"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

INSTANTÂNEO

Lula sem saber que estava sendo filmado


19 de novembro de 2013

CARTA AO LEITOR DE VEJA

 
"Que os réus do mensalão sejam não os últimos, mas os primeiros de uma nova era de tolerância zero com a ação dos corruptos."


Dois momentos -- A capa de VEJA de outubro de 2012 e a de setembro de 2013: euforia e desalento antes da prisão
As capas de VEJA de outubro de 2012 e de setembro de 2013


QUE SEJA SÓ UM COMEÇO

Depois de mais de oito anos de idas e vindas, surpresas positivas e decepções, finalmente, na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu decretar a prisão dos réus condenados no escândalo do mensalão, a ousada operação clandestina de uso de dinheiro público e privado com o objetivo de perpetuação de uma facção no poder.
 
Os ministros do STF decidiram que o correto é cumprir imediatamente as sentenças ou as partes delas já definidas e contra as quais não cabem mais recursos. O desfecho do escândalo do mensalão, com a ida para a prisão dos réus, não pode ser encarado como a vitória de um partido sobre outro ou da oposição sobre o governo.
 
Em um país em que a corrupção vinha vencendo todas as disputas com a ética, a decência e a justiça, o significado da prisão dos mensaleiros é mais amplo, profundo e precioso.
 
O Brasil espera que o exemplo de cima dado pelo STF se espalhe pelas instâncias inferiores da malha jurídica nacional e que cada um de seus integrantes se sinta, a partir de agora, um soldado na luta contra a corrupção. Que os réus desse escândalo sejam não os últimos, mas os primeiros de uma nova era de tolerância zero com a ação dos corruptos.
 
Que seja reavivado o real significado do conceito de república, a res publica dos romanos, em que a responsabilidade de cada um tem de ser sempre maior quando o bem é de todos. Isso é o reverso da cínica atitude que tristemente prevalece no Brasil, com as honrosas exceções de sempre, segundo a qual o que é de todos não é de ninguém — ou, pior ainda, é de quem pegar primeiro.
 
Que o caso do mensalão entre para a história do Brasil como o marco inaugural de uma nova etapa na dura caminhada civilizatória dos brasileiros.
 
O episódio deve ser lembrado como a pedra fundamental da institucionalização das virtudes republicanas no Brasil. Assim, com certeza, a Justiça não precisará mais de oito longos anos para punir corruptos pegos em flagrante. Assim, as boas causas poderão triunfar não mais pelo caráter de um ou outro magistrado ou graças ao voluntarismo de um servidor público extremado no cumprimento de seus deveres, mas pela existência de instituições sólidas, funcionais e independentes dos interesses individuais ou de grupos.

19 de novembro de 2013
Ricardo Setti - Veja

GENOÍNO DEIXA PRESÍDIO, FAZ EXAME MÉDICO NO IML E RETORNA PARA A PAPUDA

A Justiça do Distrito Federal determinou nesta terça-feira (19) que o ex-presidente do PT José Genoino (PT-SP) seja examinado por médicos do IML (Instituto Médico Legal ).
 
A Folha apurou que o exame já foi feito na tarde de hoje no IML, fora do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e Genoino já retornou ao presídio. Genoino foi condenado a 6 anos e 11 meses por formação de quadrilha e corrupção ativa.
 
Tomada pelo juiz da Vara de Execução Penal do Distrito Federal, Ademar Silva de Vasconcelos, a decisão pretende descobrir a real condição de saúde de Genoino.
 
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, aguarda um laudo oficial para decidir se aceita ou não o pedido de prisão domiciliar, já que ele sofre de problemas cardiacos. Em parecer enviado ao STF, a Procuradoria-Geral da República havia pedido que o ex-presidente do PT seja analisado por uma junta de cardiologistas
 
Genoino passou por uma cirurgia em julho para corrigir lesão em uma das artérias do coração. Devido à recuperação, pediu licença de seu mandato na Câmara.
 
O médico Daniel França Vasconcelos, que atendeu o petista, disse que Genoino sofre de "hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia". Isso significa que ele tem pressão alta e níveis elevados de gordura no sangue. De acordo com o médico, Genoino deve seguir uma dieta específica, tomar medicamentos regulares e controlar a coagulação sanguínea.

 

O deputado José Genoino comparece ao velório do empresário Jorge Ferreira

19 de novembro de 2013
MATHEUS LEITÃO  -  UOL

A SOLIDARIEDADE COM OS MENSALEIROS NÃO RECONHECE AUTORIDADE DO JUDICIÁRIO

Bancada do PT no Senado decide em peso visitar os mensaleiros; é solidariedade política; partido deixa claro que não reconhece autoridade do Judiciário


No debate de quinta da VEJA.com, previ que o próprio Apedeuta lideraria uma caravana de visita aos petistas mensaleiros na Papuda. Ainda não se chegou lá, mas quase — ou, em certo sentido, pior. A bancada do PT no Senado, informa Gabriela Guerreiro, na Folha Online, decidiu que irá ao encontro dos patriotas nesta quinta. Wellington Dias (PI) explica:
 
“É uma visita de solidariedade. Nós tivemos uma convivência com essas lideranças e reconhecemos a importância histórica. São pessoas que conviveram no parlamento, como ministro, dirigente sindical ou líder do nosso partido. As pessoas precisam desse apoio é nessas horas. A nossa bancada não pode esquecer uma das coisas que é a essência do nosso partido que é a solidariedade, o apoio pessoal, humano e o apoio à família, enfim, na hora que precisa”.
 
Lula ainda chega lá. É questão de tempo. A própria Dilma Rousseff já deu a sua contribuição. Seu perfil retuitou uma mensagem de protesto contra a prisão dos mensaleiros. Note-se: trata-se de uma operação de solidariedade com pessoas que são oficialmente declaradas pela Justiça como criminosas. Fosse um apoio humano, aos amigos, seria compreensível.
 
Quando, no entanto, uma bancada de senadores decide fazer uma visita como a anunciada, em grupo, nos termos em que a anuncia Wellington Dias, é claro que se está diante de uma questão política. Os petistas acatam a decisão da Justiça porque não fazê-lo obrigaria o Estado brasileiro a usar a força para que se cumprisse a decisão judicial. Isso não seria interessante. Acatam, sim, mas não reconhecem a sua legitimidade.
 
O que o PT está dizendo é que o Poder Judiciário não é Poder nas cercanias do partido. A legenda não reconhece a sua legitimidade.
 
19 de novembro de 2013
Reinaldo Azevedo

DIRCEU: EM DEZ ANOS, DO AUGE À PRISÃO


Ex-homem forte do PT deixou liderança do ministério de Lula para a prisão em Brasília. Alguns colegas de partido, avaliam que Dirceu está marginalizado politicamente e que, com a prisão, seu poder encolherá ainda mais.
 
 
Charge: Aroeira - Brasil Economico (SP)
 
Preso na última sexta-feira ao lado de outros 11 réus condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, José Dirceu vivia, há dez anos, o auge de sua carreira na política.

Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, em 2002, ele se tornaria ministro-chefe da Casa Civil. Exerceria o posto até ser acusado, em 2005, de chefiar um esquema de compra de apoio político no Congresso, o mensalão.

A acusação, que ele sempre negou, acabaria chancelada pelo STF em 2012.

Mesmo após sua saída do governo e longe de cargos públicos — em 2005, foi expulso também do Congresso e ficou inelegível por oito anos —, Dirceu continuou a ser um alvo prioritário da oposição e uma figura altamente polarizadora da política nacional, capaz de gerar ódio entre críticos e fascínio entre simpatizantes.

Para muitos aliados e adversários, ele jamais perdeu ascendência no PT e até no governo federal e, ainda que preso, continuará ativo politicamente.

"Com certeza ele manterá seu espaço no PT e na política nacional", diz à BBC Brasil o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

"Eventuais erros que possamos ter cometido e as dificuldades por que passamos não inviabilizam a possibilidade de corrigirmos os rumos e darmos a volta por cima".

Segundo um assessor de Dirceu, sua futura participação política dependerá das condições de sua pena.

Até sua prisão, o ex-ministro mantinha um blog, em que comentava temas políticos. No dia de sua detenção, ele publicou uma carta em que criticou o julgamento, se disse injustiçado e anunciou que recorreria da condenação a cortes internacionais.

O assessor diz que, caso a sentença não o prive de escrever, ele continuará a atualizar o blog.

Na tarde de segunda, Dirceu e outros quatro condenados no julgamento foram transferidos da Penitenciária da Papuda para uma prisão destinada a detentos do regime semiaberto.

Sua defesa agora trabalha para que ele possa deixar a prisão durante o dia.

Dirceu foi condenado por dois crimes, corrupção ativa e formação de quadrilha, mas somente a condenação por corrupção ativa começou a ser executada, já que não pode mais ser revertida por recursos.

Essa condenação – de sete anos e 11 meses de prisão – lhe dá o direito ao regime semiaberto, em que pode sair da cadeia durante o dia para trabalhar.

Se, posteriormente, o STF rejeitar seu recurso à condenação por formação de quadrilha, sua pena será ampliada para 10 anos e 10 meses de prisão e ele terá de cumpri-la inicialmente em regime fechado.

Poder em declínio

Outros colegas de partido, porém, avaliam que Dirceu está marginalizado politicamente e que, com a prisão, seu poder encolherá ainda mais.

Um deputado federal petista afirma que o ex-ministro continuará participando dos debates internos do PT, mas que antes da prisão ele já não tinha mais qualquer influência direta no partido.

Segundo o deputado, Dirceu exerceu posição de destaque no PT somente até deixar o governo, em 2005. Ele lembra que, ainda naquele ano, a corrente majoritária do PT o excluiu da Comissão Executiva Nacional e que, na última eleição interna da sigla, na semana passada, ele não ingressou nem sequer no diretório nacional.

"Hoje, a importância do Dirceu (no PT) é meramente simbólica", diz o professor de história contemporânea da USP Lincoln Secco, autor do livro História do PT.

Sem posição no aparelho do Estado ou do partido e sem o poder de fazer nomeações de cargos, Dirceu, segundo Secco, não exerce mais influência sobre as bases do PT.

O desprestígio do ex-ministro no partido se exprime também, afirma o professor, pela frieza com que a direção da sigla tem tratado o julgamento do mensalão.

Para Secco, nem Lula nem a corrente majoritária do PT jamais o defenderam explicitamente, ainda que segmentos de extrema-esquerda do partido tenham promovido no ano passado uma campanha em desagravo ao ex-ministro.

A postura da cúpula partidária, segundo ele, condiz com as diretrizes que passaram a ser seguidas pela sigla nos anos Lula.

"A direção do PT é dominada por uma ideologia chamada de lulismo, que acha que, para se manter no poder, o partido não pode provocar debates que levem a um radicalismo na opinião pública."

"A defesa de Dirceu atrapalha o projeto eleitoral."

O papel que Dirceu exerce hoje no PT contrasta com sua participação no partido entre 1995 a 2002, quando presidiu a sigla.

O professor afirma que naquele período, com mão de ferro, Dirceu conseguiu unificar a sigla – até então rachada entre suas várias tendências – e transformá-la numa "moderna máquina eleitoral social-democrata". E isso tudo num momento crucial: o conturbado segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.

"Sem ele, o PT não teria tido a mesma chance de ganhar em 2002", diz.

"O Lula nunca teve capacidade de resolver problemas internos do partido e sempre precisou que alguém que fizesse isso. O Dirceu foi essa pessoa; o legado dele é o que o PT é hoje".

19 de novembro de 2013
Texto de João Fellet da BBC Brasil em Brasília
Fonte: BBC Brasil
 

TEMOS O DEVER DE COMPREENDER A ANGÚSTIA DO POBRE PIZZOLATO...

Marco Aurélio ajuda a demonizar o Poder Judiciário e pede que compreendamos a alma profunda de Pizzolato. Claro que sim, ministro! É pra já!


Já elogiei muitas vezes os votos de Marco Aurélio aqui, mesmo quando na contramão ou da metafísica influente ou da minha própria opinião.
Parecia-me um ministro independente. Com o tempo, a coragem de não endossar consensos foi ganhando, assim, os contornos de alguém que parece falar “pour épater les bourgeois”, para causar espécie,  indignação, polêmica. E isso na melhor das hipóteses.
 
Está em curso um processo de demonização do Poder Judiciário, do STF em particular e, mais especificamente, do ministro Joaquim Barbosa. Ainda que se possam fazer reparo aos três, a gritaria que está por aí se dá por maus motivos. Leiam o que informa Severino Motta, na Folha.

Volto em seguida.

*

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello criticou nesta terça-feira (19) a forma como foram feitas as prisões do mensalão. De acordo com ele, há dúvidas sobre a necessidade de levar todos a Brasília e teria havido pressa nesta última etapa do processo.
Segundo o ministro, os detentos deveriam cumprir pena nos Estados onde moram, próximo de suas famílias. “O cumprimento se dá onde o réu, o reeducando – e tomara que todos saiam reeducados – onde o reeducando tem raízes, tem domicílio. Porque se pressupõe que, ficando mais próximo da família, vai haver a assistência, que é importante para a res socialização”, disse.
 
Marco Aurélio ainda disse que a pressa para as prisões fez com que os apenados passassem um dia o complexo prisional da Papuda no setor controlado pela Polícia Federal, o que não deveria ter acontecido. De acordo com ele, caso houvesse mais calma, haveria maior segurança. Pouco antes de entrar numa das turmas de julgamento do STF, Marco Aurélio, que foi o ministro responsável por dar um habeas corpus ao ex-banqueiro Salvatore Cacciola em 2000, que acabou fugindo do país, também disse que é preciso compreender a decisão de fuga do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
 
“Precisamos compreender a angustia de quem está condenado. E incito à pessoa tentar escapar, principalmente conhecendo as condições desumanas das nossas penitenciárias. Então, como ele tinha dupla nacionalidade, ele saiu do Brasil para se ver livre do que seria o recolhimento a uma das penitenciárias. Isso nós precisamos compreender”.
 
Ele ainda alegou que o STF não poderia determinar medidas que limitassem a liberdade de ir e vir de Pizzolato antes de uma condenação definitiva e que agora só resta ao Brasil pedir a extradição e aguardar uma resposta do governo da Itália.
 
Por fim, o ministro também voltou a explicitar sua descrença em relação à possibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconhecer a existência do mensalão. “Eu presumo sempre o que normalmente ocorre. Eu não consigo imaginar o presidente da República alheio ao que ocorre na respectiva cozinha”.
(…)
 
Voltei
Angústias, creio, todos têm, menos os psicopatas, clinicamente incapazes de sentir simpatia ou empatia. A literatura brasileira é plena de jagunços comovidos. Ainda hoje, algumas das personagens que excitam a imaginação dos nossos cronistas, especialmente em certa imprensa, é o bandido humanista, não é assim?
É realmente estupefaciente que Marco Aurélio, em fala tão curta, hostilize, ainda que de maneira oblíqua, Joaquim Barbosa e nos convoque a compreender os desvãos da alma de Henrique Pizzolato.
Sua fala é também perigosa. Daqui a pouco, os bandidos brasileiros reivindicarão o direito legítimo à fuga.
Ou por outra: não se pode proibi-los de tentar fugir, mas se deve puni-los por isso. Estranho, não? Agora que a Papuda ganhou alguns hóspedes ilustres, deram para lembrar as condições miseráveis dos presídios brasileiros.
 
O ministro deveria ser um pouco mais prudente. Em qualquer país democrático do mundo, alguém nas condições de Pizzolato estaria com vigilância especial — e não haveria agressão a direito nenhum. Desde a sua condenação, isso teria sido determinado.
Esperar-se-ia, como se esperou, o trânsito em julgado para a execução da pena, mas seus passos estariam vigiados.
 
Quando se retira o passaporte, por exemplo, o que se tem? Na prática, é uma restrição de direito. Da forma como se fez no Brasil, convenham, todos poderiam ter simplesmente se mandado do Brasil. Lamento, mas a fala do ministro deixa implícita a ideia de que otário é quem não o fez.

Não dá! Há a hora em que se espera de um dos 11 ministros do Supremo que fale em nome da instituição. Se Marco Aurélio quer se comportar como advogado de defesa, que tire a toga dos ombros e abra um escritório. Lamentável! Passou dos limites mais uma vez. 
 
19 de novembro de 2013
Reinaldo Azevedo

POBRE "CONTRIBUINTE COMPULSÓRIO"

Vagabundas do Dinheiro Público no País de Merda

Para ser um país tão absolutamente merda como o Brasil é preciso ser profissional, anos de dedicação. É preciso uma cultura de merda, com um povo merda sem um pingo de vergonha na cara e de caráter. Vejam mais uma das características que fazem do Brasil uma fossa asquerosa e detestável:
 
As filhas de servidores que ficam solteiras para ter direito a pensão do Estado.
 As pensões a filhas solteiras de funcionários públicos consomem por ano R$ 4,35 bilhões do contribuinte – e muitas já se casaram, tiveram filhos, mas ainda recebem os benefícios.
 O casamento de Márcia Brandão Couto. Ela se manteve solteira no civil para seguir recebendo R$ 43 mil por mês do Estado (Foto: Arq. pessoal)
 
Era um sábado nublado. No dia 10 de novembro de 1990, a dentista Márcia Machado Brandão Couto cobriu-se de véu, grinalda e vestido de noiva branco com mangas bufantes para se unir a João Batista Vasconcelos. A celebração ocorreu na igreja Nossa Senhora do Brasil, no bucólico bairro carioca da Urca.
A recepção, num clube próximo dali, reuniu 200 convidados. No ano seguinte, o casal teve seu primeiro filho. O segundo menino nasceu em 1993.
Para os convidados do casamento, sua família e a Igreja Católica, Márcia era desde então uma mulher casada.
Para o Estado do Rio de Janeiro, não. Até hoje, Márcia Machado Brandão Couto recebe do Estado duas pensões como “filha solteira maior”, no total de R$ 43 mil mensais.
 
Um dos benefícios é pago pela Rioprevidência, o órgão previdenciário fluminense. O outro vem do Fundo Especial do Tribunal de Justiça. A razão dos pagamentos? Márcia é filha do desembargador José Erasmo Couto, que morreu oito anos antes da festa de casamento na Urca.
Os vultosos benefícios de Márcia chegaram a ser cancelados por uma juíza, a pedido da Rioprevidência. Ela conseguiu recuperá-los no Tribunal de Justiça do Rio, onde seu pai atuou por muitos anos.
O excêntrico caso está longe de ser exceção no país. Um levantamento inédito feito por ÉPOCA revela que pensões para filhas solteiras de funcionários públicos mortos custam ao menos R$ 4,35 bilhões por ano à União e aos Estados brasileiros.
 
Esse valor, correspondente a 139.402 mulheres, supera o orçamento anual de 20 capitais do país – como Salvador, Bahia, e Recife, Pernambuco.
 
Ao longo de três meses, ÉPOCA consultou o Ministério do Planejamento e os órgãos de Previdência estaduais para apurar os valores pagos, o número de pensionistas e a legislação.
Ao menos 14 Estados confirmaram pagar rendimentos remanescentes para filhas solteiras, embora todos já tenham mudado a lei para que não haja novos benefícios.
 
Hoje, as pensões por morte são dadas a filhos de ambos os sexos até a maioridade e, por vezes, até os 24 anos, se frequentarem faculdade.
Santa Catarina, Amapá, Roraima, Tocantins e Mato Grosso do Sul informaram não ter mais nenhum caso. Distrito Federal, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Rondônia e Piauí deram informações incompletas ou não forneceram a quantidade de pensionistas e o valor gasto.
ÉPOCA não conseguiu contato com a Paraíba. É provável, portanto, que os números sejam superiores aos 139.402 apurados e aos R$ 4,35 bilhões
 
19 de novembro de 2013
 in selva brasilis

A ENROLAÇÃO DAS "AUTORIDADES ECONÔMICAS" PETISTAS


Paulo Roberto de Almeida, meu amigo e companheiro de ideias, dá uma lição aos economistas palacianos, que só fazem contas milagrosas - bem distantes dos fatos:
1) Inflação: NÃO está dentro da meta, e sim batendo no teto, quase, ou acima, de 6,5% ao ano. Ou seja, a meta não é mais de 4,5%, e sim de 6,5%.
O Conselho Monetário Nacional precisa saber disso, e retificar suas informação, pois ele está defasado em pelo menos 2%.
2) A dívida líquida do setor público pode até ser de 32% do PIB (com toda a maquiagem e deformações contábeis orquestradas pelo Tesouro Nacional e pelas autoridades fiscais), mas não se menciona que a dívida bruta é pelo menos o DOBRO disso, com pelo menos um quarto dos valores detidos pelo Banco Central, o que em outros países é terminantemente,e proibido. Aliás, o valor bruto não é em todos os casos o parâmetro mais relevante, pois o Japão, por exemplo, tem uma dívida pública superior a 250% do PIB.
O mais importante é o CUSTO e o PERFIL do financiamento: no Japão, 99% da dívida é constituída internamente, ou seja, poupança dos próprios japoneses, e o governo paga, por esse empréstimo, os menores juros do mundo, menos de 1% (talvez até negativos, dependendo da taxa de inflação).
No Brasil, é preciso fazer apelo a capitais externos, e o custo se aproxima de 10% ao ano. Quem está melhor?
3) Reservas internacionais: encher a boca com a cifra de quase 400 bilhões de dólares pode ser muito bonito, mas vejamos como são constituídas essas reservas e qual o seu custo fiscal? Para comprar dólares, o governo emite títulos da dívida aos já referidos 10% na média de custo pelo serviço; por outro lado, ao deter esse volume, a maior parte aplicada em Treasury bonds com remuneração inferior a 3%, o governo tem um custo fiscal de mais de 30 bilhões de dólares por ano.
Ou seja, nenhum dos argumentos exibidos em falas públicas tem a mínima consistência requerida de uma política econômica adequada.
 
19 de novembro de 2013
in orlando tambosi

EM PETIÇÃO AO STF, PGR VÊ TRÊS OPÇÕES PARA O CASO PIZZOLATO. NÃO VEJO NENHUMA!

 

     
A Procuradoria-Geral da República encaminhou uma petição ao Supremo apontando três caminhos para que a lei alcance Henrique Pizzolato. Leiam o que segue. Volto em seguida.
*
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal que tome providências sobre a situação do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que está foragido do país.
Condenado a doze anos e sete meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato no processo do mensalão, Pizzolato fugiu para a Itália e está na lista dos procurados pela Interpol.
 
Na petição, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, apresentou três opções ao presidente do STF, Joaquim Barbosa: que seja realizado um pedido formal de extradição; que a Corte peça que ele cumpra as penas do processo do mensalão na Itália; ou que seja submetido a um novo julgamento na Itália, transferindo para o país europeu a remessa de provas e os indícios que constam na ação penal.
De acordo com Wiecko, tais procedimentos respeitam o Tratado de Extradição entre Brasil e Itália e as demais convenções entre os países.
 
Para que a proposta da PGR possa ser viabilizada, a vice-procuradora-geral sugere que sejam traduzidos para o italiano o acórdão do julgamento, a certidão do trânsito em julgado, o mandado de prisão contra o ex-diretor do BB, a denúncia do Ministério Público Federal e dados de identificação do foragido.
Wiecko diz ainda que “será necessário juntar ao pedido a ser encaminhado à Itália, por intermédio do Ministério da Justiça, cópia dos textos legais aplicáveis, referentes aos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e de peculato”, além de trechos do Código Penal, todos traduzidos ao italiano. A PGR se colocou à disposição para preparar a documentação a ser enviada à Itália.
 
Além das três opções, a PGR pediu que a suprema corte determine à Polícia Federal que inclua o mandado de prisão expedido contra Pizzolato na difusão vermelha da Interpol, de forma que ele possa ser preso em qualquer jurisdição estrangeira e possa ser extraditado para o Brasil. O pedido da procuradora já foi atendido nesta segunda-feira: Pizzolato está oficialmente inscrito na lista de procurados da Interpol.
O site da polícia internacional reúne dados e fotos do foragido e informa os crimes pelos quais foi condenado. A Interpol já emitiu alerta vermelho sobre Pizzolato para os 190 países membros. Em alguns países, o aviso tem validade de mandado de prisão. Em outros, é necessário que a Justiça local ratifique o mandado.
 
Voltei

Em qual acredito? Em nenhuma das três. É improvável que a Itália extradite aquele que é, para todos os efeitos, também um cidadão italiano, que não cometeu crime nenhum naquele país — não que se saiba ao menos. Se isso não vai acontecer, tampouco vai querer executar a pena de um julgamento ocorrido no Brasil.
 
Da mesma sorte, não me parece provável que se abra lá um processo com base nos crimes cometidos aqui. O envio da versão em italiano da chamada Ação Penal 470 me parece prudente, mas para outro propósito. Do que vive Pizzolato na Itália? Qual é a sua fonte de renda? Fez alguma remessa de dinheiro àquele país? Recebe, na Itália, recursos oriundos de algum outro lugar?
 
E a coisa para por aí. O processo do Brasil, acho eu, pode ser, no máximo, uma espécie de agravante caso ele venha a fazer ou já tenha feito alguma bobagem na Itália. O bom caminho da apuração por lá, reitero, é saber do que vive esse patriota. Estaria ele vendendo bugiganga pra turista à volta da Fontana di Trevi? Ou, à noite, escondido, mergulha na água para caçar as moedinhas?
 
19 de novembro de 2013
Reinaldo Azevedo

PETISTAS CONTINUAM ESPERNEANDO POR CAUSA DA PRISÃO DOS COMPANHEIROS CONDENADOS NO MENSALÃO


Audácia vermelha – O Partido dos Trabalhadores e sua militância têm adotado ao longo dos últimos anos um comportamento dual em relação ao processo do Mensalão do PT e seus desdobramentos, em especial no caso da prisão dos condenados por corrupção e outras figuras penais.
Tão logo o escândalo veio à tona, por meio das denúncias do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), o PT correu para negar os fatos que foram se confirmando com o passar dos dias.
Na sequência surgiu em cena o agora lobista Lula, presidente à época, para pedir desculpas ao povo brasileiro pelo ocorrido.
Enquanto isso, na CPI dos Correios e em outras comissões investigatórias instaladas no Congresso o PT operou fortemente nos bastidores para evitar que a verdade viesse a lume.
Muitas provas foram varridas para debaixo do tapete, até porque a base aliada foi obediente, mas o resultado da CPI foi um considerável avanço em termos de combate à corrupção. E isso os brasileiros devem à coragem de Osmar Serraglio, deputado federal pelo PMDB do Paraná e relator da CPI dos Correios, que resistiu bravamente à pressão palaciana.
O tempo passou e os petistas passaram a negar a existência do escândalo, alegando que o episódio não passou de um equívoco na contabilidade de campanha do partido.
Acontece que o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula de 2002, reconheceu ter recebido parte dos honorários em conta bancária aberta em paraíso fiscal.
Silvio Pereira, então secretário do PT e acusado de envolvimento no esquema, não apenas admitiu a operação palaciana ao fazer um acordo com o STF, mas disse que o objetivo do partido era arrecadar R$ 1 bilhão. No contraponto dessas declarações, Delúbio Soares, atualmente preso, apelou à bazófia e disse que o escândalo acabaria como piada de salão.
Quando o processo do Mensalão do PT apontou na reta de julgamento do Supremo Tribunal Federal, Lula começou a circular nas coxias do poder com o objetivo de postergar a ação da Corte, mas o tiro saiu pela culatra.
Mais recentemente, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, petista de carteirinha, reconheceu a existência do esquema de cooptação de parlamentares por meio de mesadas.
Encerrada a mais polêmica fase da Ação Penal 470, marcada pela prisão dos mensaleiros, muitos foram os petistas que bradaram contra a decisão da corte, como se os protagonistas do escândalo de corrupção devessem ser tratados como inocentes monges tibetanos.
Foram todos flagrados em crimes de corrupção e outros quetais, por isso merecem o tratamento que lhes é dispensado pela Justiça.
Na tarde desta terça-feira (19), o senador Jorge Viana (PT-AC) ocupou a tribuna do Senado para lançar críticas ao Supremo. Viana disse que a transferência dos presos para Brasília foi desnecessária e serviu apenas como espetáculo midiático.
O senador petista usou como base declaração do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que alegou que as transferências são descabidas e que o retorno dos condenados aos estados de origem consumirá dinheiro público.
Considerando o volume de dinheiro que foi desviado dos cofres federais para alimentar o criminoso esquema palaciano, o que será gasto com a transferência dos presos deve ser encarado como troco.
Engrossando o rol dos que reconhecem, de forma direta ou indireta, a existência do Mensalão do PT, Jorge Viana disse que líderes do seu partido agora acertam as contas com a Justiça.
É importante salientar que os condenados na Ação Penal 470 não têm direito a qualquer regalia por conta do histórico de vida. Devem cumprir as respectivas penas de acordo com o determina a Lei das Execuções Penais, em consonância com o que determina o conjunto condenatório proferido pelo Supremo.
A transferência dos presos para Brasília aconteceu de acordo com o que estabelece a legislação vigente. Sem contar que na sessão plenária do STF, na última quinta-feira (14), ficou decidido que a competência acerca do cumprimento das penas caberia à Vara das Execuções Penais do Distrito Federal. Sendo assim, transferir os presos para a capital dos brasileiros não teve qualquer ilegalidade.
Acontece que os presos em questão querem ser tratados com regalias típicas de celebridades, quando na verdade deveriam limitar a própria insignificância ao uniforme prisional.
19 de novembro de 2013
ucho.info

MINISTRO BARBOSA DIZ QUE GENOÍNO DEVE SER EXAMINADO POR MÉDICO DA REDE PÚBLICA COMO TODOS OS PRESOS


Foto via facebook

 

Barbosa quer que Genoino seja examinado por médico da rede pública

 
O ministro Joaquim Barbosa, que está em Belém, acaba de pedir um parecer do Ministério Público federal, sobre a necessidade de José Genoino ser submetido a avaliação de um médico público.
A informação que chegou ao presidente do STF é que Genoino se negou em São Paulo a se submeter ao exame de corpo de delito. Ele teria, ainda segundo Barbosa, apenas enviado laudos de dois médicos particulares.
O ministro está preocupado com a saúde de Genoino, mas entende que o exame tem que ser feito por um profissional da rede pública.
 
19 de novembro de 2013
in blog do mario fortes

ESTA É A IMAGEM QUE SINTETIZA TODO O SOCIALISMO LATINO-AMERICANO



A senhora vista em primeiro plano, provavelmente uma mulher de meia idade, em virtude dos cabelos brancos e da flacidez dos braços, está em JÚBILO.
Observem sua facies de ABSOLUTO EXTASE.
Esta senhora provavelmente atingiu o nirvana - o mais que sonhado paraíso socialista. ALELUIA!

Estas mercadorias que ela traz nos braços são produtos do ROUBO em uma loja de eletrodomésticos, DESAPROPRIADA pelo presidente venezuelano MADURO.

E o que ,enfim, ela traz nos seus braços que a faz tão feliz? A primeira caixa, a de cima, é a de um ferro BLACK-DECKER , INDUSTRIA AMERICANA, cujo preço é 45,00 ; a última caixa é a de um LIQUIDIFICADOR, MODELO simples, nada sofisticado, cujo valor VARIA DE setenta reais a noventa reais, não consegui identificar a marca do fabricante.
 
A mercadoria do meio traz o logotipo da LG-empresa da COREÍA DO SUL- CAPITALISTA.
ISTO É O MARAVILHOSO SOCIALISMO DA CANALHA
 
19 de novembro de 2013
graça no país das maravilhas

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

MANTEGA QUER QUE CVM ACEITE ACORDO, COM MULTA, PARA ENCERRAR PROCESSO CONTRA CONSELHOS DA PETROBRAS

Será que a pretensa “oposição” descobriu que o elo mais fraco da corrente que sustenta a governança petista é Guido Mantega? Tudo indica que não. Mas os esquemas que desejam manter o governo acuado já descobriram tal fragilidade, há muito tempo. A reportagem da Época, denunciando propinas de assessores diretos do ministro da Fazenda, é interpretada, no mercado, como um recadinho de que pode vir coisa muito pior contra um dos homens mais poderosos do Presidentro Lula.
O maior temor de Mantega não é a denúncia de que seus auxiliares diretos faturaram umas merrecas em um contrato de prestação de serviços de assessoria de comunicação. Mantega fica realmente preocupado quando aparece alguma denúncia contra a Petrobras – estatal de economia mista, na qual ele é o todo poderoso presidente do Conselho de Administração. O medo de problemas na Petrobras virem à tona é tanto que os petistas resolveram detonar a candidatura ao governo baiano do ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli.
Concretamente, Mantega teme ações judiciais que cobrem prejuízos gerados contra o bolso de acionistas (principalmente os minoritários) por decisões tomadas por membros dos Conselhos de Administração e Fiscal da Petrobras que teriam sido eleitos de forma manipulada. Nos bastidores do Ministério da Fazenda acontece uma ligeira pressão sobre a Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, que fiscaliza o mercado de capitais, para que acabe com um processo administrativo que investiga a possível manipulação das eleições dos conselheiros da Petrobrás, em 2011 e 2012.
Para tal processo acabar, dirigentes da Petrobrás, grandes fundos de pensão e o BNDES já pediram que seja firmado um Termo de Compromisso com a CVM. A proposta consiste em que a CVM aceite o pagamento de uma multa para encerrar o caso. Na prática, é uma confissão de culpa, prometendo não repetir o erro. O acordo é uma prática da CVM desde 1998. Já foram assinados, até hoje, 430 termos de compromisso. Só este ano, até setembro, foram 33. Como a CVM é ligada à Fazenda, onde Mantega reina, pode haver perdão no caso Petrobras, onde Mantega também reina.
O maior interessado em resolver o pepino com a CVM é Almir Barbassa. O poderoso diretor financeiro da Petrobras. O mercado lhe atribui mais poderes, nos bastidores, que a presidente Graça Foster, ou o mesmo poderio de Guido Mantega. Em 2010, Barbassa pagou um dos valores mais altos já pagos em Termos de Compromisso firmados com a CVM. Não está claro se saiu do bolso dele ou da Petrobras a multinha de R$ 1 milhão. Barbassa foi processado por não ter divulgado, em 2008, fato relevante sobre a existência de petróleo leve na segunda perfuração do então campo de Tupi – que agora se chama Lula -, no pré-sal da Bacia de Santos.
Barbassa também está arrolado no processo atual, que questiona a manipulação de indicações para os conselhos de Administração e Fiscal. O caso envolve os mais poderosos fundos de pensão – que teriam ajudado a eleger conselheiros “chapa-branca”, na verdade, indicados pelo acionista majoritário da Petrobrás, o governo (ou a União, se preferirem). Por isso, querem enterrar o caso, pagando multa, além de Barbassa, os fundos Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e o tentáculo de participações capimunistas do BNDES, o BNDESpar.
Pela vontade de Mantega, a CVM deve firmar mais este “Termo de Compromisso” e encerrar o assunto. Mas, pela vontade de outros acionistas minoritários da Petrobras, o caso pode ter outro rumo, além da CVM, indo parar na Justiça. O caso atual pega apenas os anos de 2011 e 2012. Mas investidores desejam que a CVM apure as eleições de anos anteriores – o que causa pavor no governo, já que mexe com a gestão de José Sérgio Gabrielli, o afilhado de Lula. E também mexe com Dilma Rousseff, que antecedeu Guido Mantega na presidência do Conselho de Administração da Petrobras.
Quaisquer investigações sobre a governança corporativa da empresa, na visão de investidores da Petrobras, correm o risco de transformar o atual tsunami do Mensalão em uma “marolinha” (para usar a expressão criada por Lula para se referir à crise econômica de 2008 que atingiu fortemente o primeiro mundo, e o Brasil em menor intensidade).
Sugestão aos senadores
Por que os senadores tucanos Alvaro Dias e Aloysio Nunes Ferreira não aproveitam para questionar o ministro Mantega sobre os problemas apontados por investidores da Petrobras?
Parece fácil convocar assessores do ministro para que expliquem o pequeno escândalo na Fazenda.
O difícil, isto sim, é chamar o ministro para que justifique outros problemas muito mais graves em uma empresa que é estratégica para o País...
Mensalão vira piada


 
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

19 de novembro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

A SIMBOLOGIA E A INCONSISTÊNCIA

Observem a imagem das duas figuras mais emblemáticas do mensalão quando faziam pose para as câmeras pouco antes de serem despachadas à Papuda.

 
Dirceu: braço direito Crédito: Agência Estado
Dirceu: braço direito e sorrindo = ERRADO
Crédito: Agência Estado
 
Desde tempos imemoriais, o homem se serviu de braços e mãos para assinalar sua presença, saudar, ameaçar, demonstrar alegria, repúdio, desprezo, satisfação. Mas a saudação com o punho fechado é pouco generosa. Não precisa ser especialista em semiologia nem em ocultismo para entender que, enquanto a mão aberta dá, a mão fechada retém e guarda para si.
 
Saudar com a mão aberta é simpático, familiar, amistoso. Todos costumamos fazer isso para dizer oi, para dizer tchau, para dar adeus. Não viria à cabeça de ninguém fazer a outrem um gesto com o punho cerrado. Instintivamente, evitamos o que pode ser interpretado como agressão.
 
Genoino: braço dobrado
Genoino: braço dobrado = ERRADO
 
Como se dizia antigamente, nossos dois pitorescos personagens ouviram cantar o galo, mas não sabem onde.
A saudação conhecida como «de Lênin» se faz com o punho fechado, o braço esquerdo esticado e levantado, sem esboçar nenhum sorriso.
Tem de ser o braço esquerdo. E não pode estar dobrado, mas sempre estendido para cima.
 
Como todo gesto hostil, é perigoso: não fica claro a quem está sendo dirigido. Ao povo? Ao governo? Ao Supremo Tribunal? Aos policiais? Aos companheiros de partido que escaparam de condenação?
Cada um é livre de interpretar como lhe aprouver. Um símbolo que não é entendido pela assistência não tem valor.
 
Ao longo do tempo, esse gesto tem sido usado por dezenas de grupos e grupelhos.
Esquerdistas, direitistas, anarquistas, constestadores, revolucionários, separatistas, feministas, terroristas, socialistas, trabalhistas foram ― alguns ainda são ― adeptos desse tipo de saudação.
 
Hugo Chávez: braço direito
Hugo Chávez: braço direito e sorrindo = ERRADO
 
Pelas ambiguidades que pode criar, mais vale evitar o gesto. No entanto, quem fizer questão de saudar assim deve fazê-lo sempre com o punho cerrado, o braço esquerdo totalmente estendido e dirigido para cima. E sem sorrir.
 
Nossos guias regionais, como se pode apreciar pelas fotos desta postagem, têm uma interpretação bastante pessoal e aproximativa da rígida «saudação de Lênin». Braço esquerdo ou direito, estendido ou meio dobrado, tanto faz.
Pode até mostrar os dentes num sorriso.
Sem dúvida, a atitude leviana e displicente combina com a inconsistência dos personagens.
 
19 de novembro de 2013
José Horta Manzano

VOCÊ ACREDITA NO IBOPE? E NO LULA? E NO PAPAI NOEL?


Como bem lembrou o Full no seu blog, sempre que ocorre um escândalo, rápido como em um passe de mágica aparece o IBOPE divulgando uma pesquisa de opinião que, obviamente, é favorável ao PT e a Dilma.

Dessa vez a façanha foi digna do Guiness: menos de 48 após a prisão do “mártires” a pesquisa salvadora já estava na boca do povo, dando a vitória do poste no primeiro turno como favas contadas. Estranho é que a pesquisa é de 12 dias atrás.

Vão ser oportunistas assim nas profundas do PT!
 
19 de novembro de 2013
toma mais uma

MINISTÉRIO DA VERGONHA ADVERTE


O Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, divulgou nota ontem onde afirma que o deputado federal licenciado José Genoino não passou mal em sua primeira noite no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, para onde ele foi transferido após se apresentar na sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo na sexta-feira.

“Com relação à consulta realizada em um dos detentos, essa se deu em razão da ausência de receitas médicas para alguns medicamentos de uso contínuo”, diz a nota divulgada. “Não houve intercorrência médica até o momento.”

19 de novembro de 2013
UOL:

GENOÍNO MASCARA ESTADO DE SAÚDE


 
Primeiro, o mensaleiro José Genoino cria uma celeuma em torno do seu estado de saúde. Instado a fazer exame de corpo de delito, não aceita e encaminha laudos que dão conta do seu bom estado de saúde. Depois, mente que teve um mal súbito no vôo e também na primeira noite de cela. O médico chamado desmente Genoino, novamente.
 
Não está errado Joaquim Barbosa , que está em Belém, em pedir um parecer do Ministério Público federal, sobre a necessidade de José Genoino ser submetido à avaliação de um médico público.  O ministro está preocupado com a saúde de Genoino, mas entende que o exame tem que ser feito por um profissional da rede pública, para evitar chicanas e maracutaias.
 
Seria melhor botar o Genoino no teste do polígrafo para saber o quanto ele está mentindo. Se bem que em se tratando de um ex-terrorista, ele pode ter sido treinado para enganar a máquina.
 
19 de novembro de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
19 de novembro de 2013


GRANDES TEXTOS: SARNEY E O BREJAL DOS GUAJAS

 

milorfernandes
MILLÔR FERNANDES

Parte I 

(Uma tentativa de entender o livro, o autor, e o país em que nasceu um e foi publicado o outro)
Leitor, mais uma vez fui enganado. E enganado em literatura, por gente da melhor qualidade pra julgar literatura, como João Gaspar Simões, Jorge Amado, Carlos Castello Branco, Josué Montello, Luci Teixeira, Antônio Alçada Baptista, Lago Burnett. E last but not least, pelo mais preparado de todos pra tarefa específica (estudou em Heidelberg), o crítico literário Leo Gilson que, em 66, me levou para a honrosa propaganda da Olivetti, de onde fomos afastados, Deus do céu!, por suspeitos de comunismo.

Fui enganado por todos esses luminares do pensamento. Da literatura de Sir Ney me afirmaram, em escritos de fé: “Uma nova vertente na literatura Norte-Nordeste” – Carlos Castelo Branco. “Grande escritor” – Josué Montello. “O processo ficcional de repente se faz em correlações onde pequenos binários de ação se sintonizam por força da mesma tenção significadora” Luci Teixeira. “Lamentar o prejuízo que a literatura de expressão portuguesa tem vindo a sofrer pelo fato de José Sarney se lhe não dedicar o tempo inteiro” – Alçada Baptista. “José Sarney é um escritor político no amplo sentido em que atinge a abrangência aristotélica” – Lago Burnett. “O regionalismo que ele renova com a sua paisagem humana, sua poesia, sua afinidade com a ingenuidade, a pureza e a graça maliciosa do povo maranhense, mosaico do povo brasileiro” – Leo Gilson Ribeiro.
Todos me enganando. Só fui desconfiar, apavorado com o complô, na primeira vez em que ouvi Sir Ney usar o apelativo rastaquera, “Brasileiras e brasileiros”, fazendo média contraproducente (por ridícula) com o feminismo. E percebi, também, que ele era incapaz de construir uma frase, quanto mais um período, e nem falar de um discurso lógico. Por isso fui reler o Brejal dos Guajas com mais atenção. Fiquei estarrecido. Não se pode confiar o destino de um povo, sobretudo neste momento especialmente difícil, a um homem que escreve isso. Não tendo no cérebro os dois bits mínimos para orientá-lo na concordância entre sujeito e verbo, entre frase e frase, entre ideia e ideia, como exigir dele um programa de governo coerente pelo menos por 24 horas?
Não escrevi imediatamente sobre o livro por uma questão de… piedade. Mas agora, depois da jogada de gigantesca corrupção em que, como medíocre ditador, troca esperança de 140 milhões de brasileiras e brasileiros por mais um ano de sua gloríola regada a jerimum, começo uma pequena análise dessa ópera de 50 páginas. Esclareço logo que não se trata de um caso de má, ou até mesmo péssima, literatura, de uma opinião malévola ou discutível. Em qualquer país civilizado Brejal dos Guajas seria motivos para impeachment.
A seguir: Mas, afinal, Sir Ney, escreveu ou não escreveu um livro? Da mistura das leituras mais simplórias misturadas de maneira confusa, numa cabeça sem similar no mundo da intelequitualidade, o autor conseguiu chegar a isso que é a ambição de meio mundo – um livro? Leia a opinião da UNESCO a respeito. É. Aguardem!

Parte II

As opiniões divergem. Alguns brilhantes e cultos intelectuais, como os já citados aqui, afirmam, audaciosamente, que Brejal dos Guajas é um livro. Eu garanto que não. É uma anedotinha “socialzinha” tolinha (já contada mais de um milhão de vezes) da briguinha de dois coroneizinhos de uma cidadezinha perdidinha no interiorzinho do Maranhão. O autor deve ter lido umas 20 páginas de Jorge Amado (Marli, que socialismo!) e umas cinco de Guimarães Rosa (Zezinho, que linguagem! E que difícil, Murilo!) e isso, claro, lhe causou uma indigestão na cabeça. Reacionário desde sempre, deve ter achado fascinante e lucrativo ser um escritor do povo. Sem jamais ter entendido a realidade em volta, naturalmente fundiu diante do realismo mágico. Incapaz de juntar sujeito e predicado em português escolar, se perdeu na aventura da linguagem que é Guimarães Rosa – e até hoje não encontrou a volta.
007A istória do Brejal não se sustenta no todo ou em partes. No todo, porque tem um “enredo” sem a mais mínima consistência, a tentativa poética é lamentável, a de filosofia ridícula. Em partes porque, no livro, praticamente, não tem uma frase que não seja errada em si mesma ou incoerente em relação a outras mais adiante ou mais pra trás. E, perto da estrutura dos personagens do Brejal, os personagens da Praça da Alegria, da televisão, são obras-primas de criação psicológica, heróis do Guerra e Paz.
Brejal dos Guajas só pode ser considerado um livro porque, na definição da Unesco, livro “é uma publicação impressa não periódica com um mínimo de 49 páginas”. O Brejal tem 50. Materialmente, Sir Ney salvou-se por uma página. Contam os íntimos que o “escritor” , depois de vinte anos de esforço, bateu o ponto final na página 50 e gritou, aliviado, pra dona Kyola: “Maiê, acabei!”

Parte III

Descoordenado motor (incapaz de se agachar e tirar a etiqueta de um sapato), Sir Ney é mais descoordenado como pensador. Brejal é o livro de um autista.
Há solecismos em penca, as idéias nunca se completam e sempre se contradizem. A cidade, que não tem escola, tem professora e alunos, não tendo telégrafo transmite telegramas, não possuindo edifícios públicos tem prefeitura, câmara de vereadores, juizados de casamento, dois cartórios, ostenta uma força policial de pelo menos 12 homens (relativamente, o Rio teria que ter uma força policial de quase meio milhão de policiais), é dominada por dois primos por pais diferentes (!!!!), “ricos e poderosos”, e, tendo só duas ruas (quase uma impossibilidade urbanística; eu sei como desenhar uma cidade de duas ruas, Ele não sabe), tem duas orquestras (ele quer dizer bandas), e comporta ainda mercado, lojas, igrejas matriz, etc. O verdadeiro milagre brasileiro! Tem mais, essas duas espantosas ruas de 120 casas (com o que Sir Ney quer significar um vilarejo perdido do mundo ), por meus cálculos matemáticos irrefutáveis, abrigam uma população de 15. 272 pessoas, o que faz do Brejal, em 1945, época da istória, talvez a maior cidade maranhense, depois de São Luís.
Ou isso é o mais maravilhoso realismo mágico de que eu jamais tive notícia, obra esfuziante de um gênio que só vai ser compreendido daqui a séculos, ou estamos diante da mais espantosa incapacidade de expressão da literatura universal.
 
Parte IV
 
Fascinado, continuarei a demostrar que Brejal dos Guajas é obra sem similar na literatura de todos os tempos. Só um gênio conseguiria fazer um livro errado da primeira à última frase. Espero que meus modestos comentários alertem os amigos do vosso Presidente, como o governador José Aparecido de Oliveira, pra que lutem a fim de que a Unesco transforme esse livro num patrimônio da humanidade. Depois dos artigos de caráter geral, começo hoje a analisar frase por frase dessa catedral do avesso do pensamento humano. Tendo o livro cinquentas (para usar a concordância do autor ) páginas de 36 linhas, estaremos juntos aqui durante cinco anos (epa! ). Sei que vão me considerar mais um puxa-saco, mas isso não me impedirá de divulgar tão gigantesca efeméride (literatura é efeméride?). Comecemos pelo título, Brejal dos Guajas. É espantoso que, maranhense, o homem não saiba a acentuação tônica (é tônica, pois não? ) desse gentílico. Não é Guajas. É oxítono, Guajás.
Na página 22, o autor se aprofunda, explicando o Brejal: “Chamado dos Guajás, porque ficava próximo à aldeia dos Guajajaras, hoje longes (sic), perdidos, mortos e domados”. O cós não tem nada a ver com as calças: Guajás e Guajajaras (*) são duas tribos diferentes (ambas do Maranhão), a primeira ainda nômade, com alguns elementos com os quais não se conseguiu contato, e a segunda normalmente sedentária. As duas tribos até que, até hoje, se estranham. A frase de Sarney equivale a: “Chamados de brasileiros porque ficavam próximo à aldeia dos argentinos”. Sem falar que os Guajajaras não estão “longes (sic), perdidos, mortos e domados”. Reduzidos a uns 800 na década de 40, são hoje aproximadamente 6 mil. Uma grande tribo. E não vão votar no Sir Ney, porque não gostam de ser chamado de Guajás, e nem mesmo de Guajajaras, mas de Tenetearas. Guajas não sabem o que é. Nem querem saber.
(*) Em matéria de guajas, guajás, guajajaras e tenetearas, meus agradecimentos ao antropólogo Carlos Alberto Ricardo – Beto)
Não percam, a seguir, afinal, a análise da primeira frase do extraordinário livro: “O caminho do Brejal era longe”.
 
Parte V
 
Comento hoje a 1ª linha do livro : “O caminho do Brejal era longe”.
Como o caminho do Brejal era longe? O autor esta querendo mostrar o isolamento da cidade, um mundo perdido, pobre, abandonado, com apenas duas ruas (mais tarde provarei que era a maior cidade do Maranhão, depois da capital ); portanto, Brejal seria “longe de todos os caminhos”. Quando o autor diz que “O caminho do Brejal era longe”, como garante que é o caminho do Brejal? Sendo longe do Brejal, o caminho, em última análise, não é do Brejal. Vai ver é de Pirapora, Cascadura, Nova Zelândia, sei lá. Uma coisa, Sir Ney, o caminho de um lugar é sempre perto desse lugar, a partir de. Pode ate não ir longe, mas é perto. Se, porém, o autor assume um ponto de vista exterior em relação ao Brejal (o que absolutamente não foi feito), tem que dar uma ideia de onde está. Na Academia Brasileira de Letras, por exemplo? Mas daí pro Brejal, todos sabem, o caminho é muito perto.

19 de novembro de 2013
Publicado no Jornal do Brasil em janeiro de 1988
(A coluna publicará nos próximos dias as seis partes finais da hilariantes análise de Millôr sobre o livro de José Sarney)