"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A ARMADILHA DO PLEBISCITO

A armadilha do plebiscito

O PT está com pressa. 
Sabe que ganhou esta eleição presidencial por pouco e não quer correr o risco de receber o bilhete azul na próxima. Urge, portanto, "aperfeiçoar" o sistema representativo de modo a garantir um futuro sem surpresas desagradáveis nas urnas. É essa a razão pela qual Dilma Rousseff enfatizou, em seu discurso de vitória, a prioridade com que se dedicará doravante, entre todas as reformas que há muito tempo o País reclama, à reforma política. Com um detalhe que faz toda a diferença: uma reforma política cujo conteúdo será definido por plebiscito.


Não é de hoje que o PT questiona, à sua maneira, o sistema representativo em vigor no País, pelo qual o povo elege representantes que têm a responsabilidade de propor e aprovar as leis que regem a vida em sociedade, além de fiscalizar as ações do Poder Executivo. Assim, uma reforma política, que depende de novas leis, é responsabilidade constitucional do Congresso Nacional, como Dilma teve a prudência de observar em seu discurso.

Para o PT, esse sistema representativo não funciona. O presidente do partido, Rui Falcão, manifestou claramente essa convicção no dia seguinte ao da eleição, ao comentar o discurso de Dilma e a relação de suas propostas com as manifestações de rua do ano passado: "Nós, como partido que tem relações com os movimentos sociais, só vamos obter a reforma política com essas mobilizações. 

Pelo Congresso Nacional, seja na atual configuração, seja na futura, é praticamente impossível".

 Impossível é ser mais claro. Para o PT, o que funciona é a "democracia direta", aquela em que os donos do poder cuidam para que as pessoas não façam as escolhas erradas.

A Constituição brasileira prevê duas formas de consulta popular: o plebiscito e o referendo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define clara e sucintamente em seu site o que significam um e outro: "Plebiscito e referendo são consultas ao povo para decidir sobre matéria de relevância para a nação em questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. A principal distinção entre eles é a de que o plebiscito é convocado previamente à criação do ato legislativo ou administrativo que trate do assunto em pauta, e o referendo é convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta".



O PT insiste no plebiscito, claro, porque quer exercer sua influência como partido do governo para definir previamente o que deverá ser submetido ao escrutínio público. É importante lembrar que, quando, em resposta às manifestações de junho de 2013, Dilma propôs cinco itens prioritários para a reforma política, o primeiro deles era a reforma do sistema eleitoral. E o debate dessa proposta no meio político resultou em seu engavetamento, com o apoio dos aliados do governo, especialmente o PMDB, pela razão óbvia de que o PT a concebera na medida exata de suas próprias conveniências.


É natural, portanto, que mais uma vez Dilma Rousseff volte a propor, agora sob o impacto de sua reeleição, o uso desse instrumento: "Com o instrumento dessa consulta, o plebiscito, nós vamos encontrar a força e a legitimidade exigidas neste momento de transformação para levarmos à frente a reforma política".


Falta agora o PT combinar o jogo com seus aliados. Não será tarefa fácil, principalmente porque o mais importante deles, o PMDB, está muito satisfeito com o espaço que ocupa e não cogita de colocá-lo em risco. No ano passado, o vice-presidente Michel Temer, peemedebista, teve um papel decisivo na tarefa de fazer Dilma recuar na ideia do plebiscito. E outro importante líder do partido aliado e presidente do Senado, Renan Calheiros, já adiantou a opinião de que seria melhor pensar, talvez, num referendo.

Uma coisa é certa: 
a reforma política é necessária e urgente para corrigir as distorções que comprometem o sistema representativo e aperfeiçoá-lo em benefício da democracia brasileira. Mas é preciso evitar que essa reforma seja maliciosamente colocada a serviço do projeto de poder do lulopetismo. Este é um dos desafios que se colocam para a liderança oposicionista cuja responsabilidade será doravante cobrada por mais de 51 milhões de brasileiros.

30 de outubro de 2014
 O Estado de São Paulo

A REELEITA PRESIDENTE DILMA E A BANDEIRA BRASILEIRA

 
DILMA DISCURSO 2
Pode parecer bobagem, pode parecer intransigência ou apego exagerado, mas não é não. Também é certo que Dilma e todo o seu staff palaciano-presidencial-eleitoral não agiram com malícia, nem com intenção preconcebida ou com falta de civismo.

O que aconteceu foi mesmo a mais completa falta de conhecimento. Foi ignorância, que não se apaga mais e que mostra a falta de cultura dos que assessoram a presidente e dela própria, Dilma Rousseff.

DO VEREDICTO DO TSE AO DISCURSO DE DILMA

O Brasil inteiro viu e ouviu o discurso de Dilma, após proclamada sua reeleição pelo TSE. De uma tacada só, às 8 da noite de domingo passado, o tribunal divulgou perto de 100% da apuração para presidente que, sigilosamente, ocorria desde às 5 da tarde, por causa do fuso horário. Dilma venceu e ponto final. Roma Locuta, Causa Finita.
Então, de uma tribuna, montada em um palanque e cercada do pessoal que lhe é mais próximo, Dilma na mesma noite agradeceu aos eleitores e fez promessas “aos brasileiros e brasileiras” para este seu segundo mandato presidencial.
Falou em reconciliação e até no empenho pessoal que, doravante, terá para apurar as denúncias de corrupção que atingem a Petrobras “doa a quem doer”. Pelo que disse e prometeu, parece que teremos uma outra Dilma a governar o Brasil até o final de 2018. Tomara que seja verdade. A foto desta fala de Dilma correu o mundo.

 CONTRAVENÇÃO PENAL

Mas poucos, poucos mesmo (ou ninguém) perceberam que naquele cenário (palanque e tribuna) a presidente reeleita, sem malícia, sem intenção ou falta de civismo, estava cometendo contravenção penal, sujeitando-se, portanto, a receber voz de prisão em flagrante da parte de qualquer um do povo. 
Isto porque a tribuna do palanque de onde Dilma discursava estava revestida com a Bandeira Nacional. Se foi decidido usar a Bandeira Brasileira para aquela ocasião, o que era perfeitamente normal e recomendável, a Bandeira somente poderia estar hasteada. Revestindo a tribuna, como apareceu colocada, jamais.

Um presidente da república e todos os que integram a presidência devem ser os primeiros a cumprir as leis do país. Deles parte o exemplo. Ao lado do Hino, das Armas e do Selo Nacionais, a Bandeira Nacional integra os chamados Símbolos Nacionais aos quais todos devemos o máximo respeito e cega obediência à Lei que os disciplina. Esta Lei é a de nº 5700, de 1971, inteiramente revista e revisada em 1992, pela Lei nº 8421. E o seu artigo 31 é imperativo, não dando margem à menor dúvida quanto à sua interpretação, que não admite atenuante.

Diz: “Artigo 31 – São consideradas manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional, e portanto proibidas: I – ……;III – Usá-la como roupagem, reposteiro, pano de boca, guarnição de mesa, revestimento de tribuna, ou como cobertura de placas, retratos, painés ou monumentos a inaugurar“.
A pena é pecuniária: de 1 a 4 salários mínimos, elevada ao dobro, no caso de reincidência. E o processo a que se submete o infrator “obedecerá o rito previsto para as contravenções penais” (Artigo 36).

UM SÍMBOLO, UMA RELÍQUIA, ORGULHO DE TODOS

Todo cuidado é pouco quanto à utilização da Bandeira Brasileira e à execução do Hino Nacional Brasileiro. Mais ainda da parte da presidência da república, com cerimonial de primeira, que não pode errar e que tem o dever, indesculpável, de observar o que determina a lei. Cultura é cultura. Deve ser disseminada em todos os lugares, em todos os cantos e por todos os meios. A saber eleva a pessoa humana. E das expressões de civismo mais autênticas, o devido respeito aos símbolos nacionais é a mais forte delas.

Não é mesmo, saudosos Olavo Bilac e Francisco Braga, autores da letra e música do Hino à Bandeira?: “Salve lindo pendão da esperança, Salve símbolo augusto da paz, Tua nobre presença à lembrança, A Grandeza da Pátria nos traz. Recebe o afeto que se encerra em nosso peito varonil. Querido símbolo da terra, Da amada terra do Brasil“.

Não é mesmo Guerra Peixe e Barros Filho, autores da música e letra do outro imortal “Fibra de Herói”?: “Bandeira do Brasil, Ninguém de manchará, Teu povo varonil, Isso não consentirá” (Canção Tradicional do Exército Brasileiro e do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil).

30 de outubro de 2014
Jorge Béja
 

VANTAGENS DE SER SOLTEIRO?




 
 
Impressiona a taxa galopante de pessoas solteiras, divorciadas ou viúvas que vão engrossando as estatísticas e trazendo inquietantes questões aos que estudam aspectos sociais, comportamentais e antropológicos. Mas, em uma abordagem mais democrática e popular, digamos que viver só tem sido uma opção mais desejada por um número majoritário de todas as faixas etárias dos que já têm idade para acasalar.
 
Mesmo para mulheres, que antes temiam o estigma de terminar “solteirona”, hoje não casar é visto como escolha consciente, assim como abrir mão de maternidade. Aspirações profissionais, desejo de seguir cátedra com doutorado e PhD, ou ainda, desejo de ir para cursos no exterior, seguir carreiras, ter um bom padrão de vida, viajar o mundo todo, enfim, ser livre, leve e solta.

E não carregar sobrepeso, como marido acomodado, filhos (e o trabalho danado que dão, fora as despesas imensas que a razão conhece, embora o afeto e coração cismem em desconsiderar para padecer no paraíso), casa para cuidar.
Afinal, há décadas, para elas, casamento era quase uma profissão, e olha que sem remuneração e com trabalho escravo, embarrigar um filho atrás do outro, ser rainha do lar, aguentar barriga no fogão, homem bêbado, sogro e sogra enchendo a paciência.

HÁ GOSTO PARA TUDO

É, como melhorou, né? Hoje, marido, filho, trabalho, chefe, trânsito, trabalho em casa, fazer dever com filho, reunião na escola, ficar magra, fazer unha, cabelo na chapa, prestação atrasada, e ainda tem de transar sem vontade. Ok! Mas tem sempre jovens, adolescentes, trintonas, balzaquianas, separadas e viúvas, querendo um “homem para chamar de seu”!

Há gosto para tudo, e as mulheres, em geral, têm certa tendência a acasalar mais que os homens. Heranças ontológicas, falsa sensação de segurança ou até o desejo de um sexo gostoso, às vezes. Sim, pois pesquisas feitas em países nórdicos mostram que, entre as coisas que mais dão prazer às mulheres, sexo é apenas o nono entre dez itens, perdendo para sair com amigas, fazer compras, ver filmes, ficar com os filhos, ir ao salão, viajar, assistir TV, ouvir música, e o campeão, usar o smartphone nas redes sociais e nos games. Já os homens…

Bem, homens em geral casam por obrigação, para garantir a fêmea, até que enjoe. Sim, existe a minoria dos bem-casados. O que dizer deles? Uns doces, literalmente. Mas estamos falando da grande massa, do feijão com arroz.
Por isso, não espanta que mais de 73% tenham dito que nunca se casarão nem terão filhos, isso os nascidos entre 1978 e 2000. Pode ser, ou não. Mas como homem é predador, seu maior prazer é a conquista, o que convenhamos, as mulheres atuais não têm dificultado e, infelizmente, até facilitado, e o valor tem sido nenhum, a graça termina na balada ou no motel, e deletar é coisa comum.

Que pena! Mulheres modernas, gerando homens brucutus! E depois reclamam! Ora bolas, quer o quê? Sejam difíceis e seletivas e, com certeza, teremos que evoluir, correr atrás, desenvolver habilidades e virtudes que, por hora, honestamente, são desnecessárias.

HOMENS TÊM REGREDIDO

Quase diria que os homens têm regredido tanto, andando em grupo, papo besteirol, movido a álcool ou droga pior, sem lucidez ou encanto, que quase viraram “homo eréctus”. Basta um pouco de testosterona no cérebro, corpo bombado, vazio na mente. Há sim, vida inteligente no universo masculino, talvez 1/3 valha a pena, sejam para casar. Querem dicas, meninas? Ou adoraram a primeira parte da coluna?

Afinal, é essa a discussão atual: sendo pássaro, o que se deseja? Ter uma bela gaiola, com seu macho, botar ovinhos de vez em quando, chocá-los com carinho, no futuro uma algazarra, umas bicadas, a segurança da gaiola, a água, o alpiste e o mundo lá fora, tão perto, tão longe, tão intangível.

Ou preferirá a liberdade do voo solo, o risco de bater as asas, fugir de predador, construir o próprio ninho, abandoná-lo e seguir viagem, ter o céu como teto e limite, a aventura como destino, o risco de morrer ou ser feliz. É, meus amigos e leitores, como diz o ditado, “o gramado do vizinho é sempre mais verde”.

(transcrito de O Tempo)

30 de outubro de 2014
Eduardo Aquino

NO LÍBANO, A "DEMOCRACIA" ESTÁ FUNCIONANDO SEM ELEIÇÕES




Excluindo os países em guerra aberta, poucos povos enfrentam hoje problemas de tamanha gravidade e complexidade como a população libanesa. Há cinco anos, o Líbano não tem presidente, em razão da falta de quórum na Assembleia Nacional, o que permitiria a eleição de um sucessor para o general Michel Suleiman, o último detentor do posto tradicionalmente atribuído a um cristão maronita. Incapaz de votar uma lei eleitoral que satisfaça todas as partes, afirmando que a situação precária da segurança impede consultas populares, o Parlamento prepara-se para votar uma extensão do seu mandato, pela segunda vez em dois anos.
Não menos deplorável é a atuação do governo, que reúne os sunitas do clã Hariri e os xiitas do Hezbollah – e vê-se paralisado cada vez que deve tomar decisões importantes. Se acrescentamos a isso as sangrentas incursões no Líbano de radicais vindos da Síria e a chegada de mais de um milhão de refugiados sírios (ou seja, um quarto da população libanesa), além da terrível deficiência dos serviços públicos, especialmente na distribuição de eletricidade e água potável, temos de reconhecer que não é nada fácil a vida cotidiana de uma população cuja energia e vitalidade foram outrora proverbiais.

Ora, essa estranha apatia acaba de se desfazer em razão de um incidente extraordinário, que inflamou além de todas as expectativas a sociedade civil libanesa. O triste herói da história é o deputado cristão de Zahlé, o ex-ministro Nicolas Fattouche, advogado de profissão, acusado de ter dado uma bofetada – ou pelo menos empurrar e ferir – em uma funcionária do Ministério da Justiça encarregada de receber os processos relativos às ações em curso. Segundo o deputado, ela não se ocupara do assunto com a rapidez e o respeito inerentes à sua função. “Você não sabe quem é?”, gritou o chofer e guarda-costas do irascível deputado.

ABRINDO INQUÉRITO

Por um momento, o incidente parecia ter se limitado ao fato, graças aos bons ofícios de um magistrado. No entanto, pouco depois, o ministro da Justiça em pessoa foi até a funcionária maltratada, mãe de três crianças, cujo nome é Manal Daou, para manifestar sua simpatia e, diante das câmeras de TV, prometeu abrir um inquérito sobre o caso.

Manal, por seu lado, declarou que reagiu com calma e sangue-frio à humilhação que sofreu por medo de perder seu emprego como resultado de alguma intervenção oculta. Fattouche, por sua vez, convocou uma entrevista coletiva para negar que encostou na funcionária, afirmando ser vítima de uma infame campanha política e protestando contra o que qualificou como opinião preconcebida do ministro.

HEROÍNA NACIONAL

O mais notável, contudo, e até peculiar na história libanesa, é que, de um dia para o outro, Manal Daou transformou-se numa espécie de heroína nacional resistindo aos insuportáveis abusos dos poderosos. Com uma rara unanimidade e em termos muito duros, a mídia denunciou o comportamento do deputado.

O Facebook e o Twitter foram inundados de mensagens virulentas e inúmeros internautas prometeram votar em Manal nas próximas eleições legislativas. No entanto, o mais importante é que a contestação chegou às ruas, com uma sucessão de manifestações organizadas em Beirute, no interior e uma greve na administração pública convocada pela Liga dos Funcionários Públicos do Estado, que considerou o gesto de Fattouche um insulto à função pública e um atentado contra o prestígio e a dignidade da Justiça e do Parlamento. Além disso, a associação deu início a uma ação exigindo que seja retirada a imunidade parlamentar do deputado.

O caso irá tão longe assim? Infelizmente, temos dúvidas, considerando a solidariedade corporativista que reina no âmbito do pessoal político e também a negligência de um sistema judiciário sujeito a pressões. Fato é que o caso envolvendo Manal Daou traduz indubitavelmente, de acordo com analistas e sociólogos libaneses, um descontentamento cada vez maior dos cidadãos para com o establishment atual.

O mais visado é o Parlamento, que conta com nada menos que 128 deputados generosamente pagos, mas que, em matéria de legislação e prazos constitucionais, não são reconhecidos por sua produtividade e seu dinamismo a serviço do cidadão.

30 de outubro de 2014
 

ROMBO NOS COFRES DO TESOURO NACIONAL JÁ CHEGA A 4% DO PIB

         


As estatísticas mostram que a inflação persistentemente alta trouxe de volta a indexação da economia. Por não acreditarem no compromisso real do governo em controlar a carestia, comerciantes e industriais passaram a embutir altas futuras nos preços.
Esse movimento preventivo foi incorporado nas expectativas de mercado. Por isso, o Banco Central erra todas as projeções, e os analistas insistem em dizer que o custo de vida continuará alto por pelo menos mais dois anos.

O desarranjo na inflação é ampliado pelo descontrole de gastos do governo. O Palácio do Planalto acredita que, mantendo os cofres abertos, mesmo com a arrecadação fraquejando, impulsionará o crescimento.
Além de o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) não se confirmar, as contas públicas foram maquiadas de uma tal forma que a credibilidade do país derreteu. O rombo nos cofres do Tesouro Nacional já chega a 4% do PIB. É dado de país prestes a entrar em crise.

No campo energético, a situação é dramática. A cada semana, o Operador Nacional do Sistema (ONS), que acompanha o nível dos reservatórios das hidrelétricas, reduz o volume necessário de água para manter o abastecimento.
Agora, a perspectiva é de que as usinas do Sudeste e do Centro-Oeste, que respondem por 70% do fornecimento de energia hídrica do país, fechem este mês com apenas 18,4% da capacidade, nível inferior ao registrado em 2001, quando o Brasil decretou racionamento.

SEM APAGÕES (AINDA)

O atual governo conseguiu, até agora, se livrar de uma onda de apagões e do racionamento justamente porque a economia cresce pouco e os maiores consumidores, as indústrias, estão em recessão, com queda de produção há quatro trimestres consecutivos. Para piorar, o setor de energia está assistindo, atônito, a sua principal empresa, a Petrobras, sangrando em praça pública. A estatal se tornou o maior foco de corrupção que se tem notícia na história recente do país.

Dilma não tem mais o direito de errar. Para um país do porte do Brasil, com tantas pendências a serem sanadas, seja na infraestrutura, seja na educação e na saúde, é inaceitável que mais quatro anos sejam jogados fora. Diante do estrago que se viu no último quadriênio, as margens de manobra praticamente se esgotaram.
Portanto, não são promessas de mudanças, de novas ideias, de equipes novas que vão resolver todos os problemas no país. Os brasileiros merecem respeito. E isso passa por um governo eficiente, ético e inovador. Não adianta falar em futuro melhor se, a cada ato, nos distanciarmos mais dele.

30 de outubro de 2014
Vicente Nunes
Correio Braziliense

ITÁLIA DIZ QUE PRISÃO BRASILEIRA É RUIM E SOLTA PIZZOLATO

  



A Justiça italiana decidiu negar o pedido de extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
A decisão surpreendeu o governo brasileiro, que estava otimista em relação à audiência realizada em Bolonha nesta terça-feira. Na ocasião, foi determinada também a soltura do réu do mensalão, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

Um dos principais argumentos colocados pela Justiça italiana para negar o pedido foi a qualidade do sistema prisional brasileiro. O governo federal, entretanto, contesta essa tese.

O ministro da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, disse ao Poder Online que recebeu com “respeito” a decisão da Justiça Italiana de negar a extradição, mas insistiu que irá recorrer da decisão.

Adams afirma que o governo pode demonstrar que o sistema prisional brasileiro, embora não seja equivalente ao italiano, tem condições de fornecer a estrutura necessária para que o réu do mensalão cumpra pena em condições adequadas.

“Respeitamos a decisão da Justiça italiana, mas vamos recorrer. De fato, as prisões brasileiras podem não ter as mesmas características do sistema prisional italiano, mas temos sim condições de garantir que ele cumprirá sua pena em condições adequadas”, afirmou o ministro.

Adams afirmou que o governo ainda aguarda informações que serão prestadas pela equipe da AGU que acompanhou a audiência desta terça-feira na Itália, para ter acesso aos detalhes da decisão e aos argumentos apresentados pela Justiça italiana. O ministro, de qualquer forma, disse acreditar que a decisão seguiu de fato critérios técnicos e ressaltou que não vê indício nenhuma ação política ou diplomática em relação ao Brasil.

3O de outubro de 2014
Deu na Agência Brasil

ELEIÇÃODA MUDANÇA SÓ FEZ TROCAR SEIS POR MEIA DÚZIA

  



Milhões nas ruas protestando; sete em cada dez eleitores declarando desejo de mudança no governo. O cenário no qual transcorreram as eleições de 2014 prenunciava uma transformação profunda da política brasileira. O resultado não poderia ser mais contrastante. O Congresso Nacional terá poucas caras novas e com sobrenomes velhos.
Os Estados continuam sendo governados, na imensa maioria, pelos mesmos caciques de sempre. E Dilma Rousseff (PT) segue sendo presidente do Brasil, após derrotar o PSDB no segundo turno: 2002, 2006 e 2010 “reloaded”.
Das 27 eleições para governador, só dá para dizer que houve algum tipo de renovação em quatro. Nas outras 23, o atual governador se reelegeu, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, ou fez o sucessor, como em Pernambuco e na Bahia, ou o eleito é um ex-governador, como no Espírito Santo, Tocantins e Piauí. Na melhor das hipóteses, o novo governador pertence a um grupo político que, não faz muito tempo, mandava no Estado.

 A maior renovação aconteceu no Maranhão, com Flávio Dino (PC do B), que desalojou o clã dos Sarney. No Mato Grosso, Pedro Taques (PDT) é um procurador tornado senador que se elegeu governador.
Não foi eleito por ter parentes políticos. No Distrito Federal, a eleição de Rodrigo Rollemberg (PSB) acabou com a polarização entre o PT e o grupo de Joaquim Roriz. No Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) põe fim a uma era do PMDB no poder. Só.
Em todo o resto, a troca de comando, quando houve, foi de seis por meia dúzia. Ou, no máximo, por um terço de 18.

REELEITOS NA CÂMARA

 Dos 513 deputados federais, 401 tentaram se reeleger e 290 conseguiram. Sua taxa de sucesso foi de 72%. Nada se correlaciona mais com a vitória na eleição parlamentar do que já ser um parlamentar. Por outro lado, se “apenas” 290 estarão de volta a Brasília no próximo ano, quer dizer que 223 são novos, certo? Não exatamente. Pelo menos 25 não são novatos, mas redivivos. Já foram deputado antes, só tinham dado um tempo.

 A Câmara terá 198 neófitos que terão seu primeiro gabinete brasiliense. Formalmente, é a maior taxa de renovação desde 1998: 39%. Mas o exame da lista de eleitos revela que grande parte das caras novas têm sobrenomes ou nomes de guerra velhos conhecidos do Congresso, como Covas, Cardoso e Garotinho.

 Mudam só os prenomes: Bruno em lugar de Mario, Clarissa em vez de Anthony. Às vezes nem isso, basta acrescentar um “júnior”, um “neto” ou até um um “bisneto” no final. São todos herdeiros do poder, como Newton Cardoso Jr., Expedito Netto e Arthur Bisneto. A hereditariedade do poder é um dos legados da monarquia que a república brasileira conserva com mais afeto e zelo.

 Entre os neófitos, quem não chegou lá por ser parente se encaixa em pelo uma dessas categorias: já passou por outro cargo eletivo (prefeito, deputado estadual etc), exerceu alguma função pública (policial, promotor etc), é celebridade – com as exceções que confirmam a regra. Na Câmara, a eleição foi seis por meia dúzia.

QUESTÃO DE RENDA…

Por que os gritos e cartazes não se converteram em votos de protesto? Não em quantidade suficiente para mudar os donos do poder. Por que? Há várias respostas, esta é apenas uma.

 Porque quem foi às ruas protestar foi um segmento expressivo, mas um segmento, não toda a população. Eram majoritariamente jovens que tiveram mais oportunidades de estudo do que qualquer outra geração anterior à deles na história do Brasil.
Mas que não conseguem equiparar esses anos de estudo a cifrões nos seus salários. Estão mais frustrados do que as gerações anteriores. Foram essas gerações mais velhas que decidiram a eleição.

 Os mais velhos votaram na continuidade. Não arriscaram porque, mesmo sem tanto estudo quanto os filhos, experimentaram um incremento de renda que nem seus pais nem avós experimentaram. Para eles não era seis por meia dúzia.
30 de outubro de 2014
José Roberto de Toledo
Estadão

O AMOR DISTANTE NA POESIA DE ADÉLIA PRADO


A professora, escritora e poeta mineira Adélia Luzia Prado de Freitas, no poema “A Meio Pau”, fala sobre um amor distante e não correspondido.
A MEIO PAU
Adélia Prado
Queria mais um amor. Escrevi cartas,
remeti pelo correio a copa de uma árvore,
pardais comendo no pé um mamão maduro
– coisas que não dou a qualquer pessoa –
e mais que tudo, taquicardias,
um jeito de pensar com a boca fechada,
os olhos tramando um gosto.
Em vão.
Meu bem não leu, não escreveu,
não disse essa boca é minha.
Outro dia perguntei a meu coração:
o que há durão, mal de chagas te comeu?
Não, ele disse: é desprezo de amor.

(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)

30 de outubro de 2014

POIS É... EM ELEIÇÃO QUE O TERRORISMO ELEITORAL, DIFAMAÇÃO, CALUNIA, MENTIRA, USO DA MÁQUINA GANHÔ"

Banqueiros, esperança e estelionato eleitoral.
Os jornais trazem uma lista de nomes possíveis para o ministério da fazenda, o que era esperado dado que o atual ministro da fazenda já foi demitido pela sua chefe atual, a presidente Dilma, e pelo seu ex-chefe, o ex-presidente Lula, e está em vias de se matricular, por sugestão da presidente Dilma, no PRONATEC.
 
O interessante da lista que circula nos jornais hoje são os nomes de banqueiros. Segundo o jornal Valor Econômico, o ex-presidente Lula fez três indicações para o cargo de ministro da fazenda: 
(1) Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, 
(2) Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, 
e (3) Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
 
O que se pode falar dos três nomes acima? 
Todos são competentes e estão à altura do cargo. 
Mas há um problema para os simpatizantes do PT explicarem: 
os três representam um grande estelionato eleitoral.
 
Trabuco e Meirelles fazem parte do seleto grupo que, nas propagandas do PT, fumava charuto e ria sobre a proposta de independência do Banco Central, enquanto a comida desaparecia da mesa dos mais pobres. Será interessante ver a presidente nomear qualquer um dos dois que são banqueiros e têm carreira como altos executivos de instituições financeiras privadas.
 
A terceira opção, Nelson Barbosa, não é banqueiro e participou do governo Dilma como o secretário executivo do Ministério da Fazenda até 2013. Dos três nomes acima seria o único que poderia obedecer a presidente Dilma. Os outros dois são ricos e não se curvariam a vontade da presidente eleita. 
Mas aqui há outro problema.
 
Nelson, desde que saiu do Ministério da Fazenda, tem sido muito claro nas suas palestras sobre o que o próximo governo, que agora sabemos que é o atual, deverá fazer para recuperar o superávit primário. Na lista entram aumento da TJLP, redução dos empréstimos do Tesouro para bancos púbicos, extinção ou revisão do abono salarial, revisão do sistema de pensões, aumento da CIDE e IPI, etc.
 
Apesar de Nelson não ser banqueiro, o seu conjunto de políticas, em especial a redução dos empréstimos para bancos púbicos, aumento da TJLP, além da revisão do seguro desemprego e o fim do abono salarial, são sim medidas que são o oposto daquelas que a presidente prometeu ao longo da sua campanha. A presidenta sempre prometeu não apenas manter como ampliar os subsídios.
 
Infelizmente, os cenários possíveis não agradarão a todos. A nomeação de qualquer um dos candidatos acima representará uma forte guinada no discurso de campanha – um típico estelionato eleitoral. A campanha da presidente Dilma ficaria com a indesejada fama de ter enganado duplamente o seus eleitores – enganou quando não discutiu as reformas que faria e enganou quando demonizou os candidatos de oposição quando os mesmos mostravam a necessidade de ajustes.
 
O outro cenário, a nomeação de alguém muito próximo a presidente Dilma, como o governador da Bahia Jacques Wagner para ministro da fazenda, teria o fato positivo de ir ao encontro da sua propaganda eleitoral, mas o fato negativo que não acalmaria o mercado e poderia acelerar o nosso rebaixamento pelas agências de risco e problemas adicionais como inflação elevada, juros altos, etc. A não ser que Jacques Wagner montasse um “dream team” econômico na linha do que fez o ex-ministro Antônio Palocci no primeiro governo Lula. Mas neste caso o ministro seria da casa, mas os formuladores da politica econômica de fora. Novamente, estelionato eleitoral.
 
Pode parecer paradoxal, mas a única forma de o segundo governo Dilma começar bem é se houver um claro estelionato eleitoral e todos nós soubermos que o ex-presidente Lula terá mais influência do que realmente teve no primeiro mandato da presidente Dilma. 
 
Mas e o estelionato eleitoral? 
Se a economia se recuperar e o Brasil voltar a crescer, os eleitores esquecerão rapidinho o estelionato eleitoral, mas não a oposição.

30 de outubro de 2014
  • Recebido do : 
  • Blog do Mansueto Almeida 
 
 
 
 


O COMUNISMO REAL



Nos dicionários e na cabeça do povinho semi-analfabeto das universidades, a diferença entre capitalismo e comunismo é a de um “modo de produção”, ou, mais especificamente, a da “propriedade dos meios de produção”, privada num caso, pública no outro. 
 
Mas isso é a autodefinição que o comunismo dá a si mesmo: 
é um slogan ideológico, um símbolo aglutinador da militância, não uma definição objetiva. Se até os adversários do comunismo a aceitam, isto só prova que se deixaram dominar mentalmente por aqueles que os odeiam – e esse domínio é precisamente aquilo que, no vocabulário da estratégia comunista, se chama “hegemonia”.
 
Objetivamente, a estatização completa dos meios de produção nunca existiu nem nunca existirá: 
ela é uma impossibilidade econômica pura e simples. 
Ludwig von Mises já demonstrou isso em 1921 e, após umas débeis esperneadas, os comunistas desistiram de tentar contestá-lo: 
sabiam e sabem que ele tinha razão.
 
Em todos os regimes comunistas do mundo, uma parcela considerável da economia sempre se conservou nas mãos de investidores privados. De início, clandestinamente, sob as vistas grossas de um governo consciente de que a economia não sobreviveria sem isso. Mais tarde, declarada e oficialmente, sob o nome de “perestroika” ou qualquer outro. Tudo indica que a participação do capital privado na economia chegou mesmo a ser maior em alguns regimes comunistas do que em várias nações tidas como “capitalistas”.
 
Isso mostra, com a maior clareza possível, que o comunismo não é um modo de produção, não é um sistema de propriedade dos meios de produção. 
É um movimento político que tem um objetivo totalmente diferente e ao qual o símbolo “propriedade pública dos meios de produção” serve apenas de pretexto hipnótico para controle das massas: 
é a cenoura que atrai o burro para cá e para lá, sem que ele jamais chegue ou possa chegar ao prometidíssimo e inviabilíssimo “modo de produção comunista”.
 
No entanto, se deixaram a iniciativa privada à solta, por saber que a economia é por natureza a parte mais incontrolável da vida social, todos os governos comunistas de todos os continentes fizeram o possível e o impossível para controlar o que fosse controlável, o que não dependesse de casualidades imprevisíveis mas do funcionamento de uns poucos canais de ação diretamente acessíveis à intervenção governamental.
 
Esses canais eram: 
os partidos e movimentos políticos, a mídia, a educação popular, a religião e as instituições de cultura. Dominando um número limitado de organizações e grupos, o governo comunista podia assim controlar diretamente a política e o comportamento de toda a sociedade civil, sem a menor necessidade de exercer um impossível controle igualmente draconiano sobre a produção, a distribuição e o comércio de bens e serviços.
 
Essa é a definição real do comunismo: 
controle efetivo e total da sociedade civil e política, sob o pretexto de um “modo de produção” cujo advento continuará e terá de continuar sendo adiado pelos séculos dos séculos.
 
A prática real do comunismo traz consigo o total desmentido do princípio básico que lhe dá fundamento teórico: 
o princípio de que a política, a cultura e a vida social em geral dependem do “modo de produção”. Se dependessem, um governo comunista não poderia sobreviver por muito tempo sem estatizar por completo a propriedade dos meios de produção. Bem ao contrário, o comunismo só tem sobrevivido, e sobrevive ainda, da sua capacidade de adiar indefinidamente o cumprimento dessa promessa absurda. Esta, portanto, não é a sua essência nem a sua definição: 
é o falso pretexto de que ele se utiliza para controlar ditatorialmente a sociedade.
 
Trair suas promessas não é, portanto, um “desvio” do programa comunista: 
é a sua essência, a sua natureza permanente, a condição mesma da sua subsistência.
 
Compreensivelmente, é esse mesmo caráter dúplice e escorregadio que lhe permite ludibriar não somente a massa de seus adeptos e militantes, mas até seus inimigos declarados: 
os empresários capitalistas. 
 
Tão logo estes se deixam persuadir do preceito marxista de que o modo de produção determina o curso da vida social e política (e é quase impossível que não acabem se convencendo disso, dado que a economia é a sua esfera de ação própria e o foco maior dos seus interesses), a conclusão que tiram daí é que, enquanto estiver garantida uma certa margem de ação para a iniciativa privada, o comunismo continuará sendo uma ameaça vaga, distante e até puramente imaginária. 
 
Enquanto isso, vão deixando o governo comunista ir invadindo e dominando áreas cada vez mais amplas da sociedade civil e da política, até chegar-se ao ponto em que a única liberdade que resta – para uns poucos, decerto – é a de ganhar dinheiro. Com a condição de que sejam bons meninos e não usem o dinheiro como meio para conquistar outras liberdades.
 
Ao primeiro sinal de que um empresário, confiado no dinheiro, se atreve a ter suas próprias opiniões, ou a deixar que seus empregados as tenham, o governo trata de fazê-lo lembrar que não passa do beneficiário provisório de uma concessão estatal que pode ser revogada a qualquer momento. 
O sr. Silvio Santos é o enésimo a receber esse recado.
 
É assim que um governo comunista vai dominando tudo em torno, sem que ninguém deseje admitir que já está vivendo sob uma ditadura comunista. 
Por trás, os comunistas mais experientes riem:
“Ha! Ha! Esses idiotas pensam que o que queremos é controlar a economia! 

O que queremos é controlar seus cérebros, seus corações, suas vidas.”
 
E já controlam.
 
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
 



30 de outubro de 2014
camuflados

COMO DISSE O OUTRO: A MENTIRA TEM PERNAS CURTAS E É GORDA... MAS PODE SER ALTO E MAGRO!

PARA "HERÓIS DO PT" A JUSTIÇA NÃO TARDA E NÃO FALHA: BARROSO AUTORIZA DIRCEU A CUMPRIR O RESTANTE DA PENA DE PRISÃO EM CASA



Condenado por mensalão, ex-ministro ficou menos de um ano na cadeia.

Como trabalhou no regime semiaberto, ele teve dias descontados da pena.

 
O ministro do Supremo Tribunal Federal(STF) Luís Roberto Barroso, relator das execuções penais do processo do mensalão do PT, autorizou nesta terça-feira (28) o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a cumprir em casa o restante da pena de 7 anos e 11 meses de prisão. O Código de Processo Penal dá aos detentos com bom comportamento o direito de progredir de regime após cumprirem um sexto da pena.
Condenado pelo  STF pelo crime de corrupção ativa, Dirceu foi preso em 15 de novembro de 2013. O ex-ministro não completou ainda um ano na cadeia nem o correspondente a um sexto da pena, o que seria alcançado somente em março de 2015. No entanto, a Justiça descontou da condenação 142 dias relativos ao período em que ele trabalhou fora do presídio. Pela legislação penal, a cada três dias trabalhados, o detento pode abater um dia da pena de prisão.
Com a decisão de Barroso, a Vara de Execuções Penais do DF deverá chamar Dirceu para uma audiência, possivelmente na próxima terça (4), dia em que são efetivadas em Brasília as progressões de regime. Na reunião com o juiz de execução penal, serão estabelecidas as regras de cumprimento da prisão domiciliar. Só então o ex-ministro será liberado para ir para casa.
 
Até o momento, o petista acusado de ser o mentor do esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou 11 meses e 14 dias no regime semiaberto – ele sai de dia para trabalhar e dorme na prisão. Desde o dia 3 de julho, Dirceu tem trabalhado durante o dia no escritório do advogado Gerardo Grossi, em Brasília.


 
Antes de decidir sobre a prisão domiciliar, o ministro Barroso pediu parecer ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que opinou pela autorização.
 
O procurador destacou, no documento enviado ao Supremo, que Dirceu teve 142 dias descontados da pena em razão de trabalho e estudo na cadeia, e que esses fatos "inexoravelmente conduzem a constatação do requisito objetivo" do cumprimento de um sexto da pena. Continue lendo no site ( G1)


30 de outubro de 2014
 

SENADOR ALOYSIO NUNES DÁ UMA "AULA" DE OPOSIÇÃO


 
Aloysio, vice de Aécio, recusa “diálogo” com Dilma, no que faz muito bem. Até porque, em entrevistas, represidenta ataca governo tucano de SP, enquanto Lula já se lança para 2018. Tenham paciência!
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), candidato a vice na chapa de Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu a eleição por menos de 4 pontos percentuais, fez nesta terça um duro discurso no Senado, no mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff, em entrevista ao SBT, afirmou, como se noticia aqui e ali, que “aceita” dialogar com Aécio e Marina Silva. Aliás, só falou porque indagada a respeito — uma questão, convenham, extemporânea e não sei se surgida no curso da conversa ou combinada na coxia. Dialogar sobre o quê? É a não notícia. Que resposta ela daria? Que não aceita? Que não quer papo? Isso não tem a menor importância. Num outro canto, nos corredores do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, o maior coronel do Brasil, já anunciava a sua intenção de disputar a eleição presidencial em 2018. Então vamos pôr os pingos nos is.
Em primeiro lugar, setores da imprensa se corrijam. Quem pode ou não aceitar o diálogo são Aécio e Marina, não Dilma. Como ela é a presidente da República, o máximo que pode fazer é convidar para uma conversa. Mas, antes, é preciso ter um assunto. Aloysio disse que não aceita. Espero que não mesmo. Nem ele nem os outros oposicionistas. É o que eu faria no lugar dele e deles. O senador evocou a sujeira da campanha e afirmou: “Eu fui pessoalmente agredido por canalhas escondidos nas redes sociais a serviço do PT, de uma candidatura. Não faço acordo. Não quero ser sócio de um governo falido nem cúmplice de um governo corrupto”. Perfeito! Disse mais: “Eles transformaram as redes sociais em um esgoto fedorento para destruir adversários. Foi isso que fizeram. Não diga a candidata Dilma que não sabia o que estava acontecendo. Todo mundo percebia as insinuações que fazia nos debates”. Fato.
Mais: o senador poderia ter citado ainda os blogs, sites, revistas e afins que são alugados para atacar a imprensa independente, jornalistas considerados incômodos — cujas cabeças eles pedem com a desenvoltura do Estado Islâmico — e os setores do Judiciário que não se subordinam a seus interesses. Dialogar como?
Nas entrevistas concedidas ao Jornal da Record, na segunda, e, ontem, ao Jornal da Band e ao Jornal do SBT, já demonstrei aqui, Dilma voltou a atacar o governo de São Paulo, falando barbaridades sobre a crise hídrica no Estado. Dilma está interessada em disputar o quarto turno em São Paulo. Abusa da sua condição de presidente para conceder entrevistas sem ser contraditada e falar o que lhe dá na telha.
A presidente diz querer dialogar, mas comparece ao debate com uma conversa marota sobre reforma política, que seria conduzida por meio de plebiscito, o que só beneficiaria o seu partido, o PT. Prega a distensão com uma das mãos, agride o principal governo de oposição do país com a outra, enquanto o Babalorixá de Banânia, Lula, já se apresenta para a disputa em 2018.
Dialogar sobre o quê e pra quê? O senador Aloysio está certo. Estamos falando com um governo que não respeita, como resta comprovado, nem mesmo a liberdade de imprensa. Os brucutus que foram atacar a revista VEJA, numa agressão explícita à Constituição e ao Código Penal, obedeciam, também eles, a um comando informal — ainda que não explícito. Foi a cúpula do PT, Dilma inclusive, que excitou a fúria da canalha.
Dilma não quer dialogar coisa nenhuma! Ela e seu partido pretendem, como sempre, aniquilar a oposição e as vozes discordantes. Se, no meio do caminho, conseguir enterrar qualquer investigação, a exemplo do que o PT faz no Congresso, tanto melhor. A propósito: ela já é presidente da República. Se pretende, mesmo, acabar com a corrupção, como diz em entrevistas, comece por demitir desde já os diretores da estatal indicados por partidos políticos.
Isso tudo é firula. Aliás, os respectivos conteúdos das entrevistas concedidas à Globo, à Band e ao SBT são praticamente os mesmos. Pouco variaram perguntas e respostas. É um tanto vexaminoso para todos. A exceção virtuosa foi Adriana Araújo, do Jornal da Record. Não por acaso, foi a única jornalista que teve direito ao mau humor presidencial. Dilma repetiu até as mesmas palavras, treinadas com João Santana, como o famoso clichê “Não vai sobrar pedra sobre pedra, doa a quem doer” (ao se referir à corrupção na Petrobras). Ah, sim: ao SBT, ela afirmou que topa a reforma por referendo mesmo. Que remédio? Por plebiscito, já estava claro que o PMDB e a maioria dos partidos não aceitariam. Ainda bem.
Se Dilma gosta de clichês, lá vai um: na conversa entre a corda e o pescoço, só a primeira tem a ganhar.

30 de outubro de 2014
Reinaldo Azevedo

VÍDEO: SERÁ QUE LULA PODE EXPLICAR A SÚBITA RIQUEZA DE LULINHA, DE SIMPLES MONITOR DO ZOOLÓLGICO A EMPRESÁRIO BEM SUCEDIDO

O IMPEACHMENT NA PALAVRA DO SENADOR MARIO COUTO

ASSISTAM O VÍDEO: UMA DECLARAÇÃO MUITO SUSPEITA !

CHORO, RANGER DE DENTES E OS DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO

futuro do brasil

Resolvida a pane no computador, estou de volta para comentar as perspectivas que nos restam para os próximos quatro anos de Governo Dilma e do PT. Resultado, aliás, repleto de urnas “disparadas”, empates em 161 votos (para cada candidato) em seções eleitorais com mais de 3.000 eleitores (na 22ª zona Aqui no RJ e com a mesma urna em funcionamento o dia inteiro e filas de votação em determinados horários).

Pois é, como é impossível conferir ou recontar os votos, vale o resultado final para o bovino e iludido povo brasileiro. Mesmo aqueles que protestam contra as supostas fraudes, sabem que não há a menor chance de algo ser feito a respeito.
Então, o que resta?
Prepararmos-nos para os quatro anos dantescos que virão por aí.

A primeira pedrada já tem alvo certo: As contas de luz. A Light, aqui no Rio de Janeiro, já pediu a ANEEL um percentual de aumento na tarifa superior a 25% e outras distribuidoras de energia estão querendo índices que podem variar para até mais de 64%.

Ao mesmo tempo, o crescimento econômico mergulha nas profundezas da estagflação a toda velocidade e não mostra qualquer alento para uma recuperação próxima. Os números falsificados das “maravilhas” petistas, divulgados durante a campanha eleitoral, começarão a dar lugar aos verdadeiros índices censurados e a dura realidade da fuga de investimentos, inflação fora de controle, queda na receita de impostos e gastos públicos cada vez mais altos (para pagar a conta dos apoios recebidos) virá bater ás portas do cidadão para mostrar o resultado de um governo que trabalha apenas para si e para seus amigos e relega o Brasil que produz a própria sorte.

Isso tudo nem chega a ser tão triste ou tão grave. Sob muitos aspectos, toda essa falsidade petista e emprego da máquina para iludir o eleitor menos informado ou enganar a grande massa que mantém o partido no poder é apenas o menor dos males. Ela é uma vertente bem comum na política nacional e tem adeptos em todas as agremiações partidárias.

o brasil do futuro

O perverso mesmo é perceber como o brasileiro abre mão, tão facilmente, de seus potenciais e de um futuro possível. Apenas por se vender por migalhas, adorar pastar na enorme planície da ignorância e da indigência política e se conformar com “conquistas” que apenas administram a sua condição de miserável sem, contudo, dar um tratamento real que promova uma mudança definitiva de vida e evolução social e econômica sustentável e duradoura.

Enquanto nós vivemos a dura realidade do “rouba, mas faz” e aceitamos os vergonhosos eventos patrocinados pela quadrilha de mensaleiros (com um ministro da suprema corte sendo atacado nas ruas, ladrões e corruptos endeusados como heróis da pátria ou canalhas elevados aos mais altos postos da administração pública em nome de um projeto de poder, em detrimento dos anseios de toda uma nação); nações menos expressivas continuarão a nos roubar o “lugar ao sol” que tanto ansiamos.

Enquanto o brasileiro se recusa a compreender que é dele a responsabilidade por todo mal que vive, continuaremos a eleger acusados de homicídio, corruptos notórios, traficantes ou pessoas, como Dilma e Lula, capazes de patrocinar os maiores escândalos de corrupção da história política nacional e de serem referendados pelo povo graças a inacreditável desculpa de “não sabíamos de nada” (mesmo ambos estando diretamente à frente desses escândalos).

Portanto, não adianta o choro e nem o ranger de dentes. Enquanto o brasileiro não evoluir politicamente, ele continuará dizendo adeus aos dias maravilhosos de um futuro esquecido que jamais chegará.
E você, o que pensa disso?
 
30 de outubro de 2014
visão panorâmica

APOSTA NO VOTO PERSONIFICADO DERRUBOU AÉCIO EM MINAS

            
Aécio Neves está um poço de mágoas com os eleitores mineiros. Perdeu para a presidente Dilma no Estado nos dois turnos.

Ontem, tucanos estupefatos com o resultado no reduto eleitoral que Aécio governou por dois mandatos ainda tentavam entender o que houve e começaram a fazer o mea culpa sobre os motivos da derrota.

A turma elenca: excesso de confiança no voto personificado; PSDB não colocou a militância nas ruas; não investiu no Norte e Nordeste do Estado, bolsões ainda com baixo IDH e alvo do Bolsa-Família; e principalmente não tem o apoio dos prefeitos das principais cidades do interior: Uberlândia, Uberaba e Juiz de Fora.

MÁQUINA MUNICIPAL
Pesou a favor de Dilma o uso da máquina municipal. Prefeitos do PT e PMDB no Estado investiram pesado com nas propagandas nas ruas com apoio do comitê nacional.

MILITÂNCIA OFICIAL
Outra militância a favor de Dilma: 30 dos atuais 53 deputados federais são governistas, entre eles campeões de votos petistas como Reginaldo Lopes e Gabriel Guimarães.

PATRUS & PIMENTEL
Aécio só venceu em Belo Horizonte e nas cidades do Sul. Em BH, puxaram votos para Dilma dois ícones do PT: Fernando Pimentel e Patrus Ananias, ex-prefeitos da capital.

SÓ NA CONTA
O PSDB reconhece que, pela baixa diferença de votos no resultado nacionl, se Aécio vencesse em MG como apostavam nos prognósticos, ele seria eleito presidente.

30 de outubro de 2014
Leandro, Coluna Esplanada