"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 28 de junho de 2015

UM SÉCULO DE PÉROLAS PRESIDENCIAIS




“Hoje eu estou saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil!”
Presidente Dilma Vana Rousseff

Presidente 2

“É verdade: eu sou uma mulher dura cercada de homens meigos.”
Presidente Dilma Vana Rousseff

“O meio ambiente é uma ameaça para o desenvolvimento sustentável.”
Presidente Dilma Vana Rousseff

“Fui agora ao Gabão aprender como é que um presidente consegue ficar 37 anos no poder e ainda se candidatar à reeleição.”
Presidente Luiz Inácio da Silva, dito Lula

“Sou filho de uma mulher que nasceu analfabeta.”
Presidente Luiz Inácio da Silva, dito Lula

“Nem parece África!”
Presidente Luiz Inácio da Silva, sobre Windhoek, capital da Namíbia, África

Presidentes

“Acho que nós, brasileiros, ainda não entendemos que a política externa é interna.”
Presidente Fernando Henrique Cardoso

“A caneta que nomeia é a mesma que demite”.
Presidente Fernando Henrique Cardoso

“Em Minas Gerais, a política é como crochê: não se pode dar ponto errado, sob pena de ter de começar tudo de novo.”
Presidente Itamar Augusto Cautiero Franco

“Seja legal com seus filhos. São eles que vão escolher seu asilo.”
Presidente Itamar Augusto Cautiero Franco

“Neste presidente, ninguém coloca uma canga.”
Presidente Fernando Affonso Collor de Mello

“Eu tenho aquilo roxo!”
Presidente Fernando Affonso Collor de Mello

Presidente 3

“Governo é como violino: você toma com a esquerda e toca com a direita”
Presidente José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa, dito Sarney

“No Maranhão, depois dos 50, não se pergunta a alguém como está de saúde. Pergunta-se onde é que dói.”
Presidente José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa, dito Sarney

“Esperteza, quando é muita, come o dono.”
Presidente Tancredo de Almeida Neves, quando governador de Minas

“Sei que o país é essencialmente agrícola. Afinal, posso ser ignorante, mas não tanto.”
Presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo

“Um povo que não sabe nem escovar os dentes não está preparado para votar.”
Presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo

“É muita pretensão do homem inventar que Deus o criou à sua imagem e semelhança. Será possível que Deus seja tão ruim assim?”
Presidente Ernesto Beckmann Geisel

“O Brasil vai bem, mas o povo vai mal.”
Presidente Emílio Garrastazu Medici

“O poder é como um salame, toda vez que você o usa bem, corta só uma fatia, quando o usa mal, corta duas, mas se não o usa, cortam-se três e, em qualquer caso, ele fica sempre menor.”
Presidente Arthur da Costa e Silva

“A esquerda é boa para duas coisas: organizar manifestações de rua e desorganizar a economia.”
Presidente Humberto de Alencar Castello Branco

“Não troco um só trabalhador brasileiro por cem desses grã-finos arrumadinhos.”
Presidente João Belchior Marques Goulart

“Bebo porque é líquido. Se fosse sólido, comê-lo-ia.”
Presidente Jânio da Silva Quadros

Presidentes galeria

“Intimidade gera aborrecimentos e filhos. Com a senhora não quero ter aborrecimentos e muito menos filhos. Portanto, exijo que me respeite”.
Presidente Jânio da Silva Quadros, quando prefeito de SP, dirigindo-se a uma jornalista que o havia tratado por você.

“O otimista pode até errar, mas o pessimista já começa errando.”
Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira

“Costumo voltar atrás, sim. Não tenho compromisso com o erro.”
Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira

“Deus poupou-me o sentimento do medo.”
Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira

“Quanto menos alguém entende, mais quer discordar.”
Presidente Getúlio Dornelles Vargas

“Eu sempre desconfiei muito daqueles que nunca me pediram nada. Geralmente os que sentam à mesa sem apetite são os que mais comem.”
Presidente Getúlio Dornelles Vargas

Presidente 1

“No ministério tem gente capaz, o problema é que a maioria é capaz de qualquer coisa.”
Presidente Getúlio Dornelles Vargas

“A questão social é um caso de polícia.”
Presidente Washington Luís Pereira de Souza

“Durante a penúltima campanha presidencial, afirmava-se que o candidato não seria eleito; eleito, não seria reconhecido; reconhecido, não tomaria posse; empossado, não transporia os umbrais do Palácio do Catete.”
Presidente Arthur da Silva Bernardes

28 de junho de 2015
josé horta manzano

CAMPANHA DE LULA A REELEIÇÃO RECEBEU R$ 2,4 MILHÕES EM DINHEIRO VIVO DESVIADO DA PETROBRAS, REVELA O DELATOR DO PETROLÃO


Caneco, tulipa, senha, contrassenha e milhões em dinheiro vivo. Empreiteiro grandalhão entregou o Lula. Peguem ele.

Em 2006, Lula conquistou um novo mandato ao derrotar, em segundo turno, o tucano Geraldo Alckmin. Com a vitória, ele adotou como prática zombar dos efeitos eleitorais do mensalão, descoberto um ano antes e até então o maior esquema de corrupção política da história do país. As denúncias de compra de apoio parlamentar, dizia o líder petista, não haviam sido capazes de conter o projeto de poder do partido. Também pudera. Sem que ninguém soubesse, na campanha à reeleição, Lula contou com a ajuda do petrolão e recebeu uma bolada desviada dos cofres da Petrobras. Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, a UTC contribuiu com 2,4 milhões de reais em dinheiro vivo para a campanha à reeleição de Lula, numa operação combinada diretamente com José de Filippi Júnior, que era o tesoureiro da campanha e hoje trabalha como secretário de Saúde da cidade de São Paulo. Para viabilizar a entrega do dinheiro e manter a ilegalidade em segredo, o empreiteiro amigo de Lula e o tesoureiro do presidente-can­didato montaram uma operação clandestina digna dos enredos rocambolescos de filmes sobre a máfia.
Pessoa contou aos procuradores que ele, o executivo da UTC Walmir Pinheiro e um emissário da confiança de ambos levavam pessoalmente os pacotes de dinheiro ao comitê da campanha presidencial de Lula. Para não chamar a atenção de outros petistas que trabalhavam no local, a entrega da encomenda era precedida de uma troca de senhas entre o pagador e o beneficiário. Ao chegar com a grana, Pessoa dizia "tulipa". Se ele ouvia como resposta a palavra "caneco", seguia até a sala de Fi­lip­pi Júnior. A escolha da senha e da contrassenha foi feita por Pessoa com emissários do tesoureiro da campanha de Lula numa choperia da Zona Sul de São Paulo. Antes de chegar ao comitê eleitoral, a verba desviada da Petrobras percorria um longo caminho. Os valores saíam de uma conta na Suíça do consórcio Quip, formado pelas empresas UTC, Iesa, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que mantém contratos milionários com a Petrobras para a construção das plataformas P-53, P-55 e P-63. Em nome do consórcio, a empresa suíça Quadrix enviava o dinheiro ao Brasil. A Quadrix também transferiu milhares de dólares para contas de operadores ligados ao PT.
Pessoa entregou aos investigadores as planilhas com todas as movimentações realizadas na Suíça. Os pagamentos via caixa dois são a primeira prova de que o ex-presidente Lula foi beneficiado diretamente pelo petrolão. Até agora, as autoridades tinham informações sobre as relações lucrativas do petista com grandes empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato, mas nada comparável ao testemunho e aos dados apresentados pelo dono da UTC. Depois de deixar o governo, Lula foi contratado como palestrante por grandes empresas brasileiras. Documentos obtidos pela Polícia Federal mostram que ele recebeu cerca de 3,5 milhões de reais da Camargo Corrêa. Parte desse dinheiro foi contabilizada pela construtora como "doações" e "bônus eleitorais" pagos ao Instituto Lula. Conforme revelado por VEJA, a OAS também fez uma série de favores pessoais ao ex-presidente, incluindo a reforma e a construção de imóveis usados pela família dele. UTC, Camargo Corrêa e OAS estão juntas nessa parceria. De diferente entre elas, só as variações dos apelidos, das senhas e das contrassenhas. "Brahma", "tulipa" e "caneco", porém, convergem para um mesmo ponto. 


28 de junho de 2015
in Aluzio Amorim

EMPREITEIRAS MULTIPLICARAM OS LUCROS NA ERA PT

EMPREITEIRAS QUE ROUBARAM A PETROBRAS FATURARAM ALTO NA ERA PT


EMPREITEIROS QUE SE CARTELIZARAM PARA ATUAR NA PETROBRAS:
FATURAMENTO DISPAROS, NOS GOVERNOS LULA E DILMA.


Empreiteiras enroladas na Lava Jato fizeram “milagre de multiplicação” de lucros durante os governos do PT. Através de transferências diretas de grana pública e financiamentos ‘camaradas’ do BNDES o lucro da maior das empreiteiras do cartel do Petrolão, a Odebrecht, passou de R$ 550 milhões em 2006, no governo Lula, para R$ 11,4 bilhões em 2014, no governo Dilma; um aumento de mais de 2000%.

A Queiroz Galvão tem muito a agradecer aos governos do PT: desde 2006 passou de R$ 423 milhões de lucro para R$ 1 bilhão em 2012.

A Camargo Corrêa, que lucrava R$ 1,1 bilhão em 2005, passou, em 2014, a mais de R$ 4,7 bilhões por ano. Tudo nos governos do PT.

A Andrade Gutierrez, maior doadora da campanha de Dilma, passou de R$ 238 milhões de lucro líquido em 2011 para R$ 444 milhões em 2014

Após tantos anos de lucros bilionários, os presidentes das Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, UTC, Galvão Engenharia etc estão presos.



28 de junho de 2015
diário do poder

NÃO HÁ INQUÉRITO CONTRA LULA, MAS ELE ESTÁ SENDO INVESTIGADO

Como não ficou suficientemente esclarecida essa história do habeas corpus preventivo, impetrado no Tribunal Federal Regional da 4ª Região em favor do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, é sempre bom recapitular, para deixar as coisas bem claras.

Versão 1 – No Planalto, por exemplo, foi recebida com certa decepção e frieza a notícia de que o juiz federal Sérgio Moro havia esclarecido que não existe na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba investigação em curso sobre Lula. Dilma e seus ministros mais próximos querem que o ex-presidente vá cuidar de sua vida e os deixe em paz.

Versão 2 – Mas no PT e no Instituto Lula, a mesma notícia foi gloriosamente comemorada, só faltaram estourar alguns daqueles champagnes finíssimos que Lula trouxe do Palácio Alvorada em caminhões refrigerados da Granero, quando voltou a morar em São Paulo.

Nem tanto ao céu nem tanto à terra, como se dizia antigamente. A verdade é que Lula ainda não está sendo pessoalmente investigado, mas já existem apurações da operação Lava jato que sem dúvida o envolvem, direta ou indiretamente.

O QUE DISSE O JUIZ

O juiz Sérgio Moro emitiu apenas uma pequena nota oficial sobre o habeas corpus preventivo. Como sempre faz, o magistrado paranaense mediu bem as palavras, para evitar mal-entendidos. “A fim de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe, perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a condutas do Exmo. ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.

Notem que ele se referiu especificamente a “condutas” de Lula, ou seja, procedimentos ou malfeitos da autoria pessoal do ex-presidente. Ao mesmo tempo, o juiz se reportou a “qualquer investigação em curso”.

Como se sabe, não é a 13ª Vara Federal Criminal que realiza as investigações. Quem o faz é a força-tarefa, formada pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República no Paraná. O juiz, na fase da investigação, apenas despacha pedidos da força-tarefa. Quando é feita e aceita a denúncia do Ministério Público, aí se inicia o processo judicial a cargo da 13ª Vara. Simples assim.

PROCURADOR ESCLARECE

Como disse quinta-feira o coordenador da força-tarefa, procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, em entrevista a Germano Oliveira, de O Globo, a operação Lava Jato ainda não chegou nem a 25% das investigações. Vejamos o que afirmou o representante do Ministério Público:
Como viu o pedido de habeas corpus feito em favor do ex-presidente Lula?

Achei muito divertido. A peça beira a ofensa pessoal ao juiz Sérgio Moro. Coisa absurda os termos da peça. Até porque não há investigação envolvendo a pessoa do ex-presidente. O que temos é a investigação de diversos prestadores de serviços para as empreiteiras. Nesse âmbito, surgiu a empresa Lils, que seria do ex-presidente. Mas isso não é suficiente. Entre as empresas prestadoras de serviço investigadas está a de Lula. Agora, o método de lavagem de dinheiro é a prestação de serviços. No caso da Lils, sabemos que o ex-presidente faz palestras efetivamente.

Acha que o dinheiro que o ex-presidente e o Instituto Lula recebem de empreiteiras tem algo de ilegal?

Precisamos analisar isso com cuidado. Enquanto a prestação de serviços exige contrapartida comercial, para o instituto não há efetivamente uma contrapartida, é uma doação. Vamos precisar analisar com cuidado esses valores e as motivações dadas para os pagamentos dessas doações.

PS – Traduzindo tudo isso: Lula não se livrou de nada. Pelo contrário, ainda terá muita coisa a explicar. Quanto a Dilma, não existe delação premiada seletiva, visando a desestabilizá-la. O que existe é delação premiada, que só vale se houver provas materiais. Lula e Dilma têm um encontro marcado com o fracasso. (C.N.)

28 de junho de 2015
Carlos Newton

O DIA SEGUINTE PIOR DO QUE A VÉSPERA

Como mestre Helio Fernandes repete faz muito, “no Brasil o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera”. Foi dinamite puro a delação premiada de Ricardo Pessoa, dono das construtoras UTC e Constran, líder do grupo de empreiteiras que assaltou a Petrobras. O personagem está preso em casa e mais ficará depois de condenado, ainda que no papel de delator possa ver reduzida parte da pena a que fará jus. 

Seu depoimento ao Ministério Público começou a ser vazado no fim de semana e envolve nomes ilustres do governo e do Congresso. Deixa mal muitos potentados, ainda que a argumentação de todos seja de que recolhiam doações legítimas para campanhas eleitorais variadas. Como a maior parte dos recursos distribuídos provenha de contratos 
superfaturados das empreiteiras com a Petrobras, quem quiser que tire suas conclusões.
Fosse Itamar Franco presidente da República, como foi, e já estariam fora de seus cargos ministros como Aloízio Mercadante e Edinho Silva, com instruções para defender-se fora do governo e a possibilidade de voltar caso comprovada sua inocência. Itamar não perdoava as dúvidas. Com o PT no poder tem sido diferente: tanto o Lula, antes, como Dilma, agora,a estratégia é reunir os acusados para elaborar estratégias de defesa. Também, até as campanhas eleitorais do antecessor e da sucessora estão sob suspeição.

Efeitos políticos devastadores estão por acontecer, se é que já não começaram, envolvendo o PT, o PMDB, o PP, até o PSDB e outros partidos. A elucidação completa da roubalheira afetará líderes de prestígio e poderá refletir-se nas próximas eleições, tanto as municipais do ano que vem quanto as nacionais de 2018. 
Até a candidatura do Lula está sendo afetada. Nas últimas pesquisas ele perde por dez pontos para Aécio Neves. O PT anda em queda livre e perderá em número de prefeitos, vereadores, deputados, senadores e governadores.

As consequências políticas das sucessivas revelações da corrupção institucionalizada, porém, são menores do que os efeitos econômicos. A perda de credibilidade nas instituições virou uma constante, alimentando o desemprego, a alta de preços, impostos e tarifas, além da inflação e da supressão de direitos sociais como forma de o governo enfrentar a crise. Mais do que rejeitar, a população repudia os que deveriam conduzi-la.

Ricardo Pessoa ficou preso seis meses em estabelecimento penal de Curitiba, mas já cumpre prisão domiciliar, assim como muitos outros envolvidos no chamado petrolão, sem esquecer os réus do mensalão. Não deixa de ser estranha a evidência de que cadeia, mesmo, é para ladrão de galinha. Essa parece a diferença entre a véspera e o dia seguinte…


28 de junho de 2015
Carlos Chagas

NOVO DESALENTO

Depois de breve alívio em abril, a apreensão sobre o futuro da economia voltou a aumentar, e o pessimismo não se deve apenas a uma degradação dos indicadores econômicos acima do que se esperava.

Contribuem para o desalento a incapacidade do governo Dilma Rousseff (PT) de apresentar um plano maior e mais duradouro de rearranjo da economia, o renovado isolamento político da presidente e o descompromisso do Congresso com a razão e a responsabilidade.

O total de salários pagos nas maiores metrópoles do país foi, em maio deste ano, 5,7% menor que no mesmo mês de 2014.

Em abril, estimava-se inflação pouco superior a 8% em 2015, cifra que já havia sido em muito revista para cima, dado o choque de preços que o governo tabelou até 2014. Agora, mesmo a projeção do Banco Central alcança os 9%, taxa inédita faz 12 anos.

O BC reiterou ademais sua intenção de conduzir a inflação à meta de 4,5%, tão desprezada nos últimos cinco anos. Trata-se da promessa de elevar ainda mais os juros, por mais tempo.

Quase tão certo quanto o aperto monetário extra é o fracasso parcial do plano de redução do desequilíbrio das contas do governo, o tão falado ajuste fiscal.

Há pouco mais de um mês, os ministros da área econômica apresentaram uma versão menos fantasiosa do Orçamento de 2015, na qual se contava, entretanto, com uma alta irrealista de mais de 5% na arrecadação federal. O mês de maio deu cabo da ilusão. A receita continua a cair, mais de 3%, em relação a 2014. Não será possível alcançar a meta de economia de gastos.

Sabia-se desde o início do ano que o ajuste possível seria modesto, dadas as dificuldades práticas e políticas. Mesmo esse plano, contudo, terá de ser reduzido.

Mais importante, não se vislumbra a apresentação de medidas para cumprir o pacto implícito de que a situação estará sob controle daqui a dois ou três anos -condição para que o estado presente da economia não se deteriore ainda mais.

Como se não fosse o suficiente, a inquietação com o futuro se agrava quando se observa o Congresso -a Câmara, em particular- a ultrapassar os limites de sua irresponsabilidade habitual em matéria de contas públicas, votando outra medida ruinosa para a Previdência.

O desarranjo se intensifica outra vez devido aos escândalos de corrupção pública e privada e ao descrédito do governo Dilma -criticado por dois terços do eleitorado, sitiado pelo PMDB e desacreditado pelo próprio PT, que abertamente condena a política econômica.

Não se sabe de onde a presidente Dilma Rousseff buscará forças para tanto, mas tal maré de problemas apenas poderá ser superada, no médio prazo, caso o governo apresente um plano profundo, ambicioso e pactuado de reformas.


28 de junho de 2015
Folha de SP

LULA PÕE PT CONTRA LAVA JATO

Não demorou muito a reação do PT à prisão do dono da Odebrecht, bom amigo de Lula. Depois de Rui Falcão ter recebido instruções precisas do ex-presidente, a Executiva petista reuniu-se na quinta-feira em São Paulo e aprovou uma resolução. 
Nela, o Partido dos Trabalhadores faz a defesa das empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobrás, sob o falacioso argumento de que as prisões “sem fundamento” da Operação Lava Jato são “arbitrárias” e o “prejulgamento” das construtoras terá consequências negativas para a economia nacional, com a paralisia de obras de infraestrutura e consequente aumento do desemprego.

Para obedecer ao chefe, a direção do PT finge ignorar que as “consequências para a economia nacional” já são uma amarga realidade, principalmente no que diz respeito à taxa crescente de desemprego. E isso não por culpa da Lava Jato, e sim da incompetência e irresponsabilidade do governo petista. A grande maioria, 65% dos brasileiros, concorda com isso, como revelam as pesquisas.

À suspeita de que tem sido beneficiado pela generosidade de prósperos empreiteiros cuja amizade conquistou quando estava na Presidência – exemplo notório de Marcelo Odebrecht –, Lula e seus defensores respondem que hoje ele é apenas um cidadão comum, ex-presidente da República que tem importantes e bem-sucedidas experiências políticas e sociais a transmitir aos interessados e por isso aceita ser pago por quem se dispõe a patrocinar suas palestras mundo afora. 
É apenas trabalho que não tem nada a ver com o governo. Exatamente como acontece, por exemplo, com ex-presidentes americanos.São argumentos falaciosos, como demonstra essa última resolução do PT em defesa das empreiteiras. 
Lula não é um cidadão comum – logo quem! –, mas um político muito ativo que tem forte influência no governo e no partido que o sustenta. Tornou-se lobista. Afinal, seus bons amigos empreiteiros não são generosos mecenas interessados em disseminar ideias progressistas pelo mundo, mas negociantes que sabem muito bem onde vale a pena colocar seu dinheiro. 
É óbvio, portanto, que, ao alinhar o PT na defesa das empreiteiras envolvidas até o pescoço no propinoduto da Petrobrás, Lula está preocupado apenas em manter a fidelidade das relações mútuas com os bons amigos que tem no mundo dos negócios.

O combate à corrupção, sintomaticamente, nunca foi tema relevante no discurso do dono do PT, ao contrário do que acontece com Dilma Rousseff, que não perde oportunidade para proclamar sua “luta sem tréguas” contra os malfeitos na vida pública. 
E o PT, por sua vez, é useiro e vezeiro em gabar-se de que nunca antes tanta “gente importante” foi parar na cadeia. 
É propaganda enganosa. Observe-se que recentes manifestações de Lula, obviamente entre quatro paredes, contradizem o discurso de Dilma e do PT. O ex-presidente tem feito pesadas críticas ao ministro da Justiça a respeito das investigações da Lava Jato, reclamando de que José Eduardo Cardozo “perdeu o controle” sobre a Polícia Federal (PF), a ele subordinada. Seria o caso de inferir dessas declarações que, se Lula ainda fosse presidente, aos policiais federais e aos procuradores da República já teria sido ordenado que cuidassem da própria vida ou investigassem a oposição?

O juiz Sergio Moro, cujo rigor na coordenação da Lava Jato incomoda quem tem culpa no cartório, tornou-se alvo da mesma campanha de satanização que Lula e o PT conduziram contra o ministro Joaquim Barbosa no episódio do mensalão. A resolução petista de quinta-feira não cita nomes, mas pega pesado: “Se as prisões preventivas sem fundamento se prolongarem (...), não é a corrupção que está sendo extirpada. 
É um estado de exceção sendo gestado”. E, para não perder a oportunidade, os petistas protestaram também, mais uma vez, contra a prisão “inaceitável” de seu ex-tesoureiro João Vaccari Neto, personagem que aparentemente tem muito a dizer, a julgar pelo enorme empenho do partido em reverenciá-lo.

O tom das críticas do PT à Operação Lava Jato mostra a crescente preocupação de Lula com investigações que se aproximam dos agentes políticos. É por isso que o ex-presidente decidiu tomar “providências”, acusando o governo Dilma de negligência e açulando o PT contra o juiz Sergio Moro e tudo o que possa representar uma ameaça ao seu direito de ir e vir


28 de junho de 2015
Estadão

DILMA VAI, A CRISE FICA

A presidente Dilma Rousseff desembarca nos Estados Unidos justamente quando ela e o Brasil estão em baixa e os EUA e Barack Obama estão em alta. Dilma vive de pedalada em pedalada, com Lula jogando pedra, o PT botando casca de banana e o juiz Sérgio Moro na cola de todos eles. Já Obama esbanja seu charme natural e saboreia a reaproximação com Cuba, a vitória do Obamacare na Suprema Corte e o principal: a recuperação da economia americana.

A viagem de Dilma é o compromisso mais importante da sua agenda internacional neste ano, talvez até de todo o segundo mandato. Mas, na noite da véspera e ontem mesmo, a horas de botar o pé no avião presidencial, lá estava ela às voltas com a Lava Jato. Em vez de amarrar os últimos detalhes do decisivo encontro com Obama, foi se reunir com Aloizio Mercadante, José Eduardo Cardozo e Edinho Silva para avaliar o estrago das confissões de Ricardo Pessoa, da UTC, na já combalida imagem do PT, do governo e dela própria. (Aliás, Dilma vai, Lula vem se reunir com o PT em Brasília.)

É um momento bem diferente, praticamente inverso, daquele segundo semestre de 2013, quando Dilma corretamente cancelou a visita oficial a Washington e subiu o tom contra o governo Obama, ao saber da espionagem escancarada da NSA até nos seus e-mails. Mas Dilma não tinha alternativa agora: era ir ou ir, porque o Brasil vive a crise econômica, a crise política, a crise ética e precisa desesperadamente recuperar a confiança internacional e conquistar investimentos para sair do fundo do poço.

A agenda de Dilma começa em Nova York, onde ela tenta convencer empresários brasileiros e investidores estrangeiros de que o Brasil, apesar de tudo (e, cá para nós, dela própria), ainda é o Brasil. As trocas comerciais entre os dois países estão na casa dos US$ 60 bilhões ao ano, o que, para se ter uma ideia, é mais ou menos 10% dos valores entre EUA e China ou entre EUA e México. Com a recessão de 1,1% em 2015, Dilma tem de correr atrás. Afinal, se o Brasil ainda é o Brasil, os EUA ainda serão a principal potência mundial por décadas.

A visita oficial a Washington será na segunda, com um jantar com Obama, e na terça, com as reuniões no Salão Oval, assinatura de atos e a tradicional declaração conjunta nos jardins da Casa Branca. Se o script for mantido, os jornalistas brasileiros perguntarão aos dois sobre Global Entry, relações comerciais, acordos de Defesa, consensos na área climática, divergências na política internacional. E os jornalistas americanos? Perguntarão a Obama sobre terrorismo, questões internas, aprovação do casamento gay. Ou seja: não darão a menor bola para Dilma e para o Brasil. Pelo menos, é de praxe.

Dilma encerra a viagem pela bela Califórnia, onde irá à Universidade Stanford, ao Centro de Pesquisas da Nasa e à sede do Google. Se tiver sorte, dará um passeio e tirará boas fotos nos carros inteligentes que o Google, entre outros, desenvolve. Um carro sem marchas, sem espelhos, sem volante – e sem motorista. Mais ou menos como o atual governo brasileiro, mas não aos trancos e barrancos.

Um conselho para Dilma, porém: ela deve fugir da tentação de sair de bicicleta em Nova York. Entre residentes e turistas, há muitos brasileiros por lá e o risco de ser vaiada é grande. Pior: isso remeterá fatalmente às peripécias de Fernando Collor no Central Park, suado, correndo de manhã até o memorial de John Lennon, enquanto sua ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, desfilava de charrete à noite para comunicar ao mundo a paixão pelo colega da Justiça.

A hora é de tentar reverter para a política interna os lucros externos da visita a Obama, sem extravagâncias e riscos desnecessários. Dilma tem 65% de rejeição, só três pontos a menos que Collor às vésperas do impeachment. Que a comparação entre os dois pare por aí.

PS. Por falar em Collor, por que raios a UTC teria doado R$ 20 milhões para o ex-presidente, duas décadas depois do impeachment?


28 de junho de 2015
Eliane Cantanhede

CRISE NOS PRESÍDIOS NÃO INVALIDA REDUÇÃO DA MAIORIDADE

Os números da população carcerária do país (607,7 mil presos, com um déficit de 231 mil vagas) divulgados pelo Ministério da Justiça ratificam uma evidência: a política penitenciária está falida. Este é o mais expressivo sinal dos indicadores. No entanto, em vez de discutir seriamente a questão em si, o governo federal transformou a superlotação das prisões em bandeira contra a redução, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), do limite da imputabilidade penal de jovens delinquentes.

Celas superlotadas e proteção da sociedade contra a explosiva criminalidade juvenil são coisas distintas. Misturá-las só atende a quem, por hipocrisia, volta as costas para a realidade que é o preocupante aumento do número de adolescentes que, em assaltos e outros crimes, praticam nas ruas atos de violência extrema.

É no âmbito da execução penal, terreno do gerenciamento da aplicação da lei nas penitenciárias, que a questão dos presídios precisa ser discutida — e com urgência. O Brasil tem uma população carcerária que excede o número de vagas porque, primeiro, prende mal, e, segundo, comete um erro primário: não investe para valer na construção de novas unidades prisionais.

São conhecidas, ainda, denúncias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dando conta da existência, no universo das cadeias do país, de presos que, tendo cumprido suas sentenças, ainda permanecem detidos, reflexo de uma burocracia ineficiente; outros, e em bom número, são mantidos em celas de presídios ou delegacias mesmo sem julgamento; e há ainda aqueles que, em vez de ocuparem vagas nas cadeias, poderiam ajustar contas com a Justiça cumprindo penas alternativas, como ações educativas ou sociais — caso, principalmente, de usuários de drogas ou condenados por tráfico eventual.

Mas, ainda que se adotassem medidas de racionalização da política carcerária, permaneceria a questão dos mandados de prisão não executados, e que, se fossem cumpridos, agravariam ainda mais o problema do déficit. Por isso, independentemente de o poder público cuidar dessa questão, é inescapável que, se há carência de vagas, é preciso construir mais presídios. Nisso também há falhas: mesmo diante da demanda, o governo federal só aplicou, entre 2011 e este ano, 16,7% dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) destinados a obras no sistema.

Em aberto há muito tempo, são questões tratadas com leniência. A admissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que a divulgação desses indicadores é uma forma de pressão contra a redução da maioridade penal põe na mesa de discussão da revisão do ECA uma carta diversionista: contra a superlotação, em vez de melhorias no sistema penitenciário, prega-se o perigoso princípio de prender menos. Não resolve o problema da crise dos presídios, tampouco o do incremento da violência juvenil. Deixa-se tudo como está, ao preço do aumento dos riscos para a segurança da sociedade.


28 de junho de 2015
O Globo

REFLEXÕES SOBRE O VOLUME MORTO

RIO- Lula teve alguns momentos de sinceridade na última semana. Disse que tanto ele como Dilma estavam no volume morto e que o PT só pensa em cargos. Ele se referiu ao volume morto num contexto de análise de pesquisas, que indicavam a rejeição ao governo e ao PT. Nesse sentido, volume morto significa estar na última reserva eleitoral. No entanto, o termo deve ser visto de forma mais ampla.

Estar por baixo nas pesquisas nem sempre significa um desastre. Em alguns momentos da História, o próprio PT, e disso me lembro bem, não alcançava 10% dos eleitores, mas tinha esperança, e os índices não abalavam sua autoestima. 
O volume morto em que se meteu agora é diferente. Ele indica escassez da água de beber e incapacidade energética, depois de 12 anos de governo. Foi um tempo em que, sob muitos aspectos, andamos para trás.

Há perdas na economia, na credibilidade do sistema político, todo um projeto fracassado acabou jogando o país também num volume morto. Há chuvas esparsas como a Operação Lava-Jato, mas elas caem muito longe dos reservatórios do PT. Tão longe que ajudam a ressecar ainda mais o terreno lodoso que ainda abastece as torneiras petistas.

Lula pode estar apenas querendo se distanciar de Dilma e do PT. Ele a inventou como estadista e agora bate em retirada. E quanto ao PT, quem vai rebater suas críticas e arriscar o emprego e a carreira? Pois é esse o combustível de seus quadros.

Há cerca de uma década escrevi um artigo intitulado “Flores para os mortos”, no qual afirmava que uma experiência com pretensão de marcar a História terminava, melancolicamente, numa delegacia de polícia. Foi muito divulgado, e na internet usaram até fundo musical para compartilhá-lo. O título é inspirado numa cena do filme de Luis Buñuel, a florista gritando na noite: “Flores, flores para os mortos”.

Devo ter recebido muitas críticas dos petistas. Passados dez anos e algumas portas de delegacia, hoje é o próprio líder que admite a incapacidade política de Dilma e a voracidade dos seus seguidores.

Olho para esse tempo com melancolia. Ao chegar ao Brasil, os tempos do exílio não pesavam tanto. O futuro era tão interessante, o processo de redemocratização tão promissor que compensavam o passado recente. Agora, não. O futuro é mais sombrio porque a tentativa de mudança foi uma fraude, a própria palavra mudança tornou-se suspeita: poucos creem que o sistema político possa realizar os anseios sociais.

Lula fala em esperança para sair do volume morto. Mas que esperança pode arrancá-los do volume morto quando o próprio líder, apesar de sua sinceridade ocasional, não consegue vislumbrar uma saída? Lula repete aquela frase atribuída ao técnico Yustrich: “Eu ganho, nós empatamos, vocês perdem”.

Lendo no avião uma entrevista do escritor argelino Kamel Daoud, muito criticado pelos muçulmanos mais radicais do seu país. O título da entrevista é: “Nem me exilar, nem me curvar”.

Uma de suas respostas me tocou fundo. O repórter perguntou: “Como você, depois de viver anos ligado aos Irmãos Muculmanos, conseguiu escapar desse mundo?”. “Leitura, muita leitura”, respondeu Kamel Daoud.

O resto da viagem fiquei pensando como teria sido bom para a esquerda brasileira leitura, muita leitura, para poder escapar da sua própria miopia ideológica.

Na verdade, ela mastigou conceitos antigos, cultivou políticas retrógradas, como essa de apoiar o chavismo, e se perdeu nos escaninhos dos cargos e empregos. Ela me lembra os jovens do filme “O muro”. Um dos seus ídolos acaba como porteiro de hotel, e é melancólica a cena em que os admiradores o descobrem, paramentado, carregando malas.

Leitura, muita leitura, não importa em que plataforma, talvez impedisse a esquerda de ver seu predestinado líder proletário trabalhando como lobista de empreiteiras. Talvez nem se chamaria mais de esquerda.

Um dos mais ricos petistas critica os outros por só pensarem na matéria. A realidade surpreendeu todas as previsões da volta ao exílio, tornou-se uma espécie de pesadelo.
Tomara que chova nos reservatórios adequados e as forças que caíram no volume morto continuem por lá, fixadas na única esperança que lhes resta: sobreviver.

O país precisa sair do volume morto, reencontrar um nível de crescimento, credibilidade no seu sistema político. Hoje o país é governado por um fantasma de bicicleta e um partido de míseros oportunistas, segundo seu próprio líder, chamado de Brahma pelas empreiteiras.

28 de junho de 2015
Fernando Gabeira

APERTEM OS CINTOS, PIB PODE CAIR ATÉ 2,2% ESTE ANO



Na avaliação de Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora, veremos, neste ano, ao menos três trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB), algo sem precedentes em pelo menos um quarto de século. Se os cálculos dele estiverem corretos, a contração da atividade será de 2,2% em 2015, podendo cair mais 0,5% em 2016. Ele ressalta que o governo criou um ambiente tão hostil na economia, que, desde o primeiro trimestre de 2013, os investimentos produtivos só caem.
“Assisti, nas últimas semanas, à apresentação de pelo menos 40 empresas com ações negociadas em bolsa de valores. Somente duas disseram que não cortariam investimentos”, afirma. No entender dele, não é apenas o setor privado que está paralisado. Todo o setor público — União, estados e municípios — está à míngua, com receitas em queda, tendo que interromper obras. O Brasil simplesmente parou. “É por isso que o desemprego está em disparada. Não será surpresa se as taxas chegarem ao fim do ano em dois dígitos”, emenda.
LADEIRA ABAIXO
Para Silveira, por mais que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, diga que o ajuste fiscal não está ajudando a afundar a economia, a incapacidade do governo de gastar empurra, sim, o PIB ladeira abaixo. “Hoje, simplesmente não existe o gastador de última instância. Os empresários não investem, o governo está cortando gastos e as famílias, reduzindo o consumo”, assinala.
Portanto, quando Levy diz que o país está vivendo uma “ressaca”, e que ela passará, está jogando para a plateia. O Brasil está doente e a doença foi provocada nos quatro primeiros anos do governo Dilma. Curar o país levará muito mais tempo do que se livrar de uma simples ressaca.

28 de junho de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

IMPRENSA AMERICANA CRITICA CORRUPÇÃO DO GOVERNO DILMA E DIZ QUE BRASIL VIVE UM RETROCESSO. QUEM VAI INVESTIR NUM PAÍS ASSIM?



 (Folha) A democracia brasileira vive uma crise e a presidente Dilma Rousseff enfrenta agora o desafio de permanecer no cargo, e tentar governar, pelos próximos três anos e meio, afirma o jornal "The Washington Post".Em duro editorial, feito em razão da visita de Dilma aos Estados Unidos, iniciada neste sábado (27), a publicação afirma que o cenário não é fácil para a presidente. "Ela viu boa parte de seu poder efetivamente esvaziado pelos líderes do Congresso, que diluíram algumas de suas medidas de austeridade", afirma o jornal, em referência ao ajuste fiscal do governo.

Intitulado "Um retrocesso no Brasil", o texto cita o escândalo de corrupção na Petrobras, com dezenas de executivos e mais de 50 membros do Congresso implicados em um esquema de pagamento de propinas que soma US$ 2 bilhões (R$ 6 bilhões). "A corrupção na Petrobras foi em grande parte produto das políticas equivocadas de Rousseff, como a tentativa de restringir a companhias brasileiras os fornecedores da estatal", diz. 

As críticas à política econômica de Dilma continuam. O jornal afirma que, embora Dilma tenha vencido Aécio Neves, do PSDB, nas últimas eleições presidenciais, alegando que seu oponente "se renderia aos desmandos de banqueiros e do FMI (Fundo Monetário Internacional), ela está impondo as mesmas medidas tipicamente priorizadas pelo Fundo, incluindo cortes nos subsídios para energia.
O "Post" defende que o Brasil precisa de mais do que reformas liberalizantes. O jornal diz que é preciso incentivar o investimento privado no país e também a maior entrada de recursos estrangeiros na economia brasileira. "Sem isso, o futuro do Brasil continuará em suspenso."

28 de junho de 2015
in coroneLeaks