tem a perder, consegue descalçar as luvas de pelica e atacar o adversário de frente e com soco inglês.
03 de dezembro de 2013
Mara Montezuma Assaf

SOBRE LULA




Das origens nas lutas sociais aos governos antinacionais e antipopulares até a associação com narcocriminosos e ditadores, o enriquecimento ilícito e a ascenção à chefia do poder estatal, tudo o que o tornou "a elite" que dizia combater DEVE SER INVESTIGADO.
 
03 de dezembro de 2013
graça no país das maravilhas

HERODES, ESSE INCOMPREENDIDO

Para uma criança em sofrimento, apresentar-lhe a morte como alternativa é um gesto de obscenidade

O jornalista Paulo Francis, que adorava crianças malcomportadas, costumava dizer que Herodes tinha sido um incompreendido. Pena que Francis não esteja entre nós para contemplar o que se passa na Bélgica. O espírito de Herodes está vivo por aquelas bandas e o país está a um passo de legalizar a eutanásia para crianças.

Verdade que a Bélgica sempre foi bastante "liberal" (peço desculpa pelo uso abusivo do termo) nessas matérias. Segundo os manuais da especialidade, a eutanásia (ativa ou passiva) existe para terminar com o sofrimento intolerável (e incurável) de um doente.

O médico pode matar o paciente (eutanásia ativa), ou, em alternativa, pode suspender certos tratamentos que terão o mesmo fim (eutanásia passiva).

Seja como for, havia pelo menos um entendimento mínimo de que a eutanásia era um expediente extremo, só aplicável a situações extremas.


Acontece que a Bélgica foi alargando os casos de "situações extremas". Sim, um doente terminal com câncer cumpre os requisitos para uma injeção letal. Mas o que dizer de uma pessoa em profundo sofrimento psicológico ou acometida por uma deficiência irreversível como a cegueira?

Se o argumento da autonomia é o mais importante nas questões de vida ou morte, não devemos respeitar também a autonomia de alguém que não deseja mais viver porque habitar as trevas --psicológicas, sensoriais-- não é destino que se deseje para ninguém?

Foi assim que a Bélgica começou a praticar estas formas de eutanásia "à la carte" muito para além dos casos clássicos de sofrimento irreversível. O passo seguinte --eutanásia para crianças-- era apenas uma questão de tempo.


Posição pessoal: sou favorável a que os médicos façam tudo para minorar a dor (mesmo que esses cuidados paliativos tenham como "duplo efeito" a morte a prazo do paciente --por exemplo, com injeções crescentes de morfina).

E, além disso, admito situações de eutanásia passiva em que se retiram meios artificiais que apenas adiam artificialmente o fim de qualquer existência. Entre esses meios artificiais não estão, logicamente, o oxigênio, a água e a alimentação. Matar um ser humano por asfixia, sede ou fome não faz parte da minha cartilha.

Mas também não faz parte da minha cartilha os argumentos autônomos e utilitaristas que normalmente são avançados para defender a eutanásia ativa.

Sobre os argumentos utilitaristas --há certos meios (matar o paciente) que são legítimos para se atingir certos fins (evitar o sofrimento do paciente)--, convém não levarmos demasiado longe esse raciocínio de "meios e fins". Caso contrário, também podemos defender, sem nenhuma contradição, que existem certos meios (matar quem defende matar pacientes) para se atingirem certos fins (salvar a vida dos pacientes).

Sobre os argumentos de autonomia individual, a questão não está em saber se a autonomia é um valor fundamental. Claro que é. A questão está antes em saber até que ponto alguém em sofrimento considerável continua a ser o melhor juiz em causa própria. Sobretudo quando existem alternativas terapêuticas para diminuir esse sofrimento.

E, claro, a questão agrava-se quando falamos de crianças. Na lei belga que o Parlamento se prepara para aprovar, a eutanásia poderá ser ministrada a crianças gravemente doentes desde que elas o desejem; desde que os pais o permitam; e desde que um especialista sancione essa escolha.


Cada uma dessas premissas já é um problema por si só. Não vou discutir o que significa para uma civilização alegadamente avançada conceder aos pais (e aos médicos) o direito de matar os filhos. O cenário comenta-se a si próprio.

Fico-me pelos filhos: respeitar a vontade de uma criança que deseja morrer não é apenas um problema legal, que lida com o fato de ela não ter atingido ainda a maioridade. É sobretudo uma forma de desistência moral: para uma criança em sofrimento, apresentar-lhe a morte como alternativa é um gesto de obscenidade que deveria envergonhar uma sociedade de adultos.

"Herodes, esse incompreendido", dizia Paulo Francis, com perversa ironia. Mal ele imaginava que, na segunda década do século 21, Herodes deixaria de ser uma ironia.

QUEM VÊ TANTA IMAGEM?

A oferta excessiva de fotografias, milhares de cliques por mês, pode ter levado a uma perda de valor.

RIO - Há uma cena memorável num dos últimos episódios da primeira temporada de “Mad Men”. Don Draper, o gênio da publicidade ainda em plenos anos 1950, explica para dois executivos da Kodak o valor do carrossel de slides. “Nostalgia, em grego, quer dizer a dor de uma antiga ferida”, ele diz, sua voz suave. A sala, escura, é iluminada apenas pelo projetor. Na parede, fotos de família giram. “É uma fisgada no coração, tem muito mais poder do que apenas memória.” A tecnologia digital vem mudando nosso cotidiano de tantas maneiras distintas, e vivendo um dia após o outro frequentemente não nos damos conta. Fotografias, por exemplo, mudaram de significado.

Por que fotografamos? Não a foto profissional, o registro jornalístico ou artístico. Fotos de família servem para quê? A resposta imediata que surge é: para lembrar. Abra um álbum de fotos com mais de vinte anos. Ninguém passa rápido pelas imagens. Cada uma desperta uma emoção. Como sugere Don, é mais que memória. Por alguns segundos somos preenchidos pelas emoções daquele momento. Revivemos um pouco.

As fotos dos anos 60 são, quase sempre, em preto e branco. O corte quadrado não era raro. Nítidas. Na década seguinte, perdem essa nitidez mas ganham cor. É, graças à tecnologia de fixador do tempo, uma cor que amarelou, ressaltou o vermelho, perdeu o azul. Conforme avançam os 80 e os 90, as cores se estabilizam e a nitidez volta. O fluxo, aí, se interrompe. Tínhamos, talvez, umas cem fotos de toda a infância. Quem sabe, 300. Como era caro fotografar. É o que tiramos por mês. Ou por semana.

Fotografias significavam nostalgia.


Na semana passada, o site Buzzfeed pôs no ar um divertido filmete: explicando fotografia em filme para a garotada moderna. Precisávamos pensar: um filme de 24 poses obrigava cada pessoa com a câmera na mão a se concentrar. É preciso definir que imagem, afinal, merece ser registrada. Ir à loja buscar as fotos reveladas e ampliadas era sempre uma experiência carregada.

Fotografias digitais não entraram de repente em nossas vidas. Foi um processo lento. As primeiras câmeras já estavam à venda no mercado em finais do século. Eram, porém, máquinas caras, com um ou dois megapixels, lentes ruins, baixa qualidade. Não temos registros amadores do Onze de Setembro. Nem em Nova York as câmeras digitais andavam por todos os bolsos.

A primeira década do século XXI foi dominada por câmeras fotográficas digitais que melhoraram incrivelmente de qualidade. Os chips de captação aumentaram sua capacidade, fidelidade. Ao mesmo tempo, as lentes, que fazem a real diferença, sofisticaram-se.

Se passamos a tirar mais fotos com as digitais, ainda assim elas não eram onipresentes. Já há câmeras no celular faz vários anos. Mas câmeras decentes não fazem muito tempo e elas vêm, mais ou menos, no mesmo passo que chegam os smartphones. É uma tríade radical: Câmera no celular conectado à internet. Sempre no bolso. Não há registros amadores do Onze de Setembro, o enforcamento de Saddam Hussein foi filmado com qualidade precária e divulgado vários dias depois, a prisão de Muamar Kadafi é nítida e estava online numa questão de horas.

Tiramos muito mais fotografias. Não é mais registrar a viagem de férias ou o momento exato em que o filho sopra a velinha. É o almoço. Uma careta. Bate outra para ver se fica melhor. E uma terceira. Jogamos no Facebook, no Instagram. Alguns likes e comentários depois, perdeu-se no esquecimento. Talvez para sempre. Se os princípios econômicos valem, no momento em que aumentou a oferta, a demanda arrefece. Talvez o excesso de fotografias faça com que percam seu valor.

Ou talvez não.

Na verdade, ainda é cedo para dizer. Talvez esta aqui, mesmo, seja uma coluna nostálgica. Com uma pitada de ludita. E as dezenas milhares de fotografias que tiramos anualmente ainda terão seu valor emocional. Talvez novas profissões surjam: o editor de imagens, por exemplo. Capaz de criar uma narrativa no caos. Ora, pois. Quem sabe?

UEBA! PAPUDA PADRÃO FIFA!

E sabe qual o novo apelido dos tucanos? Tucanóquio! Tucano, quando fala, o bico cresce! Rarará!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Piada Pronta: "Vencedora da Miss Transexual Latinoamérica é argentina da cidade de PIRPINTOS", rarará!

E atenção! Manifestantes petistas vão a Brasília para uma nova exigência, petistas gritam: "PAPUDA PADRÃO FIFA! Queremos Papuda Padrão Fifa!" Rarará!


E a manchete do "Piauí Herald": "Inspirado por Dirceu, Delúbio será revendedor da Avon". O Delúbio vai revender Avon na Papuda! Ops, na Barbuda! Vai vender hidratante de barba!

Já imaginou ele tocando a campainha das celas: "Tin tón! Avon chama". Rarará!

E mais: diz que o Luiz Carlos Barreto vai fazer um filme no lobby do hotel do Dirceu: "Deu a Louca na Camareira". Com Zé de Abreu, Paulo Betti e Angelina Jolie! A Angelina é mensaleira! Rarará!

E o helipóptero? O helipóptero da família do senador Zezé Perrella? Esparrella! Sabe como é o barulho do helipóptero do senador Espórrella? "Pó Pó Pó Pó!"

E diz que o MP de Minas vai processar o helipóptero por carregar meia tonelada de cocaína sozinho. Proprietários e pilotos foram enganados! É um transformer! Um fusca do Itamar que virou helipóptero, que vai virar abóbora! O helipóptero vai virar abóbora!


E a charge do Aroeira com o piloto do helipóptero falando mineirês: "Pó pousar? Pó pousar?". "Pó pousar o pó, pô!". Rarará!

E condenação mesmo é ficar solto, com um salário mínimo por mês, tomando metrô na praça da Sé às seis da tarde e, quando chega em casa, encontra a sogra de chinelo e calcanhar rachado! Isso é que é uma Papuda Padrão Fifa!

E sabe qual o novo apelido dos tucanos? Tucanóquio! Tucano, quando fala, o bico cresce! Rarará!

E a popularidade do Haddad? O Haddad foi aumentar o IPTU e a casa caiu! Rarará!

É mole? É mole, mas sobe!


O Brasil é Lúdico! Olha esse cartaz num poste aqui em São Paulo: "Evite solidão! Consertamos o seu PlayStation".

E essa placa em Pindaçu, na Bahia: "Caldo de cana! A 200 metros atrás!". Rarará. E esse restaurante em Sorocaba: "Aqui Se Come". Ué, e se fosse uma sorveteria seria: "Aqui Se Chupa?" Rarará!

Hoje, só amanhã!

Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

ENORME PRESENTE


Um amigo meu, cultíssimo, tem um filho muito "conectado" à internet. E o menino disse a ele: "Pai, você sabe tudo que já aconteceu, mas não sabe nada do que está acontecendo". O pai, como todos nós, embatucou. A mutação cultural dos últimos anos foi tão forte, a turbulência no mundo pós-industrial dissolveu tantas certezas, que caímos num vácuo de rotas.

Artistas e pensadores vivem perplexos - não sabem o que filmar, escrever, formular. Sinto em mim mesmo como é difícil criar sem esperança ou finalidade. Como era gostoso nosso modernismo, os cinemas novos, os movimentos literários, as cozinhas ideológicas. Os criadores se sentiam demiurgos falando para muitos. Sei que, neste exato momento, jovens filhos da web, os "hackers" da arte devem estar rindo de mim. Por isso, lembro a frase de Drummond: "Cansei de ser moderno, quero ser eterno". "Frase manjada", dirão meus inimigos. Tudo bem, mas sinto muita falta do tempo em que alguma "síntese", mesmo ilusória, nos era oferecida. Aí, a "contemporaneidade", esse "faz-tudo" do novo vocabulário, inventou a "utopia da distopia". Nada como uma boa distopia para saciar nossa fome de certezas. Vá a qualquer exposição de arte e veja o "conceito" ou a "narrativa" (outras palavras de mil utilidades) das obras: "O futuro vai ser uma bosta". E os artistas vibram de orgulho, radiantes como profetas do nada. A fruição poética é impedida, como se o prazer fosse uma coisa reacionária, "alienada", nos levando a ignorar o "mal do mundo". Há uma encruzilhada de linguagens, uma mutação no pensamento.


As palavras que eram nosso muro de arrimo foram esvaziadas e ficamos à deriva. Por exemplo, "futuro". Que quer dizer? Antes, era visto como um lugar a que chegaríamos. Agora, no lugar de "futuro", temos um presente incessante, sem ponto de chegada. Pela influencia do avanço tecnológico da informação e pelo mercado global, foram se afastando do grande público as criações artísticas e literárias, as ideias filosóficas, os valores. "Toda aquela dimensão espiritual chamada antigamente de cultura que, ainda que confinada nas elites, transbordava sobre o conjunto da sociedade e nela influía, dando uma razão de ser para a existência" - escreveu Vargas Llosa. Passamos a viver diante de telas - ou TV ou "games" que nos matam a fome de sentido. Surgiu uma "segunda vida" digital e audiovisual que nos afasta do antigo vazio da realidade misteriosa. Nas telas, nos games, nossa existência se explica; é só seguir as regras do jogo. Agora, na falta das "grandes narrativas" do passado, estamos a idealizar irrelevâncias, porque ali pode haver pistas para novas "verdades" a desvelar.

Nunca tivemos tantos criadores, tanta produção cultural enchendo nossos olhos e ouvidos com uma euforia medíocre, mas autêntica. A aura deslizou da obra para o próprio autor. Há uma grande vitalidade neste cafajestismo poético, enchendo a "web" de grafites delirantes. Não sei em que isso vai dar, mas o tal "futuro" chegou. Talvez este excesso de "irrelevâncias" esteja produzindo um acervo de conceitos "relevantes", ainda despercebidos. Podemos nos arriscar ao erro com mais alegria; mas isso não pode justificar um desprezo pela excelência. As tentativas de "grande arte" são vistas com desconfiança, como atitudes conservadoras, diante da cachoeira de produções que navegam no ar. Isso me lembra o tempo em que achávamos que o "fluxo da consciência", "the stream of consciousness" ou o discurso psicótico, continha uma sabedoria insuspeitada.

Hoje há uma espécie de presente eterno, que esqueceu o passado ou as influências dele. Como se crianças nascessem por geração espontânea, sem pai
nem mãe. Uma psicanalista me disse que estão todos desesperados na profissão porque os pacientes não tem mais interioridade. Não têm sobre o que refletir. A psicanálise está diante de um tipo de subjetividade inesperada. Nas artes, o mesmo. Na literatura nova atual, sente-se que a busca não é só de um tema ou assunto, mas que a preocupação maior é com "como" escrever. Como ser "contemporâneo"? Como buscar um sentido para a falta de sentido? A própria superficialidade ou talvez a vulgaridade, a irrelevância sejam relevantes - acham. A irrelevância é buscada. Temos de ter um "não enredo", um "não final", uma "não explicação" buscada. A utopia da distopia. Há livros cultuados na literatura contemporânea que são absolutamente insuportáveis, mas que são vendidos (e lidos?) para milhões que acham aquilo arte "da hora". É o difícil superficial, o óbvio disfarçado de profundo.

Aliás, a própria crítica está intimidada, porque "julgar" algo pode denotar que o sujeito que ousou fazê-lo teria opiniões conservadoras, que ele seria um crítico "estraga prazeres", um intrometido. Será que houve a morte da "importância"? Ou ela seria justamente esta explosão de conteúdos e autores? O "importante" seria agora o quantitativo? Não sei; mas, se tudo é "importante", nada o é. A importância de uma obra reside no grau de decifração da vida de seu tempo e para onde ela aponta, mesmo no túnel sem luz. Se olharmos as obras primas de, digamos, Jan van Eyck, o gênio holandês, vemos ali todo o espírito da Idade Média revelado nos detalhes mais banais, mesmo nas encomendas de príncipes ou cardeais.

Contudo, é preciso que esses tópicos sejam discutidos, pois na tal conversa do pai erudito com o filho conectado, a resposta do pai poderia ser: "Você acha que sabe tudo que está acontecendo e nada sabe sobre o que já aconteceu".

Por isso, dou uma pequena contribuição ao assunto: tenho um filho de 13 anos. Eu, zeloso pai, botei o Quarteto de Cordas opus 133, de Beethoven, para que ele ouvisse um momento máximo da história da música. Ouviu tudo atentamente enquanto, no ritmo exato do quarteto, jogava um "game" no Xbox. Beethoven e o "game" se uniram em harmonia. Talvez haja futuro.

O QUE ESPERAR DO FUTURO?

 
SÃO PAULO - À primeira vista, o povo enlouqueceu. Segundo o Datafolha, 59% dos brasileiros acham que a inflação vai aumentar e 43% apostam na alta do desemprego. Não obstante, 56% creem que sua situação econômica pessoal vai melhorar. Como conciliar essas asserções aparentemente contraditórias?

Meu palpite é o de que a explicação está não na economia, mas na psicologia, mais especificamente nas tinturas com as quais encaramos o futuro. Apesar da exuberância de temperamentos humanos, há entre nós uma tendência para o otimismo local e o pessimismo global.

No plano pessoal, nutrimos a mais generosa das predisposições. É o que os psicólogos chamam de viés da superioridade ilusória ou efeito lago Wobegon, "um lugar onde todas as mulheres são fortes, todos os homens, bonitos, e todas as crianças estão acima da média".


Temos uma confiança pouco razoável em nós mesmos e nossas capacidades. Isso se traduz em paradoxos estatísticos como o fato de 87% dos alunos de MBA de Stanford julgarem sua performance acadêmica acima da mediana da escola ou 93% dos americanos acreditarem que são motoristas mais hábeis que a média. Num estudo, pacientes de câncer se revelaram mais otimistas com seu futuro do que os controles saudáveis.

Nas atividades em que nossa performance afeta o resultado, é útil nutrir autoconfiança. Se eu imaginar que consigo realizar uma tarefa, tenho mais chance de sucesso do que se achar que fracassarei logo de cara.

Na esfera global, isto é, em relação a coisas sobre as quais não temos nenhum controle, a lógica se inverte. Aqui, leva vantagem quem se prepara para o pior, ou seja, o pessimista. Se seu catastrofismo não se confirma, ele fez papel de bobo, mas, se a cautela extra era motivada, ela pode ter-lhe garantido a descendência.

Alguns séculos de civilização e aulas de matemática não bastaram para mudar essa visão de mundo.

LOUCURAS PODEM RENDER VOTOS


As iniciativas que Maduro adota parecem um grande disparate, mas podem lhe dar um triunfo eleitoral


A sabedoria convencional ensina que são puro disparate os atos com que o presidente venezuelano Nicolás Maduro conduz o que chama de "guerra econômica" contra os capitalistas malvados.

Afinal, "proibir a inflação", como o jornal espanhol "El País" tratou as primeiras medidas da "guerra", é uma tarefa fadada ao fracasso, como sabemos os brasileiros que acompanhamos os congelamentos da superinflação.

Mas é possível que a sabedoria popular destoe da convencional e contemple os dislates do presidente com número suficiente de votos para que o chavismo, agora encarnado em Maduro, consiga uma vitoria crucial nas eleições municipais de domingo.

Henrique Capriles, o líder oposicionista, tratou, desde o início da campanha, de caracterizar um pleito em tese secundário como um plebiscito sobre a gestão Maduro.

No domingo, Capriles considerou "a votação de 8 de dezembro como o freio que tem cada venezuelano para parar essa situação de destruição a que nos submete o governo".


Consciente de que corre o risco de perder o "plebiscito", Maduro prefere descaracterizá-lo, ao afirmar: "Temos presidente até 2019, governadores até 2016 e Assembleia Nacional [Parlamento] até 2015", disse, também no domingo.

É uma maneira de circunscrever o voto às prefeituras (de 335 municípios), "desnacionalizando-o".

Fácil de entender: se o governo perder na soma de votos, "a oposição estará fortalecida e em boa posição para tentar convocar um referendo revogatório dentro de dois anos", analisam David Smilder e Hugo Pérez Hernaiz, especialistas em Venezuela do Washington Office on Latin America.

Mais: "Maduro ficaria seriamente enfraquecido como sucessor de Chávez e provavelmente seria desafiado por outros líderes do chavismo".

Até outubro, as pesquisas indicavam que a "oposição tinha uma oportunidade de ouro para ganhar com diferença moderada, devido à queda de popularidade do presidente", como escreveu ontem para "El Universal" Luis Vicente León, diretor do Datanalisis, o mais respeitado instituto de pesquisas da Venezuela.


Depois de iniciada a "guerra econômica", León subiu no muro:

"Os acontecimentos recentes, em que Maduro endurece o jogo, sua intensa utilização de cadeias nacionais [de TV], sua passagem da retórica à ação, a identificação e as represálias contra os culpados', com o que desvia a atenção de sua própria responsabilidade por políticas econômicas desacertadas, (...), a apresentação midiática de provas' de atos inadequados que sabemos que existem, poderiam jogar a seu favor em termos de popularidade, embora continue sendo incerta a capacidade dessas ações para preencher o vazio que a crise havia criado em sua relação com as massas".

No Brasil de 1986, a pirotecnia econômica deu certo eleitoralmente, a ponto de, pela primeira vez na história, um partido (o PMDB) ter feito a maioria absoluta do Parlamento e eleito todos os governadores, menos um. Depois, é verdade, veio o desabamento --mas Maduro, por enquanto, só precisa do primeiro momento. A conferir.

KIRCHNERISTAS FAZEM PERSEGUIÇÃO IDEOLÓGICA NA CHANCELARIA

Diplomatas e funcionários que não adotam o ideário K são afastados e substituídos por jovens de grupos como La Câmpora

Num fundo de tela emblemático distribuído entre funcionários do Palácio San Martín, a Chancelaria argentina é chamada de Kancillería nacional y popular. Os kirchneristas detestam os profissionais de carreira, que chamam pejorativamente de “os diplos”. E os empregados administrativos que não estão com a “causa” são discriminados.

Em todos os casos, são repetitivas as ferramentas para amedrontar e impor ideias que usam há tempos os jovens de La Câmpora e outros agrupamentos kirchneristas na Chancelaria: assédio trabalhista, redução de salários, conversas de doutrinação política, práticas econômicas pouco transparentes na convocação de empresas para feiras internacionais e uma constante perseguição ideológica.


No âmbito administrativo da Chancelaria, o sindicato União do Pessoal Civil da Nação contabiliza mais de 20 denúncias verbais de maus-tratos e assédio trabalhista, envolvendo cerca de 60 funcionários. O sindicato levou as queixas às autoridades, mas ainda não houve resposta. Estima-se que, de um total de 104 diretores, 63 foram substituídos e seus cargos ficaram nas mãos dos jovens K. A redução salarial se efetua com corte de horas extras ou a eliminação de “unidades retributivas” (gratificação por desempenho).

O chanceler Héctor Timerman não comanda estes grupos, mas aparentemente os deixa agir. O timão está nas mãos do ministro da Economia, Axel Kicillof, e dos camporistas próximos ao deputado nacional Eduardo “Wado” de Pedro. O resultado deste clima que se vive na Chancelaria é o aumento de empregados com problemas econômicos e psíquicos, uma cultura generalizada de temor e a paranoia como política de Estado.

As autoridades que estariam envolvidas nas práticas são o secretário de Relações Econômicas Internacionais, Augusto Costa, nomeado para substituir Guillermo Moreno; o subsecretário de Negociações Econômicas Internacionais, Carlos Bianco, que ocupará o lugar de Costa; o chefe de Gabinete da Subsecretaria de Desenvolvimento de Investimentos e Promoção Comercial, Leonardo Constantino; a embaixadora nos EUA, Cecilia Nahón; o coordenador de Feiras e Missões Comerciais, Martín Littieri; e o diretor da Fundação ExporAr, Javier Dufourquet, entre outros.


Segundo pôde reconstruir “La Nación” ao longo de dois meses de pesquisas sobre documentos escritos e ouvindo o testemunho de 15 empregados administrativos e diplomáticos que sofreram na pele maus-tratos das autoridades, podem ser detalhados os seguintes casos pontuais:

Assédio trabalhista: o sindicato do pessoal civil recebeu denúncias reiteradas dos empregados da área econômica da Chancelaria, a quem se obrigou a deixar suas funções para serem “deportados” para um programa de comércio internacional denominado Pdcex, que funciona numa sala do Palácio San Martín. Ali, fazem trabalhos alheios aos que vinham desempenhando ou só lhes oferecem uma cadeira e um computador, sem tarefa definida. Nos caso dos diplomatas de carreira afastados, são convidados a se aposentar antes do tempo, ou são enviados para postos menores no exterior, ou os da área econômica passam à área política a cargo do vice-chanceler Eduardo Zuain. Em todos os casos, quem ocupa os cargos vagos são jovens camporistas ou do agrupamento TNT (Tontos Pero no Tantos), liderada por Kicillof.

Redução salarial: na maioria dos casos dos empregados administrativos deslocados por não “comungarem da causa K”, segundo coincidiram sete dos consultados por “La Nación”, seus salários sofreram redução. Deixaram de pagar-lhes horas extras, tiraram as “unidades retributivas” ou não são enviados a missões pontuais ao exterior, com o que não podem aumentar sua renda. “Por opinar de forma diferente do governo, deixaram-me sem a gratificação por desempenho, o que complicou muito minha economia familiar”, disse uma das funcionárias. Em alguns casos, isto pode se refletir em perda de 20% do salário. O sindicato levou as queixas a Costa, Constantino e Bianco. Deixou claro tratar-se de “perda de direito adquirido”. Mas não houve solução.


Consultado por “La Nación”, Constantino descartou a ideia que as unidades retributivas sejam direitos adquiridos. “São prêmios que se podem dar ou não em função do trabalho, mas não é um direito”, disse o funcionário, que é de carreira, mas está alinhado a Bianco e Costa. Por sua vez, Constantino negou ser responsável por todas as denúncias na Chancelaria. “Não tomo decisões políticas, meu trabalho é apenas administrativo”, disse. Costa e Bianco, assim como Timerman e o restante dos acusados, não responderam às consultas de “La Nación”.

Maus-tratos: os casos de maus-tratos a empregados que não subscrevem a ideia da Kancilleria são reiterados. Entre os administrativos que levaram suas denúncias ao sindicato, há duas mulheres grávidas, uma delas com problemas psíquicos que afetaram sua gestação, segundo atestado médico. A Direção de Saúde da Chancelaria conhece os casos. Na Embaixada da Argentina em Washington, a cargo de Nahón, também houve queixas por maus-tratos.

Doutrinamento: Costa ou Bianco enviam e-mails aos empregados para convocá-los a reuniões ou manifestações kirchneristas. Por exemplo, chamaram-nos ao ato pela democratização da Justiça na área denominada`Tribunales ou a reuniões sobre “economia e política global”. Por temerem represálias, muitos empregados atendem calados às convocações.

 
03 de dezembro de 2013
MARTÍN DINATALE, O Globo

VERGONHA ROUGE

Dilma ousou ensinar a Europa a sair da crise, mas economia brasileira foi ultrapassada pela da UE

(Jorge Araújo - Folhapress)
(Jorge Araújo – Folhapress)

Não faz muito tempo, Dilma Rousseff foi à França para gazetear as falsas conquistas de um governo pífio e paralisado. Ao lado do colega francês, o socialista François Hollande, a petista deixou a modéstia de lado e ousou ensinar os europeus a saírem da crise. A bazófia foi tamanha, que Dilma anunciou a construção de 800 novos aeroportos, como se isso fosse tão fácil como fazer pamonha no quintal da casa da avó.

Que Dilma Rousseff é uma ode à incompetência todos os brasileiros com massa cinzenta sabem, mas os europeus desconheciam a realidade que existe por trás da farsa montada pela esquerda tupiniquim.

O desgoverno do PT está de tal forma perdido, que nem mesmo os números da economia projetados por órgãos federais são levados em conta. De olho na reeleição, a presidente só pensa em cruzar os céus do Brasil para participar de eventos de campanha, enquanto a economia rola despenhadeiro abaixo, sem que as autoridades palacianas tomem alguma atitude para tentar reverter o caos.

Para que os europeus conheçam o fiasco em que se transformou o Brasil nas mãos dos messiânicos petistas, a economia nacional recuou 0,5% no terceiro trimestre do ano. A grande questão não está na tragédia brasileira, mas no desempenho da economia de países que foram alvo das abusadas lições de Dilma, a gerentona inoperante que o lobista Lula disse ser a garantia de continuidade. Como a continuidade do caos é o próprio caos, Lula não mentiu, pelo menos nesse caso.
A Alemanha, sob o comando da chanceler Angela Merkel, registrou avanço de 0,3% na economia no terceiro trimestre de 2013. A economia da castigada Espanha, país que está sob a batuta de Mariano Rajoy, avançou 0,1%. Na chamada Zona do Euro, apesar de todos os problemas largamente difundidos, o Produto Interno Bruto do bloco no período registrou crescimento de 0,1%. Já o PIB da França, onde Dilma destilou sua genialidade de camelô, teve desempenho negativo de 0,1%. Um resultado ruim, mas melhor do que o do Brasil, reduto de herdeiros de Aladim que se instalaram no Palácio do Planalto no rastro da “solucionática embusteira”.

A situação da economia brasileira tende a piorar. O governo do PT, preocupado com as eleições de 2014, não está disposto a cortar gastos, pelo contrário. As despesas federais têm crescido de maneira irresponsável, sem que o contribuinte receba a contrapartida da voraz e criminosa carga tributária que corrói a nação. O Brasil vive um momento crítico em relação à economia, pois o consumo tem caído rotineiramente e a inflação continua em alta. Ou seja, o País ruma na direção da estagflação. Isso se confirma também com a não redução do nível de desemprego, o que significa pleno emprego.

Reflexo de um governo de fanfarra, que gasta de maneira tresloucada e só consegue mostrar alguma realização nas campanhas publicitárias oficiais, sempre superfaturadas e recheadas de efeitos especiais.

Não é irresponsabilidade afirmar que o Brasil está a um passo de se tornar os Estados Unidos meses antes da crise de 2008, cujos efeitos são sentidos até hoje em diversas partes do planeta. A grande diferença é que a economia norte-americana mostrou-se sólida o suficiente para que o país saísse da crise.

03 de dezembro de 2013
ucho.info

VENENO CASEIRO

Tarso Genro cai em desgraça no Rio Grande do Sul, onde petistas já anunciam apoio aos adversários

tarso_genro_27Quem imaginou que Tarso Genro pudesse fazer um governo razoável no Rio Grande do Sul cometeu um enorme equívoco.
Ex-ministro da Justiça e ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Genro é um caso à parte dentro da legenda, que está cada vez mais perdida com os escândalos de corrupção e o show de incompetência que protagoniza do Oiapoque ao Chuí.

A rejeição a Tarso Genro dentro do PT vem crescendo e até mesmo “companheiros” já não poupam o governador gaúcho de críticas.
Superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, o petista Francisco Signor é um dos que não escondem o desapontamento com o atual inquilino do Palácio Piratini.
Em recente evento na capital Porto Alegre, Signor disse que Tarso Genro não ajuda as empresas do estado, não sem antes dar a entender que a viagem do peremptório governador à China, acompanhado de estafetas e alguns empresários locais, é uma excursão meramente político-ideológica.

Que Tarso Genro é inábil todos os brasileiros sabem, mas quando um companheiro de legenda começa a acionar o chamado “fogo amigo” é porque a situação é grave. Signor, que está no cargo desde a era Lula, disse a alguns interlocutores que em breve se licenciará do cargo, pois se dedicará à campanha pela reeleição da presidente Dilma Vana Rousseff.
 
A surpresa maior da noite ficou por conta da revelação feita por Francisco Signor. Ele disse que também trabalhará para a senadora Ana Amélia de Lemos, candidata do Partido Progressista ao governo gaúcho, em 2014, e com grande possibilidade de vencer.

O embarque de Signor na campanha de Ana Amélia não assusta, pelo menos a olhos primeiros, pois o PP integra a base de sustentação do governo Dilma no Congresso Nacional. O grande senão é que Tarso Genro é candidato à reeleição.

Tarso Genro tem cometido enormes trapalhadas no Rio Grande do Sul, algumas delas que vão contra as medidas adotadas pelo governo federal. Enquanto o governo da companheira Dilma apela à privatização de rodovias, Tarso opta pela estatização das estradas gaúchas, tirando dos motoristas a infraestrutura que as concessionárias disponibilizavam.

A situação de Tarso Genro na terra de chimangos e maragatos não é das mais favoráveis, o que pode fazer com que Dilma Rousseff suba no palanque da senadora Ana Amélia. Se isso acontecer, Tarso estará liquidado politicamente. E não será por falta de merecimento, pois incompetência é o que não lhe falta.

03 de dezembro de 2013
ucho.info

FACA AMOLADA

Proposta do governo do PT retira R$ 30 bilhões do orçamento da saúde, prova Ronaldo Caiado

ronaldo_caiado_14O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO), afirmou nesta terça-feira (3) que o parlamento não pode admitir a aprovação de uma proposta que retira recursos da saúde pública. O deputado demonstrou, com dados, que o texto da PEC do Orçamento Impositivo (PEC 353/2013) aprovado pelo Senado representa uma perda de R$ 30 bilhões anuais para o orçamento do setor.

Caiado preparou um documento e distribuiu a todos os deputados com as diferenças de valores entre a proposta apoiada pelo governo e o projeto de iniciativa popular que tramita na Câmara. Com base nesses números, o deputado explica porque propôs e conseguiu maioria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para aprovar o desmembramento dessa PEC, dividindo entre PEC do Orçamento Impositivo (PEC 358/2013) e PEC do Financiamento da Saúde (PEC 359/2013). As propostas estão na pauta da CCJ desta quarta-feira, 4/12.

“O Senado usou a PEC do Orçamento Impositivo como barriga de aluguel para incluir uma das medidas mais penalizadoras para extorquir a saúde da população brasileira. E o pior, o governo quer fazer isso com as mãos dos deputados e dos senadores porque aprovando por uma PEC o governo lava as mãos, já que se trata de uma iniciativa e ferramenta própria do Congresso Nacional.

Nesta hora não podemos admitir que não haja um reajuste no orçamento da saúde jogando na lata do lixo 2,4 milhões de assinaturas de um projeto de iniciativa popular”, protestou o parlamentar após sair da reunião do colégio de líderes, onde formalizou proposta de votar as duas PECs na CCJ, abrir mão das dez sessões para apresentação de emendas na comissão especial e levar rapidamente as matérias ao plenário.

Ronaldo Caiado defende o substitutivo ao projeto de iniciativa popular já aprovado em comissão especial e na Comissão de Seguridade Social e Família, que define em 18,7% da receita corrente líquida da União o valor do financiamento da saúde. Esse percentual equivale aos 10% da receita corrente bruta propostos no PLP de iniciativa popular. O líder explica que a proposta governista, além de reduzir o financiamento da saúde, determina que o mínimo estabelecido será cumprido com o complemento das emendas parlamentares.

“Já demonstramos claramente que o governo está fazendo cortesia com o chapéu alheio, usando R$ 4 bilhões das emendas dos parlamentares para atingir o piso. A nossa proposta é que as emendas sejam acima do piso constitucional”, reitera do deputado goiano.

03 de dezembro de 2013
ucho.info

LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO...


Brasil, 72° no Ranking de Combate à Corrupção

 No ranking mundial de combate à corrupção elaborado pela Transprência Internacional, o Brasil acaba de cair para o 72º lugar. O Brasil da Silva que, volta e meia, tem um arauto governista dizendo que a banalização do escândalo é fruto da luta incessante contra os malfeitores, está no chamado grupo de alerta, constituído por nações que não conseguem diminuir o vício que já virou cultura nacional.

Quem nasceu para ser Brasil da Silva, jamais chegará a ser uma Dinamarca, Suécia, Noruega, nem Finlândia ou Nova Zelândia. O consolo é que numa escala de 1 a 10 na listagem dos mais corruptos, o Brasil da Silva parece mais inclinado a preterir a Somália, país mais venal do mundo, e optar por ser quase uma Venezuela, pátria detentora da décima colocação. Logo, logo a gente chega lá.

Na verdade, se perguntarem ao governo o que acha disso, ele vai se dar por satisfeito de estar no 72° lugar numa lista de 177 países. E vai discursar dizendo que combate a crise, que é uma quase potência econômica e que tudo está bem quando tudo parece estar bem.

Para qeum tem vergonha na cara, no entanto, não é suficiente e não basta alegar o tal o poderio econômico, se o país não pode dar o exemplo com bom governo.

Aqui no Brasil da Silva, apesar de novas leis sobre o acesso à informação pública e uma que outra que castiga penalmente as empresas por corrupção - e não apenas os indivíduos - têm-se a clara e evidente sensação da prática de corrupção muito extensa e desavergonhadamente contínua.

Aqui há sempre um servidor público disposto a ceder a uma boa propina; sempre um mensaleiro à espreita; sempre um terceirizado de carteirinha aliada pronto para fraudar uma licitação, superfaturar uma obra, realizar um evento que não aconteceu e nem vai acontecer...

Sabe quando o Brasil vai entrar no top ten do combate à corrupção? Quando o sapo barbudo não conseguir mais virar príncipe encantado do governo Dilma HaVana.

CURANDEIRISMO

 E então Rodrigo Janot, procurador-geral da República, procurou e encontrou no audaz mensaleiro Zé Genoíno o que duas juntas médicas não encontraram: "graves problemas". Em assim sendo, com sentimento petista de coração, pediu a Joaquim Barbosa 90 dias de prisão domiciliar para o condenado que, segundo sua filha, "não vai durar na cadeia". Hoje, o presidente do Supremo Tribunal Federal deve decidir se é juiz ou curandeiro, como Janot.

PÉ NA COVA

 Subiu para coisa de 74 anos e seis meses a expectativa de vida do brasileiro. Isso é bom? É, sim senhor.. Menos para os que trabalharam toda a vida e se aposentaram. Por causa da maior expectativa de vida, o governo surrupiou 1,6% dos seus merecidos ganhos. De um lado, o brasileiro ganha um tempinho mais de vida; do outro o governo mete-lhe o pé na cova.

ATÉ QUANDO?!?

 E Guido Mantega continua deslizando na maionese. Como não manda bulhufas em coisa nenhuma, sente-se bem e cheio de razão quando mente sobre a expectativa de crescimento do PIB. Disse e não mandou dizer, com a cara larga que Deus lhe deu, que o PIB vai crescer 4% ao ano até 2022. Sabe lá o que é isso? Estamos em 2013, pô!
 
03 de dezembro de 2013
sanatório da notícia

SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Tudo a ver


“O PT tem todo o interesse em fechar aliança com o PP em São Paulo. Já estamos juntos no governo federal e na prefeitura do Haddad”.

Emídio de Souza, presidente estadual do PT em São Paulo, reafirmando que seu partido tem tudo a ver com o PP de Paulo Maluf.

Exército de cueca

“Se aparecer algum carrasco querendo cassar o Genoino precipitadamente e sem base legal, essa Câmara reagirá. Se a Mesa fizer isso, a gente responderá à altura”.

José Guimarães, líder do PT na Câmara e irmão de José Genoino, insinuando que, se a Câmara cassar o mandato do mano condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, vai mobilizar o exército de assessores que usam como arma de combate uma cueca-cofre.

Tudo a ver

“Se esse é o preço que tem que pagar para que o projeto do governo Lula e Dilma funcione, ele paga”.

Miruna Genoino, filha de José Genoino, em entrevista à Folha, revelando que o pai, além de preso-político da democracia virou mártir do Estado de Direito.

Aliança campeã

“A nossa aliança com o PT e com o governo da presidenta Dilma é uma aliança que só tem feito bem ao estado do Rio”.

Sérgio Cabral, ao comentar a separação litigiosa ensaiada pelo PT, reconhecendo que sem essa parceria não teria conseguido alcançar o topo do ranking dos governadores mais impopulares do Brasil.

Doutor em política

“Nós estamos no poder. A oposição, que não está no governo, quer estar”.

Sérgio Cabral, governador do Rio, ensinando que assume o poder quem ganhou a eleição e quem perdeu tenta vencer a próxima.
 

Fora Cabral!

“Eu tenho o maior respeito pelos companheiros do PT. Tanto aos companheiros do PMDB, quanto aos companheiros do PT que têm agido na direção da polêmica, temos que pedir calma”.

Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, ao comentar a ameaça do PT de desfazer a aliança no estado, dizendo que até topa gritar “Fora Cabral” junto com a multidão que acampa sob sua sacada, desde que possa continuar no poder.

Doutora em camburão

“Os nossos companheiros só poderão suportar a prisão se tiverem a nossa solidariedade. Graças a Deus eles não conseguiram algemar nossos companheiros e botá-los no camburão”.

Benedita da Silva, deputada federal do PT fluminense, revelando que ficou aliviada  ao saber que os companheiros presidiários foram tratados com mais gentileza do que a polícia continua dispensando aos cidadãos honestos que ainda moram na favela onde vivia a ex-ministra de Lula antes de enriquecer na vida pública.

Primeiro emprego

“A análise do pedido de trabalho externo, assim como todo o trâmite desta execução penal, deve se dar em regime de prioridade, pois o requerente é maior de 60 anos”.

José Luís de Oliveira Lima, advogado de José Dirceu, explicando que seu cliente, por ter-se tornado beneficiário do Estatuto do Idoso sem que a carteira de trabalho perdesse a virgindade, merece furar a fila do Programa Primeiro Emprego.
 

Unanimidade é isso

“Há o risco de 513 a 0. Quem vai votar a favor do meu cliente com o voto aberto, com essa pressão e às vésperas de uma eleição?”

Michel Saliba, advogado do deputado-presidiário Natan Donadon, condenado por peculato e formação de quadrilha, informando que, numa votação aberta, até o parlamentar hospedado na Papuda vai apoiar a cassação do próprio mandato.

03 de dezembro de 2013
in Augusto Nunes

"LAÇOS DE FAMÍLIA"

 

Eram quatro mil colonos, entre eles Marcos. Deixara uma reduzida lavoura no entorno da represa de Capivaras, na divisa entre Paraná e São Paulo, seduzido pela promessa de terras férteis e baratas dois mil quilômetros acima, às margens do Rio Colorado, no Sul de Rondônia.

Chegou com a família e a velha Bíblia, em meados dos anos 70. Trabalhou por uma década, venceu a eleição para a prefeitura e nomeou a parentela para as secretarias. Oito anos depois, a hegemonia do clã foi reafirmada na eleição do mais velho dos filhos, Melkisedek, que também nomeou 13 parentes.

Quando Colorado do Oeste pareceu pequena, Melkisedek migrou para a vizinha Vilhena. Elegeu-se prefeito em 1996. Reelegeu-se em 2000 com o primo Marlon na vice, que lhe sucedeu em 2004. E fez da irmã Miriam prefeita de Colorado.

O clã partilhou o Sul de Rondônia sob a legenda do PMDB. Fez prefeitos, vices e vereadores em diferentes cidades ─ todas com menos de 30 mil habitantes e dependentes do dinheiro de Brasília. A família ainda tentou chegar ao governo do estado e ao Senado.

Sem êxito, contentou-se com a eleição do deputado estadual Marcos Antonio, logo instalado na presidência da Assembleia. Em 2004, vinte anos depois de o patriarca trocar o cultivo da terra pela lavoura de votos, seu terceiro filho, Natan, chegou à Câmara dos Deputados. Era o animador dos comícios do PMDB, explorando o vibrato natural em coletâneas de músicas sertanejas.

O clã virou caso de estudo, como mostra o livro do jornalista Chico de Gois, pelo repertório de falcatruas cometidas contra a administração pública ─ de nepotismo e fraude eleitoral a desvio e roubo de verbas federais, estaduais e municipais. Os ex-prefeitos Melkisedek e Miriam foram condenados por desonestidade. A Justiça proibiu o irmão mais velho de passar em frente da sede da prefeitura de Vilhena.

Outros dois irmãos já não frequentam os plenários em Porto Velho e em Brasília. A cela do deputado estadual Marcos, condenado a 9 anos, fica a 2.400 quilômetros de distância do presídio onde está o deputado federal Natan, sentenciado a 13 anos.

São locais “P-0″, “prisão-zero” no jargão da carceragem, porque ali não tem nada, os detentos têm no máximo direito à companhia de um balde ─ “para, quando acabar a água, você ter uma água reservada”, contou Natan há 40 dias, ao sair do presídio, algemado, para assistir à sessão na qual a Câmara decidiu não lhe cassar o mandato.

Até levou um recado dos companheiros penitenciários: “Eles me falaram: ‘Deputado, não se esqueça de falar da nossa alimentação.’ É muito ruim, inclusive tenho a síndrome do intestino irritável, que, associada ao estresse, me faz passar muita dificuldade lá.”

Mais da metade da bancada federal de Rondônia enfrenta processos por suspeita de roubo de dinheiro público. Não é exotismo amazônico. Mais de 800 ações judiciais contra políticos, que têm ou tiveram mandato, aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal.

Elas indicam um padrão de desvios que começa com nepotismo, evolui para o roubo, e, às vezes, termina em homicídio. O Legislativo introduziu uma novidade: se mostra decidido a proteger seus presidiários.

Os irmãos Marcos e Natan Donadon há meses vivem em celas com seus baldes e comem a “xepa”, mas continuam deputados.

03 de dezembro de 2013
JOSÉ CASADO, O Globo

A CAFETINA DOS PAIS-DA-PÁTRIA, O SÃO JORGE DE BORDEL E A ESTRELA DE CHANCHADA PORNOPOLÍTICA


O súbito regresso de Jeany Mary Corner ao noticiário policial animou alguns leitores a sugerirem a republicação do post que compara Lula a um São Jorge de bordel. Boa ideia.

O texto reproduzido na seção Vale Reprise rima com o caso da cafetina que, em 2006, contribuiu involuntariamente para a primeira queda do ministro Antonio Palocci. Confiram. Tudo a ver.

O post foi publicado neste espaço em 17 de setembro de 2012.
Exatamente dois meses e cinco dias depois, a Polícia Federal patrocinou a estreia da mistura de chanchada pornopolítica com policial classe C estrelada por Lula e Rosemary Noronha. De novo: tudo a ver.

03 de dezembro de 2013
Augusto Nunes, Veja

O CASO PERRELLÃO E PERRELLINHA

Se os Perrellas não precisam da política, a política não precisa dos Perrellas


Perrellão e Perrellinha: se eles não precisam da política, menos ainda a política precisa deles
Perrellão e Perrellinha: se eles não precisam da política, menos ainda a política precisa deles
 
O senador Zezé Perrella (PDT-MG), cuja família é dona de um helicóptero que foi flagrado com quase meia tonelada de cocaína, discursou nesta terça no Senado. Ele se disse “vítima de injustiça”. Qual “injustiça”? Até agora, que eu saiba, ele e o filho, o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), estão sendo considerados apenas testemunhas. Gustavo, a irmã e um primo são os donos da empresa proprietária do aparelho.
 
A questão da cocaína é gravíssima, sim! Estupidamente grave. Mas o que há de mais ameno nessa história já é uma vergonha. Deveria bastar para que pai e filho pegassem o boné e fossem pra casa. Já que ele diz que a família na precisa da política, parece-me evidente que a política não precisa deles.
 
O piloto que foi preso transportando a cocaína era “assessor parlamentar” do Perrelinha na Assembleia de Minas. Tenham paciência! O custo do combustível da aeronave era fraternalmente divido entre pai e filho — ou melhor, entre a Assembleia Legislativa de Minas e o Senado; nós pagávamos, em suma, para que os Perrellas (ou quem mais entrasse naquele helicóptero) saíssem voando por aí.
O aparelho estava especialmente adaptado para carregar pequenas cargas. Suponho que não fosse para levar soja, boi ou fertilizantes. Os Perrellas não precisam da política? Então a política não precisa dos Perrellas.
Afirmou o senador:

“Meu filho usou o ano inteiro R$ 14 mil com o abastecimento de aeronave. Poderia usar R$ 20 mil por mês. Se está errado, que se mude o regimento. Quando eu vejo tudo isso, dá vontade de largar a política. É muito fácil jogar pedra. Nunca precisamos disso, de R$ 14 mil por mês”.
 
Pois que se faça a sua vontade, senador! Não hesite! Pule fora! A política é mesmo um lugar cruel demais para almas sensíveis e probas.
 
Cocaína
Atenção, leitores! Peço muita prudência nos comentários. Nem acusações nem ilações. Só fatos. O piloto, “funcionário” da Assembleia, avisou o patrão, o Perrellinha, que iria fazer um “bico”, um frete. O chefe disse “ok”. Não deveria ter dito. Como deixou claro a Anac, isso é ilegal. Aeronaves privadas, de pessoas ou empresas (como é o caso), não podem ter fins comerciais. É espantoso que os Perrellas não soubessem disso.
 
Quanto ao resto da história, a mirabolância não bate com os fatos e com a matemática. Na segunda, escrevi aqui um post, felizmente endossado por especialistas  demonstrando por que a história contada pelo piloto à Polícia Federal tem cara de ser mais falsa do que talco Pom Pom disfarçado de cocaína. Reproduzo trecho (para quem não leu). Volto depois. Percebam que eu não entendo nada de helicóptero, mas sei fazer conta (em azul)

*
Este que escreve não entraria num helicóptero nem debaixo de porrete. Se é pra voar, nada menos do que um jato — um amigo piloto lamenta a minha ignorância e a minha descrença nas leis da física; essa descrença só existe a alguns mil metros do solo, deixo claro… Muito bem! A história despertou a minha curiosidade.
 
O helicóptero da Família Perrella é um Robinson 66 (R-66). Não que eu esteja a fim de comprar um, mas fiz a lição de casa para vocês. É dos mais baratinhos. Por US$ 970 mil, vocês podem comprar um. Quem entende da área diz ser uma aeronave ideal para transportar pequenas cargas. Entendo.
 
Em seu depoimento, o piloto afirmou que o aparelho já saiu de Avaré, em São Paulo, carregando a droga. Fez uma viagem relativamente curta até o Campo de Marte. Dali seguiu para Divinópolis, em Minas, região onde fica a sede da empresa dos Perrella. Da cidade mineira, rumou para a fazenda no Espírito Santo, onde foi surpreendido pela Polícia Federal.
 
Vejam o mapinha (do Jornal Nacional).
 
 trajetória de helicóptero
 
O peso máximo para um R-66 sair do chão é 1.225 quilos — ocorre que só a aeronave pesa 581 quilos. Sobram 644. Desse total, devem-se descontar 224 kg do combustível. Sobraram 420. Notem: só a carga de cocaína (445 kg) já ultrapassou esse limite. Há ainda os dois pilotos — calculemos 140 quilos. A conta não fecha. Restaria uma possibilidade: o helicóptero não estar com a carga completa de combustível.
Quanto teria de ser? Vamos pensar:

peso da aeronave – 581 kg
peso dos pilotos – 140 kg
peso da cocaína – 445 kg
soma – 1.166
 
Sobraram apenas 59 quilos para o combustível. Com 224 kg, segundo pesquisei, a autonomia do R-66 é de três horas, voando a 220 km/h. Assim, pode-se percorrer, chegando ao limite da pane seca (os prudentes não ousam tanto) 666 km. Huuummm… Regra de três: se, com 225 kg de combustível, pode-se voar 660 km, com 59 kg, voa-se, no máximo, 173,8 km.
 
Pois é… Vejam lá a rota do helicóptero. Entre Avaré e o Campo de Marte (também fui pesquisar), em linha reta, já são 265,8 km. Entre o Campo de Marte e Divinópolis, há 513 km — chega-se bem perto da autonomia do aparelho se tivesse saído com o tanque cheio. De Divinópolis até a fazenda no Espírito Santo, sempre em linha resta, há 393 km. Nada nessa conta fecha.
 
A minha hipótese é que o piloto pode não estar contando toda a verdade. O mais provável é que esse aparelho tenha sido abastecido em vários pontos ao longo da trajetória. E intuo que a droga entrou no helicóptero foi em Divinópolis mesmo, não em Avaré.
 
Encerro
Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, se negou a afastar Gustavo Perrella do partido. Em nota, disse que que evitar prejulgamento e coisa e tal. Pois é… Num país normal, o uso de dinheiro público para abastecer o helicóptero que pertence a uma empresa e a contratação de um piloto como assessor parlamentar já liquidariam uma carreira política — especialmente quando o tal helicóptero é adaptado para carregar cargas, como é o dos Perrella. A propósito: qual é a carga habitual?
Essa história não fecha, quer nos seus aspectos, digamos, narrativos, quer na matemática.
 
Retomo
Isso incrimina os Perrellas? Não. Mas o conjunto dos dados evidencia que, até agora, muito pouco se sabe sobre o que realmente aconteceu.
Por mim, o senador cumpriria a sua vontade e deixaria esse negócio de política pra lá. Chega de tanto mártir na política, né,m Senhor Perrella!?
 
03 de dezembro de 2013
Reinaldo Azevedo

A RENÚNCIA DE GENOÍNO

Genoino renuncia, conforme antevisto — aqui ao menos


O deputado José Genoino (PT-SP) renunciou. Ou fazia isso ou haveria a humilhação de uma cassação. A Câmara não pode mais conviver com deputados-presidiários. É demais até para a reputação de alguns patriotas que lá estão. Eu achava que iria acontecer exatamente isso. Abaixo, segue o vídeo do debate de quinta passada na VEJA.com.
 
Observem o que afirmo a partir dos 38min05s:
 

 
Segue reportagem de Laryssa Borges na VEJA.com. Volto no próximo post.
 
Para evitar a abertura do processo de cassação, o deputado José Genoino (PT-SP) entregou nesta terça-feira pedido de renúncia ao mandato – ele está licenciado do cargo por problemas de saúde. A opção por abandonar o cargo de parlamentar, conforme revelou o Radar on-line, foi tomada após a bancada do PT constatar que seria derrotada na votação da Mesa Diretora da Câmara pelo início do processo de cassação – perderia por 5 votos a 2.
O documento foi entregue aos integrantes da cúpula da Câmara pelo deputado André Vargas (PT-SP), vice-presidente da Casa. Com a renúncia, o ex-presidente do PT tenta garantir a aposentadoria por invalidez, o que lhe renderia salário vitalício de deputado – hoje de 26 700 reais.
 
Deputados petistas manobram há semanas para protelar o andamento do processo contra Genoino. Nesta terça-feira, os aliados chegaram a elaborar um parecer sustentando que, pela legislação trabalhista, ele não poderia ser afastado ou demitido enquanto está de licença médica. No entanto, a cúpula da Câmara recusou a proposta por entender que políticos cumprem mandato e, portanto, não se enquadrariam na regra.
 
O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), informou que, com a renúncia, não haveria como dar continuidade ao processo contra Genoino. No entanto, continua correndo na Casa o pedido por aposentadoria por invalidez. “A aposentaria é um outro processo, que foi requerido em setembro e terá um desfecho em 90 dias, conforme a junta médica solicitou. É bom ressaltar que ele pediu a aposentadoria em setembro, antes da renúncia. Então pode ser a aposentadoria”, disse Alves.
 
Condenado no julgamento do mensalão, Genoino, de 67 anos, cumpre pena provisoriamente em regime domiciliar. Ele está afastado da Câmara por causa de problemas cardíacos desde setembro, quando entrou com um pedido por aposentadoria por invalidez.
Na ocasião, a junta médica da Casa lhe concedeu um período de quatro meses de licença, que venceria em janeiro de 2014.
Mas, por pressão de deputados petistas, que se movimentam para tentar assegurar a aposentadoria por invalidez e o salário vitalício ao ex-presidente do PT, a avaliação foi antecipada para o final de novembro. O laudo elaborado pelos médicos da Câmara, porém, descartou a invalidez do mensaleiro e a existência de uma “cardiopatia grave”.
Uma nova bateria de exames está agendada para fevereiro.
 
03 de dezembro de 2013
Reinaldo Azevedo