"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

E AGORA LUIZ, QUE A LUZ ESTÁ APAGANDO?

No MS, trabalhadores gritam: “Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro!” e pedem impeachment de Dilma

Entre os manifestantes estavam militantes do MST, Contag e servidores federais.


dilma_lula
Segundo notícia da Folha de São Paulo, Dilma Rousseff foi alvo de protestos em Campo Grande na manhã desta terça feira. Entre os manifstantes, estavam militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e do Sindicato Dos Servidores do Judiciário Federal em Mato Grosso do Sul. Os manifestantes pediam pelo “impeachment” e gritavam “fora PT” e “Lula cachaceiro, devolve meu dinheiro”.

Segundo o coordenador geral do sindicato, os manifestantes foram impedidos de entrar no evento em que participava a presidente com faixas e cartazes de protesto. Mas isso não impediu que parte da platéia vaiasse a ministra da Agricultura, Katia Abreu, e também o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP).
20 de fevereiro de 2015
in implicante

OS GAFANHOTOS VERMELHOS

Roubalheira petralha – Só em 2010, R$ 120 milhões foram desviados em propina da Petrobras para a campanha da Dilma


Os 89 maiores contratos da Petrobras foram a fonte para um volume total de propina que chega a R$ 1,2 bilhão, segundo valores contidos em planilha entregue aos procuradores da Operação Lava Jato por Pedro Barusco, ex-gerente da petroleira, e corrigidos pela inflação do período.
Os contratos listados por Barusco somam R$ 97 bilhões. O suborno equivale a 1,3% deste valor. Em depoimento que prestou após acordo de delação premiada, o ex-gerente citou que a propina variava de 1% a 2% do valor contratado.
tabela de cinco páginas detalha em que acertos houve propina, quem pagou, o nome do intermediário, em que data e como o dinheiro foi dividido entre o PT, o ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, o ex-diretor de Serviços, Renato Duque, e o próprio Barusco.
Duque ocupou o cargo por indicação do PT, o que seus advogados negam. No acordo que assinou, Barusco se comprometeu a devolver US$ 97 milhões que recebera de suborno. De acordo com a planilha, o PT ficou com a maior parte dos recursos: R$ 455,1 milhões, equivalente hoje a US$ 164 milhões. O partido nega ter recebido doações ilegais.
No depoimento aos procuradores, Barusco disse que a parte do suborno que ficara com o PT era de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões. A empreiteira que mais pagou propina, segundo a lista de Barusco, é a Engevix. A empresa ocupa essa posição porque conquistou o maior contrato citado pelo ex-gerente na planilha, de R$ 9 bilhões, para a construção de cascos de navio para a exploração do pré-sal.
Nesse caso, detalha Barusco, a propina foi de 1% do valor do contrato (R$ 90 milhões), dividida em partes iguais entre o PT e a diretoria de Serviços da estatal. Os pagamentos listados ocorreram entre maio de 2004 e fevereiro de 2011, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Os dados mostram que a maior parte da propina foi paga em 2010, ano da primeira eleição de Dilma. De acordo com a tabela, foram embolsados R$ 374 milhões. Desse total, o PT teria ficado com R$ 120 milhões.


PETRÓLEO E CORRUPÇÃO PARA CAMPANHAS DO PT Plataforma P-53, da Petrobras, utilizada na extração de petróleo na Bacia de Campos. Com o petróleo, muito dinheiro desviado e roubado para as campanhas eleitorais dos pilantras que estão no poder

Metódico
O material apresentado por Barusco é organizado ao ponto de apresentar os centavos de obras bilionárias da Petrobras. Onze agentes que intermediavam a propina são mencionados, entre os quais Julio Camargo — ligado à empresa Toyo Setal e também delator do esquema — e Idelfonso Colares, presidente da Queiroz Galvão até 2013.


A PETRALHADA CORRUPTA DIZ QUE NÃO EXISTEM PROVAS Parte de planilha de Pedro Barusco entregue à força tarefa da Operação Lava Jato

Já na coluna sobre a divisão do suborno, Barusco usa códigos: "part" para Partido dos Trabalhadores, "PR" para Paulo Roberto Costa e "casa" para identificar a diretoria de Serviços.
Em alguns casos, a divisão da "casa" aparece detalhada. Em uma obra na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, por exemplo, há a indicação "(0,6MW 0,4Sab)" ao lado do registro de uma propina de 1% para a diretoria.
"MW" é uma referência a Renato Duque, a quem Barusco se referia como "My Way", título de canção interpretada por Frank Sinatra. "Sab" identifica o próprio ex-gerente da Petrobras, numa alusão a Sabrina, nome de uma ex-namorada, segundo ele relatou à Polícia Federal.
Assim, só nesse contrato Duque levou R$ 7,9 milhões e Barusco, R$ 5,3 milhões.
Folha Online

LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO...

DILMA-2 PRESIDE O BRASIL

Dilma Vana decidiu não aceitar as credenciais do embaixador da Indonésia em Brasília. O governo da Indonésia considerou "inaceitável" a postura do Brasil e convocou seu embaixador.

Seguinte, minhas queridas e meus queridos, inda que mal pergunte: o brasileiro foi flagrado com um monte de cocaína enfiada nos tubos de sua Asa-delta? Isso é crime na Indonésia? O traficante preso em flagrante merece a morte, pelas leis da Indonésia?

Ah, então tá. Dilma-2 não é mesmo president@ da Indonésia.

BLOQUEIO DOS BENS DE ARGH!NELO

A Justiça determinou o boqueio dos bens de Argh!nelo Queiroz. Mas, não é por tudo aquilo que você pensa que ele foi bloqueado.

É que Argh!nelo assinou um contrato irregular para a prova de Fórmula Indy no Distrito Federal. Só por isso. Agora só resta o resto. E, para tanto, não há bem que chegue.

GOL CONTRA

Os tucanos agora querem Zé Dirceu e Vaccari na no CPI do Petrolão. Em verdade, em verdade, lhe digo: eu não quero nem mesmo Lula e Dilma nessa comissão. Eu não quero e acho que os brasileiros de boa cabeça também não devem querer.

Essa CPI é mais um dos tantos golpes para empurrar a Lava-Jato com a barriga. A Petrobrás não precisa de CPI nenhuma. É caso de Polícia à luz do direito criminal para a turma do crime organizado estatal pegar uma sombra permanente pelo Código Penal.

Essa pandilha de sevandijas não cometeu erros; ela praticou e quer continuar praticando crimes em série. CPI a essa altura do campeonato é gol contra.

SÓ E MAL ACOMPANHADA

Fernando Henrique Cardozo não perdeu pela imputação feita por Dilma-2 de que a corrupção começou nos anos 90 e no seu tempo da Presidência da República. Não teve papas na língua, diz que Dilma adotou a tática do batedor de carteira: o cara mete a mão no bolso da vítima e sai gritando "pega ladrão!".

Foi só a tática que Dilma-2 adotou, por que se ela gritar mesmo no Palácio "pega ladrão!" vai ficar sozinha e mal acompanhada.

MICRO BOLSA

Para amenizar a pressão geral que a vem colocando contra a parede, Dilma Vana-2 vai lançar um programa para microempresas. Não tem nada de novo; é mais uma manobra que caça eleitores. Um negócio tipo assim Micro Bolsa-Família.

DILMA-2 NÃO ME BELISCOU
ELA ME CHUTOU!


Ah, me belisca para ver se estou morto, ou vivo! Não, melhor não beliscar; tenho pavor de beliscão. Uma vez só na vida, eu levei um beliscão. Foi de uma tia querida que não podia comigo e me beliscou por que eu resolvi colocar o bolo de aniversário dos meus cinco anos de idade no chão da sala e enfiei a cara no chantily, na frente dos convidados.

Que beliscão. Foi embaixo do braço, ali pertinho da axila. Tá doendo até hoje.

Mas, me façam o favor, gritem, esperneiem, façam barulho para ver se eu não estou dormindo e no meio de um baita pesadelo.

Acontece o seguinte, a Dilma-2 saiu de uma letargia midiática de dois meses, aproveitou uma cerimônia de credenciamento de embaixadores e falou com a imprensa por alguns minutos. Os minutos pareciam horas; na verdade foram anos de balacobaco. Pelo menos 20 anos, dos quais, pelo menos 12 ao vivo e em cores.

Dilma-2 disse e não mandou dizer que "se FHC tivesse punido aquele funcionário que ficou por lá 20 anos, a Petrobrás não estaria passando pela crise em que se encontra".

Ah, peralá! Essa mulher me acordou. Não me beliscou. Chutou-me o baixo ventre bem ali, onde o homem tem mania grandeza.

Com o choque eu me dou conta: já sei o que foi que ela, Lula e João Santana, guru da propaganda enganosa, estiveram conversando por bom tempo há alguns dias.

Eles montaram mais um capítulo da Série Assassinato de Reputações. Pegaram um testemunho de Pedro Barusco, gerente de serviços e subordinado do petista mão de gato, Renato Duque, que disse ter começado a receber propina em 1997.

Recolhendo cacos, ela se referiu a outro depoente, Augusto Mendonça, executivo da Toyo Setal, que contou outro dia que o Clube das Empreiteiras teria sido criado lá pelo meio da década de 90.

Pô que Dilma-2 me acordasse... Mas não com um pataço desses! Foi uma espécie de coice de mula. Cara, ela é muuuito sem noção. Ela zurrou assim, como se ela, Lula e Santana não estivessem há mais de 12 anos nos currais mais luxuosos dessa terra, esculhambando o Brasil.

Ah, vou dizer: a coisa me soou como uma relinchada, bem assim como se ela e Lula não estivessem esse tempo todo, com todo o poder nas mãos, dentro da Petrobrás, mandando, desmandando, fingindo que não viam, relaxando e gozando.

Apesar do impacto, não tugi, nem mugi - que vaca louca ali, não seria eu. Mas agora vou devolver o chute. E vai ser bem ali, onde as costas perdem o seu digno nome.

Bolas - ai, nem sei porque falei nisso! - quem foi que disse que o PT foi o criador da corrupção na Petrobrás, no Brasil e no mundo? Ninguém!

O PT de Lula e Dilma e Falcão e Zé Dirceu e Delúbio e Genoíno, o cacete a quatro e os sócios desse sindicato de oportunistas não inventou, apenas organizou, sistematizou e institucionalizou a corrupção. O crime organizado saiu das ruas e foi parar dentro do Estado.

Senão me digam: quem foi que botou Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque como dirigentes da Petrozorra e Sérgios Gabriellis, Graças Posters e Aldemires Bendines como presidentes da Casa do Petróleo que já foi nosso?!?

Foram eles, ah é?!? Então vão se catar! Se é pra me tirar o sono, arrumem alguém de confiança, que me olhe nos olhos e que seja bem mais bonita e inteligente.

MINISTÉRIO PÚBLICO QUER
EMPAREDAR O CRIME ORGANIZADO


O Ministério Público está cobrando na Justiça R$ 4,4 bilhões das empreiteiras ligadas ao petrolão. As ações civis exigem pagamento de danos morais, multa e devolução de dinheiro.

Então você agora entende por que falta dinheiro o governo prestar serviços essenciais como saúde, educação, transporte, segurança. E fica sabendo também, por que o Zé Dudu Cardozo recebeu os advogados que defendem esses malfeitores contumazes que tiraram o crime organizado das ruas e o colocaram nos organismos do Estado.

Sabe o que é isso? Ora, não é nada. Esses R$ 4,4 bilhões não são nada para um governo que está mal acostumado de tanto mexer com dinheiro grosso.

Para que se tenha uma ideia, de 1° de janeiro até esta sexta-feira de folguedo parlamentar, o governo arrecadou em tributos nada menos do que R$ 289 bilhões de reais.

E Dilma-2 não conseguiu fechar as contas de Dilma-1; a Petrobrás não publicou o relatório auditado de 2014; o Pronatec passou a conversa nas escolas particulares... Quer dizer, esse é um governo de merreca; um governo insuportável; um governo que cheira mal a qualquer distância. Imagine então quando essa pandilha de sevandijas for parar numa cela, com direito a banho só uma vez por semana.

LULA DENUNCIA MOVIMENTO
CONTRA SUA VOLTA EM 2018


Lula e seu séquito estão furiosos com a Vejinha Brasília porque a revista veiculou que Lula bancou uma festa de R$ 220 mil para um sobrinho e que, nesse regabofe foram distribuído iPads para todos os convidados. Lula se mandou para o Facebook: "Lamentamos que a revista publique informações falsas sem sequer checar a informação".

E, não se conteve. Tentou abrir o que seria um dossiê de notícias sobre ele mesmo: "Apenas este ano já foram divulgados boatos sobre a volta do câncer do ex-presidente, a sua suposta morte e agora a festa de um falso sobrinho, entre outros casos de mentiras, boatos e mau jornalismo".

Indignado, Lula diz que uma central de boatos faz parte de um movimento organizado para minar sua eventual volta em 2018 e disseminar mentiras em redes sociais.

Besteira, para minar Lula basta contar a verdade. Nada mais que a verdade. Sempre. E tem mais, qualquer desmentido feito por Lula seja lá por que for, contra quem for, não deve ser levado em consideração. Ele ainda não é um delator premiado.

De outra parte, a revista Veja também não fez até agora nenhum acordo de delação premiada. Então, com o irônico Lord Byron na cabeça, eu lhes peço licencinha para me dirigir cinicamente a vocês. E eu o faço afirmando, inda que mal pergunte: o que é a mentira, senão a verdade disfarçada?

THOR ABSOLVIDO

Thor, o deus filho de Eike Batista foi absolvido pelo acidente que causou a morte do ciclista Wanderson dos Santos, na estrada Rio-Petrópolis em 2012. Segundo as últimas perícias ele dirigia seu bólido a 135 km/h. Em um teste suspeito antes, os peritos registraram que ele estava a módicos 110 km/h na hora do atropelamento. De qualquer maneira, Thor foi absolvido porque, certamente, o ciclista estava muito acima dessa velocidade. Há controvérsias. E a defesa do morto pode recorrer da decisão. Nessa coisa de velocidade pra lá e pra cá, nada corre mais rápido que a grana.

LAVA-JATO

A Odebrecht pediu a Zé Dudu Cardozo, "munição" para anular provas obtidas contra ela na Suíça. Na reunião dos advogados da empreiteira com o ministro da Justiça de Dilma-2, eles questionaram a legalidade das informações encontradas no exterior.

Quer dizer, os nobres causídico acabam de instituir no Brasil uma nova Instância Jurídica. Agora, mais do que o Supremo Tribunal do Governo Federal, o brasileiro pode contar com o Ministério da Justiça. Tá ficando nojentinho isso tudo, né não?!?

A INVEJA É UMA DROGA

Na Venezuela, caindo aos pedaços, a polícia chavista prendeu o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, líder da oposição.

É que Maduro, o amigão de Dilma Vana, viu que estava amadurecendo o movimento para acabar com a ditadura naquele país. E assim é que Maduro não se deixa abater pelo sucesso de Cristina Kirchner, amigona de Dilma Vana, na modalidade tiro ao alvo nos opositores.

A Venezuela é a versão mais pobre da empobrecida Argh!entina. Não se espante se, de repente, Dilma-2 for acometida por uma crise de inveja.

GABRIELLI VAI DEPÔR


A Justiça, enfim, convoca Sérgio Gabrielli para depôr na Operação Lava-Jato. Vai até lá como testemunha, por enquanto. Mas, assim ou assado, prestar depoimento na Polícia Federal, para a Vara do juiz Sérgio Moro, não é mesma coisa que ir contar piada numa CPI qualquer do Congresso Nacional. O laço está virando nó.

SEM BALA NA AGULHA
E SEM CAFÉ NO BULE


Você já esperava por isso. As empreiteiras da Lava-Jato têm recorrido a Lula e cobrado interferência política no que é, mais que uma questão de justiça, um caso de polícia.

Executivos de carteirinha da UTC/Constran, OAS e Odebrecht, empresas que estão no olho do furacão, tratam com Lula e com Okamotto, dirigente de seu instituto, sobre as consequências financeiras da investigação e o teor das delações premiadas. E daí então se conclui que é só para esse tipo de transas que o Instituto Lula se presta.

Os empresário estão uma fera com Lula, com o PT, com os companheiros do governo, porque estão sendo relegados a segundo plano. Recebem hoje, o mesmo tratamento dispensado a qualquer companheiro do partido que seja flagrado com a boca na botija.

Agora eles já sabem com quem estão falando. A grande ameaça para Lula, para o PT e seus sócios e para Dilma-2 é que os empreiteiros se promovam a delatores premiados.

É por isso, nada mais que isso, que Zé Dudu Cardozo, ministro da Justiça de Dilma, recebeu os advogados do cartel e prometeu que "depois do carnaval, a Lava-Jato vai tomar outros rumos".

Então, resta aos brasileiros de boa vontade esperar um pouquinho só para ver o que é mesmo que Zé Dudu vai fazer para dar novos caminhos à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Vara do juiz Sérgio Moro. Acho que ele não tem bala na agulha e nem café no bule para cumprir a ameaça.

COUTINHO É GRAÇA

Luciano Coutinho mantido por Dilma-2 no BNDES é a mais perfeita tradução de Graça Foster que foi mantida na Petrobrás até que foi parar no olho da rua, sem abrir a boca e sem ter sequer seus bens e suas contas bancárias bloqueadas.

ACORDO DE LENIÊNCIA

Aroldo Cedraz, do TCU e Luís Adams, advogado-geral da União são dois servidores públicos de alto coturno a serviço das ordens e dos desejos do governo Dilma-2. Eles topam o "acordo de leniência" para as empreiteiras do cartel do Petrolão.

Elas fraudaram licitações, superfaturaram contratos e subornaram autoridades companheiras, boas e batutas. Esse acordo de leniência prevê até que a empresas que ficaram bilionárias com corrupção ativa, passiva e grandes golpes, participem de licitações públicas. Cedraz e Luís Adams - segundo paginadores de cadernos econômicos - acham que "elas são grandes demais para quebrar".

NÃO CONTABILIZADAS

Acontece hoje com a Controladoria Geral da União o mesmo fenômeno que se deu com Dilma-2 que não conseguiu "fechar as contas" da Dilma-1.

E por acaso, só por acaso, acontece agora com a Petrobrás que ainda não conseguiu "contabilizar" entradas e saídas, receitas e despesas do ano passado e promete debochadamente que vai publicar o relatório auditado de 2014 talvez no fim de março, ou 1° de abril, ou em maio, mês das noivas.

Pois com a Controladoria Geral da União se dá o triste fato de que ela não informou até agora os gastos com cartões corporativos do governo e nem tampouco abre o bico sobre a gandaia com as diárias de servidores em viagem e, muito menos, dá qualquer sinal de vida com relação aos gastos com o programa Bolsa Família.

Se a sua empresa, ou a empresa em que você trabalha, não prestasse contas à Receita Federal... Você já estaria na rua da amargura. E as empresas de portas fechadas.

O SUCESSO É O FRACASSO
DO BOLSA FAMÍLIA


O sucesso do Bolsa-Família é o seu fracasso. Quanto mais aumenta a legião de usuários do programa assistencialista e oportunista do governo, mais aumenta o cordão dos puxa-sacos.

Hoje, o governo burramente enche o peito, abre a boca e alardeia que atende a 50 milhões de beneficiários. Esta é só mais uma relação atualizada de uma boa parte de brasileiros desempregados nesse Brasil Dilma da Silva.

E como é mesmo que vai o fantástico, extraordinário Bolsa-Família? É uma disparada: cria ociosos, aumenta a vagabundagem; estimula ter filhos; as crianças não estudam; ninguém larga o osso; não há porta de saída, só de entrada; gera dependência; pesa no Orçamento da União; compra votos e só acontece no Brasil.

Há controvérsias. O governo diz que não. Mas, o governo não é nenhum delator premiado. Sua palavra não vale nada - basta relembrar o que Dilma-1 disse na campanha eleitoral que a promoveu ao status de Dilma-2.

Então é assim, quanto mais aumenta o número de beneficiários, maior é a derrota do programa. O que parece sucesso é um fracasso nunca visto antes na história do "tudo pelo social" nesse país.

COMO ASSIM, "OUTROS RUMOS"?!?

Essa celeuma toda em torno do tuíter de Joaquim Barbosa pedindo a cabeça de Zé Dudu Cardozo para Dilma, já está passando dos limites.

O governo, a OAB, advogados vorazes, quando defendem que o ministro da Justiça de Dilma-2 tem mesmo que "receber" advogados por fora da agenda e dando conselhos como "não façam acordos de delação premiada", estão advogando em causa própria. Não merecem o menor crédito, nem respeito. É bem assim que agem os advogados de porta de cadeia.

E o Zé Dudu também é outro que o trem não pega: gabou-se com os visitantes prometendo que "depois do carnaval, a Lava Jato vai tomar outros rumos".

Como assim, "tomar outros rumos"? Ele está sabendo alguma coisa que os brasileiros não sabem... Mas, o seu ministério que é da Justiça de Dilma-2, muito mais que da República não pode interferir na atuação dos tribunais de justiça. Zé Dudu está apenas jogando pra torcida que é tudo que ele sabe fazer. E faz mal.

PARA PLANEJAR O FUTURO
É PRECISO REMEXER O PASSADO

Leia isso, por favor: "Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Corrupção tanto mais nefasta por servir à compra de congressistas, à politização da Polícia Federal e das agências reguladoras, ao achincalhamento dos partidos políticos e à tentativa de dobrar qualquer instituição do Estado capaz de se contrapor a seus desmandos."

E leia mais um pouco: "Lula comandou, com um olho fechado e outro aberto, um aparato político que trocou dinheiro por poder e poder por dinheiro e que depois tentou comprar, com a liberação de recursos orçamentários, apoio para interromper a investigação de seus abusos".


Isso é apenas a transcrição de um artigo de Roberto Mangabeira Unger publicado no jornal Folha de S.Paulo em 15 de novembro de 2005, glorioso dia da Proclamação da República. O ano de 2005 foi marcado pela eclosão do escândalo do mensalão.

Pois, não se espante. Lula, nomeou o filósofo Roberto Mangabeira Unger no primeiro semestre de seu segundo mandato, em 2007, ministro da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo.

Lula inventou esta besteirada para Mangabeira. E com isso, na época, comprou o silêncio e aliança do seu execrador público.

Tá, isso foi uma bronca de Mangabeira Unger com Lula. Lula o amansou e coisa e tal e nunca desmentiu, não tugiu e nem mugiu a respeito dessas acusações.

Mas agora vem o melhor. Mangabeira tá na área outra vez. E seria ótimo se alguém explicasse por que cargas d'água Dilma-2 resolveu nomear Mangabeira Unger para o lugar de Marcelo Neri para a mesma velha pasta de guerra, a Secretaria de Assuntos Estratégicos do seu governo seminovo, de ideias de segunda-mão.

Não teria Dilma-2 ninguém melhor que um dono de língua solta e ferina para cumprir a promessa de um "novo governo de ideias novas"? Vou lhe dizer uma coisinha: acho que Dilma-2 contratou Mangabeira Unger pelas mesmas razões de Lula. Uma delas é saber que botar o dedo nas feridas dos outros é um atributo característico de um bom camarada, de um companheiro bom e batuta.

De uma coisa todo mundo agora está certo: esse governo, de "novo"; não tem nada. E de "ideias novas" menos, muito menos ainda.



20 de fevereiro de 2015
sanatório da notícia

SOBRE DESIGUALDADE ECONÔMICA

Quatro aspectos que devem ser abordados em uma discussão inteligente sobre desigualdade econômica.


Por que, durante a Revolução Americana, George Washington não utilizou mísseis teleguiados para combater o exército britânico? Por que ele não utilizou um telefone celular para se comunicar com suas tropas? Todos os recursos físicos necessários para fazer mísseis e celulares já existiam naquela época.

Aliás, esses recursos físicos já existiam desde a época do homem das cavernas. Por que o homem das cavernas não tinha um computador portátil para interagir com seus semelhantes via Facebook?
A resposta é que, embora os recursos físicos já existissem, a mente humana ainda não era engenhosa e criativa o bastante para saber como transformá-los em celulares, mísseis, computadores e internet.
E isso faz toda a diferença.

Da mesma maneira, o valor de um terreno não depende do terreno em si mesmo, mas sim do valor de todos os serviços que ele permite. Um pedaço de terra em uma cidade inglesa tem mais valor que um pedaço de terra no Zimbábue porque suas possíveis utilizações na Inglaterra (residenciais, industriais, comerciais etc.) são mais úteis para o conjunto da sociedade do que no Zimbábue.

Por outro lado, se a Inglaterra for devastada por uma guerra e Zimbábue se tornar um centro internacional de negócios, as terras do Zimbábue passarão a ser muito mais valiosas do que as da Inglaterra, ainda que, fisicamente, não tenha havido alteração nenhuma na composição destas terras.

É por isso que o preço do metro quadrado hoje em Hong Kong ou Cingapura é infinitamente superior ao valor de 50 anos atrás. As terras são as mesmas, mas a utilidade da terra melhorou (aliás, a qualidade da terra em si pode até ter se degradado), pois o valor que subjetivamente se atribui às utilizações que o terreno proporciona se multiplicou.

Um poço de petróleo hoje é o mesmo poço que já existia há 100 anos. No entanto, seu dono hoje será incomparavelmente mais rico do que o dono de 100 anos atrás, pois o petróleo hoje é utilizado em processos produtivos que geram muito mais renda do que gerava há 100 anos.

Em uma sociedade formada por bilhões de pessoas, onde os recursos físicos possuem variados usos alternativos, a imensa maioria das rendas não advém automaticamente dos recursos materiais, mas sim do uso que se faz destes recursos materiais. Isso significa que a capacidade de geração de renda depende muito mais da organização inteligente destes recursos do que da disponibilidade dos mesmos.

É exatamente por isso que a Google (e tantas outras empresas) conseguiram crescer e enriquecer mesmo tendo sido criada em uma garagem e utilizando apenas recursos próprios; e também é exatamente por isso que os governos, mesmo tendo à sua disposição muitos mais recursos (confiscados) do que qualquer empresa, não conseguem gerar nada de proveitoso.

É irônico notar que, quando a distribuição de renda é realmente injusta, isso ocorre por causa das interferências, das regulamentações e dos gastos governamentais. Há várias pessoas que enriqueceram em decorrência de fartos subsídios governamentais, de tarifas protecionistas e de onerosas regulamentações que impediram o surgimento de concorrência e garantiram uma renda exclusiva para esses plutocratas. É também fato que a maneira como funciona o atual sistema monetário e bancário é propícia a uma distribuição desigual de riqueza.

No entanto, o que os defensores da redistribuição de renda sugerem para corrigir essa injustiça gerada pelas intervenções do governo é justamente mais interferências, mais gastos e mais regulamentações governamentais.
Conclui-se que essas pessoas simplesmente não entendem nem como a riqueza é criada, nem como ela é justa e injustamente distribuída, e nem como ela é destruída.

20 de fevereiro de 2015

VENEZUELA, A PEQUENA VENEZA


“Venezuela”, o nome do país governado por Nicolás Maduro, tornou-se a Palavra da Semana no exato momento em que Antonio Ledezma, prefeito de Caracas e um dos líderes da oposição, foi preso ontem em seu escritório por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).
Consta que o nome foi criado pelo próprio navegador italiano Américo Vespúcio em 1499, ao chegar numa expedição espanhola ao imenso Lago de Maracaibo, no noroeste do país, e se impressionar com a profusão de palafitas indígenas. As moradias debruçadas sobre a água lhe teriam lembrado Veneza, então uma das cidades mais famosas do mundo. Venezuela é algo como “Venezinha”, o diminutivo de Veneza em espanhol.
Embora a autoria ilustre careça de provas, como tantas histórias ligadas à chegada dos europeus ao Novo Mundo, é certo que a singularidade aquática de Veneza inspirou muitos batismos do gênero mundo afora. Há uma Pequena Veneza na ilha de Míconos, na Grécia, e uma Little Venice incrustada no coração de Londres – neste caso, o autor da comparação seria um poeta famoso, talvez Robert Browning, quem sabe Lord Byron.
De todo modo, nosso vizinho sul-americano foi o único país nomeado em homenagem a Veneza. Certamente não passa de coincidência que a democracia encontre solo tão pouco firme por lá.

20 de fevereiro de 2015
Veja online

RELEITURA

Cultura não é só aquisição de conhecimento, é a formação de uma personalidade ao mesmo tempo arraigada na realidade histórico-social concreta e capaz de transcendê-la intelectualmente.

Em artigo escrito já há algum tempo (http://siterg.terra.com.br/post/2014/03/18/procura-se-uma-nova-classe-alta-por-nizan-guanaes/), o publicitário Nizan Guanaes observa que às nossas classes altas falta, sobretudo, cultura. Pura verdade, mas por que somente às classes altas? Ao longo da quase totalidade da história humana, o conjunto dos homens mais cultos e sábios raramente coincidiu com o dos mais ricos e socialmente brilhantes. “Livros e dinheiro são uma mistura perfeita para elegância, savoir faire e bom gosto”, diz Guanaes. É certo. Mas também é certo que elegância, savoir faire e bom gosto não são propriamente a alta cultura: são a vestimenta mundanizada que ela assume quando desce do círculo das inteligências possantes e criadoras para o âmbito mais vasto dos consumidores abonados, da sociedade chique. São cultura de segunda mão.
O que falta no Brasil não são apenas ricos educados. O que falta são intelectuais capazes de educá-los. Um indício claro, entre inumeráveis outros, é que nenhuma universidade brasileira, estatal ou privada, foi jamais incluída na lista de cem melhores universidades mundiais do Times de Londres (Times Higher Education World Rankinghttp://www.timeshighereducation.co.uk/news/the-100-most-international-universities-in-the-world-2015/2018125.article). Não há nessa exclusão nenhuma injustiça. Rogério Cezar de Cerqueira Leite explicou o porquê em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/202892-producao-cientifica-e-lixo-academico-no-brasil.shtml.
Foi talvez sentindo obscuramente a gravidade desse estado de coisas que o próprio Guanaes mandou seu filho estudar na Phillips Exeter Academy, de New Hampshire, tida como a melhor escola preparatória americana, na esperança de colocá-lo depois em alguma universidade da Ivy League, como Harvard, Yale, ou Columbia.
Sem deixar de cumprimentar o publicitário pelo seu zelo paterno, observo que suas próprias ações provam antes o meu diagnóstico da situação do que o dele: se cultura faltasse somente aos homens ricos, bastaria enviar seus filhos a alguma universidade local ou fazê-los conviver com intelectuais de peso em São Paulo ou no Rio, e decorrida uma geração o problema estaria resolvido. Mas aí é que está: faltam universidades que prestem e os grandes intelectuais morreram todos, sendo substituídos por duas gerações de tagarelas incompetentes, cabos eleitorais e cultores da própria genitália, como documentei abundantemente em O Imbecil Coletivo (1996) e O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser Um Idiota (2014), além de centenas de artigos, muitos deles neste mesmo Diário do Comércio.
Ricos e até governantes incultos não são, por si, nenhuma tragédia, desde que haja em torno uma classe intelectual séria, capaz de lhes impor certos padrões de julgamento que eles não precisam compreender muito bem, só respeitar. Foi assim na Europa ao longo de toda a Idade Média e até épocas já bem avançadas dentro da modernidade, quando a casta nobre considerava que a única ocupação digna da sua posição social era a guerra, deixando os estudos para os padres e demais interessados. O Imperador Carlos Magno só começou a aprender a ler – de má vontade – depois dos trinta anos. Afonso de Albuquerque, sete séculos depois, ainda considerava que saber línguas estrangeiras era coisa para subalternos. A alta cultura não era sinal de posição social elevada, era um ofício especializado. Daí a palavra clerc, “clérigo”, que não designava só os sacerdotes, mas, de modo geral, toda pessoa letrada.
Complementarmente, os homens de estudos eram o que podia haver de mais diferente do grand monde, dos ricos e elegantes. Até bem recentemente, mesmo nos EUA, os intelectuais, sobretudo universitários, primavam por uma vida austera, sem divertimentos nem confortos, a não ser que, por coincidência, viessem eles próprios de alguma família rica.
Tudo mudou nos anos 80, com o advento dos yuppies. Um yuppie é um jovem com diploma de universidade prestigiosa, um emprego regiamente pago em alguma cidade grande, um círculo de amigos importantes que se reúnem em clubes chiquérrimos e uma cabeça repleta de regras de polidez politicamente corretas, um conjunto formidável de não-me-toques que facilitam a aceitação social na mesma medida em que dificultam o pensamento. Foi aí que formação cultural começou a significar elegância, bom gosto e refinamento em vez de conhecimento e seriedade intelectual.
Esse foi um dos danos maiores produzidos pela desastrosa administração Jimmy Carter. Até os anos 70 os EUA ainda tinham a melhor educação do mundo, toda ela fruto da iniciativa autônoma da sociedade. A intervenção estatal, associada ao império do esquerdismo chique e ao açambarcamento de toda  atividade cultural pela burocracia universitária, iniciou o processo de degradação intelectual documentado por Russell Jacoby em The Last Intellectuals: American Culture in the Age of Academe e por Allan Bloom em The Closing of the American Mind, ambos de 1987.      
No Brasil, a palavra “Harvard” ainda pode significar altíssima cultura, mas nos EUA ela evoca antes a pessoa de Barack Hussein Obama, que chegou a diretor da Harvard Law Review sem ter ultrapassado o nível das redações ginasianas e depois fez fama de autor com dois livros escritos inteiramente por Bill Ayers, um terrorista doublé de talentoso artista da palavra.           
Nada mais expressivo do vazio intelectual de Harvard do que o sucesso de John Rawls, o qual, segundo aboutade de Eric Voegelin, escreveu uma Teoria da Justiça sem notar que se tratava de uma teoria da injustiça.
O que hoje resta da antiga pujança intelectual americana refugia-se em grupos autônomos, como o círculo de discípulos do próprio Eric Voegelin, as redações de New Criterion e Commentary, meia dúzia de editoras high brow ou o time seleto de scholars que compõem a equipe de Academic Questions, uma revista acadêmica dedicada ao estudo... da decadência acadêmica.
Em comparação com o que temos no Brasil, é muito, é uma abundância invejável, mas, para o antigo padrão americano, é quase miséria. Os EUA só continuam sendo o paraíso dos estudos superiores no sentido yuppiedo termo. Não por coincidência, Guanaes cita como protótipo de pessoa culta a riquíssima, chiquíssima e politicamente corretíssima Ariana Huffington, fundadora do Huffington Post, um front de antijornalismo obamista empenhado em manter acesa a chama do “Yes We Can” contra todos os fatos, contra toda evidência e contra todo o descrédito geral.
Não quero me meter na vida da família Guanaes, mas mandar um filho estudar nos EUA – digo nas grandes universidades, e não nos círculos dos happy few -- é um meio de defendê-lo contra a debacle cultural brasileira? Sim, se o que você quer para ele é uma carreira de yuppie e uma alta cultura constituída de “elegância, savoir faire e bom gosto”. Não, se você quer fazer dele um estudioso sério, capaz de compreender o Brasil e ajudar o país a sair do atoleiro.
Digo isso, também, por outro motivo. Cultura não é só aquisição de conhecimento, é a formação de uma personalidade ao mesmo tempo arraigada na realidade histórico-social concreta e capaz de transcendê-la intelectualmente. Essa formação só é possível se ela começa pela absorção da cultura local na língua local e se prossegue nesse caminho até abarcar essa cultura como um todo e, então sim, tiver necessidade de ampliar o seu horizonte pelo contato mais aprofundado com outras culturas. Se um jovem ignorante da sua cultura nacional é transplantado para o ambiente acadêmico de outro país, é melhor que ele fique por lá mesmo, pois, se voltar, dificilmente chegará a compreender o lugar de onde saiu. O Brasil está repleto de diplomados de universidades estrangeiras, cujos palpites sobre a situação nacional superlotam as colunas de jornais com amostras de incompreensão que raiam a alienação psicótica. O projeto “Ciência Sem Fronteiras” está se encarregando de produzir mais alguns com dinheiro público.
Pode-se retrucar que, nas presentes condições, a aquisição da cultura brasileira se tornou inviável porque o jovem interessado não encontra guiamento nem na universidade, nem fora dela. Não tenho resposta pronta para isso, mas desde quando a dificuldade de resolver um problema torna desnecessário resolvê-lo?
20 de fevereiro de 2015
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.( 04 de fevereiro de 2015)

O CRIME DESORGANIZADO



Em qualquer estudo erudito, o passo primeiro e indispensável é descobrir o status quaestionis, isto é, a evolução histórica das discussões sobre o assunto desde os tempos mais remotos até o seu estado atual. Essa investigação, por sua vez, toma como pano de fundo a visão mais abrangente possível da história das idéias em geral. Só assim o estudioso fica sabendo onde está, em que ponto do diálogo erudito ele entrou na conversa, a quem está se dirigindo e em que lugar do mapa civilizacional está plantando a sua contribuição, se chega a tanto a sua interferência no caso.
Um exemplo característico é a História da Literatura Ocidental, em que Otto Maria Carpeaux, após narrar com mestria exemplar a evolução dos estilos, dos temas e dos gêneros, encerra o livro com uma revisão das principais histórias – e teorias da história -- da literatura, para situar a sua obra no devido contexto temporal e marcar a diferença específica que norteou o seu projeto de escrevê-la.
Só quando um escritor, um historiador, um cientista social ou um filósofo tem essa visão abrangente e consegue situar-se a si próprio dentro dela é que se pode dizer que ele sabe do que está falando. É ela, mais que qualquer outro fator, que marca a diferença entre o profissional e o amador, entre o estudioso sério e o palpiteiro assanhado.
O primeiro a enfatizar esse requisito dos estudos superiores foi Aristóteles, que iniciava sistematicamente as suas investigações por uma revisão das “opiniões dos sábios” sobre o tema em questão.
Essas opiniões, naturalmente, não eram somente respostas diversas dadas a uma mesma pergunta, mas diferentes maneiras de articular a questão mesma, de modo que a sua simples exposição histórica adquiria o sentido dramático de uma formulação dialética do problema em todos os seus aspectos incomensuráveis e contraditórios.
Desde então os recursos para a realização dessa tarefa evoluíram de tal modo, com o advento do sistema bibliográfico internacional, das traduções em massa, da indexação científica e da informação computadorizada, que hoje ninguém mais pode alegar, como desculpa para deixar de cumpri-la, a dificuldade de acesso às fontes.
Status quaestionis e contexto histórico são tão importantes para qualquer investigação em história, ciências humanas, letras e filosofia, que em grande parte dos casos o simples esforço de adquiri-los já traz, implícita, a solução do problema a ser investigado.
Não há exercício melhor nem mais indispensável para o adestramento da inteligência nas grandes questões da cultura, da política, da história e assim por diante.
Também não é preciso dizer que esse é o aspecto mais negligenciado na educação universitária brasileira. Sem temor de errar, testemunho que, em três décadas de atividade pedagógica destinada substancialmente a uma platéia de estudantes e diplomados das universidades brasileiras, nunca, nem uma única vez, encontrei um aluno que viesse com um conhecimento histórico suficiente da evolução da sua própria área de estudos acadêmicos.
O indício material mais evidente desse estado de coisas era a sua ignorância completa e rasa de autores fundamentais cujas obras e idéias haviam marcado o trajeto evolutivo da disciplina supostamente estudada nos seus cursos universitários. Estudantes de Direito que nunca tinham ouvido falar de Icilio Vanni, Georges Rippert ou Igino Petrone – às vezes nem de Rudolf von Jhering, porca miséria! --; bacharéis em filosofia que nas minhas aulas ouviam pela primeira vez mencionar Louis Lavelle, Xavier Zubiri, Bernard Lonergan, Vladimir Soloviev ou Félix Ravaisson; cientistas sociais para os quais nada significavam os nomes de Pitirim Sorokin, Thorstein Veblen, Luigi Sturzo ou Othmar Spann; mestrandos em literatura brasileira – brasileira, vejam só! -- que nada sabiam de José Geraldo Vieira, Alphonsus de Guimaraens Filho, Cyro dos Anjos ou Amando Fontes – todos esses faziam até bela figura em comparação com os alunos de psicologia, para os quais sua disciplina pouco ou nada mais continha além de psicanálise e behaviorismo...
Mas os estudantes, é claro, não seriam tão incultos assim se não tivessem aprendido a sê-lo com seus professores.
Outro dia tive, por internet, uma discussão com um professor de física que brandia contra mim a autoridade de Ernst Mach, sem nem de longe se dar conta de que meus argumentos, no episódio, repetiam quase ipsis litteris os desse autor, do qual assim ele provava não saber absolutamente nada além do nome. Nada digo das dúzias de colegas dele, todos eles senhores doutores, que, vendo-me questionar as noções newtonianas de “espaço absoluto” e “tempo absoluto”, saíram alardeando que eu negava a lei da gravidade: muitos acrescentam, à devota incultura, o mais perfeito analfabetismo funcional. 
Esse estado de coisas manifesta-se de três maneiras principais:
(1) Os estudantes repetem a palavra de seus professores semiletrados  como se fosse a autoridade do consenso universal. Quando confrontados a alguma idéia desconhecida, mesmo que tenha alguns séculos de idade ou que seja banal e corrente no exterior, escandalizam-se como crentes devotos repentinamente expostos a uma heresia intolerável.
(2) Reforça-os nessa atitude o prestígio de uns poucos autores, não raro de importância periférica, lidos fora de todo contexto histórico e sem pontos de comparação, cuja palavra é tomada, pelo simples fato de ser recente, como se fosse o cume insuperável da evolução humana, ainda que seja a cópia de alguma idéia milenar ou uma tolice já refutada há séculos.
(3) Apegam-se às crenças correntes no seu campo especializado de estudos como se fossem universalmente explicativas, como se não existissem outras ciências e outras perspectivas capazes de, articuladas ou uma a uma, esclarecer melhor o assunto em debate.
Somados, esses três fenômenos reduzem a produção soi disant científica das nossas universidades a uma caricatura disforme que não exerce, no quadro do mundo civilizado, senão a função de um anti-exemplo grotesco e patético, cuja escassez de citações na bibliografia internacional reflete menos o desprezo dos estrangeiros do que a sua caridosa recusa de contemplar a miséria alheia.
Na mais otimista e rara das hipóteses, encontramos trabalhos escolares quase aceitáveis, que mostram alguma leitura atenta da bibliografia citada mas nada acrescentam ao já arqui-sabido, exceto os erros de gramática, cuja presença nesses escritos é praticamente infalível.
Acrescente-se a esse panorama deprimente o fanatismo político onipresente, fruto ele próprio da ignorância, que reage com exclamações histéricas e ameaças de morte a qualquer argumento adverso mal compreendido, ao mesmo tempo que clama por “diversidade”, “tolerância” e “respeito às idéias divergentes”, sem notar nessa dupla atitude a mais leve contradição – um fenômeno que ultrapassa as fronteiras do puro desastre cultural e entra em cheio no terreno da psicopatologia coletiva.
É de espantar que tantos estudantes, sem jamais ter pensado nos seus deveres de estado ou na dívida de gratidão que têm para com quem paga os seus estudos, gastem tempo e energias preciosas na busca de toda sorte de prazeres fúteis e ainda considerem que é obrigação do Estado fornecer-lhes, de graça, os meios para a satisfação das suas fantasias sexuais mais pueris e grosseiras?
Quando se sabe que todo esse festival de ignomínias é sustentado com o dinheiro suado do trabalhador brasileiro, chega a ser espantoso que tantos observadores se revoltem com a corrupção de políticos e administradores, sem notar que, pelo tamanho e pela constância das suas atividades, a maior máquina de exploração do povo neste país é aquilo que, com otimismo delirante, continua a chamar-se de “educação”.
Vale ainda, hoje mais do que nunca, aquilo que escrevi há quase duas décadas: “A única diferença entre a educação brasileira e o crime organizado é que o crime é organizado.”
20 de fevereiro de 2015
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.

APENAS VINTE E TRÊS MINUTOS...

UM VÍDEO DE APENAS 23 MINUTOS AJUDARÁ VOCÊ A ENTENDER PORQUE A AMÉRICA LATINA É UM LIXÃO



Salve, estimados leitores. Enquanto preparo novos posts para o blog, faço a postagem deste vídeo sugerido por um leitor. Não pude identificar seus autores. Todavia faz parte de um ótimo canal no YouTube denominado "Vídeo Debate".

Recomendo muito que todos vejam este vídeo. Na verdade é uma aula bastante sintética e objetiva de filosofia política e exposta de forma didática de tal sorte que mesmo para quem nunca estudou a teoria política é capaz de entender os conceitos de república, monarquia, democracia, totalitarismo etc.

Está aí portanto um excelente programa que jamais é exibido pelas redes de televisão que continuam refletindo, sobretudo, a imbecilidade da maioria dos jornalistas. Por isso, o advento da internet e do jornalismo independente aliado às redes sociais já começa a incomodar os ditadores de plantão e seus sequazes, dentre eles boa parte dos jornalistas que gera o conteúdo para os meios de comunicação.

Afirmo isso porque conheço de perto o metier. Vivo e faço jornalismo há mais de 40 anos. Há pelo menos uma década me dedico ao jornalismo digital, ou web jornalismo.

Portanto, para quem quiser saber o que não lhe ensinam ou não lhe ensinaram na escola e faculdade, aproveite. O vídeo tem apenas 23 minutos. Não emule o Apedeuta afirmando que não sabia. Hoje, felizmente, tudo está ao alcance de um clique. 

20 de fevereiro de 2015
in aluizio amorim

A INDIGNAÇÃO DO JORNALISTA LUIZ CARLOS PRATES

EMPREITEIRAS COBRAM INTERFERÊNCIA POLÍTICA DE LULA

Empreiteiras cobram interferência política de Lula

Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, admitiu ter recebido executivos de empreiteiras alvos da Lava Jato para tratar sobre os efeitos econômicos da investigação

Lula e Okamotto em Paris
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu sócio Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula (Antonio Ribeiro/VEJA)
Preocupados com as prisões preventivas em curso e com os desdobramentos da Lava Jato, empreiteiros alvos da operação têm cobrado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma intervenção política para evitar o colapso econômico de suas empresas. Desde o fim do ano passado, quando foi deflagrada a sétima fase da Lava Jato, emissários dos executivos têm se encontrado pessoalmente com Lula e com o seu sócio, Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, para tratar dos impactos financeiros da operação que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.
Okamotto admitiu ter recebido "várias pessoas" de empresas investigadas na Lava Jato. Interlocutores relataram que as conversas foram tensas e que, em alguns momentos, chegaram a ter tons de ameaça por parte dos empreiteiros. No fim do ano passado, João Santana, diretor da Constran, empresa do grupo UTC, agendou um encontro com Lula — o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, foi preso pela Lava Jato e é apontado como coordenador do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobras.
Recebido por Okamotto, Santana buscava orientação do ex-presidente sobre o futuro da empresa. Em 2014, a UTC doou 21,7 milhões de reais para campanhas do PT — R$ 7,5 milhões em apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Indagado sobre o encontro com o diretor, Okamotto admitiu o pedido de socorro de Santana. "Ele queria conversar, explicar as dificuldades que as empresas estavam enfrentando. Disse: ‘Você tem de procurar alguém do governo’", relatou o presidente do Instituto Lula.
"Ele estava sentindo que as portas estavam fechadas, que tudo estava parado no governo, nos bancos. Eu disse a ele que acho que ninguém tem interesse em prejudicar as empresas. Ele está com uma preocupação de que não tinha caixa, que tinha problema de parar as obras, que iria perder, que estava sendo pressionado pelos sócios, coisa desse tipo", disse Okamotto. A assessoria de imprensa da UTC/Constran negou o encontro. "Nenhum executivo da empresa jamais marcou reunião ou manteve encontro com o presidente Lula com o senhor Paulo Okamotto para tratar de assuntos relativos à Operação Lava Jato", informou a assessoria da empresa.
A força-tarefa da Lava Jato prendeu uma série de executivos de empreiteiras no dia 14 de novembro, quando foi deflagrada a sétima fase da operação. Um deles era o presidente da OAS, Léo Pinheiro. Antes de ser preso, ele se encontrou com Lula para pedir ajuda em função das primeiras notícias sobre o conteúdo da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa que implicavam sua empresa. Lula e Pinheiro são amigos de longa data.
O ex-presidente Lula também negou ter se encontrado com executivos das empreiteiras envolvidas no petrolão. "Muitas pessoas, de diversos setores, procuraram o ex-presidente Lula, que hoje não possui nenhum cargo público", informou a assessoria do instituto, ressaltando que Lula não recebeu empreiteiros nem pedidos de reuniões.
Entre si - A cúpula das empreiteiras também tem feito encontros entre si para avaliar os efeitos da Lava Jato. Após a prisão dos executivos, o fundador da OAS, César Mata Pires, procurou Marcelo Odebrecht, dono da empresa que leva seu sobrenome, para saber como eles haviam se livrado da prisão até agora. Embora alvo de mandados de busca e de um inquérito na Polícia Federal, a Odebrecht não teve nenhum executivo detido na Lava Jato.
Conforme relatos de quatro pessoas, Pires disse que as duas empresas têm negócios em comum e que a OAS não assumiria sozinha as consequências da investigação. Ele afirmou ao dono da Odebrecht não estar preocupado em salvar a própria pele, porque já havia vivido bastante. Mas não iria deixar que seus herdeiros ficassem com uma empresa destruída por erros cometidos em equipe. A assessoria de imprensa da Odebrecht disse que houve vários encontros entre as duas empresas, mas que nenhum "teve como pauta as investigações sobre a Petrobras em si". A assessorua da OAS "refutou veemente" que houve uma reunião com a Odebrecht.
Como resultado da Operação Lava Jato, as empreiteiras acusadas de fazer parte do "clube" que fraudava licitações e corrompia agentes públicos no esquema de corrupção e desvios na Petrobras estão impedidas de participar de novos contratos com a estatal. Por causa disso, algumas têm enfrentando problemas financeiros.
A tentativa de empreiteiras envolvidas na Lava Jato de pedir ajuda a agentes políticos já foi condenada pelo juiz Sérgio Moro - responsável pela operação - ao se referir aos encontros de advogados das empresas com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo."Trata-se de uma indevida, embora malsucedida tentativa dos acusados e das empreiteiras de obter interferência política em seu favor no processo judicial (...) certamente com o recorrente discurso de que as empreiteiras e os acusados são muito importantes e bem relacionados para serem processados", disparou o juiz.
(Com Estadão Conteúdo)
20 de fevereiro de 2015
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INDONÉSIA CONSIDERA "INACEITÁVEL" POSTURA DO BRASIL E CONVOCA EMBAIXADOR

Presidente Dilma Rousseff decidiu não aceitar as credenciais do embaixador da Indonésia em Brasília

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, em entrevista à rede americana CNN
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, em entrevista à rede americana CNN (Reprodução/CNN/VEJA)
O Ministério das Relações Exteriores da Indonésia chamou o embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Soares, para consultas, depois da decisão da presidente Dilma Rousseff de não aceitar as credenciais do embaixador da Indonésia em Brasília, Toto Ryianto, em cerimônia nesta sexta-feira. 
O governo da Indonésia também chamou seu embaixador de volta a Jacarta até que o governo brasileiro marque uma data para que ele apresente suas credenciais e classificou como "inaceitável" o tratamento dado ao diplomata pelo governo brasileiro. O Itamaraty não comentou a decisão da Indonésia.
"A maneira com que o ministro das Relações Exteriores do Brasil subitamente informou ao embaixador designado sobre o adiamento da entrega de suas credenciais, quando o embaixador já estava no palácio presidencial, é inaceitável para o governo da Indonésia", diz um comunicado do governo indonésio. A nota afirma ainda que a Indonésia é um Estado soberano, com um "sistema judiciário independente e imparcial, e nenhum país estrangeiro pode interferir na aplicação das suas leis dentro da sua jurisdição, incluindo a aplicação das leis que tratam do tráfico de drogas".
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Ryianto, que está no Brasil desde novembro do ano passado, era o primeiro da lista de seis embaixadores que apresentariam suas credenciais nesta sexta-feira. Ao conferir a lista, no entanto, a presidente Dilma Rousseff decidiu não recebê-lo. O embaixador já estava no Palácio do Planalto quando foi informado pelo chanceler Mauro Vieira de que suas credenciais não seriam recebidas.
"Nós achamos importante que haja uma evolução na situação para que se tenha clareza sobre em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que nós fizemos foi atrasar um pouco o recebimento das credenciais. Nada mais do que isso", afirmou a presidente Dilma ao final da cerimônia em que recebeu outros cinco embaixadores. Esse é o segundo gesto diplomático duro do governo brasileiro em relação à Indonésia. Há um mês, quando outro brasileiro preso no país, Marcos Archer, foi fuzilado, o país retirou seu embaixador em Jacarta por cerca de 10 dias. Não receber as credenciais, no entanto, não é algo comum e não há precedentes recentes no Itamaraty.
Leia mais: 
(Com Estadão Conteúdo)
20 de fevereiro de 2015
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