"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

DIPLOMACIA DO COICE


Como eu, meus distintos leitores certamente ficaram sabendo do coice que nossa egrégia presidente assestou gratuitamente no embaixador da Indonésia – e, por procuração, nos 250 milhões de habitantes daquele país.

Como eu, meus distintos leitores se consternaram com a baixeza com que foi tratado o embaixador que, tendo vindo a palácio a convite, viu-se humilhado e feito de bobo na frente de diplomatas e autoridades. Imagine a situação: convidado formalmente a uma festa, você vai. Na porta, sua entrada é proibida e você é chamado de penetra. Foi o que aconteceu.


Palácio do Itamaraty e seu espelho d’água

Como eu, meus distintos leitores ficaram apreensivos com a repercussão que essa grosseria está tendo nos itamaratis do mundo. A estas alturas, todos os governos do planeta já estão a par da estupidez de tratamento à qual diplomatas forasteiros estão expostos no Brasil.

Como eu, meus distintos leitores entenderam que, se alguma chance ainda subsistia de salvar o traficante brasileiro prisioneiro na Indonésia, ela escoou pelo ralo. Aquele país não pode agora graciar o condenado nem atenuar sua pena. Se o fizer, mostrará que se dobrou à chantagem de Brasília, atitude inconcebível. O comportamento de nossa preclara presidente foi o passo definitivo para a execução do apenado.

Como eu, meus distintos leitores atribuíram o gesto arrogante à conjugação de dois fatores venenosos: o mau humor crônico da mandatária e o aconselhamento gangrenado que tem recebido de seus ‘assessores’, notadamente um certo senhor Garcia – aquele do ‘top-top’.


Pois fiquem meus distintos leitores sabendo que… por baixo do angu tem carne. A informação vem do Diário do Poder, do superantenado jornalista Cláudio Humberto. A carne por debaixo do angu é mais podre do que se pode imaginar. Sabe aquele tipo de gente capaz de pisar o pescoço da mãe para alcançar seu objetivo? Pois é, nossa altas autoridades são membros desse clube.



Pelo relato do jornalista, o coice aplicado no diplomata indonésio nada mais seria que uma ideia de marqueteiro destinada a levantar ‘cortina de fumaça’. A intenção era fornecer matéria para reportagens revoltadas e editoriais indignados que assim, distraídos, desviariam por um momento a atenção da incômoda operação Lava a Jato. Funcionou perfeitamente.

Não estou aqui pra substituir-me ao tribunal indonésio. Se o conterrâneo condenado na Indonésia é culpado ou não, se foi julgado com isenção ou não, se a pena de morte é adequada ou não – meu intuito não é discutir isso. O que nos fica é a certeza de que, nesse episódio, o traficante condenado fez papel de inocente útil, de boi de piranha. Foi sacrificado para aliviar a barra do Planalto.

Descansai tranquilos, brasileiros! Vosso País está em boas mãos!



Quem perdeu algum capítulo da história e gostaria de pôr-se a par do assunto pode clicar aqui.


10 de novembro de 2015
José Horta Manzano

O PERIGO DO AVANÇO ISLÂMICO

Islâmicos matam cristãos no mundo


10 de novembro de 2015
in Libertatum

SÓ LULA LUCRA COM A CRISE


A CRISE TEM NOME: LULA.

Seu protagonismo impede uma solução para a crise. Ele aposta no impasse como único meio de sobrevivência política

Lula voltou a ser o principal protagonista da cena política brasileira. No último mês, não teve um dia sequer em que não ocupasse as manchetes da imprensa. Viajou pelo Brasil — sempre de jatinho particular, pago não se sabe por quem — e falou, falou e falou. Impôs uma reforma ministerial à presidente, que obedeceu passivamente, como de hábito, ao seu criador. Colocou no centro do poder um homem seu, Jaques Wagner, para controlar a presidente, reestruturar o pacto lulista — essencialmente antirrepublicano — com o Congresso e o grande capital e, principalmente, para ser um escudo contra as graves acusações que pesam sobre ele, sua família e amigos.

Como de hábito, não teve nenhum compromisso com a verdade. Vociferou contra as investigações. Atacou a Polícia Federal, como se uma instituição de Estado não pudesse investigá-lo. Ou seja, ele estaria acima das leis, um cidadão — sempre — acima de qualquer suspeita, intocável. Apontou sua ira contra o ministro da Justiça e tentou retirá-lo do cargo — e vai conseguir, cedo ou tarde, pois sabe quão importante foi Márcio Thomaz Bastos em 2005, quando transformou o ministro em seu advogado de defesa.

O ex-presidente, em exercício informal e eventual da Presidência, declarou que o Brasil vive quase um Estado de exceção, simplesmente porque a imprensa divulgou documentos sobre seus ganhos milionários nas palestras e apresentou como dois filhos vivem em apartamentos em áreas nobres de São Paulo sem pagar aluguel — uma espécie de Minha Casa Minha Vida platinum, reservado exclusivamente à família Lula da Silva — e teriam recebido quantias vultuosas sem a devida comprovação do serviço prestado. Não deve ser esquecido que o Coaf justificou a investigação da sua movimentação financeira como “incompatível com o patrimônio, a atividade econômica e a capacidade financeira do cliente.”

Lula passou ao ataque. Falou em maré conservadora, que não admite ser chamado de corrupto e que — sinal dos tempos — não teme ser preso. A presidente da República, demonstrando subserviência, se deslocou em um dia útil de trabalho, de Brasília para São Paulo, simplesmente para participar da festa de aniversário do seu criador. Coisa típica de República bananeira. Ninguém perguntou sobre os gastos de viagem de uma atividade privada paga com dinheiro público. O país recebeu a notícia naturalmente. E alguns ingênuos ainda imaginam que a criatura possa romper com o criador, repetindo a ladainha de 2011.

Mesmo após as aterradoras revelações do petrolão, Lula finge que não tem qualquer relação com o escândalo e posa de perseguido, de injustiçado. Como se não fosse ele o presidente da República no momento da construção e operação do maior desvio de recursos públicos da história do mundo. Nas andanças pelo país, para evitar perguntas constrangedoras, escolhe auditórios amestrados. Mente, mente, sem nenhum pudor. Chegou a confessar cometeu estelionato eleitoral, em 2014, como se fosse algo banal.

O protagonismo de Lula impede uma solução para a crise. Ele aposta no impasse como único meio de sobrevivência, da sua sobrevivência política. Pouco importa que o Brasil viva o pior momento econômico dos últimos 25 anos e que a recessão vá se estender, no mínimo, até o ano que vem. Pouco importam os milhões de desempregados, a disparada da inflação, o desgoverno das contas públicas. Em 1980, o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo não pensou duas vezes em prorrogar a greve, mesmo levando-a à derrota — e aos milhares de operários que tiveram os dias parados descontados nos salários —, simplesmente para reabilitar sua imagem frente à base sindical, isto porque, no ano anterior fechou acordo com a Fiesp sem que o mesmo fosse aprovado pela assembleia, daí que passou a ser chamado pelos operários de pelego e traidor.

Em setembro, Dilma chegou a balançar quando o PMDB insinuou que poderia apoiar o impeachment. Lula entrou em campo e, se não virou o jogo, conseguiu ao menos equilibrar a partida — isto na esfera da política, não da gestão econômica. Tanto que a possibilidade de a Câmara dos Deputados aprovar, neste ano, a abertura de um processo de impeachment é nula. Por outro lado, o Congresso Nacional não aprovou as medidas que o governo considera como essenciais para o ajuste fiscal. É um jogo cruel e que vai continuar até o agravamento da crise econômica a um ponto que as ruas voltarem a ser ocupadas pelos manifestantes.

As vitórias de Lula são pontuais, superficiais e com prazo de validade. As pesquisas mostram que ele, hoje, é uma liderança decadente e com alto grau de rejeição, assim como o PT. Mantém uma influência no centro de poder que é absolutamente desproporcional ao seu real peso político. Tem medo das consequências advindas das operações Lava-Jato e Zelotes. Mas no seu delírio quer arrastar o país à pior crise da história republicana. E está conseguindo. Tudo porque sabe que o impeachment de Dilma é o dobre de finados dele e do PT.

As ações de Lula desmoralizam o Estado Democrático de Direito. Ele despreza a democracia. Sempre desprezou. Entende o Estado como instrumento da sua vontade pessoal. Mas, para sorte do Brasil, caminha para o ocaso. Só não foi completamente derrotado porque ainda mantém apoio de boa parte da elite empresarial, que, por sua vez, exerce forte influência no Congresso e nas cortes superiores de Brasília. O grande capital não sabe o que virá depois do PT. Na dúvida, prefere manter apoio ao “seu” partido e ao “seu” homem de confiança, Lula.


10 de novembro de 2015
Marco Antonio Villa, O Globo

FORA PT... FORA DILMA... FORA LULA...

NO VÍDEO, CAMINHONEIROS EM GREVE AVISAM QUE OS FILHOS DO BRASIL QUE NÃO FOGEM À LUTA QUEREM VER DILMA E LULA LONGE DO PODER

-www.youtube.com/watch?v=oYe21IR4Oq4


10 de novembro de 2015
Augusto Nunes, Veja.com

CENÁRIIO PARA 2016


O déficit público é a mais perfeita armadilha para caçar raposas. Este animal é tido por ser muito esperto e atilado e cheio de manhas e artimanhas para alcançar seus objetivos. Não trabalha em linha reta e é imprevisível, quando menos se espera dá o bote. Por isso os espertos da política são apelidados de “raposas”, expressão que é mesmo elogiosa vista do ponto de vista da finalidade da política, mas não da ética. Em geral, os “raposas” são seres sem escrúpulos.

A esperteza da raposa, todavia, é relativa, visto que ela cai frequentemente em armadilhas. As armadilhas para pegar raposas são as que contam com a sua esperteza, pois ela entra no buraco sem saída para pegar a isca sem ao menos se dar conta e se torna vítima fatal dos caçadores. Sempre foi assim. As raposas do PT acharam que poderia dar um “pelé” na lei da escassez e fabricar uma prosperidade artificial praticando déficits. Durou o período pré-eleitoral, quando ninguém ainda tinha se dado conta da esperteza posta em prática. Ao se revelar a verdade, o que se viu foi a raposice inteira presa à armadilha. O déficit público é a corda que está enforcando os espertalhões que praticaram o estelionato eleitoral.

As leis econômicas são conhecidas até mesmo pelos economistas desenvolvimentistas, que insistem na esperteza de desconsidera-las. A raposice do PT morrerá vítima de dois tiros fatais: a disparada da inflação e a depreciação do câmbio. Esse momento que vivemos de escalada da inflação é particularmente doloroso, já temos duas gerações que se habituaram a taxas de inflação civilizadas. Os jovens não sabem o que é o desconforto de ter que gastar todo o dinheiro antes, para que ele não se deprecie. Melhor dizendo, para escapar à depreciação. A inflação empobrece violentamente os mais pobres, pois é altamente regressiva do ponto de vista da distribuição de renda. Na prática, a inflação é um imposto sobre os mais pobres, pois os mais ricos, e quanto mais rico isso é verdadeiro, têm como se proteger da moléstia.

Parcialmente, é verdade, pois nessa fase de aceleração normalmente verifica-se queda do PIB (está acontecendo agora), desorganizando os mercados e retraindo a demanda. Aqueles que têm atividade econômica, mesmo de grande porte, sofrem, perdem. Com a desordem que se instalou em 2015, quantos alugueres deixaram de ser pagos? Quantas vendas foram assassinadas? Quantos empréstimos deixaram de ser liquidados? Quantas empresas fecharam as portas? Estou vendo aqui da ótica dos patrões, não a dos desempregados, que ficaram à mercê da sorte. O drama dos mais pobres é exponencialmente agravado pelo desemprego. É o afundar na miséria atroz.

Os oligopólios, que tentam dolarizar os preços dos seus produtos, estão vendo suas participações de mercado despencarem. As marcas mais baratas estão sendo as preferidas pelos consumidores. O down tranding é a dura realidade que se encontra no mercado, que está sofrendo perda de renda. É bastante divertido, mas tétrico, ver esse teatro em ação. Os que inicialmente se locupletaram com a expansão artificial do consumo agora estão sofrendo a ressaca e dela não há como escapar.

Um tipo de gente está acima da crise e mesmo lucra com ela. São os rentistas, os portadores de capital aplicados em títulos do governo. Este paga os maiores juros do mundo, que se tornaram a rubrica orçamentária mais expressiva. Parte considerável da arrecadação está destinada a manter esses juros nas alturas, regiamente pagos. Por isso mesmo banqueiros e rentistas pleiteiam a estabilidade da relação dívida/PIB e, para tanto, não hesitam em propor coisas absurdas como a volta da CPMF. Os rentistas querem resolver o problema do déficit público sem que se olhe o lado da despesa, pois assim não colocam o eleitorado conta si. Eles também são raposas à sua moda, eles também caem em armadilhas. Vamos ver quais tiros lhes estão destinados pelo agravamento da crise. O caso grego foi bastante emblemático.

Os rentistas, junto com os funcionários públicos, são a classe mais conservadora do Brasil, pois detestam mudanças que possam ameaçar suas rendas e seu status quo. É uma espécie de conservadorismo revolucionário, que não hesita em pregar a igualdade econômica e social e praticar as maiores iniquidades em sentido contrário. Junto com os rentistas, os funcionários públicos são os maiores usufrutuários do iníquo arranjo social brasileiro, muito bem espelhado na peça orçamentária anual. Basta ver o que se gasta com ambos.

E o que esperar de 2016? Mais do mesmo. Mais inflação, mais desemprego, mais desvalorização do câmbio. Não se deve acreditar nos cenários dos economistas oficialistas, que sempre veem o cenário do futuro imediato melhor do que o atual. Nenhuma economia pode sair da crise sozinha, ou só o pode mediante uma catástrofe social. Como Dilma Rousseff nada está fazendo para enfrentar a crise, o que veremos é seu agravamento. Para meu uso particular estou trabalhando com queda de PIB de 3%, inflação de 12% e câmbio médio a 4,50. Certo, é meu otimismo particular, mas fazer o que? A realidade poderá se revelar bem pior.

Quem viver verá.



10 de novembro de 2015
Nivaldo Cordeiro
in blog do navarro

DILMA E LULA APOIAM OS ALGOZES DE LEOPOLDO LOPEZ

LÍDER OPOSICIONISTA DA VENEZUELA PRESO. PROCURADOR DENUNCIA A FARSA.


Manuela López, filha mais velha do líder opositor Leopoldo López (ao fundo) foi quem desencadeou a crise de consciência do procurador venezuelano (Reprodução/Twitter)

O procurador federal venezuelano Franklin Nieves - que fugiu da Venezuela no dia 19 de outubro depois de, segundo ele, viver uma crise de consciência - revela os detalhes da perseguição política que levou o opositor Leopoldo López para cadeia em fevereiro de 2014. Nievez revela como o governo da Venezuela atuou para forjar provas que levaram López a ser condenado a mais de treze anos de prisão. Por telefone, ele concedeu a VEJA.com a entrevista a seguir:
Dilma recebeu recentemente no Palácio do Planalto o chefete comunista da Venezuela, Diosdado Cabello, que articulou a prisão do líder oposicionista Leopoldo Lopez. Cabello é amigo íntimo de Lula, Dilma e seus áulicos. Abaixo López em sua cela solitária na prisão militar de Ramo Verde em fotograma de vídeo da CNN que pode ser visto aqui.
A pequena Manuela, filha de Leopoldo López, fez um desenho de seu pai na prisão militar de Ramo Verde. Lá as Forças Armadas apóiam a ditadura comunista de Nicolás Maduro e inclusive não hesitam em assassinar aqueles que ousam fazer oposição. Lá os militares estão a serviço da bandalha comunista.
O senhor afirma que Leopoldo López foi condenado com provas falsas. Como elas foram forjadas? Quatro dias antes dos distúrbios que foram atribuídos a Leopoldo López, eu fui enviado para o estado de Táchira (em 8 e 10 de fevereiro de 2013). Tínhamos a informação de que López estaria lá. A ordem que me deram era de prendê-lo e apresentá-lo à Justiça. Mas ele não apareceu. Oito dias depois, quando fui chamado em minha casa para me dirigir ao Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), ficou claro que não havia sequer uma ordem formal de captura contra Leopoldo López. Somente depois que alertei sobre isso, um agente da Sebin, conhecido como Elefante, redigiu uma peça de ficção que foi a ordem de apreensão. E o relatório da prisão foi escrito pelo próprio Diosdado Cabello. Desde o início tudo foi construído, forjado.
Franklin Nieves, o procurador venezuelano que denunciou a montagem do esquema que levou Leopoldo Lopez ser condenado a 13 anos de cadeia.
Como o senhor recebeu a notícia de que atuaria neste caso? Foi o pior castigo que me deram na vida. Eu estava prestes a ser aposentado, mas acabei escravizado por este caso. Muitas vezes eu disse ao meu chefe que me tirasse e me enviasse para o outro estado. Mas meu diretor, Nelson Mejía, disse que eu considerasse o trabalho como um prêmio. Se eu recusasse a causa, me transformaria em inimigo do regime. Mesmo se evocasse o direito que me era reservado por lei de renunciar à causa, não seria atendido. Eles sabiam que eu sabia demais e poderia me converter em opositor do estado. O simples fato de querer ficar fora levantaria suspeitas e eu passaria a ser perseguido.
Se o senhor tivesse fugido e revelado antes essas fraudes, acredita que a história poderia ter tomado um rumo diferente? De forma alguma. Porque se eu me retirasse, um outro procurador teria sido designado para fazer o mesmo serviço. Alguém teria cumprido a ordem.
O que o levou a mudar de ideia? Era um peso que eu trazia em minha consciência. Todos os dias, eu podia levar a minha filha para escola. Ia com minha esposa. Mas Leopoldo e sua esposa não podiam. Quem acompanhava a filha do casal era sempre uma pessoa estranha. Um empregado. Não queria mais ver essa situação se prolongar. Eu havia colaborado para que o seu pai estivesse preso. A mãe, por sua vez, viajava o tempo todo em busca de apoio para libertar o marido e reverter a terrível situação da qual fiz parte.
O senhor tem convocado os juízes e demais procuradores a se rebelar. Acredita nisso? Na Venezuela não se pode falar. Não há liberdade. Se alguém abre a boca, vai preso. Não fiz nada antes por medo. Mas espero que meus colegas possam se libertar.
Como o senhor saiu da Venezuela? Foi como uma viagem pessoal. Fui a uma agência de viagens e comprei as passagens para minha família. Custaram 121 000 bolívares (cerca de 300 dólares) para mim, minha esposa e nossas duas filhas. Não é nada. Fui de Caracas para Aruba. Depois segui para Miami e agora estou na casa de amigos.
Desde que a sua fuga se tornou pública muitas histórias foram difundidas. Entre ela, a de que antes de sair da Venezuela o senhor estava em negociação com agências americanas como a DEA e o FBI. Procede? Não é verdade. Algumas autoridades já me procuraram, mas só nos Estados Unidos. Eu não mantive nenhum contato prévio antes de sair de meu país. Também é mentirosa a história de que eu desviei documentos. Falaram que havia trazido comigo algo como 80% dos expedientes de minha procuradoria. Isso é totalmente falso. Uma invenção do governo para me colocar sob suspeita e iniciar uma investigação. Certamente montarão algo falso para me acusar.
O senhor sofreu alguma ameaça? Claro. Eu sabia que iriam me desprestigiar depois de minhas revelações. E houve ameaças. Invadiram minha casa, já reviraram meu escritório, invadiram o apartamento de minha esposa em Forte Tuna e o escritório dela. Até as companheiras de trabalho foram ameaçadas em interrogatórios arbitrários em busca de informações contra nós. Meu pai, minha mãe e irmão, que vivem na Venezuela, já foram procurados por agentes do governo. Eu me mantenho firme nesta situação, apesar de intimidarem meus familiares. Decidi contar a verdade e é isso que vou fazer aqui.
O senhor se considera culpado? Se fizerem uma investigação, certamente eu serei responsabilizado. Estou disposto a isso a passar por um processo imparcial. Se for para a Venezuela agora, serei preso e condenado assim que desembarcar. Nos Estados Unidos, sei que a justiça poderá ser feita de forma isenta. Mas já tenho a prisão perpétua, que é minha consciência.


10 de novembro de 2015

in aluizio amorim

GOVERNO FAZ CAMPANHA TERRORISTA CONTRA CAMINHONEIROS. BLOQUEAR ESTRADAS É PRIVILÉGIO DOS BANDIDOS DO MST

Tô sentindo cheiro de caca...

O ministro da Justiça Petista, José Eduardo Cardozo, está em plena campanha terrorista contra os caminhoneiros autônomos que paralisam algumas estradas. Anunciou que o valor da multa para bloqueio de estradas aumentou de mil e poucos reais para mais de cinco mil. Ué, o homem já está fazendo leis dentro do Palácio? Quanto aos facínoras do MST, que bloqueiam ruas, invadem propriedades e destroem centros de pesquisa, para estes tudo é permitido no Grotão lulista, arremedo de república bolivariana:

O governo vai endurecer as punições para os caminhoneiros. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta terça-feira, 10, que o novo valor da multa para quem bloquear estradas será de R$ 5.746,00, montante antes fixado em R$ 1.915,00. Quem organizar eventos terá de pagar R$ 19.154,00.

Além disso, aqueles que receberem multas também não poderão tomar crédito para a compra de veículos por dez anos, informou o ministro. Uma Medida Provisória que prevê as novas penas será editada pelo Planalto.

O objetivo do governo é tentar evitar que a greve acirre os ânimos no País e provoque desabastecimento em algum setor. A ordem é não deixar que estradas sejam fechadas, impedindo o direito de ir e vir das pessoas. Para isso, a Força Nacional irá auxiliar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na desobstrução das estradas, disse Cardozo. Até agora, mais de cem multas foram aplicadas e devem ser pagas no licenciamento dos veículos.

O ministro minimizou a paralisação da categoria, afirmando que as manifestações não têm pauta e são "claramente políticas".
Alguns dos líderes dos caminhoneiros seguem para Brasília, mas não há previsão de o governo recebê-los ainda. (Estadão).


10 de novembro de 2015
in blog do orlando tambosi

O GOLPE DO ESTADO NO SISTEMA S

Vi várias crises neste país, todas superadas com muito sacrifício dos setores produtivos e do povo. A atual, porém, apresenta contornos econômicos, políticos e jurídicos muito graves, permeados por equívocos e problemas como o aumento de impostos, clientelismo no Congresso Nacional e corrução.

Analistas internacionais consideram que o lado positivo é o fortalecimento de algumas instituições sérias e competentes. O Ministério Público, a Polícia e a Justiça Federal têm sido alvo de elogios e de manifestações de apoio pela persistente e apurada caça de malfeitores. Nesse rol de instituições idôneas incluo, sem hesitar, o Sistema S, sobre o qual posso falar, pois acompanho de perto a ação do Senai e do Sesi de São Paulo há pelo menos quatro décadas.

O Senai foi criado em 1942 para qualificar trabalhadores da indústria, em pleno período de guerra, por iniciativa e empenho de empresários idealistas e patriotas, destacando-se o líder Roberto Simonsen. Logo depois veio o Sesi, para oferecer assistência aos operários em matéria de educação, saúde, alimentação, cultura e lazer. Dado o êxito desse modelo, foram criadas entidades similares do comércio e serviços, da agropecuária, dos transportes, do cooperativismo e das micro e pequenas empresas. Caracterizam-se por certa estabilidade de receita, gestão privada e estreito relacionamento com os respectivos setores produtivos. Já houve quem definisse essa estratégia como uma cooperativa destinada a apoiar as empresas e formar e assistir os trabalhadores.

Sem dúvida, a evolução e a força da indústria paulista devem-se muito às duas entidades, que, sempre em sintonia com as tecnologias mais avançadas, buscam atender às demandas das empresas e trabalhadores, por meio de uma rede de centros e escolas e de pessoal habilitado. Em agosto último, testemunhei o brilhante desempenho do Senai, alcançando o primeiro lugar na WorldSkills, a “Copa do Mundo” da formação profissional, superando fortes concorrentes, como a Coreia do Sul, Alemanha, França e China. Lembro, também, que a instituição tem vasta folha de serviços ao governo brasileiro no relacionamento internacional.

É evidente que qualquer plano de retomada do crescimento econômico deve ter como um dos fundamentos a indispensável atuação de tais instituições na formação e assistência às empresas e aos trabalhadores. Trata-se, pois, de preservá-las e fortalecê-las. Para surpresa e perplexidade geral, num conjunto de medidas para ajustar e reequilibrar as contas da União, parlamentares e o Governo Federal apresentaram a irracional proposta de confisco de mais de 30% da receita compulsória das instituições do Sistema S. É um desatino. Um ato de desespero semelhante a um abraço de afogado, que ao tentar salvar-se leva ao fundo o próprio salvador.

O golpe no Sistema S é fruto da incompetência e da falta de visão do Governo Federal quanto aos reais interesses coletivos do Brasil. Os prejuízos serão irreparáveis. O desenvolvimento nacional será comprometido de modo muito grave. Haverá forte redução dos serviços de assistência e formação técnica e escolar, com perda de profissionais qualificados e ociosidade da capacidade instalada. Os maiores ônus, entretanto, serão da sociedade, empresas, trabalhadores e do País. É melancólico constatar a falta de percepção dos nossos governantes quanto à relevância estratégica de instituições de reconhecido valor econômico e social.



10 de novembro de 2015
Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, 76, é Presidente Emérito da FIESP e do CIESP (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). Ex-Diretor Regional SESI-SP e do Conselho Regional do SENAI-SP.

PRIMEIRO PASSO PARA CORTAR O DINDIM... VÃO TRABALHAR MINHA GENTE, QUE OS PAGADORES DE IMPOSTOS NÃO AGUENTAM MAIS...

CMO MARCA AUDIÊNCIA PARA DISCUTIR CORTE NO BOLSA FAMÍLIA
PARLAMENTARES VÃO DEBATER PROPOSTA DE REDUÇÃO DE R$ 10 BILHÕES


PARLAMENTARES VÃO DEBATER PROPOSTA DE REDUÇÃO DE R$ 10 BILHÕES


A Comissão Mista de Orçamento aprovou nesta terça-feira, 10, a realização de uma audiência pública com a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e a presidente da Caixa Miriam Belchior, para discutir corte orçamentário no programa Bolsa Família no próximo ano. Os parlamentares vão discutir com as autoridades a sugestão feita pelo relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de reduzir em R$ 10 bilhões a verba do principal programa social do governo da presidente Dilma Rousseff.

Ainda não há uma data definida para o encontro. Na reunião do colegiado, os parlamentares aprovaram um pacote de requerimentos para ouvir também o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, representantes de movimentos sociais e da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e da Confederação Nacional de Municípios (CMN).

Antes da aprovação dos requerimentos, que passaram de forma consensual, Ricardo Barros chegou a sugerir a participação de gestores municipais do programa, mas concordou com a presença de representantes de entidades vinculadas aos municípios.

Durante as discussões, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), ex-ministro dos Esportes de Dilma, chegou a chamar de erro cortes no programa. Ricardo Barros rebateu Silva, dizendo não ter proposto qualquer corte arbitrário, mas sim baseado em auditorias feitas pela Controladoria-Geral da União que apontou falhas no programa.



10 de novembrop de 2015
diário do poder

RURALISTA COBRAM ACEITAÇÃO DO PEDIDO DE IMPEACHMENT POR CUNHA

OFÍCIO PEDIA O IMPEACHMENT ABERTAMENTE, MAS FOI O TOM FOI AMENIZADO


OFÍCIO DO DEPUTADO MARCOS MONTES (PSD) PEDIA O IMPEACHMENT ABERTAMENTE, MAS FOI O TOM FOI AMENIZADO. FOTO: CÂMARA


A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) enviou ofício ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sugerindo que ele abra processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O texto não pede abertamente a deposição da presidente, mas diz que Cunha precisa tomar uma decisão, para dar fim à crise política e econômica. O texto é assinado pelo presidente da FPA, Marcos Montes (PSD-MG), e foi fechado na tarde desta terça-feira 10, após uma reunião na Câmara. Segundo fontes, o texto original pedia formalmente a abertura de impeachment, mas antes de torná-lo público decidiu-se amenizar o tom.

"Estamos convencidos de que a tão esperada retomada do crescimento econômico do País passa pela superação da instabilidade política que envolve os Poderes Legislativo e Executivo", diz o ofício. "Nesse sentido, dois grandes temas em debate estão recebendo encaminhamentos distintos: enquanto o primeiro já está sendo discutido no Conselho de Ética desta Casa (os escândalos contra Cunha), o segundo (o impeachment de Dilma) aguarda uma decisão destemida e juridicamente fundamentada dessa Presidência", destaca a bancada.

Montes ainda ressaltou que o texto tem o respaldo de 38 entidades representativas do agronegócio brasileiro e garantiu que essa manifestação "não pressupõe julgamento prévio" e que quer apenas remover o cenário de incertezas que hoje compromete o presente e o futuro do Brasil.



10 de novembro de 2015
diário do poder

PESSOA CONFIRMA QUE FAZIA DOAÇÕES PARA "ABRIR PORTAS"

PESSOA TAMBÉM REVELA PAGAMENTOS A MERCADANTE E ALOYSIO NUNES

ELE TAMBÉM ADMITIU REPASSES DE CAIXA DOIS A MERCADANTE E ALOYSIO NUNES. FOTO: LUCIO BERNARDO JR./CÂMARA


Em depoimento ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, 9, o dono da UTC e delator da Lava Jato, Ricardo Pessoa afirmou que as doações da empresa durante as campanhas eleitorais não tinham relação com a propina paga no esquema de corrupção na Petrobras. O empreiteiro já havia dito em sua delação premiada na Procuradoria-Geral da República que a empresa fazia doações a políticos para "abrir portas". Agora ele revela uma distinção entre os repasses ligados ao esquema na estatal e as doações em busca do apoio de políticos.

"Na época de campanha, as contribuições de campanha não tinham nada a ver com propina. Eram contribuições de campanha mesmo, e o restante não, era como se pagava a comissão da propina da Petrobras", afirmou o empreiteiro ao ser questionado pelo magistrado se todas as doações da UTC tinham relação com os acertos na estatal petrolífera.

A declaração do delator indica a distinção feita pelo empreiteiro entre a forma como a empresa lidava com as doações e como ela tratava as propinas aos partidos. Na sua delação à Procuradoria-geral da República, mantida sob sigilo, Pessoa admitiu que as doações para políticos são "feitas para que se obtenha uma vantagem, seja ele devida ou indevida, seja para que partido for".

Além disso, a afirmação desta segunda vai contra uma das linhas de acusação da força-tarefa da Lava Jato, de que as doações para campanhas eleitorais seriam uma etapa final da lavagem do dinheiro movimentado no esquema.

O empreiteiro ainda detalhou ao juiz Sérgio Moro que o próprio João Vaccari Neto, que seria o responsável por acertar as propinas ao PT no âmbito dos contratos da Petrobras, fazia essa diferenciação. "As doações de campanha geralmente vinham com pedidos específicos para candidatos. O Vaccari também, às vezes, pedia doações de campanha e não vinculava isso (às propinas na Petrobras)", disse Pessoa.

Caixa dois

Mesmo separando as doações de campanha das propinas negociadas no esquema de corrupção na Petrobras que ia para os partidos, Ricardo Pessoa já admitiu em outros depoimentos de sua delação ter feito repasses de caixa dois para políticos. Ele citou especificamente o atual ministro da Educação Aloizio Mercadante e o senador tucano Aloysio Nunes como destinatários de dinheiro de caixa dois fora do esquema na Petrobras.

Os dois políticos são alvos de inquéritos no Supremo devido à delação de Pessoa, sob relatoria do ministro Luis Roberto Barroso. Outro político que também foi citado na delação do empreiteiro e virou alvo de inquérito é o atual ministro da Secom e tesoureiro da campanha de Dilma no ano passado, Edinho Silva.

Segundo o delator, o então tesoureiro petista o teria "persuadido" a contribuir mais para o PT nas eleições. "O Edinho me disse: 'Você tem obras na Petrobras e tem aditivos. Não pode só contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Estou precisando", disse Pessoa à Procuradoria-Geral da República.

Neste caso, Pessoa ligou as doações de campanha à Petrobras, e a Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito contra Edinho Silva no Supremo para apurar se existe alguma relação entre o esquema na estatal e a campanha petista. Os três políticos negam irregularidades em suas campanhas e rechaçam as acusações de Pessoa.



10 de novembro de 2015
diário do poder

DILMA CHAMA DE "CRIME" O PROTESTO DE CAMINHONEIROS QUE EXIGEM SUA RENÚNCIA

OBSTRUIR RODOVIAS PEDINDO SUA RENÚNCIA É 'CRIME', DIZ ELA

DILMA CHAMOU DE CRIMINOSOS OS CAMINHONEIROS QUE PROTESTARAM PEDINDO SUA RENÚNCIA


A presidente Dilma Rousseff acusou os caminhoneiros que protestavam por todo o Brasil exigindo sua renúncia de serem criminosos. Segundo ela, "esse é um país responsável" e a obstrução das estradas "é crime". As declarações foram feitas durante visita às obras da linha 4 do metrô do Rio, projeto do governo estadual financiado pela União. Ela esteve na estação subterrânea do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca e na ponte estaiada por onde os trens poderão ser vistos na superfície.

Na estação, cumprimentou operários e, cercada pelo governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes, ambos do PMDB, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, entre outras autoridades, exclamou: "Está maravilhoso". Depois falou à imprensa e fez questão de se posicionar sobre a manifestação dos caminhoneiros nas rodovias. Foi a única pergunta que Dilma respondeu.



10 de novembro de 2015
diário do poder

GREVE PELA RENÚNCIA DE DILMA

CARDOZO AMEAÇA CAMINHONEIROS COM 'RIGOR PARA LIBERAR RODOVIAS'
MINISTRO DA JUSTIÇA MANDOU A PRF DESBLOQUEAR RODOVIAS NA MARRA


ALÉM DE MULTAS QUE SERÃO APLICADAS AOS CAMINHONEIROS QUE FECHAREM ESTRADAS FOTO: MARCELO CAMARGO

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo determinou nesta terça-feira (10) que as rodovias sejam desbloqueadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Desde segunda (9) caminhoneiros fazem paralisação e interditam estradas.

E anunciou que serão aplicadas multas aos caminhoneiros que fecharem as estradas, “nós determinamos que sejam multados todos aqueles que queiram fechar estradas. As multas são altas, de mais de R$ 1,9 mil, para que sejam aplicadas de pronto”.

De acordo com o ministro o protesto é político e não apresentou pauta de reivindicações para serem negociadas, “não podemos admitir que um movimento político, sem nenhum viés de reivindicações para a categoria dos caminhoneiros, possa trazer prejuízo à sociedade brasileira”. Afirmou.

Segundo informações da PRF os caminhoneiros fazem 27 interdições em oito estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia.

O movimento pede que o governo atenda as reivindicações apresentadas em março. E criticam a atual situação econômica do país.



10 de novembro de 2015
diário do poder

BUMLAI, AMIGO DE LULA, TEVE SETE ENCONTROS COM MARCELO ODEBRECHT




O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, teve sete encontros reservados com o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula. Os encontros foram mapeados pela Polícia Federal na agenda do celular de Marcelo, preso desde junho em Curitiba. É a segunda vez que os investigadores cruzam dados que ligam Bumlai a Marcelo Odebrecht.
Os encontros entre os dois ocorreram entre 2010 e 2013. Segundo a PF, as marcações das reuniões com Bumlai fogem do padrão de detalhes em compromissos marcados na agenda pessoal de Marcelo.
Não é a primeira vez que o caminho dos dois se cruza nas investigações da Operação Lava-Jato. Em trocas de e-mails entre Marcelo Odebrecht e executivos de empresas suspeitas de participarem do esquema de corrupção na Petrobras, é possível identificar a atenção dada pelo presidente da Odebrecht a Bumlai.
Em uma viagem do então presidente Lula à Guiné, na África, em 2010, Marcelo orienta Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht libertado na última sexta-feira depois de quatro meses de prisão, a “não deixar o pecuarista solto” ao lado de Lula, numa referência a Bumlai.
PRIVATIZAÇÃO DE RODOVIAS
A PF conseguiu identificar, com o cruzamento de informações apreendidas na Lava-Jato, um dos assuntos que seriam tratados entre Bumlai e Marcelo Odebrecht: a privatização das estradas brasileiras. Era 28 de outubro de 2013, a secretária de Odebrecht escreveu para o e-mail do empreiteiro com o assunto: “José Carlos Bumlai”. No corpo do e-mail: “Quer agendar uma conversa com o Sr. esta semana”.
Marcelo pergunta à secretária de que assunto Bumlai quer tratar. Ela responde: “Privatizações das BRs”. Assim que a troca de mensagens foi revelada na Lava-Jato, em outubro, a defesa de Bumlai disse que o empresário não tem e não teve “qualquer negócio no setor de rodovias” e que nunca participou de concessões federais de rodovias.
Bumlai aparece em outras trocas de mensagens de Odebrecht e seus executivos. O empreiteiro e cinco funcionários do grupo foram os alvos principais da Operação Erga Omnes — 14ª fase da Lava-Jato, que mirou a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. Presos desde junho, eles se referem a Bumlai como “pecuarista”, registra a PF. 

10 de novembro de 2015
Renato Onofre
O Globo

NINGUÉM INFORMA SE OS RESÍDUOS DA SAMARCO ESTÃO CONTAMINADOS



Bombeiros lutam para retirar os cavalos presos na lama


















Quando ocorreu a ocorrência da tragédia em Mariana, a empresa Samarco (leia-se Vale) se adiantou em afirmar que não haverá danos ao meio ambiente por contaminação, sob argumento de que a lama proveniente da mineração seria inócua. É difícil acreditar nesta afirmação. Sabe-se que, quando é realizado o processo de separação do minério, o rejeito que sobra quase sempre contém outros minerais, alguns altamente danosos. É justamente por isso que são construídas as barragens, formando lagos de resíduos que não podem se misturar ao meio ambiente, inclusive por conterem minerais pesados e letais. Os bombeiros trabalham sem máscaras e dizem que a lama tem cheiro de soda cáustica
Como a Tribuna da Internet tem entre seus debatedores um grande especialista, o geólogo Ricardo Sales, seria conveniente que ele nos enviasse explicações ou escrevesse um artigo a respeito, mesmo que não conheça exatamente a composição da lama residual da mineração da Samarco.
O que se sabe é que o Ministério Público de Minas Gerais está formando uma equipe de especialistas para investigar as causas do rompimento de duas barragens da Samarco em Bento Rodrigues. A previsão é que o laudo técnico fique pronto em 30 dias, segundo Diogo Franco, presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).
Em entrevista coletiva no sábado, Franco afirmou ao jornal Estado de Minas que não existe risco dos corpos das vítimas da tragédia em Bento Rodrigues ficaram presos quando a lama se secar – a poeira que restará será mais fina que a areia e facilmente removível. O maior problema é que a quantidade de água misturada aos resíduos é grande, portanto a evaporação deve demorar.

10 de novembro de 2015
Carlos Newton

MARIANA, TRÊS DIAS DEPOIS: JÁ TEM ALGUÉM PRESO?} QUE MEDIDAS JUDICIAIS FORAM TOMADAS?



E a poluição segue pelo Rio Doce, atingindo outras cidades















Que quase toda a cidade de Mariana e outros distritos desapareceram do mapa, já sabemos. Que um gemido de dor, angústia, desesperança e tristeza bate forte no coração das vítimas e de todos nós, já sentimos. Que os bombeiros, a prefeitura, pessoal da área médica e voluntários estão agindo sem parar, os noticiários das televisões mostram. Que os desabrigados estão perdidos, sem rumo, sem casa e pertences, é notório e óbvio… E a Polícia? E a Justiça? Que medidas tomaram?
A pergunta se justifica, porque até agora, da parte destas referidas instituições, não se tem a menor notícia do que fizeram. E se tivessem feito, é evidente que seria notícia.  A manchete de hoje do O Globo é “Avalanche em Mariana: Lama ameaça captação de água para 500 mil pessoas. Cidades de Minas e Espírito Santo paralisam abastecimentos e escolas são fechadas”. São consequências da tragédia. Nada mais do que isso.
FLAGRANTE E PRISÃO
Por que ninguém ainda foi preso? Crime ambiental dá 5 anos de reclusão (Lei 9.605/98). Envenenamento de água potável, de uso comum ou particular, dá 15 anos também de reclusão (Código Penal, artigo 270). Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria para o consumo ou nociva à saúde, dá 5 anos também de reclusão (Código Penal, artigo 271). Quando as penas são de reclusão significa dizer que os crimes não são afiançáveis.
Que houve crime(s), houve. Que persiste o estado de flagrância, persiste. Que a causa da tragédia foi o rompimento da barragem da mineradora, não há dúvida. Que a mineradora tem presidência e diretoria, é claro que tem. Está na lei. Está no seu contrato social ou em seus estatutos. Eles até dão entrevistas… mas em liberdade, quando deveriam estar presos.
A IMPORTÂNCIA DA IMEDIATA PRISÃO
As prisões imediatas de autores e/ou responsáveis por crime(s) é de suma utilidade e importância. Provisória, preventiva ou em flagrante, as prisões imediatas além de garantirem a aplicação da lei, possibilitam à Justiça obter, do autor ou responsável, a colheita de depoimento na sua mais autêntica originalidade, sem a intervenção de terceiros, sem prévia orientação para o encobrimento da verdade dos fatos, sem distorção, ocultação, tapeação…
Rara vez a pessoa imediatamente presa deixa de contar o que sabe, como tudo aconteceu e porque aconteceu. Mas para isso é preciso que a Justiça seja rápida. A demora só traz benefício para o culpado e prejuízo para a realização da própria Justiça e para as vítimas. Não apenas as prisões imediatas são necessárias para o descobrimento da verdade e para a aplicação da lei penal. As medidas judiciais de indisponibilidade de bens móveis e imóveis, bloqueio de contas bancárias e outras de igual peso e sentido, se tornam urgentes.
Se houver retardo da Justiça, o responsável aliena seu patrimônio. E para anular a alienação depois, qualquer ação revocatória ou pauliana (destina-se a anular alienação de bens em fraude a credores) tem prazo curto para ser proposta e leva muitos anos para terminar. Enquanto isso, as vítimas experimentam outros sofrimentos.
PRECEDENTE EXEMPLAR NO RIO
Aqui no Rio, em março de 1993, dois jovens morreram no interior do Maracanãzinho. Depois da apresentação de uma banda de rock, muitos deixaram a arquibancada e foram para a quadra. Marcelo e Fernando, ao pisarem no compensado que cobria a entrada de um dos túneis de acesso ao vestiário, a frágil madeira partiu e os dois amigos caíram no “fosso” de 3 metros de profundidade e que estava todo alagado. Marcelo morreu eletrocutado. Fernando, afogado.
Um ou dois dias depois a Juíza Maria Helena Salcedo da 24 Vara Criminal (hoje, desembargadora do TJ/RJ) decretou a prisão do administrador do Maracanãzinho, ao saber que o delegado titular da 18a. DP apenas havia instaurado inquérito com prazo de 30 dias. “Em 30 dias um homicídio pode transformar-se até em suicídio”, escreveu a juíza na decisão decretatória da prisão.
Da longa decisão, esta outra passagem: “Chega de impunidade. Todos nós temos sede de Justiça, e certas providências, se tardias, conduzem à injustiça, no máximo a uma meia justiça que mancha, induvidosamente, o Poder Judiciário”. E ainda decidiu a então Juíza Maria Helena Salcedo: “Urge que o administrador do Maracanãzinho seja afastado de suas funções prestando imediato esclarecimento à Justiça. O remédio legal é, na hipótese, a prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei penal, conforme determina o artigo 312 do Código de Processo Penal. Expeça-se mandado de prisão para ser cumprido ainda hoje e ainda hoje, 18.3.93, a partir das 17 horas, que venha o preso à minha presença prestar esclarecimentos”.
PRECEDENTE DO EXTERIOR
Na França, o tragédia, em 5.5.1992, do Estádio Furiani (Ilha da Córsega) não ficou barata. Antes da partida entre Bastia e Marselha, parte da arquibancada veio ao chão: 18 mortos e 2357 feridos. O desastre ocorreu no início da tarde. E à noite a Justiça da França mandou prender Jean François Fellipe, presidente do Bastia, dono do Estádio Furiani. E também mandou imediatamente investigar a responsabilidade de outro presidente, Jean Fourne Fayard, da Federação Francesa de Futebol.
Por outro lado, o ministro dos Negócios Sociais da França, naquela mesma noite, deu ordem para que a Caixa Nacional de Seguros garantisse toda assistência às vítimas, com o imediato pagamento das indenizações e que depois deveriam ser cobradas do Bastia e de seu presidente Jean François.
E A JUSTIÇA DE MARIANA?
E a Justiça de Mariana o que até agora já fez? Que decisão (ou decisões) tomou para garantir que a verdadeira causa (ou causas) da tragédia seja descoberta? Que medidas assinou para garantir o pagamento das indenizações às vítimas? Já determinou o bloqueio das contas das mineradoras, de sua diretoria-responsável, e a indisponibilidade de bens de todos eles, mineradora e dirigentes? Alguém já foi preso e ouvido pelo juiz da comarca?
Espero estar completamente errado do que estou indagando – e se tanto estiver, que informe –, porque se as medidas aqui reclamadas ainda não foram tomadas, a cada dia de espera a aplicação das leis, penal e civil, ficará mais difícil de ocorrer. Os vitimados sofrerão outro duro golpe, desta vez pela inoperância do Judiciário. Tomara que eu esteja errado.

10 de novembro de 2015
Jorge Béja

SUÉCIA: COM MAIORIDADE PENAL AOS 15 ANOS E POPULAÇÃO AMPLAMENTE ARMADA, PRESÍDIOS DO PAÍS FICAM VAZIOS POR FALTA DE CRIMINOSOS

Devemos imitar a Suécia? Sim, mas então copiemos todas as medidas que repercutem na segurança pública, como a redução da maioridade penal e a possibilidade de uma população civil armada.

Suécia - Bandeira
A Suécia fechou presídios por falta de prisioneiros. Isso é mesmo verdade. O problema é que a notícia circula geralmente acompanhada de comentários dizendo que se trata de uma vitória do abrandamento de penas e um triunfo de políticas públicas esquerdóides. Seria isso mesmo?
Claro que não.
O país é um dos recordistas mundiais de porte de arma, com taxa de 31,5%. Só há oito no mundo com taxa de cidadãos armados superior à da Suécia. E mais: adolescentes suecos, a partir dos 15 anos, já podem ser julgados criminalmente como adultos.
Esses são os fatos concretos.
Na hora de bater bumbo sobre o fechamento de presídios por “falta de criminosos”, é preciso citar o essencial: o país tem um número altíssimo de cidadãos armados e por ali os indivíduos são julgados criminalmente como adultos a partir dos 15 anos.
Mas claro que a esquerda malandramente não divulga os dados essenciais, fazendo assim parecer que os suecos atingiram tal patamar de segurança pública apenas pelas medidas X ou Y. É a velha desonestidade de sempre, que deve também sempre ser combatida com fatos reais.
E que tal comparar os números da Suécia com os do Brasil? Ao contrário de lá (31%), aqui temos proporcionalmente poucas armas (8%) e os indivíduos são julgados criminalmente como adultos apenas a partir dos 18 anos (a esquerda garante que essa mudança não resolverá nada).
Ah, mas o Brasil não é uma Suécia! Não é, mesmo! Mas, se querem que sejamos, então devemos, acima de tudo, adotar as medidas suecas mais diretamente ligadas à segurança pública, não?
E, se estamos assim tão atrasados e não por influência desses fatores, então a culpa seria do governo e sua ineficiência na adoção de medidas eficazes. Mas aí a militância se mete numa sinuca de bico, pois a culpa recairia justamente sobre os governantes que ela apoia.
Então decidam aí: ou nossos números são piores porque nossas leis são piores e nossa impunidade é maior, ou porque nosso governo foi e é uma tragédia no gerenciamento nacional de segurança pública.
Meu palpite: talvez uma soma desses dois fatores, o que exigiria mudança na leis, na punição, e também na forma de o estado lidar com a segurança pública (essa é a hora que a militância sai correndo de verdade).
É pura desonestidade dizer que há presídios vazios na Suécia e, ao mesmo tempo, esconder fatores tão importantes e diretamente atrelados à segurança pública.
Nossas leis são mais “liberais”, nossa maioridade penal é menos restritiva, temos proporcionalmente menos armas por aqui. E são mais de 50 mil homicídios por ano, taxa de 25,2 por 100 mil habitantes. Lá, são 68, o que corresponde a 0,7 por 100 mil pessoas.
Devemos, portanto, imitar a Suécia, usá-la como exemplo. Mas justamente naquilo que a esquerda acha ruim e, não por acaso, é também determinante para o sucesso daquele país na segurança pública.
10 de novembro de 2015
implicante