A nova palavra de ordem dentro do governo é não causar atritos. Além de evitar que deputados e senadores da base aliada critiquem Eduardo Cunha, a orientação vale também para o relacionamento com o Tribunal de Contas da União (TCU). Após desaprovação unânime das contas presidenciais e fiscalizações para analisar a responsabilidade de Dilma Rousseff em prejuízo de R$ 2,8 bilhões na Petrobras, o governo não quer travar mais uma queda de braço.
Para evitar acirramento de ânimos com o tribunal, a base aliada sinalizou bandeira branca na última quinta-feira, no Senado, ao rejeitar requerimento para a convocação do sobrinho de Augusto Nardes, ministro do TCU, para depoimento na CPI do Carf.
Entre seguidas negações, os senadores governistas acabaram rejeitando a convocação de Carlos Juliano Ribeiro Nardes, sobrinho de Nardes, que deu parecer pela reprovação das contas de 2014.
Carlos Juliano é proprietário da empresa Planalto Soluções e Negócios, investigada pela operação Zelotes. De acordo com as investigações, o sobrinho e o ministro Nardes, que já foi sócio da empresa, teriam recebido pagamentos da SGR Consultoria, acusada de corromper funcionários do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Durante a audiência da comissão, senadores da base do governo votaram unanimemente pela rejeição da convocação de Carlos Juliano.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A preocupação do Planalto em não criar problemas com o TCU tem motívo forte. O Tribunal vai iniciar o julgamento das autoridades responsáveis pelas pedaladas fiscais que maquiaram o desempenho do governo no importantíssimo ano eleitoral de 2014. O governo sonha que os ministros que se responsabilizaram (Guido Mantega e Nelson Barbosa) sejam inocentados. Então, fica combinado assim. (C.N.)
10 de novembro de 2015
Deu em O Tempo
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