"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

ABAIXO A REVOLUÇÃO!!!

 

Vejo o tom subindo no debate nacional, o que se reflete também aqui, entre os comentaristas habituais dos textos do Vespeiro.
E vejo-o com reações ambíguas. Por um lado, anima ver o fim da passividade que ajudou a nos trazer até às beiradas em que andamos agora; por outro, inquieta pensar que isso possa levar o país a cair outra vez na velha tentação latina de "cortar caminho".
É difícil, mesmo, contemplar o caminho do meio no contexto de instituições tão espúrias quanto travadas em que vivemos. Mas acredito firmemente que não existe outro.
 
Nos comentários à matéria anterior, discuti com a leitora Varlice os limites da imagem que usei da guilhotina. Em seguida fui aos arquivos do Vespeiro para remete-la a um texto mais completo sobre a idéia de revolução (que sei que ela não abraça pessoalmente) publicado em janeiro deste ano. Por falta de qualquer coisa que pudesse acrescentar, além da réplica feita ao comentário dessa amiga ao texto anterior a este, achei que é oportuno repetí-lo neste momento. Aí vai:
 
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Revendo ha pouco no celular os destaques e anotações que fiz à margem do “1889” de
 
Laurentino Gomes (versão e-book), detenho-me em duas penduradas no manifesto de criação do primeiro Clube Republicano do Pará às vésperas do golpe que pôs fim ao Império por Lauro Sodré, um ex-estudante da Escola Militar que foi o grande centro de fermentação dos cânones positivistas de Augusto Comte que a Europa já abandonara meio século antes mas que os militares brasileiros de então (e Getulio Vargas depois deles) ainda abraçavam com fervor.
 
A primeira era esta:
 
…é sobre as ruinas e os destroços do passado que se levantará o futuro. Progredir é continuar mas a construção tem por preliminar indispensavel a demolição…
 
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E a segunda, esta:
 
…nas republicas a unica distinção é aquela que é oriunda do mérito e das virtudes individuais".
 
Taí a principal chave que explica a diferença entre a estabilidade das repúblicas saxônicas, nascidas de parto natural, pela discussão e pelo convencimento, e a eterna turbulência das republicas latinas (da francesa para baixo) extraídas a fórceps e nunca recuperadas das lesões sofridas nesses processos dolorosos.
 
Como é que o “mérito” e as “virtudes individuais” poderiam se estabelecer como únicas fontes de legitimação de toda e qualquer “distinção” a partir de um regime que se impôs pela força ou pela traição?
 
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Ser ou não ser, eis a questão!
 
Nas revoluções – e tanto mais quanto mais violentas tiverem sido – a força impõe-se sobre o merecimento, o que fica carimbado para sempre na consciência virgem do novo regime nascente sob a forma de um trauma indelével. O que sobra em pé, finda a tempestade, nunca são as belas idéias que põem as revoluções em marcha, é o terror que elas empregam para se impor e consolidar.
 
Depois que o passado está “destroçado”, como queria o nosso revolucionário – o que ocorre necessariamente, ou pela força, ou pela traição – é a facção que menos se impuser limites no uso da violência ou da felonia que ficará em posição de “levantar o futuro”.
 
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O resultado prático desses processos naufraga, portanto, sempre na mesma contradição: é daqueles que venceram pela imoralidade que se espera a instituição do império da moralidade…
 
O que ha de mais curioso nesse manifesto de Lauro Sodré, entretanto, é que numa única de suas frases ele inclui a tese e a antítese de tudo que ele acaba por afirmar e esbarra, certamente sem querer, na síntese do grande divisor de águas que separa a cultura política saxônica da cultura política latina:
Progredir é continuar, mas a construção tem por preliminar indispensável a demolição…
 
Berliner Mauer Sprengstoffanschlag
 
A cultura política saxônica é, precisamente, a expressão da continuidade, da convivência entre as instituições do passado e as instituições do presente; a latina é o resultado das demolições sucessivas, de banho de sangue em banho de sangue.
 
Lá, entre eles, rola uma cabeça ou outra dos inflexíveis empedernidos, enquanto prossegue a discussão. Entre nós a regra geral é rolarem todas as que seguirem insistindo em discutir.
 
É este o engano trágico de todos os latinos (e não só deles), arrancados de suas raízes, apagada a memória do que foram, sem saber o que serão num mundo que recomeça sempre do zero. E é este o segredo dos povos saxônicos que nunca queimaram os navios com que vêm navegando de ilha em ilha na sua trajetória histórica sem interrupções.
 
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Eles seguem transitando livre e naturalmente entre o presente e o passado reconhecendo com autêntica familiaridade todas as etapas desse caminho. Frequentam a mesma paisagem institucional que seus antepassados frequentaram. Vivem o que são e o que foram como estágios diferentes de uma trajetória que é de todos e de que todos conscientemente sentem-se resultantes.
 
São todos habitantes da mesma ilha, súditos dos mesmos reis e do mesmo Parlamento, regidos pelas mesmas leis e pelos mesmos tribunais que, cada um a seu tempo, vieram somar-se à caminhada História adiante com os que já a vinham empreendendo antes deles. Novos e velhos equipamentos institucionais convivem lado a lado, moderando-se e complementando-se mutuamente; sem pressa nenhuma se vai afastando para o lado aquilo que a prática comprova dispensável ou incompatível com as necessidades do presente.
 
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Eles aposentam suas velhas instituições com todas as honras pelos serviços prestados. Suas leis são as mesmas velhas leis de sempre, que são leis, humildemente, apenas e tão somente porque se têm provado bons arranjos para a solução de problemas determinados desde o início dos tempos, e não por se apoiarem em qualquer verdade pretensamente absoluta ou para forjar “uma nova ordem” ou engendrar “uma nova humanidade”.
 
Tudo é maleável, flexível e adaptável, como gente é.
Não ha “lados” irreconciliáveis; não ha verdades absolutas; não ha “soluções” definitivas. Há um processo; cuida-se de tornar segura a navegação e não de empurrar tudo à força para chegar onde, afinal de contas, ninguém sabe aonde as coisas haverão de acabar por ter numa caminhada que não tem final à vista…
 
Progredir é continuar”. E exatamente por isso a demolição não é uma preliminar indispensável. Muito pelo contrário.
 
18 de novembro de 2014
Fernaslm
 
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POR FALTA DE CREDIBILIDADE, 2015 TEM CENÁRIO DESAFIADOR




 

O desafio do segundo mandato de Dilma Rousseff passa inevitavelmente pela retomada da confiança entre governo e empresários, relação bastante abalada durante os primeiros quatro anos da gestão atual. Esse retorno da confiança mútua entre os dois lados pode fazer com que o investimento destrave e a economia brasileira volte a crescer.

Na avaliação dos economistas ouvidos pelo Estado, a sinalização dos passos econômicos do governo vai ser importante, sobretudo na política fiscal, área mais crítica da economia. No primeiro ano do segundo mandato de Dilma Rousseff, o cenário inicial não deverá ser fácil. A economia brasileira deve continuar apresentando baixo crescimento e a inflação continuará pressionada, muito próxima do limite superior da meta do governo, que é de 6,5%.

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RECLAMAÇÃO NÃO PRODUZ CRESCIMENTO, DIZ DELFIM
Para o ex-ministro Delfim Netto, não resta alternativa para a economia a não ser crescer. Na avaliação dele, o problema fiscal é o número um, “mas ninguém vai fazer crescimento cortando”.

Por que a economia brasileira tem tantos desequilíbrios?
O Brasil deixou de crescer por causa da murcha da indústria. A partir de 2009, o que não se recuperou foi a produção industrial, por um motivo muito simples: o uso do câmbio como substituto à política de combate à inflação. Houve uma recessão, que ajudou a piorar a situação fiscal. Não tem outra saída ao Brasil a não ser voltar a crescer. É por isso que todos esses programas – corta isso, corta aquilo, faz isso, faz aquilo – têm de ser precedidos de uma volta de confiança entre o setor empresarial e o governo.

Por quê? 
Para resolver qualquer questão, inclusive o fiscal – o problema número um -, precisa de crescimento. Ninguém vai fazer crescimento cortando (gastos). Levou tempo, mas o G-20 chegou à conclusão de que eles cortaram durante seis anos e deu tudo errado. Agora, estão tentando propor uma política de investimento conjunto. Todo mundo puxa para cima e a coisa provavelmente vai dar certo. Mas tem de começar com um bom programa com começo, meio e fim e que vai dizer o seguinte: eu vou apresentar tal medida, vou ter uma política fiscal razoável, uma política econômica cuidadosa e uma política cambial realista.

Como o governo pode retomar a confiança dos empresários?
Acho que o governo tem de dar uma demonstração clara de que vai agir. A minha sugestão é aprovar duas coisas. A primeira é a reforma do ICMS, que está pronta e pode ser aprovada com muita rapidez. A outra medida é uma velha proposta da CUT, a livre negociação entre trabalhadores e empresários, sob o controle do sindicato, respeitando todos os direitos dos trabalhadores. Essa livre negociação pretere a lei. Na minha opinião, ela (Dilma) vai dar ao trabalhador a consciência de que o emprego não vai diminuir e, para o empresário, que começou um movimento real de mudança. Essas duas coisas têm de ser combinadas com o investimento em infraestrutura e políticas cambial e industrial adequadas.

Quais seriam os impactos dessas medidas?
Você deslancha os dois vetores fundamentais para o crescimento – de um lado investimento e do outro a ampliação do setor exportador. Nesse processo, se o País crescer 2%, 2,5% em 2015, 80% do problema fiscal está resolvido. Agora, é claro que precisa de medidas fiscais, controlar despesas. Precisa nomear um grupo de trabalho para fazer um orçamento de base zero.

Como funcionaria?
É preciso que um grupo de trabalho analise item por item do Orçamento. Deve haver 30 mil projetos ou programas que podem ser fechados sem que aconteça nada. O Orçamento hoje sobrepõe um programa em cima do outro, mas nunca se extingue nenhum.

Como mediar a necessidade de cortar despesa e acelerar o crescimento da economia?
Se começar o ajuste cortando gastos e elevando a taxa de juros, a economia vai para uma bruta de uma recessão. Controlar a política fiscal é necessário. É a mais importante de todas. A situação é complicada porque tem um déficit público de 5% do PIB. É muito. Boa parte disso é produto do quê? Primeiro, de um descuido. Estavam vendo desde o começo que a economia ia crescer zero, mas se supôs 2,5%. Se tirar dos 5% esses 2,5%, você volta aos 2,5%. Ou seja, uma boa parte da confusão fiscal foi produzida pela restrição ao crescimento e não vai resolver simplesmente cortando despesa.

E os sinais do governo? O ministro Guido Mantega (Fazenda) falou em reduzir o papel dos bancos públicos, e a Dilma tem dito que fará o dever de casa.
São pequenas coisas. Aqui, estamos cuidando da ‘macro’. Você precisa de uma quebra dessa paralisia, colocar uma nova situação em cima da mesa. Uma situação na qual o governo diga o que vai fazer, e o setor privado concorde e corra o risco junto. Há muito exagero. Ela (Dilma) não ganhou a eleição porque o povo é idiota. Só os idiotas pensam isso. Ela ganhou a eleição porque a maioria se sente melhor do que se sentia antes. E tem de se convencer do seguinte: terminou a eleição e ela recebeu um voto de confiança. Enquanto ficar com cara feia e batendo a cabeça na parede, não vamos a lugar nenhum. Reclamação não produz crescimento.

18 de novembro de 2014
Luiz Guilherme Gerbelli
Estadão

EMPREITEIRA SE TORNOU SÓCIA DO DOLEIRO EM HOTEL NA BAHIA



Ricardo Pessoa, da UTC, é sócio do doleiro

A UTC Engenharia não se limitou a pagar propinas e usar o doleiro Alberto Youssef para o repasse a partidos políticos.
A empresa, que pertence a Ricardo Pessoa, Francisco de Assis Oliveira Rocha e João Argollo, se tornou sócia do doleiro Alberto Youssef em empreendimentos hoteleiros na Bahia. Investigações da Polícia Federal (PF) mostram que a empreiteira se associou em 2010 à GFD, empresa de Youssef, no hotel Web Salvador Iguatemi e na compra de um terreno no município de Lauro de Freitas, na Bahia, adquirido por R$ 5,3 milhões, também destinado a um empreendimento hoteleiro.
 
Para que a sociedade se concretizasse, foi aberta uma Sociedade em Cota de Participação, tendo a UTC como sócia ostensiva e a GFD como sócia participante.
O empresário Ricardo Pessoa, sócio da UTC Engenharia, teve a prisão preventiva decretada na sétima fase da Operação Lava Jato e está na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O doleiro usava laranjas para operar empresas de fachada e também seus investimentos em ativos, adquiridos com recursos de origem ilícita. Segundo o Ministério Público Federal, Pessoa era amigo pessoal de Youssef.

OS CONTRATOS

A PF anexou ao processo que investiga a empresa e seus executivos o Instrumento Particular de Assunção Recíproca de Obrigações firmado entre a UTC Participações e GFD Investimentos em dezembro de 2010 para a compra do terreno em Lauro de Freitas.
Foram interceptados também e-mails trocados por representantes do doleiro, entre eles Enivaldo Quadrado e Calos Alberto Pereira da Costa com representantes da UTC, entre eles Walmir Pinheiro.

Num deles, do ano passado, os dois grupos acertam a divisão de despesas para os meses de abril e maio e são enviadas planilhas de controle de cobrança (R$ 3.264.310,93) da GFD e os aportes (R$ 2.813.238,89) realizados no período de agosto de 2010 a abril de 2013.

A UTC é uma das empreiteiras contratadas pela Petrobras para obras na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. No total, os negócios com a estatal superam R$ 8 bilhões.​
 
OS PRESOS NA LAVA JATO

Estão presos na Superintendência da PF do Paraná, dividindo três celas: Jayme Oliveira Filho, supostamente ligado ao doleiro Alberto Youssef; da Camargo Corrêa: Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente, João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração e Dalton dos Santos Avancini, presidente; da companhia Engevix: Gerson de Mello Almada, vice-presidente, Carlos Eduardo Strauch Albero, diretor, Newton Prado Júnior, diretor; da Galvão Engenharia: Erton Medeiros Fonseca; da IESA: Valdir Lima Carreiro, diretor-presidente, Otto Sparenberg, diretor; da Mendes Junior: Sérgio Cunha Mendes, diretor-vice-presidente-executivo; da OAS: José Aldemário Pinheiro Filho, presidente, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, vice-presidente do conselho, Alexandre Portela Barbosa, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor e José Ricardo Nogueira; da Petrobras: Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras; da Queiroz Galvão: Ildefonso Collares Filho, ex-diretor-presidente, Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor; da UTC: Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente, Ednaldo Alves da Silva, Walmir Pinheiro Santana, e Carlos Alberto Costa Silva.

18 de novembro de 2014
Cleide Carvalho
O Globo

DILMA TEM DE DEMITIR GRAÇA FOSTER O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL


http://www.cbnfoz.com.br/images/2014/abril-2014/dilma-graca-foster.jpg
Graça e Dilma: daqui para a frente, tudo vai ser diferente

A nova fase da operação Lava Jato antecipou a tempestade política que muitos previam chegar somente no início de 2015.

A prisão de executivos de empresas que respondem por boa parte do financiamento de campanhas eleitorais no país terá consequências inevitáveis sobre a forma como se faz política atualmente no Brasil.
Mas a primeira vítima efetiva da avalanche provocada pela PF será a Petrobras, estatal que está no epicentro da crise que eclodiu em março.

A credibilidade da maior empresa do país está no chão. O envolvimento de ex-diretores da estatal no esquema desbaratado pela PF travou operações corriqueiras, como a publicação do resultado da companhia no último trimestre.

O Palácio do Planalto reconhece que é preciso agir rápido para tentar, de alguma forma, limpar a imagem da empresa e evitar que os futuros desdobramentos das investigações comprometam, ainda mais, a capacidade da estatal de investir e operar.

TROCA DE COMANDO

A reformulação do comando da empresa é dada como certa. A dúvida, até o momento, é a extensão dessa mudança e o tempo de execução.
A saída de Graça Foster da presidência da Petrobras deixou de ser mera especulação. Mesmo sem ligação direta com o escândalo de desvio de recursos, sua permanência na cadeira é politicamente inviável.

Substituir a executiva não é tarefa fácil. O primeiro obstáculo está dentro do próprio Palácio do Planalto. Graça pertence ao restrito grupo de pessoas que a presidente Dilma Rousseff gosta e confia.
A segunda dificuldade é encontrar, fora da empresa, um nome com respaldo no mercado de petróleo que esteja disposto a assumir o comando da estatal no momento mais delicado de seus 61 anos de história.

Dilma tem nas mãos uma decisão difícil de ser tomada. E não poderá adotar o ritmo cadenciado que sempre usou para promover mudanças. Tempo é algo cada vez mais escasso para a gigante do petróleo.

18 de novembro de 2014
Renato Andrade
Folha

PARA "CUMPRIMENTO DAS LEIS", PETROBRAS CRIA SÉTIMA DIRETORIA




A Presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, anunciou que a empresa terá uma nova diretoria, para assegurar o “cumprimento de leis e regulamentos internos e externos”.
A nova diretoria, a sétima, teve sua criação aprovada na sexta-feira (14), em reunião do conselho de administração da companhia.

O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (17), durante a teleconferência de apresentação de resultados operacionais da companhia no terceiro trimestre. A empresa não vai divulgar o balanço contábil do período, que ainda não foi assinado pelos auditores externos independentes, como exige a lei.

“Nós mitigaremos riscos assegurando, pela companhia, o cumprimento das leis e regulamentos externos e internos. O respeito técnico é uma conquista de muitos anos. Gostaria de ressaltar a importância que é ter uma diretoria de governança, porque queremos mais que o reconhecimento técnico que conquistamos. Nós queremos também o respeito pela governança da nossa companhia, a Petrobras”, disse Graça.

FALTA O NOME

A presidente não anunciou quem vai ser o titular da nova diretoria. A empresa tem também as diretorias de Exploração e Produção, Abastecimento, Gás e Energia, Engenharia, Serviços e Internacional.

O anúncio ocorre após a Petrobras adiar a divulgação do balanço do terceiro trimestre na semana passada. A estatal deveria ter publicado todas as informações até a última sexta-feira (14), como determina a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas adiou porque a auditoria responsável por assinar suas demonstrações, a PwC, recusou-se a fazê-lo, devido a denúncias de corrupção na estatal. A auditora está à espera de informações que permitam avaliar o impacto das denúncias no patrimônio da empresa.

Para tentar atenuar o impacto da crise criada pelo adiamento da divulgação do balanço, a Petrobras antecipou, em anúncio de página dupla publicado em jornais neste sábado (15) e domingo (16), o fornecimento de dados sobre seu desempenho operacional. Aproveitou para esclarecer as providências tomadas para apurar as denúncias de corrupção levantadas na Operação Lava Jato.

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 NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Enfim, a melhor Piada do Ano. A criação da nova diretora significa que, antes dela existir, a Petrobras não se preocupava mesmo em cumprir as leis e regulamentos, como está fazendo agora, ao atrasar o balanço. E Dilma Rousseff não dá nenhuma indicação de que vá demitir Graça Foster. Como se dizia antigamente, amiga é para essas coisas. (C.N.)

18 de novembro de 2014
Deu no iG

ATÉ O ESTÁDIO/ARENA DO GRÊMIO ENTROU NA CONTA DO DOLEIRO

          

PF diz que dirigente do Grêmio foi subornado

Numa das trocas de mensagens, em 26 de fevereiro deste ano, os dois combinam a entrega de R$ 66 mil em um endereço em Porto Alegre. Já no dia 6 de março, o valor a ser entregue é mais alto: R$ 500 mil, em outro endereço na mesma cidade. O relatório lembra que a OAS foi responsável pela construção da Arena do Grêmio.

O documento da PF afirma: interessante ainda apontar que o endereço de entrega é a residência de Eduardo Antonini, que atuou na construção do Estádio do Grêmio. Assim, há fortes indícios de que a entrega fora destinado ao mesmo”. Antonini foi membro do Conselho Deliberativo do clube.

A PF é clara sobre as suspeitas de que Breghirolli atuava a mando da OAS: ” Identificaram-se também diversos indícios que corroboram a tese de que José Ricardo coordenava os repasses de recursos ilícitos provenientes da OAS através de Youssef e sua rede de funcionários.”

“NÃO ESQUEÇA OS DÓLARES”

Em 6 de março, a PF registra que Youssef e Breghirolli se encontraram em São Paulo. Na troca de mensagens entre ambos, o funcionário da OAS pede para que o doleiro não esqueça de levar os dólares – não é informado o valor.

Uma outra entrega de recursos em Canoas, segundo a interceptação da PF, teria sido feita por Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro da Cidades Mário Negromonte.

A REFORMA POLÍTICA DA POLÍCIA FEDERAL PODE ACABAR COM O PT




A Operação Lava Jato, agora na apropriadamente apelidada etapa do Juízo Final, pode fazer aquilo que todo governo em crise promete: uma reforma política. Ao atacar de frente os corruptores, a Polícia Federal tem a oportunidade de expor o elo que costuma escapar nos escândalos do gênero.

A confirmar as suspeitas, ao fim poderá estar claro que empresas fornecedoras da Petrobras roubaram da estatal por meio de propinas e superfaturamentos, e usaram parte deste mesmo recurso para molhar a mão de políticos e operadores que permitiram a instalação do esquema.
É quase um círculo perfeito, no que tange o financiamento dos políticos. Em campanhas, dinheiro desviado pode ser reinvestido legalmente em quem abriu a porta do cofre.

Depois do mensalão e das duras condenações aplicadas particularmente aos atores não-políticos do esquema, o pagamento aos políticos precisava de novos e menos arriscados mecanismos.
A reforma política proposta pelo governo não resolve os problemas e ainda cria outros.
Mas involuntariamente a PF fará avançar essa agenda, se conseguir ir até o fim. Resta saber o que sairá disso, visto que agentes que irão debater as novas regras poderão fazê-lo do banco dos réus.

PT CORRE RISCO
 
O escândalo da Petrobras ameaça a todos, mas só um partido corre risco existencial com ele: o PT.
Em seus governos, o partido colocou a estatal no topo da agenda; fez controle inflacionário ao represar reajustes de combustível, enquanto Lula embebia as mãos com petróleo, à Getúlio.
Para cada descoberta no pré-sal, contudo, parece ter havido uma contrapartida obscura.

PMDB, PP e outros estão citados, mas o PT tinha o leme. Depois de sobreviver ao mensalão e sofrer derrotas apesar de reeleger Dilma, o que sobrará do partido se o que se insinua na Lava Jato for comprovado?

18 de novembro de 2014
Igor Gielow
Folha

ADVOGADO DIZ QUE O "OPERADOR" DO PMDB NÃO VAI SE ENTREGAR



Fernando, que está foragido, era recolhedor das propinas do PMDB

O empresário Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano – procurado pela Polícia Federal por suspeita de atuar como lobista e operador do PMDB no esquema de corrupção e pagamento de propinas na Petrobrás – não pretende se entregar às autoridades da Operação Lava Jato.

Segundo o criminalista Mário de Oliveira Filho, que defende Fernando Baiano, a estratégia é ingressar com pedido de habeas corpus perante o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) para tentar derrubar o decreto de prisão expedido pela Justiça Federal em Curitiba, base da Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato.

Fernando Baiano está sob suspeita da PF porque teria distribuído propinas a agentes públicos e valores para partidos políticos sobre porcentuais de contratos bilionários da estatal petrolífera. O PMDB teria o controle da Área de Internacional da Petrobrás.

A prisão de Fernando Baiano em regime temporário foi ordenada dia 10. A PF vasculhou o endereço do empresário, no Rio, e apreendeu documentos e computadores. A PF lançou o nome de Fernando Baiano na difusão vermelha, índex dos mais procurados do planeta, segundo registros da Interpol – a Polícia Internacional que mantém conexões com quase 200 países.

HABEAS CORPUS

“Minha orientação é para (Fernando Baiano) não se entregar, vamos tentar o habeas corpus”, declarou Oliveira Filho.

O criminalista está neste domingo em Curitiba e sua meta é apresentar três habeas corpus simultaneamente ­- um em favor de Fernando Baiano, outro em favor do presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro, e outro em favor de um diretor da empresa, Otto Sparenberg. Estes dois, Carreiro e Sparenberg, estão presos. Fernando Baiano está foragido.

Os pedidos de habeas corpus, subscritos pelos advogados Oliveira Filho, Edson Silvestrin e Manoel César Lopes, serão apresentados ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).

“A prisão do sr. Fernando é absolutamente desnecessária”, protesta Oliveira Filho. “Em duas oportunidades anteriores ele se ofereceu espontaneamente para prestar quaisquer esclarecimentos. Aceitou até receber intimação pelo telefone.”

Oliveira Filho destacou que Fernando Baiano já estava com depoimento marcado para esta semana em Curitiba, base da Operação Lava Jato. “Por isso não havia a menor necessidade de sua prisão. Na terça-feira ele iria se apresentar para depor.”

18 de novembro de 2014
Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Estadão

NOTA AO PÉ DO TEXTO

O operador do PMDB Fernando baiano entregou-se a PF, segundo informação da BANDTV.
m.americo

DILMA QUER SAIR FORA DA CORRUPÇÃO E CULPAR APENAS LULA E PT

 



 A etapa da Operação Lava Jato que cumpriu anteontem dezenas de ordens de prisão contra executivos de grandes corporações marca o início da contagem regressiva das investigações em direção à classe política.

 Por isso está sendo muito utilizada entre parlamentares a analogia com o naufrágio do Titanic, cujo choque com o iceberg corresponde à fase atual do processo conduzido pelo juiz Sérgio Moro. A ela se segue a lenta agonia do afundamento do navio.

 Lembra o deputado Miro Teixeira (PROS-RJ), autor da iniciativa de trazer para o Brasil o instituto da delação premiada, que as prisões da sexta-feira representam o baque da embarcação contra o gelo, que desperta os participantes da festa na primeira classe, inebriados pelo clima de onipotência que os fazia sentir-se inatingíveis.

 Na vida real, antes ainda do início do calendário formal do segundo mandato, abre-se o ciclo que determinará se a presidente Dilma Rousseff terá as condições políticas para impor-se à crise, tendo ela participado de toda a fase dos governos do PT em que a pilhagem da Petrobrás se desenvolveu e se consolidou, sob alertas seguidos e insistentes do Tribunal de Contas da União (TCU).

 Dilma dá sinais de que não parece disposta a dividir o protagonismo da corrupção na Petrobrás com o partido – e nem com o ex-presidente Lula, que começa a ter a sua versão de desconhecimento do que se passava na estatal gradualmente desconstruída pelos fatos.

 Essa determinação da presidente, que lhe custa hoje a oposição do PT, já estava sinalizada na versão que atribui à sonegação de informações pela diretoria da Petrobrás a aprovação pelo Conselho da compra da refinaria de Pasadena.

 Com essa versão, embora frágil, excluiu-se de responsabilidade sobre a diretoria nomeada por Lula e agora completa o processo afirmando não ser a presidente do PT, mas do País, e prometendo que se juntará ao esforço de esclarecimento da corrupção na empresa, para que não fique “pedra sobre pedra”.

Resta saber se sua versão antecipada a blindará da possível omissão sobre o que aparentemente sabia e contra a qual sugere que nada podia, mas ainda assim permaneceu no governo que sustentava o esquema. Parafraseando o ministro José Múcio, ao herdar a relatoria de José Jorge sobre a Petrobrás no TCU, o compromisso de Dilma agora é com seu CPF. Múcio usou essa imagem para dizer que, a essa altura, o compromisso de cada um é com sua biografia.

 A própria presidente, porém, conspira contra seu êxito, ao sinalizar que pretende dobrar a aposta no modelo responsável pela crise econômica, agravando o quadro político cuja instabilidade só se viu no governo Fernando Collor.
18 de novembro de 2014
João Bosco Rabello
Estadão

A INSATISFAÇÃO DO PT ABRE MAIS ESPAÇO PARA O PMDB NO GOVERNO

   


Uma contradição evidente a que está sintetizada no título – quanto mais o Partido dos Trabalhadores pressionar a presidente Dilma Rousseff por espaço no governo, cujo segundo ciclo ainda vai começar, mais a ação fortalece do PMDB para que obtenha melhores condições de atuar no cenário político.

O problema. detonado através das declarações do ministro Gilberto Carvalho e da ex-ministra Marta Suplicy, ampliou-se com as críticas adicionadas durante reunião da bancada do PT na Câmara Federal, nitidamente focalizada na reportagem de Fernanda Krakovics, Isabel Braga, Simone Iglesias e Danilo Farielo, O Globo edição de sexta-feira 14.

O partido empenha-se por mais espaço, embora ocupe 17 das 39 pastas. Entretanto, vários deputados petistas sustentam que a maioria dos titulares não representa politicamente o partido. Tanto assim – acrescenta – que a legenda perdeu 19 cadeiras.

Em todas as assembleias legislativas estaduais, a presença partidária desceu de 149 para 109 parlamentares: a presença caiu 40 assentos. Para uma corrente, o encolhimento decorre do ônus de apoiar o governo. O fenômeno pode ser visto assim, pela defesa em situações difíceis.

Mas também por outro ângulo. Pelo fato de ser um partido governista, portanto próximo do poder, naturalmente recebeu, ao longo do tempo, especialmente durante a campanha eleitoral, um volume muito maior de pedidos de eleitores do que as demais agremiações.

Mas como é humanamente impossível atender a todos os pleitos, como acontece sempre, pedidos que voam com o vento terminam gerando insatisfações e perda de votos.
Além disso, também, em função do desgaste natural da ocupação do poder por doze anos consecutivos, na alvorada de maias um quadriênio a começar em Janeiro de 2015.

CONTRADIÇÃO

Tudo isso é fato. Porém a contradição essencial é a de que, ao pressionar Dilma Rousseff, o PT está, no fundo, pressionando a si próprio e abrindo espaço primeiro para o PMDB, depois para as legendas menores que oscilam entre aderir ao executivo ou formar na oposição.
Isso porque, à medida em que se reduz o espaço do governo no plano político administrativo, mais a presidente da República precisará da presença do PMDB e de partidos menores à volta do Planalto.

Assim, se encontrar dificuldade dentro do esquema que a levou à vitória apertada nas urnas, terá ela que buscar alternativas adicionais para acrescentar e fortalecer sua base no Legislativo.
Pois a experiência ensina que, sem base parlamentar sólida, as ações de governo tornam-se sempre mais difíceis. Não só no Brasil, mas em todos os países democráticos. Temos à mão o exemplo dos Estados Unidos: o que terá de fazer o presidente Barack Obama na etapa final de seu mandato?

Aqui, em nosso país, não faltam problemas ao governo. O caso da Petrobrás, que teve de adiar a publicação de seu balanço trimestral. O caso das contas públicas governamentais que não fecham em 2014 e que somente poderá ser superado com a alteração da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Ainda por cima, a delação premiada obtida por Paulo Roberto Costa e solicitada por Alberto Yousef. Some-se a isso a insatisfação dos próprios companheiros e surge um conjunto de problemas demais. Mas Dilma terá de enfrentá-los e resolvê-los.

18 de novembro de 2014
Pedro do Coutto

SE FIZER DELAÇÃO PREMIADA, VACCARI ACABA COM O GOVERNO DO PT



Vaccari já sabe que será preso na próxima operação

Notícias divulgadas sábado pela Folha de S.Paulo e pelo Correio Braziliense confirmam informações anteriores aqui da Tribuna da Internet, postadas sexta-feira de manhã com absoluta exclusividade, dando conta da extrema gravidade da situação em que se encontra o PT e o governo, em função das ligações diretas entre o ex-diretor Renato Duque e o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, no esquema de corrupção da Petrobras.

As relações entre eles se tornaram tão fortes e íntimas, que Vaccari chegou a viajar de Brasília para o Rio de Janeiro, como convidado especial do casamento de uma das filhas do ex-diretor da Petrobras.

O fato é que a situação no Planalto, no PT e no Instituto Lula é de pânico e apreensão. Somente alguns petistas sabem onde se encontra Vaccari, que passou a ser a peça-chave do próximo desdobramento da Operação Lava Jato, porque o tesoureiro do PT inevitavelmente terá sua prisão preventiva decretada na próxima etapa, quando a Polícia Federal for recolher os últimos envolvidos.

TUDO DEPENDE DE VACCARI

Na verdade, o futuro do PT, do ex-presidente Lula e de sua sucessora Dilma Rousseff, tudo depende hoje diretamente de Vaccari. Caso aceite fazer delação premiada, ele se transformará num homem-bomba que pode detonar todo o conluio de perpetuação do partido no poder, além de acelerar o consequente impeachment da presidente Dilma.

Com toda certeza, outros importantes petistas  serão atingidos, como José Dirceu, que também chefiava essa quadrilha da Petrobras, José Genoino, que à época era presidente do partido, e Delúbio Soares, que era tesoureiro antes de Vaccari.

Da mesma forma, outros mensaleiros da base aliada que participaram dos dois esquemas também serão novamente processados e condenados, porque desta vez não se pode esperar complacência e subordinação do Supremo Tribunal Federal ao Planalto. Tudo tem limites. Se o governo e o PT vão explodir, os ministros do STF vão tirar o corpo fora.

Detalhe: José Vaccari Neto já responde a outro processo, sobre irregularidades na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, que ele presidiu no governo Lula entre 2004 e 2010.

Segundo a denúncia do Ministério Público, em vez de aplicar o dinheiro para erguer apartamentos, a Bancoop de Vaccari desviava recursos para contas bancárias de seus diretores e para abastecer o caixa 2 de campanhas do PT, incluindo a que levou Lula ao segundo mandato na Presidência.

Neste processo, Vaccari é réu por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Justamente por isso, é ele quem cuida das finanças do PT. O homem certo no lugar certo, como se dizia antigamente.

Embora tenha ficado de fora do processo no Supremo Tribunal Federal, Vaccari também era suspeito de cobrar propinas para financiar o mensalão no tempo em que exerceu a função de administrador informal da relação entre o PT e os fundos de pensão das empresas estatais, bancos e corretoras.

ONDE ESTÁ VACCARI?

Diante de um elemento com tamanha folha corrida, é óbvio que Procuradoria Federal do Paraná e o juiz Sérgio Moro logo determinarão a prisão preventiva do tesoureiro do PT, pois está mais do que comprovado que ele é um dos principais responsáveis pela corrupção na Petrobras. Mas ninguém sabe onde está.

Já dissemos aqui na Tribuna da Internet que a situação é tão delicada que já circulam informações de que Vaccari pode sumir definitivamente, fugindo do país, como aconteceu com Henrique Pizzolato, e há também rumores que exageram, dando conta de que o Tesoureiro do PT pode até mesmo desaparecer do mapa terrestre.

Como o célebre personagem de Alfred Hitchcock, o bancário José Vaccari Neto é hoje o homem que sabia demais e seu futuro não vale uma nota de 3 dólares.

18 de novembro de 2014
Carlos Newton

EX-GERENTE DA PETROBRAS VAI DEVOLVER 100 MILHÕES DE DÓLARES (ROUBARAM FOI MUITO!!!)

 


Barusco aceitou a delação premiada

O ex-gerente-executivo da Diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco fechou acordo de delação premiada em que se compromete a devolver cerca de US$ 100 milhões e contar o que sabe sobre o esquema de corrupção e propina na estatal.

O novo delator da Lava Jato é considerado peça-chave para a força-tarefa da Polícia Federal e da Procuradoria da República porque deverá revelar o esquema que era controlado pelo ex-diretor da área Renato Duque, nome indicado pelo PT e que foi preso na sexta-feira, na sétima fase da operação, batizada de Juízo Final.

O acordo evitou que Barusco fosse o 26º nome da lista de prisões decretadas pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava Jato. O valor de restituição, a título de indenização, caso seja homologado pela Justiça, será o maior já obtido em um acordo com servidor da Petrobrás.

O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, delator da Lava Jato, e sua família vão pagar cerca de R$ 70 milhões. Barusco, convertendo em reais, terá que desembolsar R$ 252 milhões.
Desse valor, US$ 20 milhões já haviam sido bloqueados na Suíça, onde ele mantinha uma conta. Barusco foi apontado como braço direito de Duque na cobrança de propina pelos executivos da Toyo Setal Julio Gerin de Almeida Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, que fecharam acordo de delação com o MPF no dia 22 de outubro.

“Por meio desses depoimentos resta clara também a participação de Pedro Barusco, Renato Duque, ex-gerente executivo e ex-diretor da área de serviços da Petrobras, em diversos fatos criminosos investigados ou conexos com esta operação”, escreveram os procuradores da Lava Jato no parecer de pedido de prisão de Duque.
As delações dos executivos da Toyo foram decisivas para deflagração da nova etapa da Lava Jato e para abertura de novas frentes de apuração.

FORMAÇÃO DE QUADRILHA

No pedido de prisão dos executivos do esquema, os procuradores da força-tarefa registram que os dois “narram com riqueza de detalhes todo o esquema de cartelização, corrupção, desvio de dinheiro, pagamento da corrupção no exterior, manutenção de dinheiro ilegalmente no exterior, lavagem de ativos”.
Para eles, foram dados os elementos necessários para enquadrar criminalmente os acusados da lava Jato, inclusive os executivos e dirigentes da Petrobras, “por formação de organização criminosa voltada a prática de crimes contra a administração pública”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGSe o gerente aceita devolver 100 milhões de dólares (deve ter levado muito mais), podemos imaginar quanto seu superior, o diretor Renato Duque, amealhou com os subornos.
Agora, fica feio para o Paulo Roberto Costa, que também era diretor, devolver só 70 milhões de reais. É uma mixaria perto da fortuna ilícita dos outros colegas. (C.N.)

18 de novembro de 2014
Deu no Estadão

O HUMOR DO ALPINO

 

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18 de novembro de 2014

AGORA PODEREMOS CONHECER MELHOR A VIDA DE CELSO FURTADO




“Ali está o Celso antes de Celso Furtado”. Assim a jornalista Rosa Freire d”Aguiar sintetiza o livro “Anos de Formação 1938-1948″, sexto volume da coleção Arquivos de Celso Furtado. A edição contempla o período que vai dos 18 aos 28 anos de idade daquele que veio a se tornar referência do pensamento econômico brasileiro.

Viúva do autor de “Formação Econômica do Brasil”, Rosa Freire chama a atenção para o texto “Liberalismo econômico”, que abre a edição de “Anos de Formação”. “Esse texto, que nunca havia sido publicado, já começa a refletir muito da cultura do Celso, o gosto pelo comparativo, pelo cenário internacional…

Ele estava cursando o pré-Jurídico no Ginásio Pernambucano e foi feito um júri simulado em sala de aula. Celso foi escolhido para fazer a defesa do liberalismo”, conta Rosa, ressaltando que a empreitada foi um desafio para o economista, visto já na época de adolescente como um estudante de esquerda.

O JORNALISTA

Aos 19 anos, o intelectual paraibano desembarcou no Rio de Janeiro para cursar a Faculdade de Direito. Nessa época, sem dinheiro suficiente para a manutenção da vida na capital, Furtado conseguiu emprego na “Revista da Semana”.
A repercussão de uma reportagem— incluída no livro — sobre um jangadeiro que percorrera a costa brasileira para pedir direitos trabalhistas a Getúlio Vargas chegou ao cineasta Orson Welles, que decidiu filmar a história.
“Celso não tinha experiência no jornalismo. Chegou, caiu na água direto para aprender a nadar e foi ganhando prática.

Rosa Freire, que viveu com o economista por 27 anos, resgatou desse período artigos de jornal e revelou que a paixão maior de Furtado — e objeto de muitos de seus textos — era a música clássica, pois “conquistou a autoridade para dar seu ponto de vista sobre concertos e, inclusive, escrever suas matérias em primeira pessoa”, afirma a jornalista.

O ESCRITOR

Rosa Freire afirma que diante da possibilidade de ter as cartas para o Brasil censuradas, o soldado Furtado escrevia sobre outros assuntos: “Eles não podiam dizer onde estavam, sob o risco de que as cartas caíssem nas mãos dos inimigos.
Ainda assim, alguns soldados falavam do medo da guerra. Celso parecia que estava fazendo turismo. Acho que ele não queria apavorar os pais e não era dado a dramas. Escrevia sobre as galerias de Florença, sobre Dante Alighieri”. A literatura, aliás, chegou a ser cortejada por Furtado.

“Numa carta, aos vinte e poucos anos, ele diz que seria um romancista. Quando volta da guerra, já aos 25, diz que tem um diploma de Direito, mas não quer advogar, e que não quer mais o emprego público. Quer se tornar escritor, mas um escritor para explicar o Brasil”, analisa a jornalista.

O MNISTRO

Antes da ida do jovem Furtado para a Itália, para combater na Segunda Guerra Mundial, houve uma transição do objeto e do estilo de escrita. Segundo Rosa, ali começava a ser forjado o futuro ministro do Planejamento do presidente João Goulart: “Aos 23 anos, Celso entra para o serviço público e fica maravilhado com a coisa da administração.
Ele vai deixando o jornal e começa a escrever para revistas de administração, já com um tom acadêmico. Há uma nítida oscilação e isso aponta para o futuro ministro lá na frente”. Da guerra são poucos os registros.

Rosa Freire, que é tradutora e foi correspondente em Paris, disse que o sexto volume da coleção deve ser lido como uma obra de juventude. “Não adianta ler Celso aos 20 anos com as referências do autor no futuro. Ele tem que ser lido per se, porque não necessariamente terá ali nos primeiros escritos todos os parâmetros do que ele se tornou mais tarde”, sugere ela.

OS DIÁLOGOS

A jornalista, que passou a se debruçar sobre o farto material a partir de 2008, chegou a cogitar que o volume que vai às origens de Furtado e termina com seu retorno da Sorbonne, em Paris, trazendo debaixo do braço um diploma de doutorado em Economia, seria o último livro da coleção.

Agora, às vésperas dos 10 anos de morte do intelectual, Rosa Freire repensa um novo desfecho para a coleção. “Acho que ainda há um livro a ser feito sobre diálogos em entrevistas. Descobri grandes diálogos dele com Josué de Castro, com Florestan Fernandes sobre o papel do Estado na cultura, com Fernand Braudel, entre outros”.

(texto enviado por Mário Assis)

18 de novembro de 2014
Eduardo Miranda
Brasil Econômico

MENSALÃO TUCANO ENFIM VAI CHEGAR À JUSTIÇA DE MINAS GERAIS


 
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a remessa do processo contra o ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) relativo ao mensalão mineiro à Justiça estadual em Minas.

O caso foi desmembrado da ação que tramita na 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, quando o peemedebista assumiu no Senado a vaga de Eliseu Resende (DEM-MG), morto em janeiro de 2011, mas o STF declinou competência para julgar a ação com a renúncia de Clésio em julho passado.
 
A defesa do ex-senador tentou adiar o envio do caso para a primeira instância com um embargo de declaração relativo a uma decisão em recurso apresentado pelo próprio réu. Mas Barroso não conheceu do embargo com a justificativa de que a decisão anterior se relativa ao processo contra Azeredo, “que foi distribuído por equívoco” para a 11ª Vara Criminal ao invés da 9ª, e que a Justiça ainda não se manifestou sobre a unificação dos casos.
O ministro observou que julgamento conjunto das ações “acarretaria a suspensão” do caso contra Azeredo, que aguarda apenas a sentença judicial.

O processo contra Clésio ainda está na fase de depoimentos de testemunhas, assim como a ação que já tramita na 9ª Vara Criminal.
Esta última tem oito réus, incluindo o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, já condenados por envolvimento no mensalão federal.
Segundo a acusação, os acusados no mensalão mineiro participaram de esquema de desvio de recursos de estatais de Minas para financiar a campanha à reeleição Azeredo ao governo do Estado em 1998.
 
DESVIO DE 20 MILHÕES
 
Sobre a cabeça de Clésio Andrade pesa outro problema com a Justiça. No fim de setembro ele foi alvo de mandado de condução coercitiva para depor em investigação sobre o desvio de pelo menos R$ 20 milhões do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), em Brasília (DF) e em Minas Gerais.
 
A polícia chegou a executar mandado de busca e apreensão na residência do ex-senador em Belo Horizonte, mas ele não foi encontrado. No entanto, o peemedebista se apresentou depois ao Ministério Público para ser ouvido.

18 de novembro de 2014
Marcelo Portela
O Estado de S. Paulo

PETROBRAS PROCESSA EX-PRESIDENTE GABRIELLI E 15 CÙMPLICES


O processo é pela compra da refinaria
O Conselho de Administração da Petrobrás encaminhou ao Ministério Público pedido de abertura de ação civil contra 15 funcionários e ex-funcionários da estatal, segundo o jornal O Globo. O pedido inclui o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e teria sido motivado pela compra da refirnaria de Pasadena, no Texas (EUA). A atual presidente da Petrobrás, Graça Foster, não desmentiu a decisão do conselho, mas disse, nesta segunda-feira, 17, que não iria comentar o caso.
“Não vou comentar qualquer decisão do Conselho de Administração”, limitou-se a dizer a executiva, durante a coletiva de imprensa.

 A compra da refinaria de Pasadena foi finalizada em 2012. O negócio começou a ser investigado em 2013 pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) com base em reportagem do Estado que revelou a discrepância entre o valor pago pela empresa belga Astra pela refinaria, em 2005, e o desembolso total efetuado pela Petrobrás pelo empreendimento. Em julho deste ano, o TCU apontou que a negociação causou prejuízo de US$ 792 milhões à estatal.

 Além de Gabrielli estaria entre os 15 funcionários citados pelo conselho o ex-diretor da área Internacional Nestor Cerveró. Ele foi demitido da estatal em março deste ano, dias depois de a presidente Dilma Rousseff ter afirmado ao Estado que a aquisição da refinaria foi feita com base em um relatório elaborado por Cerveró.

 Em 2006, quando a primeira metade da refinaria foi comprada, Dilma era ministra da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, que deu aval para a aquisição. Em março deste ano, a presidente afirmou ter tomado a decisão com base em um parecer técnico “falho” e “incompleto”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGGraça Foster está colocando em prática o ardiloso plano de Dilma Rousseff, que consiste em colocar toda a culpa na gestão de Sérgio Gabrielli, nomeado por Lula.
O interessante é que somente agora, depois da nova fase da Operação Lava Jato, a Petrobras tenha chegado à conclusão de que comprar a refinaria/sucata de Pasadena foi uma negociata. Até a semana Pasadena, Graça Foster continuava alardeando ter sido um grande negócio… Mas parece que as coisas mudam, ao sabor do vento do poder. (C.N.)
18 de novembro de 2014
Deu em O Globo