"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A HERANÇA DE DILMA (PARTE 1) - A ECONOMIA EM QUEDA

       


Uma conta de quase 250 bilhões de reais em aumento de gastos públicos manterá o governo sob pressão ao final do atual mandato e no início do próximo. Resultado: 2015 pode ser mais um ano de economia fraca.

O Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, ganhou nos últimos meses uma nova atribuição: tentar acalmar o mercado financeiro, cada vez mais ansioso com os rumos da economia do país. Holland tem mantido reuniões com economistas dos principais bancos e gestoras de recursos. “Nos encontros, ele costuma ouvir mais do que falar”, afirma André Perfeito, economista-chefe da gestora Gradual, participante de duas dessas conversas.

Na tarde de 8 de novembro, uma sexta-feira, o ministro da Fazenda. Guido Mantega, apareceu sem avisar na sala do 15* andar do prédio da Presidência da República na avenida Paulista, cm São Paulo, onde estavam Holland e a nata do setor financeiro. O tema da reunião era o resultado das contas públicas de setembro, que revelou déficit de 9 bilhões de reais as projeções eram de saldo levemente positivo.
Mantega se empenhou em mostrar aos analistas que o governo reconhece a necessidade de fazer um ajuste – e que ele virá. Também prometeu resultados melhores em outubro. Foi mais uma tentativa do governo de mostrar que tudo está sob controle.

“O governo acordou para a piora nas contas públicas”, diz André Loes, economista-chefe do banco HSBC, presente no encontro. “É uma mudança de postura significativa. Mas será suficiente?”

ECONOMIA EM BAIXA

A maioria das instituições financeiras e consultorias prevê que Dilma Roussefí entregará ao presidente eleito no ano que vem – com boa chance de ser ela própria – uma economia com indicadores bem piores do que os recebidos em 2011. Segundo cálculo do economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, a fatura dos gastos com Previdência, juros da dívida. desonerações ao setor produtivo e repasses do Tesouro para bancos públicos vai subir 245 bilhões de reais de 2010 a 2014, alcançando quase 740 bilhões. Será um acréscimo de 50% nessas despesas, enquanto a inflação do período – que esteve sempre acima do centro da meta – deverá somar 27%.

“A herança de Dilma em 2015 será um grande passivo”, diz Salto. “Ajustes duros terão de vir rapidamente, seja quem for o chefe de Estado.” Com esse quadro, é praticamente certo que nos próximos dois anos o desempenho da economia continue baixo – serão completados então inéditos cinco anos de crescimento modesto.

SEM MELHORA

Nada indica, ate agora, que haverá uma melhora das contas em 2014. Ao contrário. Para ficar num exemplo: o custo de isenções fiscais, como as voltadas para a compra de automóveis e as das folhas de pagamentos de 42 setores – as chamadas desonerações -, deve somar 78 bilhões de reais em 2013.

Se nada mudar, chegará a 93 bilhões no fim do ano que vem. O impacto dessa e de outras despesas será sentido no saldo das contas públicas: previsões dos bancos e de consultorias indicam que o superávit primário (a poupança feita para amortizar juros da divida pública) ficará pouco acima de 1% no próximo ano.
A marca de 1,5% de superávit é considerada o mínimo necessário para fazer o endividamento cair.

Em 2010, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou sua gestão com superávit de 2,7%. No fim do primeiro mandato, em 2006, a folga havia sido de 3,2%. “O grande problema é que o gasto atual foi planejado pai a uma economia que cresceria 4,5% ao ano. Mas faz tempo que crescemos muito menos”, diz Mansueto de Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Para complicar, o governo tem adorado práticas contábeis pouco ortodoxas, como registrar dividendos que tem a receber de estatais no futuro, o que o mercado chama de “contabilidade criativa”.

DÍVIDA SUBINDO

Uma piora leva a outra. Com amortizações em queda, a dívida bruta vem subindo. Ao final de 2014, chegará a 61%, 8 pontos percentuais a mais que em 2010. A do México é de pouco mais de 35%. O custo para rolar a divida, símbolo do grau de confiança do mercado, tem sido no caso do Brasil o pagamento de 12% ao ano de juros para quem compra seus títulos oficiais, enquanto o México paga 5%, e a Colômbia, 6%. “Esses países perseguem a meta de superávit com seriedade”, diz Tony Volpon, chefe de Pesquisas para Mercados Emergentes das Américas do banco japonês Nomura Securities.

Com esse cenário montado, as agências de classificação de risco já ameaçam rebaixar a nota de crédito do Brasil. “Uma dívida bruta que avance muito acima de 60% do PIB pode, sim, nos levar a rever a nota”, diz John Chambers, diretor do Comité de Classificação de Risco Soberano da agência Standard & Poor”s. Na S&P, o país já está em perspectiva negativa. Outra demonstração da incredulidade do mercado é dada pela evolução do indicador chamado Credit Default Swap (CDS).

Ele mede o seguro pago nos títulos da dívida pública. Quanto maior o CDS, maior o risco de investir aqui. Em 2013. o Brasil alcançou os maiores níveis desde a crise de 2009. E o pior: ao final de outubro, o CDS brasileiro estava mais de 50 pontos acima do de países como Colômbia e Peru, que têm notas de crédito piores do que a nossa em agências como S&P e Moody”s.

 Para analistas, é um sinal de que o Brasil corre mesmo o risco de perder o status atual, o rebaixamento por agências de risco, somado a um quadro de piora fiscal e a uma retirada mais acelerada dos estímulos que o Federal Reserve, o banco central americano, tem dado à economia dos Estados Unidos, criaria um cenário de extrema dificuldade para o Brasil em 2014.

O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto chamou essa combinação de “risco de uma tempestade perfeita, uma analogia à coincidência de vários fenômenos climáticos desastrosos. Embora seja uma probabilidade considerada baixa, ela não deve sei descartada. Sua ocorrência poderia levar o país à recessão.

(artigo enviado por Mário Assis)

26 de novembro de 2013
Daniel Barros
Revista Exame

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
26 de novembro de 2013


MALANDRO É MALANDRO, MANÉ É MANÉ... FALOU, GÊ!

Era só o que faltava: Laudo afirma que cardiopatia de Genoino não é grave




Brasília – A junta médica do Hospital Universitário de Brasília, formada para avaliar o estado de saúde do deputado José Genoino (PT-SP), concluiu que ele é portador de cardiopatia “que não se caracteriza como grave”. O laudo foi entregue hoje (26) ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Com a base no documento, Barbosa vai decidir se Genoino, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, vai permanecer em prisão domiciliar temporária ou voltará para o Presídio da Papuda.

Foram indicados os seguintes médicos para fazer a perícia: Luiz Fernando Junqueira Júnior, professor de cardiologia da Universidade de Brasília e presidente da junta; Cantídio Lima Vieira, cardiologista e especialista em perícia médica; Fernando Antibas Atik, especialista em cirurgia cardiovascular; Alexandre Visconti Brick, professor de cirurgia cardiovascular, e Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda, médica cardiologista do hospital universitário.

A defesa do ex-presidente do PT e deputado federal José Genoino (SP) reafirmou que ele não tem condições de permanecer preso devido ao seu estado de saúde. Em nota divulgada hoje (26), o advogado Luiz Fernando Pacheco diz ter recebido as conclusões do laudo “com renovada esperança na recuperação” de Genoino. “Seguimos, pois, preocupados com sua saúde, já que, por óbvio, a cadeia, mesmo em regime semiaberto, não apresenta condições mínimas para seu completo tratamento e recuperação”, afirma o advogado.

No laudo de oito páginas enviado ao STF, a junta médica descreve os problemas de saúde de Genoino e afirma que não é necessário tratamento domiciliar. Os médicos afirmam que ele deve receber acompanhamento médico periódico. De acordo com o laudo, Genoino está com “condição patológica tratada e resolvida.”

No documento, os peritos também afirmam que Genoino é portador de hipertensão “leve e moderada”, que é controlada por medicação. Os médicos recomendam dieta hipossódica, prática de atividade física, porém, concluem que não é imprescindível “permanência domiciliar fixa do paciente”.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGGraças ao bom Deus, o jornalista que edita o Blog da Tribuna não ficará totalmente desmoralizado. Genoino estava só dando uma de “Neném Dodói”, que era como Walter Clark, Boni e os diretores da TV chamavam Armando Nogueira, que vivia se queixando de tudo. Saudades de meu amigo Walter Clark. Ele era o cara. (C.N.)

26 de novembro de 2013
André Richter, Agência Brasil

O HUMOR DO NÉO CORREIA



 
 
26 de novembro de 2013

AGORA ESCLARECEU...

Hotel que vai pagar R$ 20 mil ao José Dirceu é do irmão do dono de um partido político. É o mensalão ao contrário
 
 
O hotel que contratou o ex-ministro José Dirceu para trabalhar em Brasília, chamado Saint Peter Hotel, pertence ao irmão do presidente do PTN, um dos dez partidos que entraram na coligação que apoiou a candidatura de Dilma Rousseff a presidente da República em 2010.
A carteira de trabalho de Dirceu indica que ele ganhará R$ 20 mil como gerente administrativo do estabelecimento – se a Justiça autorizar o pedido dele de deixar a prisão de dia para trabalhar.
 
O dono do Hotel é Paulo Masci de Abreu, irmão de José Masci de Abreu, mais conhecido como Dr. José de Abreu, presidente nacional do PTN. Eles são amigos de longa data de José Dirceu. Antes que a proposta de emprego fosse concretizada, a família Abreu fez uma análise jurídica para saber se teriam problemas ao ajudar o amigo petista.
 
Sigla pequena, o PTN foi o único dos partidos que apoiaram formalmente Dilma a não conseguir eleger deputados federais. Recentemente, a sigla apareceu no noticiário por ter assediado a ex-ministra Marina Silva. O próprio José de Abreu esteve no julgamento em que o Tribunal Superior Eleitoral negou o registro para o Rede Sustentabilidade a fim de, ao final da sessão, falar com Marina, mas não obteve sucesso.
 
Carteira assinada no dia 18
 
Na segunda-feira, o advogado de Dirceu, José Luis Oliveira Lima, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que Dirceu saia de dia da prisão da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena em regime semiaberto por ter sido condenado no mensalão, para trabalhar no hotel St. Peter como gerente. Ele voltaria para a prisão no fim da tarde. O trabalho seria das 8h às 17h.
 
O mesmo pedido foi feito nesta terça-feira pela defesa à Vara de Execuções Penais (VEP) do DF. A assessoria de imprensa do STF informou que o assunto deve ser analisado pela vara, a quem Barbosa delegou parte das tarefas da execução das penas do mensalão. No regime semiaberto de prisão, o sentenciado pode trabalhar fora se conseguir autorização judicial. Para isso, tem que comprovar oferta de emprego.
 
A carteira de trabalho de Dirceu foi assinada no dia 18 de novembro pelo hotel St. Peter. Na documentação encaminhada ao STF, o hotel informa que Dirceu apresentou formalmente sua pretensão de tornar-se gerente administrativo do estabelecimento no dia 18, e em seguida foi admitido no quadro de funcionários, tendo assinado contrato e carimbado sua carteira de trabalho.
No contrato de trabalho, o hotel afirma que “tem plena ciência e anui com as condições do empregado”.
 
(Valor Econômico)
 
26 de novembro de 2013~
in coroneLeaks

UMA AULA HISTÓRICA DE SUS E SAÚDE PÚBLICA




PARABÉNS

DEPUTADO HELIO MANDETTA
 
 
26 de novembro de 2013

LÁ DO SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) GERAL

Pensador companheiro


“O clima é de tristeza. Tem gente que não esperava de fato que isso pudesse vir a acontecer um dia”.

André Vargas, deputado federal pelo PT do Paraná, sobre a prisão dos mensaleiros, surpreso com duas descobertas: 1) quem comete crimes pode ser preso e 2) ninguém fica eufórico na cadeia.

26 de novembro de 2013
in Augusto Nunes

FIM DO VOTO SECRETO: PODERIA SER PIOR, MAS PODERIA SER MELHOR

 

Poderia ser pior. Mas também poderia ser melhor. Como vocês lerão abaixo, em reportagem de Gabriel Castro, da VEJA.com, o Senado aprovou em última votação o fim do voto secreto para cassação de mandatos — e isso é bom —, mas também para vetos presidenciais, e isso, obviamente, é mau porque permite que o Executivo monitore o Congresso.
As mudanças valem apenas para as duas Casas federais. Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, pois, poderão tomar as suas próprias decisões a respeito.
Leiam o texto da VEJA.com.
 
O Senado Federal aprovou na noite desta terça-feira, em segundo turno, a Proposta da Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o sigilo nas votações de cassação de mandato e apreciação de vetos presidenciais. Foram 58 votos favoráveis e 4 contrários. Para entrar em vigor, a PEC depende apenas da promulgação em sessão do Congresso.
Os senadores modificaram a proposta da Câmara, que pretendia acabar com todos os tipos de votações secretas no Legislativo. Ao contrário dos deputados, os senadores têm a atribuição de apreciar indicações da Presidência da República para autoridades, como embaixadores, diretores de agências reguladoras e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas deliberações continuarão sendo sigilosas.
 
Os senadores também retiraram do texto o dispositivo que estende as novas regras às Assembleias Legislativas dos estados e às Câmaras Municipais. A mudança, portanto, vale apenas para o Congresso. A tramitação da proposta do voto aberto acelerou depois dos protestos de junho. Quando a Câmara manteve o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (RO), em agosto, o clamor pela aprovação da medida se intensificou.
Apesar disso, havia discordâncias sobre a solução a ser adotada: muitos parlamentares, especialmente no Senado, eram contra a extinção de todas as modalidades de voto secreto. Com a aprovação da proposta, é provável que os processos de cassação dos deputados mensaleiros – Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP) – ocorram em votação aberta.
 
Embate

As votações das emendas mostraram uma divisão no plenário sobre quais tipos de votação deveriam permanecer secretas. O grupo que pretendia aplicar o voto aberto a todos os casos saiu derrotado. “Chegará o dia em que as pessoas vão se surpreender ao saber que o parlamento brasileiro votava de forma secreta”, afirmou o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), defensor do voto aberto em todas as ocasiões.
O líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), pediu cautela: o tucano defendia que os vetos também fossem submetidos à deliberação secreta. “Nós estamos aqui para deliberar a respeito de uma questão muito grave, uma questão que envolve equilíbrio entre os Poderes. Talvez nós nem possamos imaginar agora a que ponto ela operará no funcionamento das instituições democráticas brasileiras”.
 
26 de novembro de 2013
Reinaldo Azevedo, Veja

SEXUALIZAÇÃO NAS ESCOLAS

           
          Artigos - Governo do PT 
A exposição precoce das crianças a tais conteúdos nada mais é do que o outro lado da moeda que defende a descriminalização e legalização da pedofilia.

Na última edição do programa Encontrando Alegria, que teve como a sexualização nas escolas, nossa entrevistada, a psicóloga e psicanalista Rejane Soares, relatou o episódio vivido por suas duas filhas em uma das mais renomadas escolas católicas de Belo Horizonte - MG. As meninas foram submetidas a uma aula de educação sexual perturbadora, para dizer o mínimo.
 

Abaixo, complementando a entrevista, publico algumas das fotos que Rejane mo enviou antes de gravarmos a entrevista, para que eu visse sobre o que ela se referia. ADVIRTO: AFASTEM AS CRIANÇAS DE PERTO DO COMPUTADOR. As imagens são "fofinhas" porque o estilo é infantil, mas o conteúdo não é.
 
img1
Canto inferior esquerdo: os pais como tolos, assustados, inseguros.
A professora na imagem principal como a pessoa certa
para responder as questões e ensinar sobre sexo.

img2
A identidade sexual como algo a ser construído.
"Não é beeeem assim essa coisa de ser menino e ser menina."

img3
Pais idiotas e indiferentes.

img4
Subversão total da autoridade: os pais na cadeira dos réus,
as crianças julgando e a professora dando a sentença.

img5
Sério: quem, tendo vivido uma infância sem abusos e superexposições,
é capaz de colocar-se tais questões aos 10 anos de idade?!

img6
Sutil, não?

img7
Jogando querosene na imaginação das crianças.
Mais explícito que isso só num filme pornô.

img7
Riscando o fósforo.
Descrição detalhada.

Restam dúvidas sobre as intenções do governo com tais cartilhas?
Repito aqui o que disse no programa (e vou um pouco além): a exposição precoce das crianças a tais conteúdos nada mais é do que o outro lado da moeda que defende a descriminalização e legalização da pedofilia.
Ou seja, pretende-se forçar um despertamento sexual cada vez mais cedo para que, quando a pauta pedófila prevalecer, as crianças já não tenham mais a menor chance de proteção e defesa: nem da lei, nem da cultura, nem dos pais, nem mesmo dos seus próprios sentimentos de estranhamento e rejeição, pois já terão sido expostas a um conteúdo com o qual não possuem condições psíquicas de lidar e diante do qual não conseguem resistir.
 
Meu recado aos pais que têm filhos na escola: fiquem de olho! E demonstrem aos professores e coordenação que estão de olho! Conversem com os outros pais, troquem informações, convivam, tomem iniciativas juntos.
 
Peçam as listas de livros que serão adotados no ano seguinte, pesquisem antes, intervenham, façam outras propostas quando as que a escola oferecer não forem boas. Enfim, não deixem a coisa correr à revelia!
 
Cheguem junto! E se a coisa piorar e não houver chance de mudança da situação, exijam que as crianças sejam dispensadas da aula. E se nada disso resolver, o homeschooling está aí para isso.

26 de novembro de 2013
Camila Hochmüller Abadie 
é mãe, esposa e mestre em filosofia. Edita o blog Encontrando Alegria, e apresenta o programa 'Encontrando Alegria' na Rádio Vox.

VAI TRABALHAR, VAGABUNDO


          Artigos - Cultura 
Em “Vai Trabalhar, Vagabundo”, Chico Buarque resume a idéia da esquerda sobre o trabalho numa sociedade de livre mercado.
Hoje somos liderados na política, na cultura e das universidades, por pessoas que foram educadas na juventude com essas idéias. O resultado está aí.

“Knock-out game” é um perigoso passatempo que está se espalhando rapidamente entre jovens das periferias americanas e que consiste em chegar de surpresa numa pessoa que caminha na rua e dar um soco tão forte que ela desmaie, caia apagada no chão. Em pelo menos três estados americanos, há registro de mortes causadas pelo tal jogo.


A polícia diz que até agora os agressores são em geral negros e as vítimas, brancas. Muitos dos alvos são judeus, o que levanta questões adicionais sobre a história de antissemitismo disseminado em comunidades negras nos EUA por ativistas como Louis Farrakhan há décadas. Judeus ortodoxos já estão sendo aconselhados a tomar precauções extras de segurança. Alguns jovens chamam o jogo de “Caçada ao Urso Polar” porque as vítimas preferenciais são brancas.

Há quem relacione o “knock-out game” ao produto de entretenimento mais lucrativo da história, o recém-lançado videogame Grand Theft Auto V, já que esse tipo de agressão é comum no jogo, mas é claro que é muito mais do que isso e reduzir a discussão ao GTA é fugir da raiz do problema. O “knock-out game” é um problema que, se você ignora, pode um dia se transformar literalmente num soco na cara.

A imprensa, para não variar, chama seus “especialistas” para culpar tudo que possa ser relacionado com distribuição de renda ou com uma demonstração de “macheza”, como se fosse natural aos homens sair agredindo qualquer pessoa aleatoriamente nas ruas. A covardia dos ataques, como a que atingiu uma mulher de 78 anos outro dia, é tudo menos demonstração de coragem ou força, é exatamente o contrário.

O que chama atenção também, neste caso, é o silêncio dos ativistas de sempre e do presidente Barack Obama, tão ávidos para enxergar racismo na morte de Trayvon Martin, tese desmontada pela justiça, mas que não se mostraram interessados até agora pelo “knock-out game” e suas vítimas. O silêncio deve durar até que haja uma morte do lado dos agressores, já que, evidentemente, um dia algum americano branco usará uma arma legal para se defender e a esquerda americana terá um novo Trayvon Martin para faturar politicamente em cima.

Outra característica do “knock-out game” é que os jovens não roubam depois que as vítimas caem no chão apagadas, eles apenas saem rindo, saltitando e comemorando cada ataque – o que também desmonta a tese de que estão perturbados, fora do juízo perfeito pela “opressão” da sociedade racista, quando para eles é claramente um jogo.

Há um fenômeno social muito mais sério e grave acontecendo e que, com raras exceções, não é dada a devida atenção: o número de homens adultos que estão fora da força de trabalho, muitos morando com os pais, e que simplesmente desistiram de buscar emprego ou entrar no mercado. Alguns vivem de bicos, outros dormem de dia e passam a noite jogando videogames, outros fazem serviços temporários apenas para juntar dinheiro extra para as drogas e algum lazer, mas há um grave e perverso componente no comportamento desses homens que não formam famílias, não criam filhos, não buscam realização profissional, nada além de prazer e diversão que o cheque da assistência social do estado ao menos em parte garante todo mês.

Nos EUA, segundo dados do próprio governo, 92 milhões de adultos, um em cada três, não estão trabalhando ou desistiram de procurar emprego. É o nível percentual de adultos trabalhando mais baixo desde 1978, quando outro radical de esquerda, Jimmy Carter, ocupava a Casa Branca. O número de empregos criados no país atualmente não é suficiente nem para dar conta do crescimento populacional, quanto mais incorporar desempregados ao mercado de trabalho. O número de americanos recebendo algum tipo de assistência do governo recentemente rompeu a barreira de 100 milhões.

Sem querer entrar numa discussão estereotipada ou superficial sobre o papel dos homens no século XXI, é preciso refletir sobre o que o jornalista econômico Charles Payne quis dizer com a idéia de que “o welfare state está criando o eunuco moderno, castrado na alma por ter perdido seu papel como formador de família, de tomador de riscos e de líder”. Esses jovens que batem em avós distraídas nas ruas e depois saem rindo não tem qualquer idéia do que até bem pouco tempo se entendia por ser um homem.

O welfare state dispensa a necessidade da família tradicional por motivações puramente ideológicas e está usando dinheiro público para isso. Onde se tinha historicamente dois adultos somando esforços para conseguir pagar o orçamento doméstico e educar os filhos, agora entra o estado substituindo um deles. Para quem acha que isso é consequência de crises recentes e não causa, quando o movimento progressista chegou ao poder nos EUA, há mais de um século, o presidente Woodrow Wilson já dizia que cada cidadão deveria “se casar” com o estado.

Ano passado, o caso de Angel Adams, 38 anos, moradora de Tampa, na Flórida, mãe de 15 crianças de três pais diferentes, ficou famoso nos EUA quando seus filhos foram encontrados em condições insalubres e ela, ao ser entrevistada, disse: “alguém tem que ser responsável pelas minhas crianças”. Ela recebeu do governo casa mobiliada, eletrodomésticos, além de comida e da ajuda dos vizinhos e, mesmo assim, seus filhos continuam mal cuidados enquanto ela acha que é tudo culpa dos outros, incluindo do governo, menos dela. Em 2013, nasceu o décimo sexto filho de Angel Adams, chamada por alguns analistas de “welfare mom”, já que ela simboliza de maneira dramática a idéia de que você não é responsável nem pelos filhos que coloca no mundo.

Enquanto Angel Adams tem novos filhos, o campeonato brasileiro de futebol foi vencido esse ano, com folga e por antecipação, pelo Cruzeiro Esporte Clube de Belo Horizonte. Um detalhe que passou despercebido por parte da imprensa: o Cruzeiro é o time com mais jogadores casados que disputou o título. Durante o ano, nenhuma orgia registrada, nenhum hotel quebrado, nenhum flagra com “modelo e manequim” fazendo barraco em casa noturna. Coincidência?

Para Payne, é preciso analisar as consequências de se ter milhões de adultos saudáveis, pagos pelo governo para não trabalhar e não cuidar de eventuais filhos nascidos em relações fortuitas, que passam o dia sentados na porta de casa ou parados nas esquinas esperando o tempo passar. Um dado perturbador que Payne também cita: há cinquenta anos, o problema de saúde que liderava as aposentadorias por invalidez nos EUA era “doença cardíaca” e hoje é “dor nas costas”. Payne afirma que hoje basta um jovem saudável e forte dizer ao governo que está com dor nas costas para passar a viver de mesada de programas assistenciais do governo.

O Brasil também conhece o fenômeno, ao qual deu o nome de geração “nem nem” (nem trabalha, nem estuda). Nos últimos dez anos, o número de brasileiros de 17 a 22 anos que nem estudam e nem trabalham passou de 23,9% para 26,6% segundo o IBGE. E o que eles fazem o dia inteiro para preencher o tempo é um problema social que o welfare state só agrava.

Na Suécia, uma espécie de paraíso ficcional criado pela esquerda, os estupros saíram do controle. O país-símbolo do welfare state e do politicamente correto, segundo alguns levantamentos, está se tornando a capital mundial dos estupros, rivalizando em números apenas com a África do Sul. Se considerarmos o IDH do país e os programas assistenciais mais perdulários que se tem notícia, a comparação levanta questões morais e sociológicas que evidentemente não interessa à esquerda discutir.  Na Suécia, até pré-adolescentes são vítimas comuns de estupros de jovens cada vez mais acomodados com os gordos cheques governamentais e sem qualquer motivação para buscar um emprego formal.

Os números de estupros registrados na Suécia continuam crescendo e um terço deles têm como vítimas mulheres abaixo dos 15 anos de idade (por favor não me venham a conversa de que há um excesso de registros feitos por ex-namoradas enciumadas, como alguns especularam quando esses números apareceram, as discussões metodológicas não mudam o fato de que os números são altíssimos e com viés de alta).

Recentemente, a imprensa mundial fez festa com o fato de que a Suécia estaria fechando presídios por falta de presos, mas o que os jornais não parecem interessados em mostrar é que prender menos não significa menos crimes, especialmente num país mergulhado numa espiral psicótica de teorias sociais esquerdistas em que o crime não pode mais ser chamado de crime. Agora você entende porque quando uma vítima nutre afeição e passa a defender o agressor chamamos de “Síndrome de Estocolmo”, numa referência direta a um sequestro ocorrido na capital sueca em 1973.

É importante que se entenda que nem todo país com alto índice de desemprego é vítima de “knockout games” ou estupros em série. É preciso também que o trabalho seja demonizado, é necessário que se crie via universidades, cultura pop e imprensa a idéia marxista de que a atividade remunerada na economia de  mercado é algo perverso, opressor, que a inserção na força de trabalho é uma espécie de escravidão dos dias de hoje. É preciso também um ambiente hedonista e niilista que leve à busca desenfreada do prazer inconsequente, de preferência subsidiado pelo governo, o que para quem está numa idade de hormônios à flor da pele é um convite quase irresistível.

Em “Vai Trabalhar, Vagabundo”, Chico Buarque resume a idéia da esquerda sobre o trabalho numa sociedade de livre mercado: “Prepara o teu documento / Carimba o teu coração / Não perde nem um momento / Perde a razão / Pode esquecer a mulata / Pode esquecer o bilhar / Pode apertar a gravata / Vai te enforcar / Vai te entregar / Vai te estragar / Vai trabalhar.” O trabalho é, na visão de um ícone da esquerda brasileira, uma derrota para o sistema e a morte do prazer. Em 2013, o filme “Vai Trabalhar, Vagabundo”, com Hugo Carvana no papel principal, faz quarenta anos e hoje somos liderados na política, na cultura e das universidades, por pessoas que foram educadas na juventude com essas idéias.
O resultado está aí.
Há poucas semanas, Glenn Beck disse que a ansiedade que se vê nos jovens hoje é porque exigimos pouco deles, eles não são desafiados, não são testados, estamos sempre mimando, negligenciando e perdoando a nova geração. Beck disse “dê um pé na bunda do seu filho” e a imprensa tirou a frase do contexto de propósito para criar uma narrativa de que ele estava incitando a violência infantil, com a desonestidade intelectual de sempre. Qualquer pessoa que conheça o pronunciamento original de Beck sabe perfeitamente o que ele quis dizer.

Em resumo: jovem que trabalha ou que quer trabalhar, que pensa em formar uma família, que sonha em vencer profissionalmente, não soca idosas por trás apenas para preencher o tempo livre e remunerado pelo governo. Como disse Ronald Reagan, o melhor programa social que existe é o trabalho.
 
26 de novembro de 2013
Alexandre Borges é diretor do Instituto Liberal.
Publicado na Reaçonaria

SANTOS VAI A WASHINGTON. TARDE DEMAIS?

           
          Internacional - América Latina 
Obama está em seu pior momento, após o fracasso do ‘Obamacare’ e os fiascos na segurança global. Segundo uma sondagem da CBS, 57% da população americana desaprova o que Obama está fazendo.
A Colômbia está em conflito larvado com uma coalizão internacional agressiva presidida por uma Rússia mais pérfida do que nunca.


Em sua condição de presidente da República da Colômbia e de candidato à re-eleição em 2014, Juan Manuel Santos prepara uma nova viagem oficial a Washington. Segundo um porta-voz da Casa Branca, no encontro com Barack Obama, em 3 de dezembro próximo, Juan Manuel Santos pedirá, provavelmente, apoio para o processo de paz com as FARC.
É curioso que seja a parte americana quem evoque este ponto em particular. Bogotá havia dado a entender de maneira muito mais elíptica os temas que os dois mandatários discutirão: “segurança da cidadania, direitos humanos e expansão econômica”. Em algum discurso na província, Santos assegurou alegremente que o tema da entrevista com Obama seria como “atrair mais investimento” para a Colômbia.

 
É evidente que o presidente Santos sente uma notável aversão pelos temas mais cruciais da Colômbia, neste momento, em matéria de soberania e segurança nacional, ante os quais ele deveria se sentir na obrigação de discutir com Obama. É o que todo mandatário responsável faria ao se reunir com o líder dos Estados Unidos, a única super potência mundial. Pois esse país é, precisamente, nosso principal aliado diplomático, militar e comercial desde sempre.
 
A Colômbia está a ponto de perder 75.000 km² de mar territorial no Caribe, por causa das intrigas e manobras jurídicas e militares da Nicarágua e Cuba, e de um bloco de regimes ditatoriais anti-americanos. A Colômbia está fazendo frente, por outro lado, a uma ascensão rápida da violência e da subversão narcoterrorista, por causa de uma aliança das FARC com esses mesmos regimes ditatoriais anti-americanos. Esses dois pontos deveriam ser priorizados na reunião Obama-Santos. Porém, não serão. Parece que para eles isso não tem importância.
 
Como se chegou a esse estado de coisas?
Santos perdeu a mão ante a Nicarágua, pois descuidou da aliança de defesa que a Colômbia tinha com os Estados Unidos e relegou os laços que a Colômbia começava a fazer com a OTAN. O excelente trabalho dos presidentes Pastrana e Uribe para atualizar a aliança com os Estados Unidos foi deixado no limbo por Santos. O ocorrido com os aviões russos Tupolev 160 que violaram o espaço aéreo colombiano em 28 de outubro e 1º de novembro de 2013, sem que a Colômbia pudesse fazer nada, não teria ocorrido se a Colômbia tivesse conservado seu plano para dotar sete bases militares colombianas com ajuda dos Estados Unidos.
 
Tal negligência é o resultado de outro fato: desde a chegada de Santos ao poder, a diplomacia colombiana foi feita em Caracas. Resultado: a Colômbia está mais só do que nunca e nem sequer a chavista UNASUL, após os serviços prestados por Bogotá na conformação desse clube sectário, que pretende tirar os Estados Unidos e o Canadá dos assuntos do hemisfério, não apóia a Colômbia em seu pleito contra a Nicarágua e não a apóia tampouco agora ante a agressão da Rússia de Putin.
 
O governo de Barack Obama também tem responsabilidade nisso? Claro que sim. O desinteresse de Obama pelo continente latino-americano, onde deixou que se instalassem cinco novos regimes anti-liberais e anti-americanos sob a palmatória da tirania venezuelana, é um fracasso maior dessa administração.
Há, por outro lado, um paralelo curioso entre Obama e Santos.
 
Depois de impedir desde 2009, por puros caprichos ideológicos, a assinatura do TLC (Tratado de Livre Comércio) com a Colômbia, e de tentar mudar o texto do mesmo, Obama aceitou respeitar esse tratado assinado em 2006. E acolheu em 2010 com beneplácito (e inspirou talvez?) as conversações de Santos com as FARC. Obama sonha em chegar a um acordo com o regime islâmico do Irã, como Santos sonha com um acordo com as FARC. Obama está disposto a assinar um compromisso com Teerã que lhe permita levantar as sanções ao Irã, embora não obtenha garantias reais para Israel. Santos está disposto a assinar qualquer papel com as FARC contanto que elas apóiem sua re-eleição e contribuam para adormecer os colombianos ante as perspectivas perversas que se preparam em Havana.
 
Obama sabe que o Irã está a ponto de chegar ao ponto de não-retorno na obtenção da arma nuclear. Santos faz dizer aos seus amigos que se está chegando “ao ponto de não-retorno” nos pactos secretos com as FARC. Obama sabe que o Irã estabelece abertamente, como acaba de reiterar Ali Khamenei, a destruição de Israel. Santos negocia com uma organização terrorista que procura acabar com a Colômbia e reforçar as posições dos aliados de Cuba e Venezuela.
 
Após os vôos russos sobre o espaço aéreo colombiano, Obama não disse nada: nem uma frase de apoio, nem uma frase de amizade pela Colômbia. Entretanto, tal incursão ilegal da Rússia foi o ato de agressão mais sombrio cometido pela Rússia no continente americano, desde a crise desatada pela URSS ao instalar mísseis nucleares em Cuba contra os Estados Unidos.
 
O regime de Assad salvou-se da derrubada graças ao apoio militar e diplomático da Rússia. Ao permitir Moscou desempenhar esse papel, Obama propinou aos Estados Unidos uma derrota geopolítica forte nesse ponto-chave do globo. As alianças construídas por Washington durante anos de esforços se vêem debilitadas agora.
 
Ao permitir que Putin passeasse impunemente dois de seus bombardeiros estratégicos, portadores eventuais de ogivas atômicas, no espaço aéreo colombiano e internacional do Mar do Caribe, a 60 milhas de Barranquilla, Obama propinou outro formidável golpe à segurança do continente americano.
De fato, o ocorrido no espaço aéreo colombiano em 1º de novembro passado, não é uma piada nem um fato isolado. É, ademais, uma continuação deliberada da ofensiva audaciosa de Putin para arrebatar a aliança ocidental, e sobretudo aos Estados Unidos, pontos geoestratégicos. É a continuidade do que ocorreu na Síria, onde Moscou apareceu como o novo patrão da diplomacia mundial. Um patrão que mostra os músculos à Colômbia e que defende os interesses das ditaduras que conspiram contra a Colômbia.
 
Esse é o verdadeiro marco político-diplomático da entrevista Santos-Obama em dezembro. Entretanto, o presidente Santos não parece interessado nisso, como tampouco a chanceler Holguín, que acaba de declarar que não encontrou “um fato novo que permita a revisão da decisão da Corte Internacional de Justiça de Haya”.
 
Santos trata de emendar seus erros na política exterior trocando o embaixador em Washington? Nada indica. Porém, embora Santos tratasse de fazê-lo, tal ação chegaria demasiado tarde. Obama está em seu pior momento, após o fracasso do ‘Obamacare’ e os fiascos na segurança global. Segundo uma sondagem da CBS, 57% da população americana desaprova o que Obama está fazendo.
A Colômbia está em conflito larvado com uma coalizão internacional agressiva presidida por uma Rússia mais pérfida do que nunca.
 
Santos também está em um mal momento. Um acordo secreto ou semi-secreto com as FARC o ajudará a se re-eleger, é certo. Porém tal acordo é, ao mesmo tempo, um peso morto: os colombianos jamais aceitarão ser governados ou co-governados pelas FARC. O repúdio é imenso na Colômbia contra essa máquina da morte.
 
Ante a perspectiva de ver os chefes do sangrento bando presidindo os destinos do Congresso colombiano e organizando vários grupelhos e partidos com imprensa, rádio e televisão própria, financiados com os nossos impostos, e vê-los ocupando milhões de hectares, com população e tudo, e ditando a linha à empresa privada e aos planos de desenvolvimento, e mudando o sistema eleitoral e impondo a censura da imprensa, como o prevêem os pactos de Havana (ver o chamado “acordo” de 6 de novembro de 2013), os colombianos não votarão no pai de semelhante suicídio.
 
Santos isolou a Colômbia por seu manejo esquerdista das relações exteriores com seus aliados históricos e pelo impulso cínico das conversações de paz mais anti-colombianas da história. Santos não pôde escapar da dinâmica que o mesmo criou e isso se verá mais e mais durante a contenda eleitoral. E Barack Obama não poderá tirá-lo da confusão.

26 de novembro de 2013
Eduardo Mackenzie
Tradução: Graça Salgueiro

O FILME QUE O BONEQUINHO DO GLOBO NÃO QUER QUE VOCÊ VEJA

           
          Media Watch - O Globo 
É possível ser a favor do aborto, sem ser intelectualmente desonesto, isto é, sem ser Mario Abbade: basta admitir que o é por decisão livre, que prescinde de razões, já que nenhum argumento abortista fica de pé.



bloodmoneyComento abaixo uma “resenha” do crítico de cinema Mario Abbade.

Título: Não passa da panfletagem

Como recomendava Lenin: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.” O título “Não passa da panfletagem” faz jus à resenha, muito mais que ao filme, como veremos a seguir.

Feito em 2010, “Blood Money: aborto legalizado” chega com atraso ao Brasil. O ideal seria que nunca chegasse.

Mario Abbade é o ombudsman do mercado cinematográfico. A Suzana Singer da crítica de filmes. A Miriam Leitão travestida de Bonequinho. Se Suzana Singer e Miriam Leitão condenam a presença do “rottweiller” Reinaldo Azevedo, de Demétrio Magnoli e de Rodrigo Constantino nos grandes jornais em que escrevem, Mario Abbade condena a exibição do documentário “Blood Money” nos cinemas brasileiros. Qualquer gotícula de conservadorismo no oceano cultural esquerdista já é motivo para cortar cabeças. Para Abbade, “o ideal seria que [o filme] nunca chegasse” ao país.
O ideal, imagino, seria que o público nacional, em vez de se informar sobre a indústria coercitiva do aborto e os efeitos reais da legalização, assistisse apenas aos diálogos edificantes de novelas como "Saramandaia":

– A mulher é dona do próprio corpo, é ela que decide se quer ter o filho ou não.
– Oh, minha querida! Que bom que você tem essa cabeça tão aberta!

Oh, Mario Abbade! Já pode escrever roteiro de novela também.

É difícil entender por que uma peça de campanha, disfarçada de documentário, ocupa salas tão disputadas.

É fácil entender por que uma peça de campanha abortista, disfarçada de resenha crítica de um filme contra o aborto, ocupa o caderno Rio Show do jornal O Globo, assim como é fácil entender por que outra peça de campanha abortista, disfarçada de cena de novela, ocupa a grade da TV Globo. Ambas rendem tapinhas nas costas dos colegas descolados. A turma da “cabeça aberta”.
Veremos adiante a diferença entre o filme e essas peças.

bonecosapatadaO filme de estreia de David K. Kyle, que assina não só a direção, mas também o roteiro e a produção, pode ser seu primeiro e último.

O único motivo pelo qual o filme “pode ser seu primeiro e último” é simples: Mario Abbade, o finalizador de carreiras, quis assim.

A única intenção do diretor era fazer uma obra panfletária contra o aborto.
A obra panfletária de David Kyle contra o aborto contém fatos, informações e depoimentos tão esclarecedores quanto estarrecedores, inclusive de ex-proprietários de clínicas abortivas - o que o resenhista providencialmente omite -, enquanto a resenha é panfleto abortista em estado puro, que contém apenas sua reação histérica a uma obra cujo conteúdo não consegue nem pode refutar e de cujo diretor, por isso mesmo, prefere desmerecer as supostas intenções.

Só um jornalista ativista pode condenar um documentário - como fez também a crítica Cláudia "Abbade" Collucci na Folha - pelo simples fato de tomar posição, expondo uma opinião pessoal do autor/diretor, como se 1) nenhum cineasta pudesse fazer aquilo que qualquer resenhista é pago para fazer; 2) a opinião, no caso, não fosse justamente um contraponto a todo o mainstream do qual esses resenhistas fazem parte; e 3) não viesse embutida nas contraposições boa parte das "ideias" do outro lado, ao qual a turma da "cabeça aberta" jamais se lembra de pedir - nas palavras de Collucci - "espaço para outras ideias". Não que Abbade condene a tomada de posição sempre, é claro. Só quando a opinião é contrária à sua, como já veremos.

Em seu blog, ele faz questão de firmar posição, definindo-se como republicano conservador.

É realmente notável o empenho jornalístico de Mario Abbade: ele entrou no blog do diretor! E vejam só o que descobriu: que ele é um “republicano conservador”! O que mais é preciso argumentar contra um filme se ele é escrito e dirigido por um “republicano conservador”(!) que ainda “faz questão”(!) de “firmar” essa posição, em vez de omitir do público suas preferências político-ideológicas para ludibriá-lo com mais facilidade, como fazem certos jornalistas do Globo? Nada, claro. Só pode ser coisa ruim.Entre vários depoimentos, o longa recebe narração e chancela da Dra. Alveda King, sobrinha de Martin Luther King, que, apoiada pela Pro-Life (organização contra o aborto), envereda numa cruzada contra a Suprema Corte dos EUA, a PlannedParenthood (que defende a livre escolha) e quem quer que seja contrário a suas convicções.A Pro-Life, segundo Abbade, é uma “organização contra o aborto”, enquanto a Planned Parenthood “defende a livre escolha”. Ele poderia ter dito que uma é contra e outra a favor do aborto, ou que uma defende a vida e outra a livre escolha, e ainda assim seria desonesto, pelos motivos que já veremos, embora um tanto menos do que reservar o eufemismo de novela apenas para a Planned Parenthood.

Digo que ainda assim seria desonesto, porque Abbade dá a entender que esta é tão-somente uma Pro-Life ao contrário, como se a maior organização abortista dos EUA se limitasse a defender a “livre escolha” em filmes, livros e campanhas, e não fosse ela mesma a rede de clínicas responsável pela execução dos abortos, com um lucro na casa dos bilhões de dólares, incluindo aí os 542 milhões anuais oriundos dos bolsos dos contribuintes – majoritariamente contra o aborto (ao contrário do que sugere Bruno "Abbade" Carmelo, do site "Adoro cinema", ao falar em "ponto de vista... da minoria") – que o governo Obama – 101% a favor – lhe fornece de bom grado, dizendo "
Deus vos abençoe".

E não digo 101% à toa. A Planned Parenthood acredita que a decisão de matar até o recém-nascido sobrevivente de um aborto que falhou deveria ser deixada para a mulher que procurou o aborto e seu médico abortista, conforme
declarou em audiência a lobista Alisa LaPolt Snow, representante da organização. Obama acredita na mesmíssima coisa.

Quando senador, mesmo tendo estado entre os legisladores que ouviram em março do ano anterior (2001) o depoimento da enfermeira Jill Stanek sobre recém-nascidos deixados para morrer nos hospitais, votou contra um projeto de lei que visava proteger os bebês sobreviventes ao aborto.
Alguns democratas abortistas se convenceram então a votar a favor. Obama, não. Um dos efeitos práticos de suas ideias foi a série de infanticídios praticada pelo dr. Kermit Gosnell, cujo julgamento a mídia abortista-obamista americana - e por conseguinte os jornais brasileiros, que se limitam a traduzi-la - tratou de ocultar do grande público. Gosnell pegou prisão perpétua após acordo. Não lhe faltará tempo para ler e curtir as resenhas de Mario Abbade.

Para engrossar o caldo de fanatismo que Abbade quer atribuir à dra. Alveda King, ele ainda fala de sua cruzada contra a Suprema Corte, sem mencionar, é claro, o episódio que a levou a isso: a decisão sobre o caso Roe Vs. Wade, uma das maiores farsas da história recente dos EUA, em 1973. Como já resumiu Reinaldo Azevedo, ao desmascarar o ministro abortista do STF Luís Roberto Barroso, que quer copiar os procedimentos americanos no Brasil:


“Instruída e manipulada por advogados, como ela mesma confessou, e financiada por uma revista, Norma L. McCorvey (‘Jane Roe’) alegou ter sido estuprada para obter o direito ao aborto legal. Estudem sobre os desdobramentos. Seu filho nasceu antes do término do processo. Foi dado para a adoção. Era tudo guerra de propaganda. Mais tarde, afirmando ter cometido o maior erro de sua vida, ela confessou: não tinha sido estuprada coisa nenhuma; era só a personagem de uma causa.”
Uma causa que contou também com estatísticas propositadamente falsas de aborto clandestino (1 milhão, quando não chegavam a 100 mil) e de mortalidade materna em aborto clandestino (até 10 mil mulheres, quando morriam entre 40 e 70), conforme admitido por um de seus maiores manipuladores, o dr. Bernard Nathanson, que também aparece no filme. (No Brasil, falava-se em 200 mil mortes, uma mentira facilmente comprovável.)

É verdade, sim, que a dra. Alveda King está numa cruzada contra “quem quer que seja contrário a suas convicções”. A diferença é que, diferentemente do que Abbade dirá em seguida, ela não precisa de trapaças intelectuais para “sustentar suas ideias”.

Para sustentar suas ideias, ela não tem pudor em usar argumentos estapafúrdios, relacionando o aborto a temas como extermínio da população afro-americana e suicídio.

Abortista é assim: quando não consegue refutar um argumento, xinga o argumento: “Ora, seu estapafúrdio!” Abbade não quer contar ao leitor qual é a tal relação que o filme faz, muito menos explicar por que diabos ela é estapafúrdia. Quer apenas fazer a plateia bocó acreditar que o filme é coisa de fanático, simplesmente porque relaciona de algum modo essas coisas (como se não fosse um fato puro e simples que a proporção de abortos na comunidade afro-americana é maior do que nas outras). Seria como eu dizer que, no documentário “Uma verdade inconveniente”, Al Gore não tem pudor em usar “argumentos estapafúrdios”, relacionando o “aquecimento global” a temas como o acidente de carro de seu filho. O que eu teria dito, se tivesse parado aí? Nada. Teria apenas tentado fazer o sujeito parecer um fanático. E eu não preciso desse método para isso, porque posso expor as mentiras de Al Gore, como já veremos. Já Abbade não pode expor as mentiras da dra. Alveda King. Ele precisa do fingimento histérico. Precisa da trapaça. É o Al Gore global.

“Blood Money: the business of abortion” (no original), em estilo doutrinador, não pretende deixar o público pensar.

Vamos ver então o que Abbade, o antidoutrinador, propõe para fazer o público pensar?

Empurra ideias de especialistas como se fossem verdades absolutas — uma rápida pesquisa demonstra que outros estudiosos refutam essas teorias.

Singer e Leitão chamam Reinaldo de cachorro ao mesmo tempo que exigem, respectivamente, um “bom nível de ‘conversa’” e um debate com “dados, fatos e argumentos”. Abbade diz que “Blood Money” “empurra ideias de especialistas como se fossem verdades absolutas” e, na hora de expor sua verdade relativa, joga para o Google: “uma rápida pesquisa demonstra que outros estudiosos refutam essas teorias”. Se o leitor quiser saber quais estudiosos refutam quais teorias e como e onde fazem isso, precisa é enviar uma carta à redação do Globo e torcer para que o ombudsman não seja uma Singer.

Agora pergunte aí, leitor do Globo, se, em 2006, na resenha que Abbade escreveu de “Uma verdade inconveniente”, ele afirmou que Al Gore empurrava “ideias de especialistas como se fossem verdades absolutas” sobre o aquecimento global. Pergunte se ele exigiu o outro lado, chamando o filme de “obra panfletária”. Pergunte se ele falou que uma “rápida pesquisa demonstra que outros estudiosos refutam essas teorias”, como qualquer leitor poderá ver que já acontecia na época se, em uma “rápida pesquisa”, digitar “inconvenient truth 2006 lies” no famigerado Google. Nananinanão. Na verdade, Abbade encheu Al Gore de elogios: “articulado, inteligente, entendido e passional sobre o assunto”, “consegue explicar o problema de forma clara e simples, usando citações de Mark Twain e Upton Sinclair”. O máximo que chegou a dizer foi que “incomoda o estilo didático da produção, orientado para converter”, mas logo em seguida fez questão de redimi-lo, afirmando que “Gore não queria fazer o filme e precisou ser persuadido”, sendo então “convencido pela importância da mensagem, até porque somos ao mesmo tempo os vilões e as vítimas dessa história”. Não é lindo? Al Gore não queria fazer o papel de salvador – imagine –, mas, como era para o bem de todos e felicidade geral do mundão, disse ao povo que sim. É o herói do Bonequinho. Um herói quase tão mentiroso quanto Michael Moore.

Reproduzo a nota que incluí no best seller ‘
O mínimo que você precisa saber para não ser um Mario Abbade’ (p. 245/6):

“Sobre a farsa do aquecimento global, por exemplo, ver os documentários ‘
The Great Global Warming Swindle’ (‘A grande farsa do aquecimento global’), produzido pelo Canal 4 da TV inglesa e ‘Global Warming or Global Governance?’ (‘Aquecimento Global ou Governança Global?’), da Sovereignty International. ‘Em ambos a tese da origem humana do aquecimento global é não só contestada, mas denunciada como uma fraude proposital. Uma das provas mais eloquentes é que o ex-presidente americano Al Gore exibe por toda parte um gráfico da evolução comparativa das emissões de CO2 e do aumento da temperatura global ao longo de 400 mil anos, daí concluindo triunfalmente que o primeiro desses fenômenos causa o segundo. Toda a credibilidade dessa conclusão advém de um pequeno detalhe: Gore mostra as duas curvas separadamente. Quando as superpomos, verificamos que as elevações de temperatura não se seguem aos aumentos das emissões de CO2, mas os antecedem. O espertinho simplesmente trocou a causa pelo efeito’ [Olavo de Carvalho, ‘Nós quem, cara pálida?’, editorial do Diário do Comércio, 28 de agosto de 2008].”

Mario Abbade aplaude as mentiras mais do que convenientes de Al Gore sobre o aquecimento global (alimentadas “pela santa aliança da mídia chique, dos organismos internacionais, da militância esquerdista organizada e das grandes fortunas – os quatro pilares da estupidez contemporânea”, como já escreveu Olavo de Carvalho, referindo-se a NYT, CFR, George Soros, ONU, Hollywood, fundações bilionárias etc.) e condena as verdades, estas sim, inconvenientes da dra. Alveda King sobre a indústria do aborto. Não se vê no desenho, mas resta evidente que o Bonequinho tem uma agenda.

A cereja do bolo é um discurso do ator Ronald Reagan, quando era presidente dos EUA, contra o aborto.

Abbade poderia ter dito “discurso do então presidente Ronald Reagan”, mas precisou falar “do ator Ronald Reagan, quando era presidente dos EUA”, só para desmerecer sua autoridade, já que não é capaz de refutar o conteúdo do seu discurso. Pura vigarice, com o agravante da “cereja do bolo”.

Toda a sua “resenha” consiste nisso: expor diretor, cenas, personagens e argumentos do filme da maneira mais superficial e caricata possível, acrescentando expressões e adjetivos de cunho negativo, como “obra panfletária”, “peça de campanha, disfarçada de documentário”, “em estilo doutrinador”, “não pretende deixar o público pensar”, “não tem pudor em usar argumentos estapafúrdios”, “primeiro e último” filme do diretor etc.

É possível ser a favor do aborto, sem ser intelectualmente desonesto, isto é, sem ser Mario Abbade: basta admitir que o é por decisão livre, que prescinde de razões, já que nenhum argumento abortista fica de pé, a não ser na cabeça de quem ignora as refutações intelectuais e a lógica pura e simples, esta última exposta no capítulo “Aborto” do nosso livro “O mínimo...”.

(O filme não trata disso, mas aviso: Mesmo que não se aceite que o feto é uma vida humana, a simples ausência de prova de que ele não é torna moralmente obrigatório a quem quer que seja abster-se de cometer um ato que teria 50% de chances de ser um homicídio.)

Décadas atrás, Mario Abbade foi ao Programa do Jô como um jovem excêntrico que andava por aí vestido de Batman. Faz tempo que a máscara caiu. Se Christian Bale, o ator que encarnou “O cavaleiro das trevas”, ao menos assumiu uma postura contra os abortos forçados na China, restou a Abbade apenas o papel de Bonequinho histérico do Globo, indo embora do cinema para não ter de assistir aos efeitos práticos das suas ideias. Cada país tem o Bruce Wayne que merece.


26 de novembro de 2013
Felipe Moura Brasil