"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 26 de novembro de 2016

PAGAMENTOS DA ITAIPAVA À GAMECORP INCRIMINAM O FILHO "FENÔMENO" DE LULA

Lula disse que o filho era um “fenômeno” empresarial

A Polícia Federal investiga, no âmbito da Operação Lava-Jato, pagamentos feitos pelo grupo Petrópolis, do empresário Walter Faria, à empresa Gamecorp, de Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Lula. Um laudo da Polícia Federal, anexado ao inquérito que investiga pagamentos de empreiteiras à Lils, empresa de palestras do ex-presidente Lula, mostra que a Cervejaria Petrópolis (Itaipava) depositou cerca de R$ 7 milhões nas contas da Gamecorp entre 2005 e 2016. A força-tarefa apura em que condições os pagamentos foram feitos à Gamecorp.

No período, a Gamecorp movimentou mais de R$ 300 milhões, de acordo com o laudo. Em outra linha de investigação, segundo investigadores da Lava-Jato, há suspeita de que a Odebrecht possa ter utilizado o grupo Petrópolis para operações ilegais.

A força-tarefa desconfia que a cervejaria tenha atuado como intermediária de pagamentos de propina da empreiteira e como “doleira” do banco Meinl Bank Antígua, comprado pela Odebrecht para movimentar valores destinados a corromper políticos e agentes públicos.

PRESO POR SONEGAÇÃO – Walter Faria nega irregularidades. Em 2005, o empresário chegou a ser preso pela Polícia Federal, acusado de sonegação fiscal.

Dono da cervejaria Itaipava, Faria se transformou em um frequente doador para políticos nas eleições de 2014, quando os repasses às empresas ainda eram permitidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na eleição presidencial, Faria distribuiu R$ 101 milhões para partidos e candidatos por meio das empresas do grupo. O salto no valor das doações a políticos foi significativo comparativamente com os anos anteriores. Em 2012 e 2010, as doações do grupo Petrópolis alcançaram R$ 5,1 milhões e R$ 1,6 milhão, respectivamente.

A campanha de Dilma Rousseff (PT) ficou com R$ 17,5 milhões, recordista de contribuições da empresa entre os candidatos. Uma das doações, de R$ 5,5 milhões, foi feita pelo empresário cinco dias depois de a cervejaria renegociar um empréstimo com o Banco do Nordeste, conforme revelou a revista “Época”.

MAIS DOAÇÕES – As distribuidoras de cerveja do grupo Petrópolis, Leyroz, Imapi e Praiamar, também fizeram doações a políticos. No Rio, essas três empresas acumulavam juntas, no ano passado, cerca de R$ 1 bilhão em créditos ilegais de ICMS no Estado do Rio.

A Leyroz, por exemplo, chamou a atenção da Lava-Jato em março, quando seu nome apareceu em planilhas apreendidas na Odebrecht, com nomes de políticos e documentos que listam supostos repasses da empreiteira a candidatos que disputaram as eleições de 2010.

Lulinha tem como sócio na Gamecorp Fernando Bittar, que já é investigado na Lava-Jato por ser um dos proprietários do sítio de Atibaia, utilizado pelo ex-presidente Lula. As tratativas para reforma do sítio começaram em outubro de 2010, quando Lula ainda era presidente. Lula afirma que só começou a frequentar a propriedade em 2011, a convite da família Bittar.

JUSTIFICATIVAS – Em nota, o grupo Petrópolis informou que os pagamentos à Gamecorp têm lastro “em contratos cujos objetos foram a captação e edição de imagens para a TV Corporativa do Grupo Petrópolis, além de transmissão e veiculação da programação”.

A Gamecorp, por sua vez, disse que já prestou às autoridades fiscais os esclarecimentos solicitados, “demonstrando a inexistência de qualquer irregularidade na sua atuação”. “Registre-se, ainda, que o vazamento de um procedimento administrativo configura crime e será objeto das providências jurídicas cabíveis”, afirmou na nota o advogado da empresa, Cristiano Zanin Martins.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não há como um fabricante de cerveja justificar pagamento de R$ 7 milhões a uma empresa de jogos eletrônicos, não há “fenômeno” empresarial que consiga essa mágica. Como se diz no linguajar policial, é “batom na cueca”, não adianta o marido inventar uma desculpa. Além de se corromper, Lula também corrompeu a mulher e os filhos, seguindo o exemplo de Eduardo Cunha, que já está preso. O filho mais novo de Lula se mudou para o Uruguai, e a família Lula da Silva também está fazendo as malas, porque o presidente Tabaré Vasquez já lhes garantiu o asilo diplomático. (C.N.)


26 de novembro de 2016
postado por m.americo

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA ASSESSOR DE GEDDEL, ACUSADO DE FORMAÇÃO DE QUADRILHA


O subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo, Leonardo Américo Silveira de Oliveira, foi alvo da Operação Vigilante, da Polícia Federal, nesta sexta-feira, 25. Leonardo Américo Silveira de Oliveira foi alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva – quando o investigado é levado para depor e liberado. Ele atuou como assessor do ex-secretário de Governo Geddel Vieira de Lima, que deixou o governo hoje.

O assessor de Geddel não foi localizado pela PF. Ele deve se apresentar na segunda-feira, 28, na Superintendência da PF em Salvador. A Operação Vigilante investiga um esquema de desvios de recursos destinados ao transporte escolar na (BA). O prejuízo estimado ao Erário é de, pelo menos, R$ 3 milhões.

Leonardo Américo Silveira de Oliveira é ligado à empresa Serbem Serviços e Locações, que presta serviço de transporte escolar em Malhada de Pedras, município a cerca de 560 quilômetros de Salvador.

MUITOS CRIMES – Segundo nota do Ministério da Transparência, durante as investigações, foram identificadas fraudes em licitação, com direcionamento, para contratação de empresa vinculada a gestores municipais; superfaturamento mediante adulteração de quilometragem de linhas percorridas; e cobrança pela prestação de serviço de transporte, em dias sem atividade escolar. Em alguns casos, a quilometragem cobrada era mais do que o dobro da distância real percorrida.

Participaram da ação cerca de 90 pessoas, entre policiais e auditores da CGU. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, oito conduções coercitivas, três medidas cautelares e 15 mandados de busca e apreensão, nos municípios baianos de Malhada de Pedras, Salvador, Alagoinhas, Itagibá e São José do Jacuípe.

Os envolvidos devem responder pelos crimes de responsabilidade, fraudes em licitação, organização criminosa, além de atos de improbidade. O nome da Operação faz referência a dois aspectos: primeiro, deriva do nome da empresa utilizada pela organização criminosa, que em tupi, significa vigilante; segundo, uma alusão a órgãos de controle, que estão vigilantes quanto aos desvios de recursos públicos.



26 de novembro de 2016
Julia Affonso e Mateus Coutinho
Estadão

RECITAL: ANA VIDOVIC

AFINAL, PARA ONDE CAMINHA O BRASIL?

Esclareça-se de início o apoio total e irrestrito à operação Lava Jato, bem como ao inestimável serviço prestado pela imprensa, na divulgação da fotografia dos fatos, que acontecem no dia a dia do país.

Apenas algumas observações, no exercício do direito jornalístico de ter opinião e respeitar o contraditório, pressuposto mínimo de uma sociedade livre e democrática.

As flutuações da nossa economia mostram a olho nu a absoluta necessidade de aprovação das reformas em curso no Congresso, sobretudo a PEC dos gastos públicos, sem o que o caos será inevitável.

Mesmo diante desses riscos de instabilidade social, todos os dias setores políticos radicais, inconformados com a assepsia que vem sendo feita, estimulam crises para desestabilizar o governo Temer e agora já anunciam até pedido de impeachment.

A opinião pública frenética e atingida por violenta crise no próprio bolso transforma-se, muitas vezes, em juiz e jurista, julgando e condenando tudo e todos, com base em pontos de vista emitidos, sobretudo em redes sociais.

O objetivo desse artigo é colocar algumas indagações e ponderações sobre o outro lado das crises, no momento anunciadas e propagadas.

Todas as observações feitas neste artigo são à base dos fatos divulgados e analisados, até hoje.

Se surgirem novas ocorrências, ou denuncias, devidamente comprovadas, o Autor terá o direito de reavaliar a sua opinião.

O ex-ministro da Cultura, portando gravador escondido (a moda pegou no país) vai à PF e entrega gravações tidas como comprometedoras.

Numa delas procura atingir o Presidente Temer que, na administração natural do conflito dele com o ministro Gedel, teria sugerido a necessidade de parecer da AGU sobre a decisão do órgão ambiental, que interditara prédio em Salvador, quando antes havia a liberação.

Que ilícito existe nessa sugestão?

O órgão de meio ambiente é realmente técnico, porém isso não o exime de ter os seus pareceres submetidos ao crivo jurídico do setor competente do governo.

O técnico não suprime o jurídico, em razão da vigência de leis reguladoras.

Sobretudo, na área do meio ambiente, onde existem conhecidos conflitos, em decorrência de certas interpretações ortodoxas, que entravam até a própria economia nacional.

No meu estado – o RN – há casos concretos de excessos cometidos com prejuízos concretos, em nome da preservação do meio ambiente.

Ao que se sabe, o ministro Geddel encaminhou junto ao colega de ministério, um conflito de situações jurídicas, acerca da compra lícita que fizera de unidade imobiliária em edifício de Salvador e a revogação do parecer ambiental anteriormente emitido, que à época da aquisição liberava a construção do edifício.

Tipicamente um quadro de dúvida legal, inclusive pelo risco iminente que expõe a União de responder no futuro por perdas e danos, pleiteada pelos adquirentes de boa fé, com base no parecer oficial de liberação do edifício.

Se houvesse pressão descabida, caberia ao pressionado negar o que lhe foi pedido, pois um ministro não demite outro ministro.

Poderia fazer isso até através de texto escrito, enviado ao presidente, sem recorrer à clandestinidade dos gravadores, geradores de escândalos.

Neste episódio, somente quem fala a verdade é o ex-ministro da Cultura, cuja causa de insatisfação com o governo tem origem no fato de não ter prevalecido a sua opinião contrária às vaquejadas nordestinas?

Outro tema a comentar vincula-se à Câmara dos Deputados.

Alardeia-se a aprovação de anistia ao caixa dois de campanhas políticas passadas, com acusações injustas ao presidente Rodrigo Maia.

Em primeiro lugar, o que compete ao Presidente Rodrigo Maia, senão tentar consenso e colocar a matéria em votação?

Esse é o seu dever e não pode ser incriminado, por cumpri-lo.

Na Câmara Federal, o rito de procedimento na tramitação das matérias sempre foi historicamente esse.

Em segundo lugar, essa versão de anistia do caixa dois é história da carochinha.

Por várias razões, sobretudo pelo fato de que anistia ao caixa dois do passado será aplicação automática do artigo art. 5º, XL da CF, ao dispor que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu

Se a pena sugerida pelo MP é mais severa, evidente que não há risco dela retroagir.

Quanto à tentativa de emenda, que possa alcançar corrupção passiva, lavagem de dinheiro etc, igualmente seria tentativa frustrada do legislador.

Esses crimes já existem no direito material, com figuras típicas autônomas, da mesma forma que o caixa dois, definido no artigo 350, do Código Eleitoral.

Em última análise aplicar-se-ia o mesmo princípio da irretroatividade da lei.

O desejo de todos é que prossigam as investigações da Lava Jato e outras, com rigor.

O país quer e deseja, que isso aconteça.

Porém, é hora de poupar o Brasil de tanta instabilidade, provocada minuto a minuto.

Claro, que não se cogita de cumplicidade com o ilícito.

Havendo razão concreta, a punição rigorosa terá que vir.

Mas, se as crises continuarem a ser geradas pelos boatos e falsas interpretações propagadas será muito difícil avaliar para onde caminha o Brasil.

Só Deus saberá!


26 de novembro de 2016
Ney Lopes – jornalista, ex-deputado federal; procurador federal; professor titular de Direito Constitucional da UFRN

UM POVO INFELIZ



Há uma piada segundo a qual, quando da Criação, o Brasil teria sido privilegiado em sua natureza para compensar o “Zé-Povinho” que seria colocado aqui. Pois é. Mas que tal darmos uma olhada na vida de João Valjão, um típico brasileiro?

João mora em uma de nossas 3.100 favelas. Lá não saneamento básico. Por conta disso ele sofre de disenteria e hepatite. No Brasil morrem cerca de 20 crianças por dia vítimas da falta de esgoto - foi assim que João viu morrer, no corredor lotado e sujo de um hospital, seu único filho. Bem, como políticas de saneamento nunca foram feitas pelo “Zé-Povinho”, João não tem culpa por este horror.

Entre uma disenteria e outra, João sente fraqueza e dificuldade para aprender até coisas simples. É a falta de ferro! Segundo a ONU, um brasileiro médio não supre sequer um terço das necessidades diárias de vitaminas e sais minerais. Daí a falta de saúde e aparente falta de inteligência. É por isso que temos a maior relação de farmácias por habitante do mundo. Também aqui, como a saúde pública nunca foi gerenciada pelo “Zé-Povinho”, João não tem culpa.

João é viúvo: o ônibus no qual estava sua esposa foi desviar de um buraco e bateu em uma carreta. João nunca reparou que o Brasil tem a mesma quantidade de ferrovias que o pequenino Japão - e que 40% delas estão quase inutilizáveis. Assim, 70% das cargas vão de caminhão – um absurdo sem paralelo. Como o “Zé-Povinho” nunca palpitou sobre transportes, tarefa reservada aos doutos, João não tem culpa alguma.

Com freqüência a Polícia sobe o morro no qual João sobrevive, troca tiros com alguns, prende outros, mas logo todos retornam e tudo volta ao normal - e ele vai levando a vida, sem desconfiar que no Brasil apenas 2% dos crimes são punidos. Ainda aqui, como o “Zé-Povinho” sequer de leis entende, João é inocente.

João leu que o Brasil perde anualmente R$ 100 bilhões com a corrupção. Bom, como o “Zé-Povinho” dificilmente ocupa cargos públicos, quero crer que ele não tenha culpa alguma por mais esta mazela.

Fica claro, pois, que quem está falhando na construção do Brasil não é o povo. Se este mais não faz, é porque serviços públicos administrados por uma elite instruída não proporcionam às nossas crianças saúde, educação e condições dignas de vida - nossa culpa, nossa tão grande culpa!



26 de novembro de 2016
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.

YOUSSEF COSTA DIZIA QUE O PLANALTO QUE RESOLVIA SOBRE PROPINAS

MEMBROS DO PP
DELATOR: RATEIO ERA COMANDADO PELO PLANALTO, NO GOVERNO LULA
PAULO ROBERTO COSTA E ALBERTO YOUSSEF ERAM LIGADOS AO PARTIDO PROGRESSISTA


O doleiro Alberto Youssef afirmou ao juiz federal Sérgio Moro, em audiência na sexta-feira, 24, do processo com o ex-presidente Lula, que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa dizia aos membros do PP que buscassem o Planalto para resolverem sobre repasses de propinas, do esquema investigado pela Operação Lava Jato.

"O Paulo Roberto, por iniciativa dele, junto com o Fernando Soares procurou alguns membro do PMDB e acabou se aliando, fez essa composição. Mas o Partido Progressista nunca gostou disso, sempre foi motivo de discussão no Palácio do Planalto para que isso não acontecesse", afirmou Youssef, um dos primeiros delatores da Lava Jato, junto com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras.

Costa e Youssef eram ligados ao PP, no início do esquema de corrupção na Petrobras, a partir de 2004, alvo da Lava Jato. Em 2006, o ex-diretor ficou doente e quase perdeu o cargo para um subalterno que buscou apoio do PMDB.

"Foi feito um trabalho para que ele (Costa) perdesse a cadeira dele, em 2006. O PP (que havia indicado o diretor, em 2004) bateu firme o pé e conseguiu manter o Paulo Roberto na diretoria. Mas ficou aquele ranço do PMDB com o PP", contou o doleiro, arrolado como testemunha de acusação no processo contra Lula.

O ex-presidente é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propinas da OAS, em forma de benesses da ampliação e equipamentos do apartamento tríplex do Guarujá (SP).

Foi em 2006 que Paulo Roberto Costa teria buscado o apoio do PMDB, via lobista do partido Fernando Baiano. No acerto com o partido, eles passariam a ter direito a uma cota da propina arrecadada nos contratos da Diretoria de Abastecimento, que antes eram destinados integralmente ao PP.

"Como assim motivou de discussão no Palácio do Planalto?", questionou Moro. "Muitas vezes o Paulo Roberto Costa deixava de passar receita para o partido, e os políticos reclamavam e o Paulo falava 'conversa lá no Planalto, se eu receber algum sinal de fumaça, qualquer coisa nesse sentido, eu faço o que eles me mandarem'", explicou Youssef.

Moro perguntou se Costa fazia essa afirmação. "Várias vezes", respondeu.

"Fazia para o senhor, ou para outras pessoas?", prosseguiu Moro. "Fazia para mim, junto com o líderes do partido", completou o doleiro.

A defesa de Lula tentou invalidar o depoimento de Youssef, alegando que ele é suspeito, por seu um delator, em busca de manter seus benefícios - como fez com as outras 10 testemunhas convocadas para o processo contra Lula, pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Moro negou o pedido e ouviu o doleiro.

"Emerge um quadro bastante distinto da acusação inicial do Ministério Público Federal, após a realização das audiências na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba nesta semana (21/11 a 25/11), no âmbito da ação penal que atribui ao ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva a obtenção de vantagens indevidas a partir de três contratos celebrados entre a OAS e a Petrobras, notadamente por meio da aquisição da propriedade de um apartamento triplex, no Guarujá (SP)", diz a nota da defesa de Lula, representada pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira.

Segundo a defesa, "as 11 testemunhas do MPF isentaram Lula e sua esposa Marisa Leticia da prática dos crimes imputados na denúncia, e, mais do que isso, revelaram que o foco de corrupção alvo da Lava Jato está restrito a alguns agentes públicos e privados, que atuavam de forma independente, regidos pela dinâmica de seus próprios interesses, e alheios à Presidência da República". "Quando diretamente inquiridas, as testemunhas (Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, Dalton dos Santos Avancini, Eduardo Hermelino Leite, Delcidio do Amaral, Pedro Corrêa, Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Pedro Barusco, Alberto Youssef, Fernando Soares e Milton Paskowich) não fizeram qualquer afirmação que pudesse confirmar a tese acusatória do MPF que tem Lula no centro do processo de obtenção de vantagens indevidas no âmbito da Petrobras e muito menos em relação aos três contratos indicados na denúncia", destacaram os advogados.

De acordo com a defesa de Lula, ficou "igualmente claro" o "desconhecimento" dessas testemunhas sobre a relação de Lula com o triplex do Guarujá. "Como sempre afirmamos, o ex-Presidente não tem a posse e muito menos a propriedade desse imóvel."

Para os advogados, os depoimentos recolocam em outro plano os resultados obtidos pela Lava Jato. "O foco de corrupção está restrito a algumas empresas privadas, alguns dirigentes da Petrobras e, ainda, alguns agentes políticos. Esse foco de corrupção era hermético e atuava, fundamentalmente, dentro da variação de preço ('range') aprovada pela Diretoria de Petrobras, baseada em parâmetros internacionais, o que lhe conferia aura de aparente normalidade", salientaram. "Por isso mesmo, esse foco de corrupção não foi identificado por qualquer órgão de controle interno (auditoria interna, Conselho Fiscal, dentre outros) ou externo (auditoria externa, CGU, TCU) da Petrobras, como também reconheceram algumas das testemunhas ouvidas."

Segundo a defesa do ex-presidente da República, "concluir que Lula era o centro desse processo, como fez o MPF, só pode ser ato de voluntarismo maldoso, sem qualquer lastro de veracidade, o que se insere nas práticas de lawfare - que é o uso da lei e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política". "Não havia qualquer lastro probatório mínimo para a abertura dessa ação penal contra Lula e sua esposa, muito menos com o alarde feito pelo MPF - que usou de um reprovável PowerPoint em rede nacional. Nesta etapa processual, já é possível antever que o único resultado legítimo desse processo é a absolvição de ambos."(AE)

26 de novembro de 2016
diário do poder

E VOCÊ, O QUE ACHA DISSO? CONTENTINHO COM O SEU PÃO DE CADA DIA? MAS É VOCÊ QUE PAGA O DESSA FELIZ TURMINHA!!!

A esbórnia na Câmara de SP

ADIÓS, MOTHERFUCKER!

Morre o tirano assassino comunista Fidel Castro, ídolo da canalha latrino-americana.


26 de novembro de 2016
in selva brasilis

GOVERNO TEMER, ESTABILIDADE EM AREIA MOVEDIÇA

Nunca tive maior entusiasmo com a pessoa de Michel Temer. Suas boas credenciais de mestre de Direito Constitucional juntavam-se, como contrapeso, às de vice de Dilma Rousseff e presidente do PMDB. Dado que parte expressiva da bancada do partido que presidia estava enrolada nas patifarias do governo petista, parecia pouco provável que ele exercesse os dois postos mergulhado nas trevas da insapiência. No entanto, Temer era o substituto legítimo, constitucional, de uma presidente que exercera o governo do fim do mundo. Com mão de ferro, Dilma conduzira a nação a um prejuízo de um trilhão de reais, que hoje falta em todos os orçamentos. Levara milhões ao desemprego, dera à irresponsabilidade fiscal status de benfeitoria e plantara, afanosamente, as sementes da recessão. Já estava a presidente sobre o telhado quando o TCU a flagrou em crime de responsabilidade, proporcionando as razões técnicas para o processo de impeachment. Um governo com Temer era, então, a consequência constitucional e a alternativa possível. Mas... e se esse governo também se desestabilizar?

Sairíamos da crise para o caos. E caberia indagar: o que vem depois do caos? Eu não tenho resposta para essa pergunta. Nem disponho daquela obstinação que, historicamente, permite à esquerda jogar ao mar as montanhas que a realidade e os fatos proporcionam. Eles continuam confiando em Maduro, em Fidel e Raúl, e chamando bandidos de heróis. Por não saber o que vem depois do caos e por não querer cenário venezuelano em meu país, leio a realidade institucional brasileira destes dias conforme a descrevo em sequência. Eu a classifico segundo os quatro grandes temas abordados a seguir.

1º - A Frente Parlamentar do Crime

Constitui a mais numerosa dentre as bancadas e blocos em operação no Congresso Nacional. É suprapartidária, formada pela banda podre do PT, PMDB, PP, PSDB e de outras legendas menores criadas nos últimos anos. Cuida exclusivamente dos interesses de seus membros e, de modo muito especial, nestes dias, de livrar o próprio couro. Estava na base do governo Dilma e, em boa parte, mudou-se para o governo Temer. Pelo número de membros, como veremos adiante, é indispensável à formação da maioria sem a qual o governo não aprova suas diretrizes e suas políticas de gestão. A bancada petista só faz discurso e jogo de cena contra as articulações que visam a obstar a Lava Jato e as 10 Medidas contra a corrupção porque os muitos lambuzados que habitam a base do governo Temer estão cuidando disso por ela.

2º - A situação do governo Temer.

Agora, a nação precisa de estabilidade política e o governo de pelo menos 342 votos firmes em sua base de apoio. A base tem, em tese, 412 votos, mas 56 já não votaram a PEC 241. Se considerarmos que a oposição tem 101 votos, que 56 governistas não são fiéis, salta aos olhos que o governo não pode perder os votos que tem na Frente Parlamentar do Crime. Eis aí, gigantesca e escandalosa, a tragédia moral que acometeu nossas instituições. Não se governa sem os bandidos! Felizmente, a área financeira do governo ganhou grande autonomia e está em boas mãos.

3º - A atitude do STF perante a existência e a longa vida da Frente Parlamentar do Crime

Boa parte desse laborioso colegiado político do crime tem existência antiga e já estaria contado na população carcerária do país se o STF atribuísse a devida importância aos deveres que lhe correspondem perante o saneamento moral de seus vizinhos na Praça dos Três Poderes. É incalculável o custo político e financeiro da longa dormição dos processos lá na última trincheira da impunidade. Como vimos acima, o atual problema não existiria, ou ao menos não teria as proporções que está adquirindo se a bancada do crime tivesse sido enfrentada com agilidade antes, ou se o for agora.

4º - A urgente reforma institucional

Entre os muitos motivos que levam a desejar uma reforma institucional para adoção do parlamentarismo, se incluem certos objetivos que esse sistema viabiliza: a) separar a chefia de Estado da chefia de governo, de modo que só as funções de governo sejam partidárias; b) despartidarizar a administração e a gestão das estatais; c) permitir a rápida e não traumática substituição dos governos que percam a confiança social e o apoio político.

Nada disso, porém, vai apresentar os resultados desejados enquanto o contingente de criminosos com protagonismo na cena política se mantiver nas atuais proporções e sendo, em função disso, parte expressiva do poder de decisão e das bases de apoio. A assustadora criminalidade das ruas chegou ao Congresso Nacional. Ou vice-versa.



Percival Puggina, membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor
26 de novembro de 2016

GOVERNADORES DO NORDESTE NÃO ACEITAM ACORDO DE REPATRIAÇÃO

PROPOSTA DA UNIÃO
E NÃO VÃO RETIRAR AS AÇÕES QUE CORREM NO STJ PARA RECEBER VALORES

GOVERNADOR DE PERNAMBUCO, PAULO CÂMARA, FOI O PORTA-VOZ DOS CHEFES DOS EXECUTIVOS FOTO: WAGNER RAMOS/SEI


Os governadores do Nordeste decidiram, em reunião nessa sexta-feira (24) à noite, que não concordam com o acordo de ajuste fiscal recomendado pela União como uma condição para acessar parte dos recursos das multas do programa de regularização de ativos não declarados à Receita, conhecido como Lei da Repatriação. 
Eles vão enviar uma carta até segunda-feira (28) para o presidente Michel Temer explicando o posicionamento do grupo.

O consenso entre os governadores é que não é possível relacionar as duas questões ou determinar um modelo de ajuste único para todas as unidades da federação. 
Eles informaram ainda que não vão retirar as ações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) para receber os valores.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, foi o porta-voz dos chefes dos Executivos estaduais. 
“O que nós temos muito claro é que estamos fazendo ajustes, temos esse compromisso, e que não vamos confundir ajuste com essa questão da repatriação. São assuntos distintos, está judicializado, se puder se chegar a um acordo, ótimo”, disse à imprensa depois da reunião durante a noite de hoje no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, sede do governo pernambucano.

As multas da repatriação são aplicadas em cima de ativos mantidos por brasileiros no exterior que não recolheram impostos de forma indevida. O montante estimado pelos Estados a ser recebido é de cerca de R$ 5,2 bilhões. Existe um impasse sobre o direito dos Estados e municípios em receber parte dos valores arrecadados com as punições, o que levou governos estaduais a judicializar o caso.

Na terça-feira (22), o presidente Michel Temer recebeu os governadores de todas as unidades da federação. Foi anunciado que o governo federal se anteciparia à decisão do STF e liberaria os recursos. Em contrapartida, os estados precisariam fazer ajustes fiscais semelhantes aos propostos nacionalmente pela União, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que estabelece um teto para investimentos públicos, por duas décadas, de acordo com a inflação do ano anterior.

Também seria preciso desistir das ações judiciais. Sobre esse ponto, Câmara respondeu que os estados nordestinos “não” iam retirar os processos. 
“Vamos aguardar a Justiça. Temos uma liminar que já garantiu o depósito em juízo e a gente entende que a multa tem que ser repartida entre estados e municípios”, informou.

Dever de casa


Na carta a ser enviada a Temer, os governadores vão detalhar as medidas de ajuste fiscal já aplicadas “desde janeiro de 2015”. 
Segundo Câmara, os estados do Nordeste têm uma realidade diferente da observada em governos estaduais de outras regiões, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. 
Por isso, não seria possível concordar com um acordo que estabeleça regras únicas para todas as 27 unidades da federação ou mesmo para todas os nove estados nordestinos.

“O ajuste já está sendo feito. É só ver o crescimento das despesas dos estados no ano de 2015. Os estados cresceram as despesas em 2%, 2,5%. Até se já tivéssemos uma PEC dos Gastos funcionando, teríamos feito nosso dever de casa sem precisar dela, porque a inflação no ano passado deu 6 pontos percentuais”, disse o pernambucano, que acrescentou que o “compromisso com o ajuste fiscal continua”.

Segundo Câmara, os governadores vão continuar cobrando o diálogo, a transparência e ações para voltar a crescer. “Temos certeza que com a retomada de obras para gerar emprego, ao mesmo tempo que o enfrentamento da seca, com as obras hídricas, buscar alternativas para a saúde, a segurança, tudo isso está sendo colocado”.

A Transposição do Rio São Francisco é citada como uma das obras que precisam ter uma “prioridade maior”, embora reconheça que a obra não resolve o problema como um todo. “Precisamos de obras complementares, como as adutoras, os ramais. É um assunto recorrente, mas precisamos reafirmar porque já estamos no quinto ano de seca sem saber ainda como vai ser 2017 em relação às chuvas”.

Autonomia


Antes da reunião, os governadores deram rápidas declarações à imprensa à medida que chegavam ao Palácio do Campo das Princesas. Uma palavra muito usada foi a “autonomia” em relação ao governo federal. 
"No nosso entender existe um choque entre o que foi conversado pelos governadores com o presidente da República e o que está sendo encaminhado pelo Ministério da Fazenda. É preciso compreender que tem que existir uma limitação nas relações de uma federação, ou seja, os estados têm autonomia”, disse o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho.

Um dos impasses no ajuste fiscal proposto é o corte de investimentos em políticas sociais, preocupação do governador do Maranhão, Flávio Dino. "Chega de recessão, chega de desemprego, é preciso que haja ampliação das receitas públicas, controle dos gastos que são dispensáveis, mas sem sacrificar as políticas sociais que são fundamentais para que o Brasil combata a desigualdade social e regional, sobretudo no caso do Nordeste. Minha expectativa é de muita unidade entre os governadores do Nordeste para que a gente ajude o conjunto dos governadores a encontrar um pacto federativo com o governo federal".(ABr)



26 de novembro de 2016
diário do poder

TEMER PARECE CONVENCIDO DE QUE ASSUMIU COM UM GOLPE



Ilustração sem assinatura (Arquivo Google)
Pelo modo como age, o presidente Michel Temer até parece ter sido convencido pela tal “narrativa do golpe” que o acusou de ilegítimo para substituir Dilma Rousseff.
Com visível perda de ímpeto, seu governo tenta promover a maior mudança constitucional desde 1988 com um esclarecimento incompleto e envergonhado à população do que está em jogo na PEC do teto e na reforma da Previdência.
OPERAÇÃO ABAFA – Sem seu empenho e protagonismo, e em meio à operação para anistiar o caixa dois no Congresso, Temer aumenta a suspeita de que o maior objetivo de seu governo era mesmo “estancar a sangria” da Lava Jato.
Enquanto Lula convida seu colega uruguaio José Mujica e Chico Buarque para manifestação contra as reformas na av. Paulista, Temer pediu na terça (22) que empresários do chamado Conselhão defendam as mudanças. Como se empresário fosse popular e tivesse capacidade de mobilização.
Ao deixar a discussão para as redes sociais, o presidente só ganha adversários. A maioria instrumentalizada por aqueles que deveriam perder privilégios, sobretudo os representados pelas centrais de servidores.
MEDO DAS PANELAS – Temer tomou posse definitiva no final de agosto e nos encaminhamos para o fim de novembro. Em quase três meses, nem o presidente nem nenhum de seus ministros tiveram a coragem e a delicadeza de explicar abertamente ao Brasil o que está em jogo. Seja em um pronunciamento na TV ou por meio de campanhas didáticas sobre a necessidade urgente e inescapável de tais medidas.
Se está com medo de panelas, Temer tem um ministro neutro como Henrique Meirelles (Fazenda) apto a explicar a gravidade do momento. O Rio e o Rio Grande do Sul quebrados são eloquentes para escancarar o risco de não fazer nada.
SE APEQUENANDO – A próxima batalha, a da Previdência, também oferece muita munição ao governo. Basta lembrar que só em 2015 menos de 1 milhão de aposentados e pensionistas do setor público geraram deficit de mais de R$ 70 bilhões. No privado, o deficit foi de R$ 86 bilhões, mas para 24 milhões de aposentados.
Cheio de trejeitos com as mãos, Temer se apequena ao evitar sujá-las minimamente em uma causa legítima depois do que o país passou para que ele chegasse onde está.

26 de novembro de 2016
Fernando Canzian
Folha

NÃO HÁ OUTRA PALAVRA E OUTRO SENTIMENTO: VERGONHA!


Resultado de imagem para ANISTIA NA CAMARA CHARGES
Charge do Nani (nanihumor.com)
Saberemos terça-feira a extensão da vergonha oferecida pela Câmara dos Deputados ao país inteiro na forma do projeto de anistia aos crimes praticados por Suas Excelências acima e além da punição a quantos tiverem recebido o Caixa Dois nas últimas eleições. Traduzindo: o projeto do deputado Onyx Lorenzoni anistiava apenas os parlamentares que haviam sido agraciados com recursos distribuídos irregularmente pela Odebrecht. Já era uma vergonha, digna de cadeia, mas a situação ficou mil vezes pior quando os deputados acrescentarem o perdão para quantos cometeram  peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e similares.
Em suma, a Câmara livrava-se dos execráveis crimes que boa parte de suas bancadas vem praticando para se eleger. O resultado do projeto seria ninguém ser punido, da lista que a  empreiteira divulgará nos próximos dias. Todos os crimes estariam alforriados, não apenas os de recebimento de Caixa Dois.
ADIAMENTO – Quinta-feira, quando a maioria dos deputados preparava-se para aprovar esse monstrengo, PSOL, REDE e PPS insurgiram-se. Ameaçaram recorrer ao Supremo Tribunal Federal, porque tamanha agressão à Constituição poderia levar todos à perda dos mandatos. Assim, preferiram deixar a decisão para terça-feira. O problema é que as bancadas dos demais partidos parecem dispostas a votar esse projeto que as envergonharão. Assim, anistiados, escapariam da punição capaz de reduzir pela metade o número de deputados. Mesmo levando ao fundo do poço a imagem dos representantes do povo.
Continuam na ordem do dia, porém, essas abomináveis iniciativas. Querem os deputados, em maioria, salvar o pescoço. Permanecer no exercício de seus mandatos, mesmo enlameando o pouco que lhes resta de dignidade.
Mas tem mais. Pretendem incluir no malfadado projeto a punição para juízes, promotores, polícia federal e receita federal, sob a alegação de abuso de autoridade.
Não há outra palavra e outro sentimento: VERGONHA!

26 de novembro de 2016
Carlos Chagas

O HUMOR DO DUKE...

Charge O Tempo 25/11/2016

26 de novembro de 2016

CALERO SE DEMITIU PARA EVITAR A CAMPANHA QUE O PLANALTO MONTOU PARA DIFMÁ-LO


Resultado de imagem para marcelo calero
Calero diz que o Planalto começara a “plantar” notícias falsas 
O atual ministério é um deserto de homens e ideias, diria o estadista Oswaldo Aranha, e está ficando cada vez pior, porque os melhores ministros estão sendo afastados, por não aceitar interferências ilegítimas em suas pastas. O caso da demissão de Marcelo Calero, ministro da Cultura, é bastante sintomático. Na verdade, deve-se ressalvar que ele não se afastou exatamente por causa das pressões de Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, de Eliseu Padilha, da Casa Civil, e do próprio presidente Michel Temer.
Calero estava até determinado a ficar e resistir às pressões, mas acabou se demitindo quando percebeu que o Planalto já havia montado uma campanha difamatória para desestabilizá-lo, exatamente como ocorrera meses atrás com o então ministro Medina Osório, da Advocacia-Geral da União, que também tinha sido pressionado pelo chamado “núcleo duro” do Planalto, comandado por Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).
“INFORMAÇÕES FALSAS” – O depoimento de Calero à Polícia Federal foi bastante esclarecedor. Ele contou que, em seu último encontro com o presidente Temer, “tinha tomado conhecimento que estariam sendo ‘plantadas’ na imprensa informações desabonadoras e falsas a seu respeito; QUE o Presidente lhe disse que esse tipo de informações falsas eram comuns de serem divulgadas pela imprensa e ele mesmo já havia sido objeto delas; QUE por fim, o depoente disse ao Presidente que não se sentia à vontade para tomar qualquer decisão naquele processo, e assim despediu-se do Presidente”.
Marcelo Calero sabia que Medina Osório tinha sofrido uma implacável campanha difamatória, com notícias fabricadas contra ele e distribuídas para a imprensa pelo núcleo duro do Planalto, que agora Temer tenta amolecer. Inventaram que Medina Osório exigira um gabinete no Planalto, não se relacionava com a equipe técnica da AGU, perdera a ação da EBC (da qual nem participara), dera “carteirada” para voar em jatinho da FAB (notícia desmentida pelo Ministério da Aeronáutica), era nascisista e gostava de fumar charutos cubanos – coisas assim, fúteis e devastadoras.
Diante desse exemplo concreto, Calero ficou atento. Quando a campanha difamatória foi iniciada, decidiu abortá-la imediatamente, e a única maneira de conseguir era se demitindo.
NÚCLEO DURO – Essas campanhas difamatórias não tinham a participação de Temer, embora seu nome fosse usado com frequência. Eram montadas diretamente por Padilha e Geddel, como apoio do Secretário de Imprensa, Márcio de Freitas Gomes, que há 17 anos é funcionário do PMDB e assessora os caciques do partido, e do subsecretário Jurídico da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, que há anos é advogado do partido.
Jornalistas de renome foram inadvertidamente usados contra Medina Osório. Recebiam as notícias “em off”, diretamente da cúpula do Planalto, e acreditavam que fossem verdadeiras. Somente depois que o ministro da AGU foi afastado é que vazou a informação de que tinha havido uma “armação” contra ele. E desde então muitos jornalistas de Brasília ficaram com um pé atrás, como se dizia antigamente.
Quando o Planalto começou a plantar notícias também contra o ministro da Cultura, houve estranheza. Ao invés de publicar as informações manipuladas, os jornalistas Natuza Nery e Paulo Gama, da Folha, foram ouvir Marcelo Calero. O ministro então percebeu que já estava sendo vitima de um processo difamatório idêntico ao de Medina Osório, e deu logo a  explosiva entrevista que detonou Geddel e agora ameaça Padilha e o próprio Temer.
MÁQUINA DE DIFAMAÇÃO – Em setembro, Temer não gostou da demissão de Medina Osório, que saiu atirando e denunciou a Operação Abafa destinada a inviabilizar a Lava Jato. O presidente então aproximou-se mais de Moreira Franco, secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, e começou a esvaziar o núcleo duro, com a recriação da Secretaria de Comunicação Social, diretamente subordinada à Presidência e dirigida pelo porta-voz Alexandre Parola.
Quase três meses depois,  Temer consegue se livrar de Geddel por vias transversas, mas à custa de um desgaste enorme, e ainda falta defenestrar de Padilha e seus dois penduricalhos – Márcio Gomes e Gustavo Rocha, ambos ligados aos caciques do PMDB. Haverá mais desgaste. Porém, somente assim Temer conseguirá destruir a máquina de difamação que funciona no Planalto e poderá governar com mais tranquilidade, se é que tem realmente esse objetivo.

26 de novembro de 2016
Carlos Newton

VEJA EXIBE A CORRUPÇÃO DOS CACIQUES TUCANOS E PREVÊ DEMISSÃO DE PADILHA E MOREIRA



Resultado de imagem para serra aécio e alckmin
Delação da Odebrecht incrimina Serra, Aécio e Alckmin
A revista Veja que começou a circular este sábado ataca pesadamente o governo do presidente Michel Temer. A reportagem de capa, sob o título “Era uma vez três ministros”, disseca a demissão de Geddel Vieira Lima e anuncia que a delação dos quase 80 executivos da Odebrecht vai derrubar os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Além dessas informações explosivas, a Veja também denuncia que o esquema de corrupção beneficiava também os tucanos José Serra (atual ministro do Exterior) o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves. Os títulos são reveladores: “Como a Odebrecht operava a propina de Serra na Suíça”, a respeito do envolvimento do chanceler, e “O santo nas planilhas da empreiteira é ele mesmo: Alckmin”, sobre o governador de São Paulo, confirmando o codinome dele no listão da Odebrecht.
“A queda do ministro Geddel Vieira Lima foi a quinta de um titular da Esplanada de Michel Temer em seis meses de mandato — uma média de uma a cada quarenta dias. Mas a demissão de Geddel, que usou todo o peso de seu cargo para tentar liberar a construção de um prédio no qual tinha comprado um apartamento, está longe de representar o fim dos problemas do governo. A delação da Odebrecht e denúncias de tráfico de influência prometem novas turbulências para o governo Temer”, diz a chamada da reportagem, no site da Veja.
TUCANOS INCRIMINADOS – Segundo a Veja, o esquema de propinas para favorecer Geraldo Alckmin se intensificou em 2009, quando ele lançou sua pré-candidatura e começou a se movimentar dentro do PSDB para concorrer à Presidência da República.
O então deputado pernambucano Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB já morto, foi quem sugeriu usar as contas do ex-deputado, empresário e banqueiro Ronaldo Cezar Coelho para camuflar a propina da Odebrecht. Os pagamentos obedeciam um cronograma. Cerca de R$ 6,5 milhões foram usados para cobrir gastos da campanha de 2010. A revista informa que Ronaldo Cezar Coelho aderiu ao programa de repatriação de recursos.
Ainda segundo a reportagem da Veja, nenhum dos delatores até agora disse ter discutido repasses diretamente com o governador de São Paulo, o que indica que a negociação era feita diretamente por Marcelo Odebrecht ou até pelo pai dele, o patriarca Emilio Odebrecht.
ALCKMIN É O “SANTO” – O codinome “Santo”, referente ao envolvimento de Alckmin com a facção radical católica Opus Dei, está associado ao pagamento de um percentual de 5% sobre obras da rodovia Mogi-Dutra, em 2002, num total de aproximadamente R$ 3,4 milhões. Há referência também ao pagamento de R$ 500 mil em propinas na Linha 4 do Metrô.
Por fim, a Veja diz ainda que Aécio Neves recebeu “repasses vultosos” por meio de uma agência de publicidade registrada em nome de Paulo Vasconcelos, um de seus marqueteiros. Segundo um dos investigadores citado pela reportagem, “está tudo muito bem documentado”.
###
PS  – De uma só vez, a Veja conseguiu destruir o que restava da imagem dos três pré-candidatos tucanos à Presidência da República. E a política nacional mergulha numa grande incógnita. (C.N.)

26 de novembro de 2016
Carlos Newton

"SASSARICANDO" SUCESSO DE VIRGINIA LANE, É CITADO PELA POLÍCIA FEDERAL


Para não dizer que não falei de flores – título de uma coluna do grande Carlos Castelo Branco no antigo Jornal do Brasil, época da ditadura militar – hoje escrevo sobre um episódio do carnaval carioca, são milhares que ficam na história da cidade, citado pelo repórter Márvio dos Santos edição de O Globo de quinta-feira, a propósito de suposto nome usado pelo ex-governador Sérgio Cabral Filho para conversas secretas com empresários.
O assunto primeiro foi levantado por José Casado em seu espaço semanal no mesmo Globo. O codinome era Nelma de Sá Saraca. Para desvendar o código, a Polícia Federal e Márvio dos Anjos recorreram ao Google. Partiram de Saraca como palavra chave. O Google devolveu sassaricando. Márvio dos Anjos, então, atribuiu a origem do mistério, envolvendo compra de joias, ao musical Sassaricando, de 2006, mas provavelmente por ser jovem, não sabia –  é natural – que a peça escrita por Sérgio Cabral pai e Rosa Maria, é uma reedição do musical “Eu Quero Sassaricar”, de 1952, no Teatro Recreio, que não existe mais, assinado por Freire Júnior e Luiz Eglezias.
Virgínia Lane era a grande estrela das chamadas revistas musicais. O Recreio ficava no entorno da Praça Tiradentes, junto com o Carlos Gomes e o João Caetano, que resistiram ao tempo. Com base no texto de Freire Júnior e Eglezias, os compositores Luiz Antônio, Zé Maria, Oldemar Magalhães fizeram a marchinha Sassaricando, gravada por Virgínia Lane, um dos grandes sucessos do carnaval de 52. Portanto, 54 anos antes do musical de 2006.
DONA NELMA – De outro lado, a Polícia Federal e Márvio dos Anjos percorreram trilha na busca de Nelma de Sá Saraca. Concluíram que Nelma Sá era uma versão inspirada em Nelma Quadros, secretária do Pasquim, jornal satírico lançado em 1969 que reuniu Millôr Fernandes, Ziraldo, Henfil, Paulo Francis, Sérgio Cabral pai e Tarso de Castro, entre outros. A procura de uma ponte se perde assim no espaço do tempo. O Pasquim desapareceu em 91, portanto quinze anos antes do espetáculo musical de 2006. A viagem ao passado não resolveu o enigma. Só uma coincidência quanto a palavra Saraca talvez possa decifrar. Afinal de contas, coincidências acontecem.
Mas eu falei de viagem ao passado. Até, como lembrei título de uma coluna do maior cronista político brasileiro, sobre quem o jornalista Carlos Marchi escreveu um livro. O Rio de 1952 era muito diferente da cidade de hoje. Podia-se andar pelas ruas e praças sem a atual atmosfera da possibilidade de algo ameaçador. Os teatros de revista exibiam musicais, cheios de canções sambas, marchinhas, valsas. Era uma outra época. Cartazes luminosos de grande porte exibiam as peças.
O RIO MUDOU – Nos palcos, de revistas, destacavam-se Virgínia Lane, Nélia Paula, Joana D’Arc, Zaquia Jorge, fundadora do teatro de Madureira, cuja morte inspirou a bela interpretação de Joel de Almeida do samba Madureira chorou, tocado até hoje.
Mas o segredo das joias foi devassado pela Polícia Federal. Ela descobriu o hot line, nome de uma técnica de comunicação do presente depois de tentar o sassaricando do passado.
O Rio mudou de face e de estilo. Mas a tradicional Confeitaria Colombo, citada na música, atravessa a nuvem do tempo. Contudo, os velhos que sassaricavam à sua porta de cristal, um dos versos dos autores, se foram com o vento. Não foram substituídos nem na Colombo, nem no verso.

26 de novembro de 2016
Pedro do Coutto

ACABOU A FESTA. TEMER ENFIM COMEÇA A GOVERNAR E VAI VETAR A ANISTIA AO CAIXA 2


Resultado de imagem para caixa 2
Charge sem assinatura (Arquivo Google)
Em meio a mais uma crise que resultou na queda de Geddel Vieira Lima, um dos principais ministros do governo, o presidente Michel Temer tenta criar uma agenda positiva antecipando que vetará qualquer proposta do Congresso de anistia ao caixa dois. A posição representa um recuo de Temer em relação ao que havia sinalizado a interlocutores menos de 24 horas antes. Segundo eles, o presidente vinha dizendo que sancionaria integralmente o texto aprovado pelos parlamentares, havendo ou não anistia a crimes. Mas, em reunião nesta sexta-feira com aliados, após um dia conturbado com a demissão de Geddel, Temer afirmou que vetará qualquer anistia a caixa dois, segundo o líder do PSD, deputado Rogério Rosso (DF).
Em vídeo postado nas redes sociais, o aliado diz que Temer o autorizou a anunciar para a “sociedade” que vai barrar a proposta, caso o Congresso manobre para incluir o perdão a crimes eleitorais e outros cometidos por políticos.
– Caso o Congresso Nacional venha a aprovar qualquer tipo de anistia, não só o caixa dois, mas qualquer outro crime, o presidente Temer vetará imediatamente – disse Rosso.
PADILHA ACOSSADO – Na esfera das investigações, a Procuradoria-Geral da República vai chamar Padilha para dar explicações sobre a suposta participação dele na manobra para pressionar Calero a liberar a obra do Edifício La Vue, em Salvador, onde Geddel tinha comprado um apartamento. A partir daí, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá decidir se pede no Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra Padilha. Janot também deverá analisar se há indícios suficientes para estender a Temer um eventual pedido de investigação.
Em depoimento à Polícia Federal, Calero acusou Temer, Padilha e Geddel de pressioná-lo a contrariar parecer técnico do Iphan e autorizar a retomada das obras do La Vue, ou a transferir a decisão sobre a questão do patrimônio histórico para a Advocacia-Geral da União (AGU).
NA PROCURADORIA – Janot só deve deliberar sobre o assunto em duas semanas, quando retornar de viagem à China. Depois da divulgação do conteúdo do depoimento de Calero, Geddel deixou o governo. Mas sua renúncia não foi suficiente para baixar a temperatura da crise política.
Segundo depoimento que Calero deu à PF, Geddel teria exigido, em tom agressivo, que o então colega de governo atropelasse a lei para beneficiá-lo. Depois do episódio, o presidente da República entrou em cena. Temer e Calero tiveram duas conversas sobre a liberação do La Vue.
Numa delas, no Palácio do Planalto, Temer teria dito, segundo Calero, que a decisão do Iphan de embargar as obras do La Vue estava criando “dificuldades operacionais” no gabinete dele. Disse, ainda, que Geddel estava irritado. E que o processo sobre o La Vue deveria ser mandado para a AGU, onde a ministra Grace Mendonça já tinha “uma solução” para o caso.
PADILHA REFORÇOU – Num outro momento, Padilha também reforçou a ordem para Calero deixar a decisão com a AGU. Irritado com a pressão e com receio de ser, no futuro, envolvido em eventual investigação sobre corrupção e tráfico de influência, Calero pediu demissão e denunciou o caso à PF. A AGU diz que não teve participação no caso. O único parecer emitido foi favorável à interdição da obra, o que contrariou os interesses de Geddel.
No governo, há a certeza de que Temer foi gravado por Calero, o que é visto com tranquilidade porque a divulgação da conversa seria boa para o presidente, pois o conteúdo dos diálogos entre Temer e Calero “foi republicano”.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Pelo que se vê, Temer enfim tem condições de dar início ao governo, vetando a anistia ao caixa 2 e outras barbaridades criadas pelos caciques do PMDB e dos partidos da base aliada. Padilha já está emparedado no Planalto. Sua saída é só uma questão de tempo. Levará junto como os dois assessores que fomentam as campanhas difamatórias contra ministros – o secretário de Imprensa Márcio de Freitas Gomes e o subsecretário jurídico da Casa Civil Gustavo do Vale Rocha(C.N.)


26 de novembro de 2016
Deu no Globo