"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

ACABOU DE ACONTECER! MINISTRO RECEBE DENÚNCIA E TOMA ATITUDE

 

PROFESSOR OLAVO FAZ IMPORTANTE REVELAÇÃO E BOLSONARO PRECISA FICAR ESPERTO!

 

RACHEL RECEBE3 DURA RESPOSTA, APÓS FALAR DO PRESIDENTE BOLSONARO

 

SE PREPARE BRASIL! BOLSONARO AFIRMOU AGORA A POUCO, QUE ESTÁ CHEGANDO A HORA!

 

QUANDO ALGUÉM QUE AMAMOS MORRE, DEIXA DE VIVER ENTRE NÓS, PARA VIVER DENTRO DE NÓS





Perder alguém que amamos é uma das situações mais difíceis que podemos enfrentar na vida.

De uma hora para outra, aquela pessoa que estava todos os dias ao nosso lado compartilhando momentos, ajudando-nos a superar tristezas, proporcionando-nos alegria e presença simplesmente se vai, e ficamos apenas com o sentimento de vazio e muita dor em nossos corações, que pode demorar muito tempo para amenizar.

É muito difícil nos desacostumarmos com o amor, a presença, o carinho e a dedicação de uma pessoa amada. Nunca mais vermos o seu sorriso, ouvirmos a sua voz e não termos o seu ombro amigo é uma sensação muito dolorosa, que nos faz sentir impotentes diante dessa realidade que infelizmente não podemos mudar.

Não importa como vivemos e no que acreditamos, a morte é a única certeza da vida, e ainda que saibamos disso desde sempre, muitas vezes não estamos preparados para lidar com ela quando chega em nosso caminho.

Vivemos o luto com muita intensidade, sentimos raiva, dor, choramos, não nos conformamos e muitas vezes também prejudicamos nossos outros relacionamentos pessoais ou profissionais porque a dor parece tomar conta de todo o nosso ser e guia todos os nossos passos. 
Essa fase dura um tempo específico para cada um de nós, mas em algum momento, cansados de lutar contra o inevitável, nós percebemos que é preciso seguir em frente, mesmo sem o nosso amado do lado.

É nesse momento que juntamos todas as nossas forças, toda a sabedoria que temos guardada e percebemos que não precisamos nos esquecer da outra pessoa, e que apesar de ela ter deixado de viver entre nós, sempre viverá dentro de nós, e que por isso nunca estará realmente longe.

Quando perdemos alguém que amamos, a única coisa que realmente se vai é o seu corpo, porque o amor, o espaço em nossos corações e os momentos vividos continuam para sempre dentro de nós.

Nossos amados sempre viverão dentro de nós, e sempre que pensamos neles, que nos lembramos de nossas histórias, percebemos que a morte, apesar de dura, não pode nos separar de verdade.
Oração de gratidão: aprenda 5 preces poderosas para atrair energia positiva e realização
O que não mata, de fato, fortalece. E não, nada é por acaso!


Tudo o que alguém representa para nós não se vai da noite para o dia, permanece sempre conosco. Para muitos, existe a crença de que aqueles que já se foram continuam presentes, sempre prontos para ajudar em nossos momentos de dificuldades e nos guiar para uma vida feliz.

O amor é muito maior do que a morte, e é graças a ele que aqueles que partem continuam vivos dentro de nós e se mostram presentes a cada pensamento, sentimento e acontecimento aleatórios da vida que nos mostram que não estamos sozinhos.

Precisamos compreender que a morte não precisa ser o fim, e que podemos superar a ausência física se mantivermos viva a memória da pessoa que não está mais conosco. 
Recordar as lembranças felizes nos ajuda a lidar com a ausência e nos dá paz para seguirmos nossos caminhos sem culpa, sabendo que estamos fazendo aquilo que eles gostariam, movendo-nos em direção à felicidade.
Aqueles que amamos nunca nos deixam de verdade, estão sempre conosco, e mesmo que não estejam mais entre nós, sempre estarão em nós. Lembre-se sempre disso.

26 de abril de 2021
Luiza Fletcher

FRAGMENTOS RELEVANTES

 

26 de abril de 2021


FRAGMENTOS RELEVANTES

 


26 de abril de 2021


PENSAMENTOS & SENTIMENTOS

 


26 de abril de 2021


STAR WARS E A POLÍTICA CONTEMPORÂNEA



Este artigo foi originalmente feito a pedido da Folha de S. Paulo e antes do lançamento do episódio 9 da séria Star Wars


O que Star Wars tem a ver com a situação política contemporânea? Muito mais do que se imagina, considerando a devida licença poética. George Lucas, por meio de mitos e arquétipos, endereça os problemas que a ciência todavia não equacionou, como bem e mal, ordem e liberdade, vida e morte. Star Wars nos instrui sobre o presente, sensibilizando nosso imaginário moral como nos mitos e contos de fadas.

As distopias, antíteses da utopia, encontram apelo porque explicam o mundo concreto no qual sofremos o inferno ilustrado pela ficção. Não é um futuro sombrio imaginário, mas o presente real. Por exemplo, a distopia ilustra o centralismo e a agressão legitimada que advêm de um sistema opressor, bem como o medo e a ganância presentes em nosso entorno e em nós mesmos. Lucas explora dilemas de milênios, como a tensão entre o indivíduo e o império. À distopia, oferece esperança, tema recorrente na saga.

O século XX foi marcado pelo declínio das religiões tradicionais e pela deterioração da ética, espremidas pela proliferação política do totalitarismo. Nossa cultura, mais rica em recursos, empobrecida em princípios, desprezou a sabedoria e conhecimentos que nos entrelaçam com gerações de outrora. Star Wars representou um tsunami de valores permanentes em um terreno de secularismo, relativismo moral e niilismo. Neste ensaio apresento minha leitura da saga e de seus arquétipos, bem como os paralelos com o Brasil contemporâneo.

O impacto inicial


Aquelas duas horas em julho de 1977 foram as mais alucinantes da minha vida. Jamais, antes ou depois, qualquer outra experiência causou tamanho impacto em meu imaginário.

Tinha 10 anos de idade e visitava Nova York com meus pais e minhas duas irmãs. Para aquelas férias meu obcecado plano era este, negociado com meu pai desde o Brasil. Viajei já ciente de esparsos detalhes sobre o novo filme sobre galáxias, espaçonaves e guerreiros, cujo pôster figurava um jovem empunhando um sabre luminoso apontado ao céu.

Nova York era uma experiência sem precedentes para um menino carioca. Tudo era exagerado: limusines como piscinas, o Radio City Music Hall com milhares de assentos, a maior loja de brinquedos do mundo, e vez ou outra um sujeito muito acima do peso na calçada, que meu pai passou a denominar "carambas" dadas as espontâneas exclamações da minha irmã caçula ao avistá-los.

No asfalto, Nova York era sujeira, pichações e violência em níveis tupiniquins, muito distinto da Big Apple de 2019.

A memória engana, mas me recordo na poltrona, enorme expectativa...silêncio absoluto na sala: soa a fanfarra da 20th Century Fox; silêncio de poucos segundos, "a long time ago, in a galaxy far far way", ausência completa dos tradicionais créditos iniciais de atores e colaboradores. Novo silêncio momentâneo e...impacto! Um acorde orquestral explosivo em volume ensurdecedor, o logo de Star Wars se distanciando em um fundo infinito de estrelas; a descrição em letras amarelas se arrastando para o infinito ao som da épica trilha de John Williams; uma espaçonave invade pelo alto e prontamente um portentoso destroier a eclipsa cobrindo o campo de visão enquanto a bombardeia com canhões laser. Aqueles primeiros cinco minutos até a entrada de Darth Vader foram mágicos, gloriosos.

Tive sorte de ter meus dez anos. Meu pequenino mundo em tons de cinza foi suplantado por cores e sons, heróis e vilões, droids, a Millenium Falcon saltando para o hiperespaço, e duelos com sabres de luz. Aplaudi o herói Luke Skywalker e companheiros em completo êxtase. Assisti 13 vezes no cinema entre 1977 e 1978, quando chegou ao Brasil. O impacto foi mais profundo e duradouro que as maravilhas visuais e sonoras, mas à época não sabia articular a ressonância em minha imaginação.

O mono-mito

George Lucas foi influenciado por seu mentor e amigo Joseph Campbell, o mitólogo autor de "O Herói de 1000 Faces", de 1949. A partir dos arquétipos de Carl Jung, Campbell mapeou a estrutura fundamental dos mitos e religiões. Sua premissa é que há um inconsciente universal que une os mitos de todas as eras, de todos os lugares. Todos os seres humanos, creem, dividimos as mesmas estruturas mentais que especificam o que é um herói, uma donzela em perigo, uma jornada, um sábio.

Campbell sugere um padrão nas estórias folclóricas, que denominou de "A Jornada do Herói", que todos trilhamos. Este "mono-mito" possui foco individual, distinto dos mitos nacional-coletivistas, fundadores de nações. Estes últimos tradicionalmente fomentam nos meninos o dever masculino de guerrear pela justiça e retidão. A Jornada do Herói, por outro lado, instrui a reflexão interior. Instrui sobre como superar ritos de passagem e alcançar o cumprimento de seu potencial, contribuindo com a sociedade.

Estórias como Harry Potter, Matrix, Rei Leão, Senhor dos Anéis, Star Wars e outras possuem estruturas correlatas. O futuro herói está em seu mundo ordinário e recebe um chamado a uma aventura ou desafio: uma carta da Escola Hogwarts, a mensagem para Neo seguir o coelho branco, o chamado a que Simba assuma seu reinado, a entrega do anel a Frodo, o pedido de socorro de Leia.

A princípio, o protagonista hesita em responder ao chamado. Ao encontrar o mentor, recebe conhecimento e ferramentas: Hagrid inicia Potter no mundo da feitiçaria, Morpheus dá a Neo a pílula vermelha, o sábio babuíno mostra a Simba que seu pai está vivo dentro dele, Gandalf prepara Frodo para enfrentar os inimigos, Obi-wan Kenobi entrega a Luke o sabre de seu pai.

Desafios e tentações irrompem neste caminho sem volta, no qual o herói faz aliados e inimigos. Surge uma experiência de morte (a invasão da Estrela da Morte, a quase morte por esmagamento no compactador de lixo), uma provação (a morte de seu mentor Kenobi) e a recompensa (Luke resgata a Princesa Leia e obtém as plantas-baixas da Estrela da Morte).

O herói retorna temporariamente a seu mundo ordinário, mas as tribulações não cessam. Um poderoso antagonista, uma Sombra jungiana (Vader) persiste. É preciso enfrentá-lo em uma provação suprema de sacrifício.

Com o êxito (a destruição da Estrela da Morte), o herói Luke descobre que pode usar a Força, e é condecorado. O herói, inicialmente inocente, curioso, humano, e idealista prático, emprega sua valentia e cumpre seu destino ao se transformar, restaurar harmonia e contribuir com a justiça.

A Força, os Jedi e os Sith

Lucas concebeu Star Wars em nove episódios, em três trilogias, cada qual com uma estrutura clássica em três atos. A trilogia original (episódios IV-V-VI) apresentou o período cronológico intermediário, no qual o Império já havia suplantado a República Galáctica (ep. I-II-III). A atual trilogia ilustra o período posterior, que conclui a saga (ep. VII-VIII-IX).

O arquétipo fundamental é a FORÇA, que no universo Star Wars é real e tem base científica. É um campo de energia onipresente. A concentração de organelas microscópicas (midichlorians) habilitam seu hospedeiro a evocá-la. A FORÇA pode ser operada pelos Jedi — ordem de celibatários do bem que desejam se unir a ela —, e pelos Sith — vilões que a manipulam para exercer poder.

Pelo Lado Luminoso dos Jedi, a FORÇA representa amor, compaixão, serenidade; pelo Lado Sombrio dos Sith, ódio, cobiça, agressão.

Ao passo em que a meritocracia determina quem se torna um Jedi, entre os Sith só pode haver dois: um mestre e um aprendiz cooptado. O poder é central, e o aprendiz usualmente assassina o mestre, tomando o poder para si.

Nota-se que a FORÇA não possui ideologia. Não é de esquerda, conservadora, liberal ou progressista, pois é energia impessoal que pode ser invocada por Jedi ou Sith.

No entanto, posiciona-se do Lado Sombrio aquele que cobiça o que o outro possui ou que tolera a coerção sistemática para alcançar meta social ou pessoal (tipo ideal da esquerda).

Aquele que sente ódio de quem discorda ou intolerância ao diferente também se posiciona do Lado Sombrio, bem como aquele que abomina comportamento pacífico de terceiro. Aquele que odeia o mal em demasia também. Anakin Skywalker (Vader) afirma "se não está comigo, é meu inimigo", Kenobi responde "só um Sith julga apenas em preto e branco" (tipo ideal da direita).

O Lado Luminoso, por outro lado, rejeita a agressão física iniciada e admite apenas a legítima defesa; exige contínuo comedimento e controle das emoções, evitando ira e exasperação. Não há dúvida: os Jedi são mais próximos ao tipo ideal dos liberais.

A política em Star Wars

Na trilogia original (episódios IV-V-VI), a galáxia é governada por um Império comandado a partir dos bastidores pelo Sith Lord Palpatine (Darth Sidious) e por um Politburo executivo liderado por seu aprendiz Darth Vader, nova identidade de Anakin Skywalker. Palpatine mantém resquícios da República ao manter o antigo Senado, agora corrompido para atender seus desígnios.

Anakin era de origem humilde, órfão de pai e filho de uma escrava, e se torna muito popular junto ao sofrido povo de seu árido planeta por suas habilidades como piloto. Anakin inicia a jornada do herói: resiste inicialmente ao chamado para ser treinado como Jedi, e prefere ficar com a mãe. No entanto, Anakin não cumpre os ritos de passagem das tentações e desafios, sucumbe ao medo da perda e acaba seduzido por Palpatine, tornando-se o "herói trágico", arquétipo clássico.

Palpatine é José Dirceu, o homem que mudou de rosto, líder intelectual do aparelhamento das instituições, da compra de votos no Congresso no Mensalão e descaminhos generalizados das estatais e Petrolão.

Lula é o executivo do Politburo petista, em última instância comandado por Dirceu, ou seja, Lula é Vader.

Nos episódios I-II-III, a galáxia é governada centralmente pela República, cujo poder é exercido pelo Senado. Os Jedi, cerca de 1000, são um enclave dentro do governo e agem como guardiões da paz e estabilidade. Há paralelo com o enclave de liberais no governo atual. Paulo Guedes é Yoda.

Os Jedi, enclave no governo, e outros indivíduos do bem serviram de massa de manobra em um golpe interno no Senado, operado pelo então senador Palpatine, que obtém poderes especiais. "Então é assim que a liberdade morre; com um estrondoso aplauso", afirma a líder do planeta Naboo, mãe dos irmãos Luke e Leia.

Os Jedi foram manipulados a liderar uma guerra que não era deles, levaram a culpa e foram dizimados pelo agora Chanceler Supremo do Senado, Palpatine, por força de seu Decreto 66. A Guerra dos Clones, como se revelou mais tarde, foi obra de uma intensa polarização artificial articulada pelos Sith nas duas pontas.

A lição: os liberais devem evitar viabilizar desígnios de terceiros, fazer o trabalho sujo e morrer ao final. Outra lição é que não há por onde escapar em um governo "democrático" mundial (ou galáctico) comandado por indivíduos do mal, que usarão o poder para eliminar seus adversários. As ditaduras modernas não se declaram ditaduras, mas corrompem a democracia por dentro.

Anos depois, já no Império, rebeldes se articulam sob a liderança da Princesa e general Leia, apoiados por um anti-herói, o contrabandista anti-establishment Han Solo, que trabalha para um chefe do crime organizado, Jabba, o Hutt.

Os rebeldes são os líderes que comandaram as ruas contra o Império de Dirceu, como o MBL e outros, que deram voz ao desconforto das mulheres, decisivas para o impeachment de 2016. 
A Princesa Leia é a mulher brasileira que trabalha, cuida da casa, é intuitiva, e faz o chamamento à luta.

O presidente Bolsonaro manifesta semelhança com o arquétipo do anti-herói, porém me vem à cabeça a cena do Episódio VI, na qual o droid C-3PO, confundido com Deus, é idolatrado e carregado em um trono por um bando de ursinhos de pelúcia.

O herói em Star Wars

É tema central em Star Wars que os filhos redimem os erros do pai. Luke Skywalker é orientado por seus mestres Kenobi e Yoda a usar a FORÇA apenas para sabedoria e defesa. Luke rejeita a agressão frontal contra sua combalida Sombra, Vader, e joga fora seu sabre de luz no ápice da luta no Episódio VI, se expondo desarmado a Palpatine.

Luke se diferencia dos demais heróis mitológicos ao declinar a aniquilar sua Sombra. No Novo Testamento cristão, Jesus Cristo dá a outra face, se sacrifica e redime toda a humanidade. George Lucas parece ter tido ali inspiração para compor nosso herói.

Na trilogia final, Rey representa arquétipo idêntico a Luke. A heroína busca a sabedoria, compreende o mal que existe em nós e aprende a lidar com ele. Luke/Rey é o arquétipo dos liberais, que rejeitam a iniciação da coerção e agressão física. Luke/Rey é o brasileiro que invoca a sabedoria dos mestres vivos e do passado e que liderará o Brasil do futuro, distanciando-se do Lado Sombrio.

"Passamos tudo que sabemos. Mil gerações vivem em ti agora. Mas esta é tua luta", escuta Rey. Um herói brasileiro redimirá o Brasil de seus pais, dos Palpatines e Vaders.

Acredito que o Brasil tem um destino no mundo: trazer equilíbrio para a Força.


26 de abril de 2021
Hélio Beltrão

DESARMAMENTO E GENOCÍDIOS.

Genocídios acontecem. Mas não há genocídio quando os alvos estão armados



No dia 24 de abril de 1915, começou o primeiro genocídio do século XX: o governo turco dizimou mais de um milhão de armênios desarmados.

A palavra-chave da frase é justamente esta última: "desarmados".

Os turcos escaparam de uma condenação mundial porque utilizaram a desculpa de tudo ter sido uma 'medida de guerra'. Findada a Primeira Guerra Mundial, eles não sofreram nenhuma represália por este ato de genocídio. É como se o governo turco não houvesse conduzido absolutamente nenhuma medida de homicídio em massa contra um povo pacífico.

Outros governos perceberam que o ardil funcionara e rapidamente tomaram nota do fato. Era um precedente internacional conveniente demais para ser ignorado.

Setenta e nove anos após o início daquele genocídio, o famoso Hotel Ruanda abriu as portas.

Os Hutus também se safaram. Ironicamente, pelo menos uma década antes do massacre em Ruanda — gostaria de me lembrar da data exata —, a revista americana Harper's publicou um artigo em que profetizava com acurácia este genocídio, e por uma razão muito simples: os Hutus tinham metralhadoras; os Tutsis, não.

O artigo foi escrito em um formato de parábola, sem se preocupar em fazer previsões especificamente políticas. Lembro-me vivamente de, ao ler aquele artigo, ter imediatamente pensado: "Se eu fosse um Tutsi, emigraria o mais rápido possível".

O fato é que, em todo o século XX, não foi um bom negócio ser um civil. As chances sempre estavam contra você.

Péssimas notícias para os civis

Tornou-se um lugar comum dizer que o século XX, mais do que qualquer outro século na história conhecida da humanidade, foi o século da desumanidade do homem para com o homem. Embora esta frase seja memorável, ela é um tanto enganosa.

Para ser mais acurada, o certo seria modificá-la para "o século da desumanidade dos governos para com civis desarmados"
No caso do genocídio, no entanto, tal prática não pode ser facilmente descartada como sendo um dano colateral imposto a um inimigo de guerra. Trata-se de extermínio deliberado.

O século XX começou oficialmente do dia 1º de janeiro de 1901. Naquela época, uma grande guerra já estava em andamento; portanto, vamos começar por ela. Mais especificamente, era a guerra iniciada pelos EUA contra as Filipinas, cujos cidadãos haviam sido acometidos da ingênua noção de que a libertação da Espanha não implicava uma nova colonização pelos EUA.

Os presidentes americanos William McKinley e Theodore Roosevelt enviaram 126.000 tropas para as Filipinas para ensinar àquele povo uma lição sobre a moderna geopolítica. Os EUA haviam comprado as Filipinas da Espanha por US$20 milhões em dezembro de 1898. O fato de que os filipinos haviam declarado independência seis meses antes dessa compra era irrelevante. Um negócio é um negócio. Aqueles que estavam sendo comprados não podiam dizer nada a respeito, muito menos protestar.

Naquela época, era uma prática comum fazer a contagem de corpos dos combatentes inimigos. A estimativa oficial foi de 16.000 mortos. Algumas estimativas não-oficiais falam em aproximadamente 20.000. Para os civis, tanto naquela época quanto hoje, não há estimativas oficiais. O número mais baixo fala em 250.000 mortos. A estimativa mais alta é de um milhão.

E então veio a Primeira Guerra Mundial e as comportas foram abertas — ou melhor, os banhos de sangue foram institucionalizados.

Turquia, 1915

O genocídio armênio de 1915 foi precedido por uma limpeza étnica parcial, a qual durou dois anos, 1895—97. Aproximadamente 200.000 armênios foram executados.

Os armênios eram facilmente identificáveis. Alguns séculos antes, os invasores turcos otomanos os haviam forçado a acrescentar o "ian/yan" aos seus sobrenomes. Como os armênios estavam dispersos por todo o império, eles não possuíam o mesmo tipo de concentração geográfica que outros cristãos possuíam na Grécia e nos Bálcãs. 
Eles nunca organizaram uma força armada para oferecer resistência. E foi isso o que os levou à destruição. Eles não tinham como lutar e resistir.

Os armênios eram invejados porque eram ricos e mais cultos do que a sociedade dominante. Eles eram os empreendedores do Império Otomano. O mesmo ocorreu na Rússia. O mesmo ressentimento existia na Rússia, embora não com a intensidade do ressentimento que existia na Turquia.

As estimativas não-turcas falam em algo entre 800.000 e 1,5 milhão de armênios mortos
Embora a maioria destes homicídios tenha ocorrido com o uso de baixa tecnologia, os métodos eram extremamente eficazes. O exército capturava centenas ou milhares de civis, levava-os até áreas desertas e inóspitas, e os deixava lá até que literalmente morressem de fome.

O nome Arnold Toynbee é bem conhecido. Já na década de 1950 ele era um dos mais eminentes historiadores do planeta. Seu estudo, compilado em 12 volumes (1934—61), sobre 26 civilizações não possui precedentes em sua amplitude. Sua obra O Tratamento dos Armênios no Império Otomano foi sua primeira grande publicação.

Por que algumas organizações armênias não dão ampla divulgação e notoriedade a este documento é algo que me escapa completamente. O livro está em domínio público. A seção a seguir, que está na Parte VI, "As Deportações de 1915: Procedimento", é iluminadora. Leia-a com atenção. Trata-se do aspecto crucial de todo o genocídio. 
O governo confiscou as armas dos cidadãos.

Um decreto foi expedido ordenando que todos os armênios fossem desarmados. Os armênios que serviam no exército foram retirados das fileiras combatentes, reagrupados em batalhões especiais de trabalho, e colocados para construir fortificações e estradas. O desarmamento da população civil ficou a cargo das autoridades locais.

Um reino de terror foi instaurado em todos os centros administrativos. As autoridades exigiram a produção de uma quantidade estipulada de armas. Aqueles que não conseguissem cumprir as metas eram torturados, frequentemente com requintes satânicos; aqueles que, em vez de produzir, adquirissem armas para repassá-las ao governo — comprando de seus vizinhos muçulmanos ou adquirindo por qualquer outro meio —, eram aprisionados por conspiração contra o governo.

Poucos desses eram jovens, pois a maioria dos jovens havia sido recrutada para servir o estado. A maioria era de homens mais velhos, homens de posse e líderes da comunidade armênia, e tornou-se claro que a inquisição das armas estava sendo utilizada como um disfarce para privar a comunidade de seus líderes naturais.

Medidas similares haviam precedido os massacres de 1895—96, e um mau presságio se espalhou por todo o povo armênio. "Em uma certa noite de inverno", escreveu uma testemunha estrangeira desses eventos, "o governo enviou soldados para invadir as casas de absolutamente todos os armênios, agredindo as famílias e exigindo que todas as armas fossem entregues. Essa ação foi como um dobre de finados para vários corações".

Desarmamento

Lênin desarmou os russos. Stalin cometeu genocídio contra os kulaks ucranianos durante a década de 1930. Pelos menos seis milhões de pessoas foram mortas.

Como mostrou a organização Jews for the Preservation of Firearms Ownership (Judeus pela Preservação da Posse de Armas de Fogo), o modelo do Decreto do Controle de Armas de 1968 nos EUA — até mesmo as palavras e o fraseado — foi copiado da legislação de 1938 de Hitler, a qual, por sua vez, era uma revisão da lei de 1928 aprovada pela República de Weimar. Uma boa introdução a esta história politicamente incorreta da história do controle de armas pode ser vista aqui.

Quando as tropas de Mao Tsé-Tung invadiam um vilarejo, elas capturavam os ricos. Em seguida, elas ofereciam a devolução das vítimas em troca de dinheiro. As vítimas eram libertadas quando o pagamento fosse efetuado. Mais tarde, o governo voltava a sequestrar essas mesmas pessoas, só que desta vez exigindo armas como resgate. Ato contínuo, assim que as armas eram entregues, as vítimas eram libertadas.

Essa mudança de postura — exigir armas em vez de dinheiro — fez com que a negociação parecesse razoável para as famílias das próximas vítimas. Porém, tão logo o governo se apossou de todas as armas de uma comunidade, os aprisionamentos e as execuções em massa começaram.

A ideia de que o indivíduo tem o direito à autodefesa era tão comum e difundida no século XVIII que ela foi escrita na Constituição americana: a Segunda Emenda. Carroll Quigley, eminente historiador e teórico da evolução das civilizações, era também um especialista na história do uso de armas pela população. 
Ele escreveu um livro de 1.000 páginas sobre o uso de armas como meio de defesa durante a Idade Média. Em sua obra Tragedy and Hope (1966), ele argumenta que a Revolução Americana foi bem sucedida porque os americanos possuíam armas de poder de fogo comparável àquelas em posse das tropas britânicas. 
Foi exatamente por isso, disse ele, que houve toda uma série de revoltas contra governos despóticos em todo o século XVIII.

Tão logo as armas em posse do governo se tornaram superiores, os movimentos e manifestações em prol da redução do tamanho do estado deixaram de ter o mesmo êxito que haviam tido nos séculos anteriores.

Há uma razão por que os governos são tão empenhados em desarmar seus cidadãos: eles querem manter seu monopólio da violência a todo custo. A ideia de haver cidadãos armados é apavorante para a maioria dos políticos. Afinal, para que serve um monopólio se ele não pode ser exercido? 
Cidadãos armados impõem um limite natural à tirania do estado.

Conclusão

Genocídios acontecem.
Mas não há genocídio quando os alvos estão armados.


26 de abril de 2021
Gary North

EXPOENTE DA ESQUERDA RECONHECE ABERTAMENTE: IMPOSTOS SÃO APENAS PARA DESTRUIR E PUNIR AS PESSOAS

A esquerda realmente entende de impostos; por isso os defende



O governo Joe Biden fez, recentemente, dois grandes anúncios: um pacote de US$ 2,3 trilhões em infraestrutura e um aumento da alíquota de imposto sobre ganhos de capital de 20% para 39,6%.

Ele também quer aumentar a alíquota máxima do Imposto de Renda de Pessoa Física, dos atuais 37% para os mesmos 39,6% do imposto sobre ganhos de capital.

Na própria imprensa já estão dizendo que todo o pacote de estímulos — que envolve não apenas gastos em infraestutura, mas também vários gastos assistenciais — custará US$ 4 trilhões.

Como a arrecadação de impostos não aumentará US$ 4 trilhões, a diferença será coberta via endividamento e impressão monetária.

A impressão monetária já está acelerada desde o ano 2020, como mostra o gráfico do M2 abaixo:


Gráfico 1: evolução do M2 americano

Na prática, o Partido Democrata está adotando os princípios da Teoria Monetária Moderna (TMM), o que não é surpresa nenhuma, dado que foram exatamente os integrantes do seu partido que mais agitaram para colocar tal teoria em evidência perante o mundo.

O básico sobre a TMM

Para entender toda a "lógica", da esquerda atual, é necessário você entender o básico sobre a Teoria Monetária Moderna.

Sucintamente, a TMM afirma que um governo que tem a liberdade de imprimir a própria moeda não sofre de nenhuma restrição fiscal. Sempre que quiser incorrer em qualquer gasto (ou em qualquer aumento de gasto), basta o Banco Central imprimir a quantidade de moeda necessária.

É realmente simples assim.

Se os fatores de produção (mão-de-obra e todos os maquinários industriais) não estiverem 100% ocupados — ou seja, se a economia não estiver a pleno emprego, com o PIB crescendo aceleradamente —, não há por que se preocupar com qualquer pressão nos preços. O Banco Central pode imprimir sem medo.

No entanto, caso a inflação de preços porventura comece a incomodar, basta o governo aumentar impostos. Isso irá "enxugar" todo esse excesso de moeda da economia.

Para os adeptos da TMM, portanto, a função da tributação não é "obter receitas" para o governo (ele não precisa de receitas, pois pode simplesmente imprimir moeda). A tributação, ao contrário, tem duas funções: a) retirar moeda da economia quando esta se torna excessiva e começa a pressionar os preços; e b) motivar o uso da moeda nacional e obter sua aceitação geral, pois é essa unidade de conta que o estado reconhece como meio de pagar impostos.

A tributação, portanto, tem uma função reguladora: ela reduz o excesso de demanda na economia e modifica o comportamento individual.

Como consequência, todos os gastos do governo podem ser financiados ou pela criação direta de moeda pelo Banco Central ou pelo endividamento do governo. O endividamento seria apenas uma espécie de "alternativa de luxo", a qual não geraria nenhuma consequência negativa, pois o estado pode emitir dívida e, depois, imprimir moeda para quitar esta dívida.

E como os gastos públicos levam à criação de moeda, os próprios gastos criam a poupança necessária para financiar o déficit orçamentário (as pessoas recebem a moeda criada pelo governo e, em seguida, podem utilizar essa moeda para comprar novos títulos do governo).

Consequentemente, o governo pode definir a taxa de juros em qualquer nível que desejar, de preferência em zero.

Uma resposta franca e reveladora

A grande expoente da Teoria Monetária Moderna é a economista Stephanie Kelton. Foi ela quem escreveu o livro que se tornou a Bíblia do movimento: The Deficit Myth (O Mito do Déficit), o qual diz, como é de se imaginar, que déficits orçamentários não têm importância nenhuma, pois podem ser cobertos via impressão monetária.

Recentemente, Kelton foi entrevistada pela Bloomberg Markets. Em um determinado momento, o entrevistador perguntou: "Já que não precisamos nos preocupar com os déficits do governo, então por que existem impostos?"

A resposta de Kelton foi iluminadora.

Lembre-se que a justificativa que sempre foi tradicionalmente apresentada para a existência de impostos é que, parafraseando Oliver Wendell Holmes, eles são o "preço da civilização". Os céticos, por outro lado, sempre apontaram que, historicamente, as sociedades com impostos muito baixos eram frequentemente muito mais civilizadas – pense no Século de Ouro Holandês, na Idade de Ouro Islâmica, na Inglaterra Vitoriana, e na pejorativamente chamada de "Era Dourada" da história americana (aquela época de ouro de trinta anos em que quase tudo que é útil foi inventado).

E, ainda assim, ao longo desse período, as receitas federais foram um quinto do que são hoje.

Por que, mesmo com menos impostos, houve tanta civilização? Porque muito do que os governos fazem hoje era feito por instituições de caridade e por empresas que competiam pelo dinheiro de seus clientes, e não pelo confisco do orçamento dos indivíduos via impostos. Quando médicos, bombeiros e escolas têm de satisfazer seus clientes, as coisas ficam bastante civilizadas.

Entretanto, mesmo se aceitarmos a ideia de que o "estado deve ser um vigia noturno" e, portanto, deve ofertar serviços de defesa nacional e pagar salários para os juízes do Supremo Tribunal, ainda assim a proposta fica complicada: afinal, se o governo pode simplesmente imprimir moeda para pagar por toda essa "civilização", por que existem impostos?

Qual foi a resposta de Kelton? Os impostos ainda seriam necessários, pois eles nos tornam pobres. E também porque eles podem punir pessoas de quem ela não gosta.

Eis a resposta dela:


Impostos retiram dinheiro das mãos das pessoas, de modo que elas não mais podem gastá-lo. Impostos ajudam a retirar poder de compra das pessoas e repassar esse poder de compra para o governo. […]

Impostos são importantes para redistribuição. Você pode aumentar ou reduzir impostos, ou mesmo criar novos impostos, se você se importa com coisas como redistribuição de riqueza e de renda.

Você tem impostos porque você quer incentivar ou desincentivar determinados comportamentos. Impostos são importantes se você quiser incentivar as pessoas a comprar carros elétricos e eletrodomésticos menos poluentes, e para desincentivar as pessoas a fumar ou a poluir a atmosfera.

Especificamente, Kelton gosta do fato de os impostos "retirarem dinheiro das mãos das pessoas, de modo que elas não mais podem gastá-lo", deixando mais poder de compra para o governo. Ou seja, os impostos tornam as pessoas mais pobres, e isso aparentemente é um ponto positivo para ela, provavelmente porque ela acredita que os governos são realmente bons em tirar as pessoas da pobreza.

Mas depois é que veio o melhor: não se trata apenas de o governo gastar nosso dinheiro com mais sabedoria do que jamais poderíamos ter. Kelton acrescenta dois motivos secundários pelos quais adora impostos: punir determinadas pessoas confiscando e redistribuindo seu dinheiro e punir pessoas por fazerem coisas de que ela não gosta — como comprar carros bons e máquinas de lavar que realmente funcionam.

Em outras palavras, os impostos nada mais do que uma espécie de engenharia social em que há incentivos para seus amigos e punições para os não tão amigos.

Está fora do escopo deste artigo adentrar nos custos morais e práticos que o uso de impostos visando a uma engenharia social acarretaria para a civilização. Quando todas as decisões individuais — desde o que comemos e onde passamos as férias, até que tipo de sacola usamos para carregar nossas compras — ficam sujeitas à decisão de políticos, todo o pacto social do "viver e deixar viver" já foi abolido. Não há nada fora do alcance destes "incentivadores"; nenhum detalhe é pequeno demais. O próprio conceito de civilização, que depende de liberdade e livre iniciativa, já foi revogado.

Combine esses fatos – nenhum detalhe pequeno demais para os engenheiros sociais e sua capacidade de impor obediência quase universal por meio de impostos e subsídios – e corremos o risco de uma sociedade totalitária autorizada": uma em que, na teoria, somos livres, mas usarmos essa liberdade sofreremos multas ruinosas.

Para concluir

Vale acrescentar que nós libertários concordamos totalmente com Kelton em um ponto: impostos realmente servem para espalhar a pobreza e para punir as pessoas das quais não gostamos. É por isso que libertários, por serem éticos e generosos, são contrários a todo e qualquer imposto.

Por fim, é sempre bom ver que a esquerda agora reconhece que impostos nada têm a ver com civilização. Eles servem para destruir, e agora na modalidade de punição discriminatória.

26 de abril de 2021
Peter St. Onge


EM HOMENAGEM A TIRADENTES

A mensagem é profundamente libertária




Lenda ou realidade, o que realmente interessa é que a mensagem por trás do ícone Tiradentes é profundamente libertária. É uma mensagem que invoca a secessão, a guerra contra os impostos, e a luta contra um governo centralizador.

Segundo a história, há 229 anos, o dentista, comerciante, militar e ativista político Joaquim José da Silva Xavier era enforcado e esquartejado em praça pública pelo estado.

Seu crime? Defender a independência da colônia de Minas Gerais em relação à Coroa Portuguesa, movimento esse inspirado pela recente independência das colônias americanas.

A motivação desta "revolta"? A decretação da derrama pelo governo local, uma medida que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, autorizando o confisco de todo o dinheiro e bens do devedor.

Para onde ia o dinheiro? Para a Real Fazenda, credora de uma dívida mineira que, àquela altura, já estava acumulada em 538 arrobas de ouro.

Quem delatou Tiradentes aos portugueses? Joaquim Silvério dos Reis, um fazendeiro e proprietário de minas que, devido aos altos impostos cobrados pela Coroa Portuguesa, estava falido.

Qual foi seu prêmio por essa delação? O perdão dessa dívida de impostos. E mais: o cargo público de tesoureiro, uma mansão, uma pensão vitalícia, o título de fidalgo da Casa Real e a "honra" de ser recebido pelo príncipe regente Dom João em Lisboa.

Ou seja, o episódio da Inconfidência Mineira — mesmo quem não acredita em sua autenticidade histórica pode perfeitamente vê-lo como uma parábola de ensinamentos — seria apenas mais um exemplo da única e genuína luta de classes que existe no Brasil, criada pelo estado: pagadores de impostos versus recebedores de impostos. Ela nos dá uma chance de refletir sobre a natureza dos impostos e do próprio estado.

A principal lição é a de que o estado não tolera pessoas que se recusam a abrir mão dos frutos de seu esforço, ao mesmo tempo em que ele sabe recompensar muito bem aquelas que o auxiliam a espoliar e destruir esses rebeldes. (Como exemplo atual, apenas pense na batalha diária entre empreendedores criadores de riqueza e funcionários do fisco.)

Como consequência direta, deduz-se que a tributação, de qualquer tipo, nada mais é do que um roubo, puro e simples. Afinal, o que é um roubo? Roubo é quando você confisca a propriedade de um indivíduo por meio da violência ou da ameaça de violência — o que significa, obviamente, que o esbulho é feito sem o consentimento da vítima.

Por outro lado, sempre existem aqueles apologistas do governo — muito provavelmente pessoas que dependem dele para sobreviver — que afirmam que o ato de se pagar impostos é, por algum motivo místico, algo cívico e "voluntário". Fossem minimamente lógicas, tais pessoas não teriam qualquer problema em defender uma mudança na lei, a qual diz que o não cumprimento das obrigações tributárias é algo criminoso e sujeito às "devidas penalidades".

(Alguém realmente acredita que, se o pagamento de impostos fosse algo voluntário, o governo viveria com os cofres abarrotados, como ocorre hoje? É exatamente por isso que a tributação tem necessariamente de ser compulsória).

Mas se você é uma pessoa que não tem dificuldades com a lógica e, exatamente por isso, entende que o ato da tributação é idêntico a um roubo, então você também não terá dificuldade alguma em concluir que as pessoas que praticam esse ato, e que vivem dele, são uma gangue de ladrões.

Por conseguinte, você também não terá dificuldade alguma em concluir que qualquer organização governamental, que inevitavelmente vive do esbulho alheio, é "uma gangue de ladrões em larga escala", como disse Murray Rothbard, e que, exatamente por isso, merece ser tratada — moral e filosoficamente — como um simples bando de meros rufiões, parasitas imerecedores de qualquer reverência, deferência ou mesmo do mais mínimo respeito.

O IMB dedica esse dia de Tiradentes a todos aqueles bravos brasileiros que trabalham duro dia e noite e que são obrigados a entregar para a gangue de ladrões em larga escala mais de 40% dos frutos do seu esforço, apenas para sustentar o bem-bom de uma classe parasitária — e tudo sob a mira de uma arma e sob a ameaça de encarceramento.

Eis um assunto de grande apelo para todos aqueles que trabalham no setor produtivo: jovens e velhos, pobres e ricos, "proletários" e classe média, brancos e negros, homens e mulheres, cristãos, judeus, muçulmanos e ateus. Eis um assunto que todos estes criadores de riqueza conhecem muito bem: tributação.

E eis um assunto que o outro lado, o dos recebedores de impostos, também conhece muito bem: parasitismo.


26 de abril de 2021
Instituto Mises Brasil  (IMB)

PENSAMENTOS & SENTIMENTOS

 


26 de abril de 2021