"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 19 de maio de 2015

ESTATISMO CRIMINOSO NA VENEZUELA. LIBERDADE PARA "POPEYE" NA COLÔMBIA

Duas notícias estarrecedoras divulgadas hoje, me obrigam a deixar de lado o trabalho para fazer a denúncia no blog: na Venezuela madurista agora, para fazer qualquer compra em supermercados e farmácias, o cidadão tem que deixar sua impressão digital como forma de “controle” contra um alegado contrabando. E na Colômbia, um mega assassino de cognome “Popeye”, que trabalhou desde a adolescência como matador profissional de Pablo Escobar, o rei do cartel de Medellín, depois de cumprir parte de sua pena recebe liberdade condicional.



Na Venezuela os militares controlam até os supermercados


Bem, vamos primeiro ao fato insólito da Venezuela. Como é de conhecimento público, denunciado por mim mesma há tempo, a escassez que o venezuelano comum vem sofrendo atinge níveis inimagináveis. Para controlar - e pôr garrote - não só na população mas sobretudo no empresariado, o usurpador presidente Maduro resolveu, a partir desta terça-feira 26 de agosto, utilizar uma máquina “captahuella”, a mesma que recolhe as impressões digitais (daí seu nome) nas mesas de votação em período eleitoral. Antes disso ele já marcava o povo como os judeus nos campos de concentração, com um carimbo contendo um número que era posto no braço, para que a pessoa não voltasse a fazer compras (em qualquer estabelecimento, pois a tinta não saía com facilidade) no prazo inferior a uma semana.

A novidade de hoje vem como pretexto de coibir o contrabando de mercadorias que, segundo Maduro e seus capachos, sai ilegalmente da fronteira com a Colômbia que tem preços mais atraentes e é revendido na Venezuela no câmbio negro. Saliento que há pouco mais de uma semana Maduro esteve reunido com o presidente Santos na Colômbia, para tratarem dessa questão do contrabando, depois da qual ambos impuseram um fechamento de suas fronteiras a partir das 20:00 h.

O que Maduro não revela é que o suposto contrabando não é causa mas conseqüência de seu incompetente (des)governo, uma vez que a produção industrial vem sofrendo baixas constantes por duas razões: o controle cambiário do CADIV que não permite o fluxo necessário do dólar, que é controlado com mão de ferro e necessário para as importações. E a baixa produção da matéria-prima que está toda nas mãos do Estado. Sem matéria-prima nacional e sem poder importar, por causa do controle da compra e venda de dólares, os empresários e produtores venezuelanos não têm como produzir e daí a escassez. Maduro e seus ministros alegam que não havendo mercadorias suficientes para todos, a solução é criar um “cartão de racionamento”, do mesmo modo que existe em Cuba há décadas. Não sei se é por ignorância mesmo ou má-fé, pois como ele recebe ordens desde Havana, o que deve mudar não é a política econômica mas a “distribuição equitativa”, confirmando a máxima de que “o socialismo é a igualdade na distribuição da miséria”.

A respeito dessa nova norma, o constitucionalista José Ignacio Hernández afirmou que o uso dessas máquinas é contrário à Constituição, porque o sistema econômico venezuelano parte do princípio da soberania do consumidor. Segundo Hernández, “são os cidadãos, e não o Estado, que decidem que bens querem adquirir. Com o sistema biométrico, o Estado é quem vai decidir e isso é inconstitucional”. Para Maduro, entretanto,“Somos obrigados a implementá-lo para combater o contrabando, a voracidade e todos os métodos da burguesia criminosa e parasitária para destruir nosso país. As famílias venezuelanas são as vítimas. É tanta a guerra que quando conseguimos certos níveis de abastecimento, eles baixam o número de caixas para que as pessoas durem horas nas filas”.

Bem, não vou me alongar muito nesse tema mas alerto apenas que no Brasil estamos caminhando para isso. Sem liberdade de mercado, controle cambiário, escassez de matéria-prima e travas gigantescas na importação, é evidente que todo o resto vem em cadeia e com ele o desemprego. Não tem nada a ver com a suposta “burguesia criminosa”, mas com um Estado falido por má administração e roubo descarado para as mãos (ou as contas em paraísos fiscais) da Nomenklatura e a boliburguesia. E nem é preciso ser economista para entender isso, de tão elementar que é...

E hoje na Colômbia foi libertado Jhon Jairo Velásquez Vásquez, mais conhecido como “Popeye”, um matador profissional que serviu ao cappo do Cartel de Medellín. Segundo ele mesmo conta, Popeye tinha apenas 12 anos quando presenciou numa briga de rua, um homem ser assassinado por outro, que lhe desferiu uma facada na jugular. Todas as pessoas que estavam na rua naquele momento fugiram horrorizadas, menos ele, que ficou encarando o assassino com uma fascinação ao ver o sangue esguichar do pescoço do agonizante. Diz ele: “Assim perdi minha inocência e voltei a nascer para o mundo que me coube viver. Não aquele que minha mãe sonhou, senão o que encontrei na rua e no mais profundo do minha condição humana. A partir desse dia, eu já não fui mais o mesmo. Pouco a pouco e sem notar, comecei a me transformar em “Popeye”.

Bem, Popeye é o único sobrevivente do bando de temidos sicários de Pablo Escobar e sai da prisão depois de cumprir 23 anos (três quintas partes da condenação) na penitenciária de Cómbita. Ele teve sua pena rebaixada por colaborar com a justiça e realizar trabalhos, mas para obter sua liberdade condicional teria pago 5.000 dólares. Popeye se uniu ao Cartel de Medellín aos 18 anos, quando “o patrão”, como era conhecido Escobar, começou a lhe encomendar assassinatos. Tem sob suas costas mais de 300 mortes, além de haver seqüestrado o ex-presidente Andrés Pastrana e o ex-vice-presidente Francisco Santos, quando era chefe de redação do jornal El Tiempo. Um de seus feitos foi a derrubada de um avião da Avianca em pleno vôo, no qual morreram 107 passageiros. Popeye admitiu com frieza que ordenou o assassinato de umas 3.000 pessoas, dentre elas centenas de policiais, jornalistas, juízes, magistrados, políticos e o candidato à presidência Luis Carlos Galán, quando Pablo Escobar travava uma guerra contra o governo para evitar sua extradição, inclusive o ataque ao Palácio de Justiça.

Agora este psicopata paga para ter a liberdade condicional e solicitou à Justiça que lhe dêem “garantias de vida”, através de escoltas armadas, pois teme ser assassinado por vingança. Saiu da prisão sob um forte esquema armado, enquanto a pessoas dignas, honradas e trabalhadoras, como o jornalista Ricardo Puentes Melo que já sofreu inúmeras ameaçasreais a ele e sua família, o governo retira essa proteção “por não ver necessidade”.

Encerro esta edição com quatro vídeos de uma entrevista com o psicopata assassino Popeye, intitulada “As confissões de Popeye”. Fiquem com Deus e até a próxima!


  • Las confesiones de Popeye - Capítulo 1 - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=4rxMZLWyyDw
    20 de fev de 2013 - Vídeo enviado por rafaelpovedatv
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  • Las confesiones de Popeye - Capítulo 2 - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=vQ5qKNgZQyg
    20 de fev de 2013 - Vídeo enviado por rafaelpovedatv
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  • Las confesiones de Popeye - Capítulo 3 - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=GtV1elD162g
    20 de fev de 2013 - Vídeo enviado por rafaelpovedatv
    You need Adobe Flash Player to watch this video. ... Cuando leí "Las confesiones de Popeye", pensaba que ...




  • 19 de maio de 2015
    in notalatina
    Comentários e traduções: G. Salgueiro

    A PÁTRIA CORRUPTA, CORRUPTORA, FORA-DA-LEI, PREVARICADORA, TUDO SOB PATROCÍNIO DO GOVERNO

    Não se podia esperar mesmo outra coisa de quem comanda...
    Paulo Roberto de Almeida

    A casa da Mãe Dilma


    Imagine o caro leitor que esteja andando na rua e, por algum motivo, pegue uma pedra e a atire na janela de uma casa. Na hipótese de haver algum policial por perto, o caro leitor será preso e, no mínimo, terá de prestar declarações na delegacia mais próxima - isso se tiver sorte e não apanhar antes de ser levado.

    Pois bem: o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, MST, invadiu ontem, em Brasília, o Ministério da Fazenda - nada mais justo, porque fazendas é exatamente o que querem invadir. 

    Quebraram janelas, arrombaram portas, causaram prejuízos que serão pagos com dinheiro de nossos impostos. Impediram o ministro Joaquim Levy, por quase meia hora, de entrar em seu gabinete. 
    Foram fotografados, filmados, gravados. 
    Nenhum militante foi preso, nenhum militante detido para averiguações, a ninguém se pediu o pagamento pelo prejuízo. 
    Foram embora, enfim - em direção ao outro Ministério, o do Desenvolvimento Agrário.

    Todos os cidadãos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. 

    Há os que têm direito de depredar a Câmara dos Deputados, como fez o grupo liderado por Bruno Maranhão, dirigente petista de nobre estirpe; há os que têm direito de invadir institutos de pesquisa e destruir espécimes desenvolvidos por mais de dez anos. 

    Há os que invadem áreas próximas ao Pico do Jaraguá, em São Paulo, recebem determinação judicial de deixar a área mas têm direito à proteção da Funai para descumpri-la.
    São os que, como o agente 007, dispõem de licença oficial para agir à margem da lei.
    São os hóspedes queridos da casa da Mãe Dilma.


    A Pátria transparente
    Informação da coluna Cláudio Humberto: apesar da Lei de Transparência, a Presidência da República segura as informações sobre o cartão corporativo de Rose Noronha, que chefiou seu escritório em São Paulo.

    Pediu 45 dias para copiar e entregar o relatório dos gastos da servidora.



    19 de maio de 2015
    Carlos Brickmann
    Paulo Roberto de Almeida

    ROSEANA SARNEY PRESTA DEPOIMENTO POR QUASE 2 HORAS NA PF


    EX-GOVERNADORA É INVESTIGADA POR SUPOSTA PARTICIPAÇÃO NO PETROLÃO


    O EX-DIRETOR DA PETROBRAS PAULO ROBERTO COSTA 
    AFIRMOU QUE ‘REUNIU-SE PESSOALMENTE COM ROSEANA 
    EM 2010 PARA TRATAR DE PROPINA’ 
    (FOTO: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO)


    A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta terça-feira, 19. As declarações duraram cerca de 1h50. No início de março, o Supremo Tribunal Federal abriu inquérito para investigar a ex-governadora, após ela ser citada em delação premiada na Operação Lava Jato.

    O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou em sua colaboração que ‘reuniu-se pessoalmente com Roseana em 2010 para tratar de propina’. As revelações de Costa e do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Lava Jato, motivaram a abertura de inquéritos para investigar deputados, senadores, governadores e ex-governadores por ordem do STF.

    Segundo o delator, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, foi quem solicitou R$ 2 milhões, destinados à campanha de Roseana ao governo do Estado em 2010. O valor, afirma Costa, foi pago em espécie via Youssef. Lobão também é investigado pelo STF.

    O dinheiro, diz o delator, teria saído de contratos da Petrobrás. O ex-diretor não indicou de maneira específica o contrato do qual saíram os valores. Segundo ele, existia uma espécie de caixa de propina, administrada por Youssef, de onde o dinheiro supostamente entregue à ex-governadora teria sido retirado.

    A Lava Jato investiga um esquema de corrupção instalado na Petrobrás e desbaratado pela força-tarefa da Lava Jato. Ex-parlamentares também são alvos da grande investigação decretada pelo ministro Teori Zavascki, que acolheu representação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

    Roseana estava morando em Miami com a família. Ela se mudou para a cidade, para fazer um CURSO DE INGLÊS. A ex-governadora voltou ao Brasil para prestar os esclarecimentos.

    Ela nega a acusação. A reportagem tentou contato com o advogado de Roseana, mas não conseguiu falar. (AE)



    19 de maio de 2015
    diário do poder

    SENATUS DELENDA EST! VIVEMOS A REPÚBLICA DO PENSAMENTO ÚNICO



    Fachin e seu padrinho, Álvaro Dias.


    Pensamento único, na minha opinião, é ausência de pensamento, isto é, ausência de dissenso. A confirmação, pelo Senado, de Luiz Fachin para o STF - indicação da ex-presidente Dilma - é a confirmação de que ainda chafurdamos no patrimonialismo, como um dos países mais atrasados da história contemporânea. 

    O Executivo indica - e o Legislativo, cabisbaixo, aprova. República corrupta e carcomida. Reconheço que a oposição oficial fez o que pôde. Mas a verdadeira oposição, sem condescendência com a estupidez esquerdista, está nascendo nas ruas. 
    E, ironia das ironias, as ruas varrerão a cumplicidade das instituições. O esquerdismo está no Estado; o liberalismo está brotando nas ruas:

    O Senado Federal aprovou nesta terça-feira o nome de Luiz Edson Fachin para a cadeira que era de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF). O indicado por Dilma Rousseff teve 52 votos a favor e 27 contrários - um terço da Casa -, em deliberação secreta.

    Os 27 votos contrários têm as digitais do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), insatisfeito com o governo, que trabalhou pessoalmente nos bastidores para tentar barrar a indicação.

    Ao abrir a sessão, Renan se defendeu: "Esse processo de indicação do nome para a presidente do STF eu fiz exatamente o que cabe ao presidente do Congresso e do Senado fazer: conduzi esse assunto com absoluta isenção".

    ​O senador capixaba Magno Malta, do PR, foi o único a usar a tribuna para discutir a indicação. Ele defendeu o voto contrário a Fachin por causa das posições dúbias do ministro a respeito de temas como a legalização das drogas e a concepção de família.

    Fachin poderá ficar no Supremo até 2033, quando completará 75 anos de idade.

    Resultado - Ronaldo Caiado, líder do DEM, lamentou o resultado: "Existe uma identificação direta político-ideológica com o PT. E isso tira dele aquilo que é fundamental para um juiz, que é a imparcialidade".

    Um grupo de manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) organizou um buzinaço contra Fachin ao lado do Congresso Nacional antes e depois da votação.

    Trajetória - O STF terá nos próximos anos um ministro que descumpriu a lei. Fachin atuou como advogado particular enquanto era procurador do Estado do Paraná e recebeu recursos para defender o governo paraguaio ao mesmo tempo em que era professor da Universidade Federal do Paraná. Nos dois casos, descumpriu a legislação vigente à época.

    Fachin também defendeu posições heterodoxas sobre a família - que, na visão dele, não pode manter o modelo monogâmico. Ele ainda manifestou-se pela flexibilização do direito à propriedade para permitir o confisco de terras produtivas para a realização da reforma agrária.

    O novo ministro declarou explicitamente seu apoio à eleição da presidente Dilma Rousseff, em 2010. Ele protagonizou um dos vídeos da campanha no qual disse fazer parte de um grupo de juristas que "têm lado".

    Gaúcho de Rondinha, Fachin tem 57 anos. Formou-se em direito na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e completou mestrado e doutorado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Em 1991, passou a lecionar na UFPR.


    (Veja.com).
    19 de maio de 2015

    GAROTAS DE IPANEMA

    Ela pegou o cigarro e queimou a mão. Eu corri para impedir, mas ela fugiu e continuou a queimar a mão... Dizia que isso era para ela sofrer mais na pele o que estava doendo dentro de si. Seu ciúme era desmesurado, assustador, sem motivo real, mas ela me olhava como se eu estivesse arruinando a sua vida. E não adiantava falar, porque ela dizia que eu estava comendo todo mundo porque as mulheres não mais tinham medo de engravidar e ficavam rondando os homens. E ameaçou me jogar um elefante de louça de cima da prateleira.

    É verdade. As mulheres não mais tinham medo de engravidar porque a pílula anticoncepcional tinha chegado.

    A liberdade sexual foi uma revolução dos sentidos. Mas com a liberdade veio também a angústia que ela traz. Nada mais confuso do que ser livre para as meninas da época. Mesmo depois da pílula, persistia o terror de uma liberdade inesperada; havia ainda um forte apego a vestidos de debutantes, ao organdi branco, aos buquês e véus de noiva esvoaçando nas almas virgens. Os rapazes tinham uma experiência sexual mais aberta, com a benção dos bordéis, mágicos redutos dos pecados – pequenas “revoltas conformistas”. As relações amorosas ficaram complicadas principalmente para as mulheres, enquanto nós contemplávamos sua desorientação como se tivéssemos um harém. Não sabíamos direito quais eram os limites, e aí surgiram tentativas de amores experimentais, poligamia assumida, sexo a quatro, surubas desastrosas. Um amigo meu bem cínico sentenciou: “Suruba tem de ser ímpar”. O sexo dos 60 era um comício; queria acabar com a culpa, com o proibido. Falo de Ipanema, claro. Todas as sacanagens foram testadas, mas chegou-se ao outro lado com uma vaga insatisfação. O que faltava? Faltava o pecado. O desejo sempre precisou da lei. Hoje, as relações não têm mais o caráter de uma mutação histórica, quando sexo era político. Eu me lembro de mim mesmo tentando convencer (sordidamente) uma moça a entrar no apartamento: “Meu bem, nosso amor também é uma luta contra o imperialismo norte-americano”. E, mesmo assim, ela (talvez uma “neoliberal” prematura) não entrou.

    Na época, a liberdade criou um mercado novo: os motéis, decisivos para a vida sexual daqueles tempos. Lembro-me quando surgiu o Kings, luxuoso, com neon e fachada greco-romana, diferente dos secretos e pulguentos hoteizinhos tolerantes.

    Na universidade, as moças se sentiam na obrigação de “dar”. E era tudo muito desastrado; as transas não davam certo – gozos frios, broxadas irreversíveis. Como ser livre sem ser “fácil”, as chamadas “galinhas”?

    As meninas foram divididas em dois grupos: as “inatingíveis” e as “sem-vergonha”. Eu, pessoalmente, desenvolvi um covarde romantismo: de longe, eu era um fauno e, de perto, um pierrô. As meninas que eu amava não “existiam”; elas flutuavam diante de mim como “dulcinéias” impossíveis. A pílula também me libertou, e parti para as neo-garotas de Ipanema. E comecei a conhecer mais as dores de amor da vida real.

    Isabela já tinha sido deflorada, mas se recusava a repetir a dose porque sonhava com um casamento feliz. Não adiantava implorar, pois ela não cedia: “Não dou mais para ninguém; quero ser virgem de novo!”

    A Ciomara tinha três namorados (ela achava isso) e chorava na cama, num transe meio epiléptico, com olhos revirados em alvo, num sacrifício ritual de gritos, do qual acordava sem se lembrar de nada. Ela vivia culpada porque achava que estava traindo os outros dois; mal sabia que os três se revezavam em machismos secretos, narrando detalhes íntimos da cama.

    Flavia ficou meio paranoica porque tinha uma bundinha linda e achava que os rapazes só a queriam por causa disso. E era verdade. Os rapazes se regalavam com o súbito aumento do mercado sexual. No entanto, com a liberdade, as paixões não tinham mais o paradigma dos namoros, noivados e casamentos. Sem projeto e sem linguagem, as ligações ficaram frágeis, e as rupturas, mais frequentes. Fui a uma festa em 1968 em que se separaram dezenas de casais, inclusive eu.

    E, com sua independência proclamada, as mulheres se vingavam da arrogância dos machinhos. Assim, os homens sofreram com a multiplicação dos cornos. Mulheres mais livres fizeram seus preconceitos machistas aparecerem na “cornidão”. Creio mesmo que homem só vira homem quando ganha chifres didáticos. Aí, conhecem o vazio da solidão. E sujeitos onipotentes viram românticos chorosos. Também havia as tragédias. Um desses traídos que conheci, lindo, rico, por dor de corno meteu a cabeça no forno e abriu o gás, com as frestas da cozinha vedadas com fita isolante. E deixou um aviso na porta: “Cuidado. Não acendam fósforos”.

    A mulher de um amigo meu era frígida como a neve. Sentia-se como uma aleijada indesejável. Cada vez que ia para a cama, era um calvário. Ele tentou tudo, nada rolou. Até que, em meio a uma discussão, ele falou que ia embora, e ela disse-lhe: “Tudo bem, você sai pela porta, e eu saio pela janela”. E se jogou do oitavo andar.

    Meu drama foi diferente. Quando ela queimou a mão com o cigarro, confesso que me emocionei com aquela dor. Pareceu-me uma paixão sem limites. Ela era linda, corpaço, e às vezes saía da tristeza e ficava eufórica, rindo muito. Eu ficava nervoso com aquela louca instabilidade, mas sua beleza me aprisionava.

    Até que um dia, depois de severa briga, ela me apareceu na porta do apartamento e, diante de mim, fez dois cortes no braço. “Passou a dor de dentro... Isto é um presente para você”, disse, ensanguentada. Em pânico, comecei a fugir dela. Tive de viajar por meses, e sumimos um do outro.

    Talvez um ano depois, passava de carro pela avenida Atlântica de madrugada e, numa esquina do Posto Seis, eu a vi, em pé, linda, de saia de couro curta e cabelos alourados. Não parei, ainda com a dúvida se era ela mesma. Era, sim. Depois da dor dos cortes, entendi que ela queria conhecer os mistérios da prostituição.

    19 de maio de 2015
    Arnaldo Jabor

    A DUVIDOSA FRAQUEZA DO DOUTOR FACHIN

    Caros amigos: Assisti a parte da arguição do Dr Luiz Edson Fachin pelo Senado Federal. Confesso que me teria dobrado à sua simpatia, à sua verve e à sua argumentação se não soubesse que foi indicado pela Governanta Dilma Rousseff para o cargo pelo qual era avaliado.

    Poucos brasileiros se interessariam pela sabatina e pela pessoa do sabatinado se não fossem conhecidos os interesses escusos, as artimanhas e a falsidade visceral do partido do governo e seu projeto de poder, particularmente após o escárnio de foram vítimas na eleição que renovou o mandato da Sra Dilma Rousseff.

    Desta forma, Fachin foi à arguição com seu dossiê aberto, conhecido e estudado por todos que efetivamente se interessam em solapar a estratégia do Foro de São Paulo (FSP) para o Brasil e sua transformação em outra Venezuela.

    Se não fosse a máxima do “dize-me com quem andas e te direi quem és”, o Dr Fachin poderia ser uma unanimidade, mesmo que burra, conforme Nelson Rodrigues, mas, infelizmente, para ele, ele carrega e carregará para sempre a suspeita sobre a sinceridade do seu discurso face à vinculação do seu nome ao PT e à Governanta Dilma. Diz uma coisa hoje, mas, será que não fará outra amanhã? Não consigo esquecer que até a vaca tossiu!

    É difícil acreditar na franqueza de um advogado que, em qualquer tempo e por qualquer razão, tenha vinculações e simpatia pelo MST, mesmo conhecendo os métodos destrutivos pelos quais este agrupamento de desordeiros “luta” por suas supostas causas.

    Sabendo que o domínio do judiciário é etapa do plano de poder do PT, mesmo após a interposição do obstáculo da “Lei da Bengala”, fica muito difícil acreditar no discurso do simpático Dr Fachin!

    Para o bem da Nação, é preciso continuar o empenho pela reprovação do seu nome no plenário do Senado, na próxima terça feira, lembrando sempre que não se deve ceder terreno ao adversário e que toda e qualquer derrota de Dilma e do PT mais reforça a defesa da democracia no Brasil!



    19 de maio de 2015
    Paulo Chagas

    POLÍTICA DO ABSURDO

    O desgoverno da presidente Dilma Rousseff, ápice dos 12 anos de domínio petista sobre a máquina pública, tem agido como fertilizante na produção de absurdos políticos. Tudo está ao avesso. Dentro da lama e de costas para o país.

    Diante de uma impopularidade jamais experimentada, o PT aprofunda-se na esquizofrenia. Apoia e combate o seu próprio governo. Precisa agradar as bases sindicais que são contra o pacote fiscal de Dilma e, ao mesmo tempo, manter-se no poder. Até para garantir os cargos públicos dos companheiros, incluindo os sindicalistas. 
    Depende eleitoralmente do sucesso da presidente, mas quer porque quer manter distância dela.
    Síndrome psíquica semelhante acomete o PSDB, que, para aumentar o sangramento da mandatária petista, nega voto a teses que defendia até ontem.

    Fez assim na votação do ajuste fiscal – princípio pelo qual o partido sempre zelou – e do fator previdenciário, criado por FHC em 1999. Os tucanos se protegem com argumentos toscos: dizem que se tivessem vencido com Aécio Neves fariam um ajuste fiscal duro, mas sem aumentar impostos. Reduziriam gastos, cortariam ministérios e cargos de confiança.
    Tudo urgente e necessário, mas sabidamente insuficiente para cobrir o gigantesco rombo das contas públicas.

    Enquanto PT e PSDB embaralham-se em um espesso cipoal, confundindo seus eleitores, o PMDB de Eduardo Cunha e Renan Calheiros empunha alfanjes como se fosse o único partido capaz de colocar ordem na lavoura. Ao débil governo Dilma, só oferecem vitórias seguidas por doídas e danosas derrotas.

    À presidente sobra pouquíssimo espaço. Sem mando na economia, que ela desorganizou por completo, e distante da política por inapetência e inexperiência, Dilma é hoje o inverso da imagem de gerente exemplar, inigualável, durona. Encobre a incompetência com a nova silhueta e faz daDIETA de sucesso assunto principal em todas as rodas.

    Tendo errado feio na previsão quanto ao desempenho de sua pupila, Lula tem de se superar na prática ilusionista, da qual é mestre. Sem constrangimento algum, ele se opõe a Dilma e defende o governo dela. 
    Em um só fôlego, livra o PT e se arvora a combatente da corrupção. Como se o mensalão e a roubalheira confessa de R$ 6 bilhões da Petrobras não tivessem sido patrocinados pelo seu partido, por gente que ele próprio nomeou.
    Na política do avesso todos perdem. O país não tem tempo para o oportunismo dos contorcionistas. Nem paciência.

    19 de maio de 2015
    Mary Zaldan

    NO MATO SEM CACHORRO

    Executado inteiro o “ajuste” já não nos levaria longe. Consiste, como sempre, em aumentar tarifas e impostos, reduzir a renda privada e cortar INVESTIMENTOS para sustentar os gastos do Estado no novo patamar a que chegaram. É mais um arranjo para evitar que se manifestem inteiras as consequências da nossa incapacidade de repactuar a distribuição de haveres e deveres entre o Brasil que paga os impostos e o que os arrecada para habilitar-nos a passar a disputar vitórias, em vez de seguir postergando derrotas certas, sempre no limiar da sobrevivência.

    O próprio “tripé” que rendeu nosso melhor momento em um século era um arranjo precário; uma espécie de “cortisona” tomada em doses diárias para permitir ao paciente conviver em relativo equilíbrio com a doença crônica que não se dispõe a enfrentar, e não uma cura.

    Nós nunca revogamos nada do que nos vem comendo pelos pés. O Estado brasileiro só tem porta de entrada. A norma fundadora do sistema que aqui aportou com dom João VI é que cada ungido pelo toque de Midas dos “de dentro” se torne um deles para todo o sempre. É em torno da compra e venda dessa “salvação eterna” ainda em vida que se estrutura o anel de ferro que o sustenta.

    Ao fim de 300 anos dessa ordenha, tudo o que o Brasil dos miseráveis não tem é o que obscenamente sobra no Brasil oficial. Os direitos gerais só passarão a caber na conta quando os “direitos especiais” deixarem de pesar nela. O drama brasileiro – as crianças sem futuro, os doentes no chão dos “hospitais”, os 56 mil assassinados por ano, a corrupção epidêmica –, tudo é mera consequência dessa premissa.

    Não há brasileiro vivo que não saiba disso, mas até as verdades mais evidentes precisam ser repetidas todos os dias em voz alta para se impor.

    Neste momento, a ancestral mentira brasileira estrebucha pela enésima vez no seu próprio paroxismo. A conta é proporcional ao tamanho da trapaça e nunca antes ela foi tão grande na História deste país. O desastre lulopetista, que está apenas começando, é daqueles capazes de levar espécies inteiras à extinção. Vai-se abrir uma dessas raras janelas de oportunidade que só o sofrimento extremo proporcionam, com o potencial de alterar a própria ecologia do sistema.

    O século 20, quae sera tamen, está chegando ao fim também no Brasil. Ninguém que o represente representa, já, a plateia que vaga pelas ruas. E, no entanto, ainda é ele e a linguagem dele que dominam reacionariamente o palco.

    Não se reconhecem mais esses dois Brasis e é aí que moram a esperança... e o perigo!

    A destruição do aparato nacional de educação é a obra mais bem acabada do partido que pavimentou o caminho do primeiro presidente-operário a chegar ao poder nas Américas, apenas para provar mais uma vez que a humanidade é uma só, de cabo a rabo, só que com a força dos seus piores vícios multiplicada pela ausência dos matizes críticos com que a educação formal, bem ou mal, acaba por diluí-los. A “educação” que sobrou não é o antídoto, é o veneno. O que resultou dessa desconstrução é um discurso político reduzido a um maniqueísmo primário, da antessala da conflagração, incessantemente derramado sobre um país sem repertório para definir um projeto nacional.

    Sendo característico dos sistemas de servidão que quem provoca as crises não as sofre, os ventos que neste momento arejam o Brasil não sopram em Brasília. Lá, onde a maré é eternamente montante, ninguém nunca é demitido e os salários nunca param de subir, é à conquista do poder como ele sempre foi que tudo se refere. Os contendores posicionam-se exclusivamente uns em relação aos outros. O Brasil real não conta. “Se ele é contra eu sou a favor”, e vice-versa. A “primeira divisão” disputa poder político e dinheiro. A segunda só dinheiro e o poder que com ele se compra. Mas preservar o úbere onde todos mamam é o valor maior que, nas emergências, se alevanta.

    O terceiro elemento, intocável no seu pedestal, divide-se entre a minoria heroica que resiste reduzida a um papel de polícia, tolerada pelos demais por falta de remédio melhor, e a linha de frente corporativa pela qual a maioria dos acomodados omissos se deixa docemente constranger cuja função é sangrar repetidamente o Tesouro mediante a articulação do “auxílio” ou do “reajuste retroativo” de cada temporada.

    Fecha o quadro o “quarto poder”, que – embora não dispute o mesmo queijo dos demais – vive hipnotizado pela mixórdia que eles protagonizam. Não olha para fora, não apresenta as alternativas do presente, não pesquisa as que redimiram outros povos no passado. Limita-se a reproduzir a cena doméstica segundo a linguagem e a pauta dos outros três – quem “ganhou”?, quem “foi derrotado” no último crime de lesa-pátria? –, o que mantém o limite do possível no imaginário nacional exatamente onde o Brasil oficial quer que ele permaneça.

    “O país não avança porque não sabe aonde é necessário chegar. Para sabê-lo com certeza era preciso ir ao fundo das coisas, e ao fundo das coisas só se chega com a crítica” é a citação do mexicano Daniel Cosio Villegas que Carlos Guilherme Mota e Adriana Lopez usam como mote do último capítulo da sua História do Brasil, que um qualificado leitor define como “um extraordinário estudo sobre a resiliência do continuísmo”, a marca renitente da nossa trajetória histórica ao longo da qual “todas as raras oportunidades de rompimento com o passado que aparecem acabam por ser reprimidas”.

    A repressão da próxima, cujos protagonistas já se apresentaram com seus “generais” e “exércitos”, passa pela anulação, ainda que “em vida”, dos dois Poderes cuja credibilidade o terceiro vem trabalhando abertamente para corromper.

    Falta quem, pelo outro lado, levante uma bandeira digna de ser seguida para limpar o sistema “por dentro”, porque se há uma coisa que o Brasil aprendeu de 1964 a 1985 e nossos vizinhos comprovam todos os dias é que, se vamos mal com eles, pior iremos sem eles.

    19 de maio de 2015
    Fernão Lara Mesquita

    CASUÍSMO CHAVISTA

    Mais cedo ou mais tarde, especialmente quando se encontram diante de um risco existencial, regimes autoritários que pretendem se passar por democráticos revelam sua verdadeira natureza. É o caso da Venezuela chavista, cujo governo diz respeitar a democracia apenas pelo fato de que promoveu dezenas de eleições cuja lisura foi aferida por observadores internacionais. Agora, no entanto, diante da iminência de uma derrota nas urnas, o chavismo agiu como a verdadeira ditadura que é, ao alterar as regras do jogo eleitoral para tentar impedir que a oposição triunfe.
    Em algum momento do último trimestre deste ano, conforme anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), os venezuelanos irão às urnas para renovar a Assembleia Nacional. A imprecisão da data já dá a medida da fragilidade do processo, totalmente permeável aos interesses oficialistas. O CNE – que, como as demais instituições de Estado, está tomado por chavistas – notabilizou-se nos últimos anos por permitir tudo ao governo e nada à oposição.
    O simples fato de que ainda não há uma data marcada para a eleição – que, segundo todas as pesquisas, indica o favoritismo dos oposicionistas – já é suficiente para levantar suspeitas de que alguma tramoia esteja em curso. Por essa razão, o governo brasileiro vem pressionando as autoridades da Venezuela a estabelecer uma data o quanto antes.
    Os últimos movimentos do campo governista levam a duas certezas. A primeira é que o presidente Nicolás Maduro e seu Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) estão informados de que não são desprezíveis as chances de uma surra eleitoral. A segunda é que tudo farão para impedi-la.
    Em abril, a maioria chavista na Assembleia Nacional aprovou uma medida por meio da qual o CNE diminuirá o número de deputados que podem ser eleitos nas zonas consideradas redutos da oposição. Na manobra, os governistas fizeram uma estimativa populacional a partir da qual o CNE vai calcular o número de cadeiras por região. Ignorando o Censo oficial, o estudo ampliou o total da população nas zonas dominadas pelo chavismo e diminuiu o número de habitantes das regiões oposicionistas.
    Assim, o CNE, que aumentou de 165 para 167 o número de vagas na Assembleia, vai tirar uma cadeira de uma das circunscrições que costumam ser dominadas pela oposição e dará três vagas a mais para circunscrições que apoiam o chavismo. Para explicar essas mudanças, o PSUV usou seu habitual cinismo, ao dizer que houve forte migração para áreas simpáticas ao chavismo em razão do programa Grande Missão Vivenda – o equivalente ao Minha Casa, Minha Vida – a partir de 2011.
    Não é a primeira vez que o governo apela à mão do gato para prejudicar a oposição. Na eleição de 2010 também houve mudanças nas circunscrições para dar mais vagas aos candidatos governistas. Na ocasião, a oposição obteve 52% dos votos em todo o país, mas ficou com apenas 67 das 165 cadeiras da Assembleia Nacional, que desde então tudo faz para calar os oposicionistas.
    A chicana chavista se assemelha ao chamado “Pacote de Abril”, conjunto de leis que a ditadura brasileira baixou em 1977 para impedir o avanço eleitoral da oposição e perpetuar a maioria governista no Congresso. Assim como na Venezuela agora, o regime militar do Brasil diminuiu a representatividade de Estados mais populosos e aumentou a de Estados menores – onde o partido governista tinha mais chances de sucesso. Como se nota, ditaduras não primam pela originalidade: quando se veem em xeque, dão um tapa no tabuleiro.
    A oposição venezuelana, no entanto, procura manter o otimismo e assegura que pode vencer mesmo nos redutos chavistas, em razão principalmente da imensa crise econômica e social que o país atravessa. As pesquisas chancelam essa expectativa. O mais recente levantamento do instituto Datanalisis, um dos mais respeitados da Venezuela, informou que 59,6% dos eleitores declararam voto na oposição, ante apenas 22,5% no governo.
    19 de maio de 2015
    O Estado de SP

    FARRA PARTIDÁRIA COM DINHEIRO DO CONTRIBUINTE

    A reforma política é daqueles temas em que há muita discussão e sobre o qual existe pouco conhecimento, terreno fértil para equívocos. Um deles, a ideia, subjacente à proposta do “financiamento público” de campanha, de que a política brasileira é basicamente financiada pelo setor privado, empresas e pessoas físicas. Portanto, deve-se “estatizá-la”.

    Reportagem do GLOBO de domingo, feita a partir de levantamento das finanças dos partidos em 2013, nos arquivos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é indiscutível: a maior parte dos recursos destinados às legendas sai dos cofres públicos. Do bolso, portanto, do contribuinte. Em 2013, 66,4% (R$ 362,7 milhões) do total que entrou nos cofres das legendas (R$ 546,2 milhões) saíram do Fundo Partidário, e apenas os 33,6% restantes (R$ 183,5 milhões), de doações, a maior parte, de empresas (R$ 142,3 milhões).

    Essa dependência de recursos do Erário tende a aumentar, porque o Congresso, nessa fase de decisões “independentes” tomadas sob inspiração dos peemedebistas Eduardo Cunha (RJ) e Renan Calheiros (AL), cometeu o desatino de quase triplicar o Fundo Partidário, para algo próximo dos R$ 900 milhões, em dissintonia com o momento de ajuste fiscal, para se dizer algo elegante.

    Enquanto isso, o Supremo já aprovou por maioria de votos, mas ainda não promulgou devido ao pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, a proibição das doações de empresas. Um erro, pois, na prática, decreta a institucionalização do caixa dois. Quer dizer, deve cair ainda mais a participação formal de dinheiro privado na política.

    Para piorar a situação do ponto de vista das finanças públicas e, em última análise, do sobrecarregado contribuinte brasileiro, continua sobre a mesa a proposta do PT da estatização completa das finanças partidárias, um gasto a mais para o Erário. Mas, mesmo que não vingue a proposta, continuará enorme o peso dos recursos do Tesouro na política, não só em despesas diretas, via Fundo Partidário, mas, também, por meio de contrapartidas tributárias, dadas às emissoras para ressarci-las do dito “horário gratuito”. Que de “gratuito” nada tem. Outro sério agravante em tudo isso é o péssimo uso desse dinheiro por partidos, condicionado por uma das distorções atávicas da vida pública brasileira: o patrimonialismo, o uso privado de recursos públicos.

    Nos arquivos do TSE há um festival de aberrações: com dinheiro do fundo, o PROS comprou avião; o PSTU pagou creche, e o PRP, carro de luxo. Há inúmeros casos desse tipo.

    As evidências de que o financiamento de partidos já é muito dependente do Tesouro não apenas reforçam a oposição a teses como a do “financiamento público”, como também alertam para outro sério desvio na política brasileira: o excessivo números de legendas, várias das quais, comprova-se, existem apenas para embolsar dinheiro do Fundo Partidário e fazer barganhas no guichê do fisiologismo.


    19 de maio de 2015
    O Globo

    O BRASIL EMAGRECE


    O Ministério da Saúde divulgou que mais da metade da população brasileira (52,5%) está acima do peso, e destes, 17,9% são obesos. Assim, é um bom exemplo a presidente da República ter perdido 15 quilos após as eleições. Como em Brasília quase tudo acaba em pizza ou em piada, a mais nova é que mentir emagrece.

    Ironia à parte, Dilma deu a receita: “É fechar a boca e fazer uma ginasticazinha, uma caminhadinha”. O regime deve incluir exercícios em duas bicicletas ergométricas e no aparelho, tipo elíptico, adquiridos pela Presidência da República por cerca de R$ 21 mil. Para quem não pode caminhar nas ruas, malhar em casa é uma boa opção. Pedalar, não sendo nas contas públicas, faz bem e emagrece.

    Mas quem também tem emagrecido — e sem saúde — é a economia brasileira. As previsões de contração do PIB (Produto Interno Bruto) para 2015 são de 1,2%. Em 2016, os prognósticos indicam crescimento de 0,9%. Assim, entraremos em 2017 mais magros do que estávamos em 2014.

    O PIB industrial terá desempenho ainda pior. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima quedas de 4,4% na indústria de transformação, 5,5% na construção civil e 2,8% nos serviços industriais de utilidade pública. A variação da Formação Bruta de Capital Fixo — indicador que mede a capacidade de produção do país — será negativa em 6,2%, prevê a CNI.

    Como sempre acontece nos ajustes fiscais, os investimentos despencaram. No ano passado, nos primeiros quatro meses, as obras e as aquisições de equipamentos da administração direta somaram R$ 18,3 bilhões, contra apenas R$ 11,5 bilhões de janeiro a abril de 2015, o que significa redução de 37,3%. Até os investimentos sociais estão sendo sacrificados. Na Educação, por exemplo, apesar do lema recém-criado, a “Pátria Educadora” ficou com R$ 895 milhões a menos. Na Saúde e no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, os investimentos foram enxugados em R$ 496 milhões e R$ 189 milhões, respectivamente. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ficou menor R$ 6,6 bilhões.

    A penúria no quadrimestre é geral. Em 2014, a execução orçamentária do programa Minha Casa Minha Vida foi de R$ 6,1 bilhões. Em 2015, somou apenas R$ 5 bilhões. Trata-se do subsídio que sai do orçamento da União para a redução das prestações dos adquirentes de imóveis. A tesoura também passou pelo Fies. O dinheiro acabou e os repasses diminuíram 33%. Na nova regra, os reembolsos às instituições serão em oito parcelas ao ano, em vez das 12 praticadas em 2014. Os municípios também pagam o pato. Neste ano ainda não viram qualquer centavo da ação “Serviço de apoio à gestão descentralizada do programa Bolsa Família”, destinada à melhoria do atendimento e à atualização do cadastro, entre outras finalidades.

    Nas empresas estatais, as últimas informações disponíveis são do primeiro bimestre. Em 2014, o setor investiu R$ 14,7 bilhões, enquanto em 2015 aplicou 17,8% a menos. A retração foi puxada pela Petrobras, abraçada com a Lava-Jato e endividada até o pré-sal.

    O arrocho é explicado pelo atraso na aprovação do Orçamento de 2015 e pelo rigor dos limites fixados para os dispêndios. Mas o que já está ruim pode piorar. Nesta semana será divulgado corte nas despesas discricionárias na faixa de R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões, conforme as alterações do Congresso nas medidas propostas pelo governo. Várias autoridades do primeiro escalão irão reclamar em “off”, pois ministro sem verba é como neném sem chupeta.

    Os petistas criticam, mas são “Levy” desde criancinhas. No horizonte vermelho, a elevação dos juros vai desaquecer a economia e conterá a inflação. Com o alívio nos preços, as famílias voltarão a consumir e os empresários irão desengavetar projetos. Os cortes nas despesas públicas e o fim das pedaladas irão recuperar a credibilidade do governo junto ao mercado financeiro e às agências de risco. Em dois anos, a economia voltará a crescer e Lula voltará em 2018.

    O problema é que, diante da lambança que Dilma produziu na economia, além da sua anorexia política, a recuperação econômica pode tardar e o panelaço aumentar. Para agravar, tudo terá que ser combinado com os russos, Renan Calheiros, Eduardo Cunha e parlamentares do próprio PT e aliados. Haja vista a votação do fim do fator previdenciário…

    Enfim, o Brasil parou, atolado nas crises de natureza econômica, política, social e moral. O futuro, a curto e médio prazos, não é promissor. Dilma pode até perder mais alguns quilos, o que não lhe fará mal. Mas a economia e a indústria brasileira não podem continuar a emagrecer.


    19 de maio de 2015
    Gil Castelo Branco

    GOVERNO VAI CORTAR R$ 1,7 BILHÃO DA PF, CERCA DE 30% DO ORÇAMENTO

    INVESTIGAÇÕES PREJUDICADAS

    ORÇAMENTO CAIRÁ DE R$ 5,4 BI PARA R$ 3,7 BI COM CORTES DE DILMA




    ORÇAMENTO CAIRÁ DE R$ 5,4 BI PARA R$ 3,7 BI COM CORTES
    DE DILMA. FOTO: EBC



    Depois de todo o alarde feito durante a campanha de INVESTIMENTO na Polícia Federal, o governo Dilma vai tirar R$ 1,7 bilhão do orçamento da corporação. 
    O valor representa cerca de 30% de tudo que estava à disposição da PF e gerou preocupação na Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), pois vai impactar, diretamente, as investigações e operações da PF.

    Segundo a ADPF, não faz sentido cortar quase dois bilhões de reais da PF, prejudicando a atuação dos policiais cujas investigações combatem os desvios de recursos públicos. Só no caso da corrupção na Petrobras, foram R$ 22 bilhões surrupiados, mais de dez vezes o que será cortado do orçamento da PF.



    19 de maio de 2015
    diario do poder

    PROGRAMA POLÍTICO DO PSDB QUE VAI AO AR NESTA NOITE, FAZ DE CONTA QUE NÃO SABE DA EXISTÊNCIA DE UM GOLPE COMUNISTA EM ANDAMENTO.



    Este vídeo acima mostra o programa do PSDB que vai ao ar nesta noite, terça-feira, dia 19 de abril, em rede de rádio e televisão dentro do espaço destinado por lei aos partidos políticos. O programa reflete a revolta do povo brasileiro contra o desgoverno do PT e está bem feito do ponto de vista técnico.

    Todavia, faltou a este programa do PSDB a abordagem política e ideológica. Afinal o que originou a brutal crise que arrebentou a economia. Foi apenas a incompetência? No que concerne a isto o programa do PSDB passou ao longe e não teve coragem de tocar, ou não quis fazê-lo em virtude de seu viés também socialista, ainda que possa ser qualificado de "socialismo fabiano", como de fato é.

    O PSDB teria que denunciar que o Brasil, sob o domínio do PT e de seus sócios mega empresários, está na verdade sustentando um projeto de amplitude continental dentro das diretrizes do Foro de São Paulo, a organização comunista fundada por Lula e Fidel Castro em 1990, cujo objetivo é transformar todos os países latino-americanos em repúblicas socialistas de viés cubano. A Venezuela, por exemplo, já vive essa experiência funesta e macabra, com a escassez de alimentos, a fome, o terror e uma inflação galopante. Lembrem que a inflação é uma forma de controle social. A inflação é como uma prisão sem grades.

    O PSDB teria de explicar que a corrupção e a roubalheira assombrosas fazem parte do esquema do Foro de São Paulo.

    Teria de ter a coragem também de admitir que só o impeachment da Dilma e a cassação do registro partidário do PT e demais agremiações comunistas, trarão a paz social e a decência, porque a turbulência política, as ameaças, a insegurança, a imoralidade e a indecência constituem o caminho mais curto para a instalação de um regime de terror. E isto é objetivamente o plano diabólico do PT, fundador e dirigente do Foro de São Paulo.

    Notem que o programa do PSDB trata o PT como se fosse um partido político normal e democrático, quando na verdade é um ajuntamento de comunistas que almejam o poder eterno.

    Esta é a verdade dos fatos que não dá mais para esconder e que já está na boca do povo e foi expressada como todas as letras nas recentes manifestações gigantescas ocorridas em todo o Brasil.

    O programa do PSDB torna-se insosso e incolor justamente pela ausência de todos estes aspectos que acabei de apontar
    .

    19 de maio de 2015
    in aluizio amorim