"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

REFINARIA ABREU E LIMA: ROMBO DE R$ 3,2 BILHÕES

Corrupção maquiada por Dilma, diretoria e conselheiros da Petrobras abriu rombo de R$ 3,2 bilhões na refinaria Abreu e Lima.

 
No centro da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, dará um prejuízo de ao menos US$ 3,2 bilhões à estatal, segundo relatório de auditoria interna obtido pela Folha

Estudos técnicos da empresa já apontavam as perdas quando membros de seu Conselho de Administração aprovaram a continuidade das obras da refinaria, em junho de 2012. Entre eles estavam a atual presidente da estatal, Graça Foster, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e os empresários Jorge Gerdau e Josué Gomes da Silva. 

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que regula o mercado financeiro, investiga o caso. Se for comprovado que os administradores agiram de má-fé ou se omitiram, eles podem ser multados ou impedidos de gerir empresas com ações na Bolsa. 

O prejuízo decorre do aumento dos investimentos para construir a refinaria. Os gastos subiram tanto que as receitas previstas para o projeto gerar ao longo do tempo, corrigidas para valores atuais, são insuficientes para pagar o que foi investido. O custo inicial de Abreu e Lima foi estimado em US$ 2,4 bilhões em 2005. Hoje é a obra mais cara em curso no Brasil, chegando a US$ 18,5 bilhões, ou R$ 48,5 bilhões. A refinaria do Comperj, também da Petrobras, está estimada em R$ 35,6 bilhões. A usina de Belo Monte deve custar R$ 30 bilhões. 

A continuidade da obra de Abreu e Lima foi aprovada pelo conselho de administração em junho de 2012, junto ao plano de negócios até 2016. Os investimentos chegavam a US$ 17 bilhões. Em conversas reservadas, membros do conselho da Petrobras na ocasião afirmam hoje que na discussão sobre a refinaria, a diretoria da estatal apresentou a explosão de custos, mas não deixou claro o valor estimado do prejuízo, então em US$ 3,2 bilhões.  Os conselheiros chegaram a questionar se não seria melhor reduzir o valor pelo qual se registraria a refinaria no balanço. A área financeira disse que não era preciso. 

Segundo especialistas em petróleo, naquele ponto seria difícil desistir da obra, que já estava 57% concluída. Mas os conselheiros poderiam ter determinado uma revisão dos custos para reduzir o prejuízo. E punir os responsáveis. 

Na auditoria feita pela estatal, os técnicos concluem que o projeto "não passou por reavaliação econômica e aprovação de novos custos, mesmo apresentando todas as situações para isso". A Petrobras só criou uma comissão interna para investigar Abreu e Lima em abril de 2014, depois da Operação Lava Jato. Graça já reconheceu publicamente que a refinaria é uma "lição a ser aprendida e não repetida". Mas nunca admitiu que ela geraria perda à empresa. 

Um dos principais delatores da corrupção na Petrobras, Paulo Roberto Costa foi diretor de Abastecimento da estatal quando Abreu e Lima começou a ser construída. Ele foi acusado de ter superfaturado contratos da obra. O valor pago a mais retornou ao ex-diretor como propina, que ficou com uma parte e repassou o restante para políticos. 

O projeto de Abreu e Lima surgiu em 2005, quando o ex-presidente Lula firmou um acordo com Hugo Chávez, da Venezuela, para que a Petrobras e a petroleira venezuelana PDVSA construíssem uma refinaria no Nordeste. A escalada de gastos, segundo a auditoria, foi provocada por erros de gestão, variação cambial, e mudanças no escopo do projeto, após a saída da PDVSA. Com a Operação Lava Jato, também surgiram fortes indícios de superfaturamento da obra.

MAQUIAGEM
Para a auditoria interna, em 2009, já havia sinais que as contas de Abreu e Lima não fechavam. Na época, os investimentos alcançavam os US$ 13,4 bilhões e o retorno ficou negativo em US$ 2 bilhões. Segundo pessoas próximas à estatal, os dados foram "maquiados" para a diretoria executiva aprovar a execução da obra naquela etapa. 

Pareceres internos da estatal mostram que sua diretoria apostou em cenários de "difícil realização" para zerar o prejuízo, como créditos fiscais duvidosos e perda de mercado caso algum concorrente instalasse refinaria no local. A Petrobras e os membros do conselho não quiseram dar entrevista.

23 de janeiro de 2015
Folha
in coroneLeaks

DILMA AUMENTA EM 51% OS GASTOS DO CARTÃO CORPORATIVO.

 Dos R$ 8,8 milhões, menos de R$ 100 mil tem origem declarada. O resto é mistério.
Cartão de crédito corporativo usado pelo executivo federal
 
No ano em que o governo federal enfrentou dificuldades orçamentárias e o desajuste fiscal ficou ainda mais evidente, o gabinete da Presidência da República elevou em 51% os gastos com cartões corporativos. A Secretaria de Administração da Presidência, que lida com as despesas diretas da presidente Dilma Rousseff, encerrou 2014 com um gasto de 8,8 milhões de reais em cartões corporativos. No ano anterior, o total havia sido de 5,8 milhões, em valores já corrigidos. 

Os gastos de Dilma e sua equipe mais próxima constituíram uma média de 24.007 reais por dia em 2014, incluindo feriados e fins de semana – justamente em um ano no qual a presidente dedicou-se à campanha eleitoral e passou muito pouco tempo governando.

Um detalhe chama ainda mais a atenção no gasto: é praticamente impossível avaliar se houve desperdício ou mau uso dos recursos porque 99% das despesas foram declaradas sigilosas. Ao todo, o governo gastou 65,2 milhões de reais com cartões corporativos em 2014, um aumento de 1,2% na comparação com 2013, em valores atualizados. A Presidência da República é o órgão que mais gasta com os cartões. Em 2014, foram 21,2 milhões de reais em uma conta que inclui órgãos como a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em seguida, aparecem os Ministérios da Justiça, do Planejamento, da Educação e da Defesa.

O site de VEJA procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, mas não obteve respostas sobre os gastos. Os cartões corporativos, oficialmente chamados de cartões de pagamento do governo federal, só podem ser usados para compra de material e contratação de serviços de pequeno vulto, em caráter excepcional. Despesas com passagens aéreas e diárias de hotéis, por exemplo, estão vetadas.

Escândalo (que este Blog revelou em primeira mão)

 No início de 2008, vieram a público revelações de que o primeiro escalão do governo Lula usava seus cartões de crédito corporativos para fins recreativos. Descobriu-se primeiro que alguns ministros – Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, Orlando Silva, do Esporte, e Altemir Gregolin, da Pesca - haviam se habituado a usar o cartão para pagar desde tapioca até temporadas com a família em hotéis de luxo. Em seguida, soube-se que o abuso de 11.510 cartões nas mãos de 7.145 funcionários públicos era fato corriqueiro.

Os ministros se defenderam dizendo que haviam sido mal orientados, e o Planalto decidiu apoiar a criação de uma CPI – desde que englobasse os gastos dos cartões na gestão do FHC. Foi a senha para que uma equipe da Casa Civil revirasse os arquivos da pasta atrás de informações desabonadoras para constranger os tucanos, de que resultaria um escandaloso dossiê, que o governo insistiu em chamar de "banco de dados", mas pelo qual se desculpou com o ex-casal presidencial, Fernando Henrique e Ruth Cardoso. Ao fim do escândalo, foram editadas novas normas para disciplinar o uso dos cartões, e Matilde deixou o governo.

23 de janeiro de 2015
VEJA
in coroneLeaks

E OS QUE SE VENDEM?


 
Não há como negar que Gilberto Kassab, dono do PSD e futuro proprietário do PL, maximiza o oportunismo em cima de uma legislação eleitoral que exige mudanças.
Em tempos de Je Suis Charlie também não podemos criticar o velho deputado e jovem senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) por chamá-lo de cafetão do Palácio do Planalto.
Viva a liberdade de expressão.
No entanto, Caiado e os demais críticos de Kassab deveriam explicar porque aceitam jovens e velhas prostitutas dentro dos seus partidos.
E porque tanto esforço e mantê-las nos seus quadros, quando estas abanam seus rabos para o aliciador, querendo trocar de cafetão por um chalezinho do Minha Casa, Minha Vida.
Não existe corruptor sem corrupto.
A verdade é que os partidos políticos escolhem muito mal os seus quadros. Escolhem por dinheiro.
Escolhem por potencial de votos. Escolhem por tudo menos ideologia e alinhamento programático.
Por isso, a prostituição política impera e vigora. Ironicamente, a nova legenda do Kassab vai se chamar Partido Liberal.
Não por preconizar o liberalismo, mas por praticar a mais deslavada libertinagem.
Mas vamos ser justos: quem criou as putas não foi o cafetão. Foram os que lhes deram oportunidade para ingresso na vida política apenas para venderem os seus corpinhos pelo melhor preço nas esquinas escuras do Congresso Nacional.

23 de janeiro de 2015
in coroneLeaks

"TAMO JUNTO E MISTURADO"

Empreiteiros querem políticos e diretoria da Petrobras punidos.


 
Parte das empreiteiras investigadas sob suspeita de integrar o cartel da Petrobrás começou a atuar nos bastidores a fim de que as punições do escândalo não se restrinjam a seus executivos, a operadores e a ex-diretores da estatal. O objetivo é tentar deixar claro que houve protagonismo de políticos ligados ao governo e que a direção da Petrobras teve participação ativa na formação do conluio entre as empresas. 

A preocupação dos empreiteiros - externada em conversas reservadas - está no fato de a Operação Lava Jato estar dividida em duas instâncias judiciais. A parte que trata de executivos, operadores e ex-diretores da Petrobrás está sob a guarda da primeira instância, mais precisamente sob condução de Sérgio Moro, magistrado considerado linha-dura que atua na Justiça Federal no Paraná. Já a outra parte da investigação - a que apura a participação de políticos -, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal. Isso porque parte dos citados é parlamentar e tem, portanto, foro privilegiado.

A fórmula, mesmo legal, criou dois pesos e duas medidas, na visão das construtoras - elas já tentaram juntar as investigações a partir de um recurso no STF, mas os ministros entenderam que o caso deve mesmo ficar desmembrado: parte no Paraná e parte em Brasília.

'Crucificado'. Um empreiteiro ouvido pela reportagem afirma que não é "santo", mas que não está certo ser "crucificado" sozinho. Ele cita a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Costa afirmou que, a partir de 2004, iniciou-se uma cobrança de até 3% de propina para partidos políticos nos contratos das empresas com a estatal. Os depoimentos de delação premiada do ex-diretor, assim como os do doleiro Alberto Youssef - outro que cita pagamentos a políticos -, são sigilosos e estão sob a guarda do Supremo, que deve abrir os inquéritos envolvendo os políticos em fevereiro. Os processos envolvendo os empreiteiros tocados pela Justiça Federal do Paraná não estão sob sigilo.

Essas duas questões - ritmo da investigação e sua publicidade - são a base das queixas reservadas dos empreiteiros. Eles questionam o fato de a maioria dos presos da Lava Jato, atualmente, ser formada por executivos das empresas que atuam em contratos da Petrobras.

A permanência na cadeia virou um "suplício", não apenas para os presos e seus familiares, mas para todos que atuam no setor de construção, segundo classificou outro empreiteiro ouvido pela reportagem. Esse empresário chega a comparar as prisões às "torturas dos anos 70", ressaltando que as prisões são "tortura psicológica", mas não deixam de ser "tortura". Ele fala de um "temor generalizado" entre o empresariado, que segundo ele foi transformado numa "facção criminosa, à margem de tudo, uma espécie de PCC da construção".

Dentro da tática de colocar os partidos em posição de protagonismo do escândalo, pelo menos uma das empresas investigadas já preparou uma lista de nomes de políticos que receberam propinas no esquema de corrupção na Petrobrás, conforme mostrou ontem o jornal Folha de S.Paulo. 

O Estado revelou uma lista com 28 nomes de políticos citados por Costa em depoimentos da delação premiada: 8 do PMDB, 10 do PP, 8 do PT, 1 do PSB e 1 do PSDB. Os ex-ministros Antonio Palocci e Gleisi Hoffmann, ambos do PT, e Edison Lobão, do PMDB, estavam no rol. Na semana passada, a revista Veja publicou anotações do empreiteiro Ricardo Pessoa, presidente da UTC, que está preso. Os manuscritos fazem ameaças veladas a políticos. Em documento enviado à Petrobrás e revelado pela Folha de S.Paulo, a UTC afirma que, se houve cartel, a responsabilidade é da estatal.

23 de janeiro de 2015
Estadão

UM SUJEITO CRIATIVO... ALÉM DE CORRUPTO!

Nova denúncia do Jayme "Careca": diretor da Petrobras teria transformado piscina em cofre forte.

Jayme "Careca" é o mesmo policial que acusou de forma mentirosa o senador Antonio Anastasia (PMDB-MG). A matéria abaixo, bem como a reprodução acima, são da Folha de São Paulo.

Em seu depoimento à Polícia Federal, o policial afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca, disse ter ''ouvido'' que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa teria aterrado uma piscina em sua casa, no Rio de Janeiro, para guardar dinheiro. 

Ainda não é possível saber o que os investigadores fizeram com a vaga informação fornecida por Careca. Mas uma comparação entre imagens aéreas antigas e recentes do local mostra que, de fato, uma piscina desapareceu do imóvel de Costa, que fica num condomínio na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). 

No local onde havia um nítido quadrado azul rodeado de um piso claro, bem na entrada de sua residência, há agora só um gramado plano. Conforme o histórico de imagens de satélite do Google Earth, recurso disponível para quem faz download da ferramenta, a casa de Costa ainda era equipada com a piscina em 17 de setembro de 2009. A imagem mais nítida da piscina, feita três meses antes, é a que ilustra esta reportagem. Em 18 de janeiro de 2010, porém, a piscina já não estava mais lá. Nesta quinta-feira (15), a Folha sobrevoou o local. Na foto mais recente, feita pela reportagem, também só é possível identificar um gramado. 

Preso na sétima etapa da Operação Lava Jato, em novembro, mas já em liberdade, Careca trabalhava como carregador de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, detido até agora. Ele respondeu questionamentos sobre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras no dia 18 de novembro. 

CONTATO
No depoimento, disse que não mantinha contato com Costa, mas com seu genro, Márcio Lewkowicz. "Conheço o Márcio da loja de móveis que ele tem em Ipanema. Era a pessoa para quem eu entregava o dinheiro", disse. O agente federal afirmou ter entregue ''umas seis vezes'' dinheiro ao genro de Costa, mas não soube informar os valores. Ele negou frequentar a casa do ex-diretor da Petrobras: "Não sei nem onde fica'', afirmou. 

Indagado sobre o local onde Costa guardava o dinheiro que lhe era entregue através do genro, disse supor que os montantes eram levados para casa. Foi aí que o policial, voluntariamente, levantou a questão da piscina. "Posso acrescentar que já ouvi informações que, antes de sua prisão, Paulo Roberto possuía uma piscina em sua residência na Barra da Tijuca, onde está preso atualmente. Ouvi dizer que a mesma foi aterrada antes da sua prisão e que possivelmente ele teria guardado valores onde existia a piscina", afirmou. 

Costa foi preso na Operação Lava Jato, mas deixou a cadeia após firmar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no ano passado. Atualmente ele cumpre prisão domiciliar em sua casa --agora desprovida de piscina-- na Barra da Tijuca. O imóvel foi comprado por ele em julho de 2002. 

A Folha procurou o advogado de Costa, João Mestieri, para comentar a declaração de Careca. Na quarta (14), ele disse que só falaria com seu cliente no dia seguinte e faria o possível para dar algum esclarecimento à reportagem. Nesta quinta, ele não respondeu aos recados deixados em seu escritório, no celular e em seu e-mail. A assessoria de imprensa do advogado também não respondeu. A Folha não localizou o genro de Costa.

23 de janeiro de 2015
in corone\leaks

DILMA AUMENTA JUROS E CASA PRÓPRIA DA CLASSE MÉDIA FICA 10% MAIS CARA

.
 
A Caixa Econômica Federal aumentou os juros para o financiamento de imóveis. A mudança vale a partir de segunda-feira (19) e atinge os contratos com recursos da poupança. Os financiamentos com recursos da poupança formam o segundo maior grupo de contratos, na Caixa Econômica. No ano passado, até setembro, foram quase 230 mil. Menor apenas que as contratações do Programa Minha Casa Minha Vida, que não vai sofrer nenhuma alteração. 

As novas taxas vão valer apenas para financiamentos novos, para quem tiver renda bruta familiar de mais de R$ 5,4 mil e queira comprar um imóvel acima de R$ 190 mil em regiões metropolitanas. O banco faz uma divisão partindo do valor do imóvel. Para imóveis até R$ 750 mil, as novas taxas variam de 8,5% a 9,15% ao ano. Para imóveis de valor maior que R$ 750 mil, os novos juros variam de 10,2% a 11%. As taxas variam de acordo com dados do comprador. Por exemplo, se ele tem conta salário ou é servidor público.

A Caixa tem cerca de 70% dos financiamentos imobiliários no país. A justificativa do banco é o aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic.  Alega também que as taxas dos empréstimos estavam defasadas em comparação com as dos bancos privados.

Analistas de mercado avaliam que a mudança é mais um sinal da gestão da nova equipe econômica.A leitura que fazem é que, agora, o governo quer alinhar a política de preços dos bancos públicos com o mercado. “Não estava no radar de ninguém, mas faz todo o sentido no conjunto da obra de você praticar preços. É mais coerente com o mercado evitar subsídios. Então, em um contexto de que as taxas de juros estão subindo, faz todo o sentido que as taxas de financiamento subam também”, aponta Celso Toledo, economista da consultoria LCA. 

QUEM É ATINGIDO PELO REAJUSTE?
As novas taxas atingem uma das faixas de preço mais procuradas para financiamento.  O economista Samy Dana fez a conta para a gente. Nós simulamos o financiamento de um imóvel de R$ 800 mil, em 35 anos e, supondo que o comprador deu 30% do valor de entrada, que é uma porcentagem comum nessa faixa de imóvel. Nós usamos ainda como referência a taxa de balcão, que é aquela pra quem não tem conta no banco. A gente quer saber, com as novas taxas, quanto esse imóvel vai custar a mais lá no fim das parcelas.

Com a taxa antiga, de 9,2%, a primeira parcela era de R$ 5.455 e a última de R$ 1.343. No final do financiamento, o comprador teria pago um total de R$ 1,667 milhão. Com a taxa nova de 11%, a primeira parcela sobe para R$ 6.224. O total pago fica em quase R$ 1,83 milhão, R$ 162 mil mais caro do que com a taxa antiga.  Estes R$ 162 mil representam quase 10% de R$ 1,667 milhão, preço final antes da canetada da Dilma.

Como estamos falando de contratos longos, o economista recomenda calma ao comprador. "Procure um imóvel que está dentro do orçamento. Também, as pessoas querem comprar tudo agora e a qualquer preço. Desconfie. Se você acha que está caro, não compre. Espere um negócio que você considere bom", recomenda o economista Samy Dana. 

Para o sindicato da construção, não há espaço para queda generalizada no preço dos imóveis. Mas admite que dá para negociar o valor daqueles na faixa dos R$ 750 mil. "A única situação que pode haver uma mudança é quando o preço está muito próximo dos R$ 750 e você abaixar o limite dos R$ 750 pode significar um salto muito grande na taxa de juros. Isso sim podem acontecer ajustes desse tipo". diz Cláudio Bernardes, presidente do Secovi-SP.
( Por esquecimento, não foi citado a fonte da matéria, que é o Jornal da Globo, apenas incluindo o cálculo dos 10% -às 14:25 )

23 de janeiro de 2015
in coroneLeaks

EU QUERO MORAR NO BRASIL DO TRABUCO DO BRADESCO


 
 
À vontade no hall do Hotel Hilton, em Davos, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, aceitou conversar com o Valor, em sua primeira entrevista desde que recusou o convite da presidente Dilma Rousseff para ocupar o Ministério da Fazenda. E ele se mostrou animado com a economia brasileira. Disse que já se percebem reflexos do "choque de credibilidade" da nova equipe econômica no mercado, com um aumento da confiança. 

Até agora, Dilma e sua equipe econômica, liderada por Joaquim Levy, que é Moço Bradesco, tomou qualquer medida contra os astronômicos lucros dos bancos brasileiros. Só o Bradesco ganhou R$ 15 bilhões limpinhos em 2014. Deve ser por isso que o Trabuco, que era chefe do Levy, está tão satisfeito. Só ele, porque o mundo pensa completamente diferente. Veja abaixo matéria da Folha de São Paulo. 

Para compartilhar esse conteúdo, por favor, utilize o link http://www.valor.com.br/financas/3870330/trabuco-ja-ve-reflexos-do-choque-de-credibilidade ou as ferramentas oferecidas na página.
Textos, fotos, artes e vídeos do Valor estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Não reproduza o conteúdo do jornal em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do Valor (falecom@valor.com.br). Essas regras têm como objetivo proteger o investimento que o Valor faz na qualidade de seu jornalismo.
O número de executivos brasileiros otimistas com a perspectiva de ver suas receitas crescerem no futuro imediato caiu ano a ano, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, e chega agora a seu patamar mais baixo: só 30% se dizem otimistas contra 42% no ano passado. 


É a história que conta a 18ª Pesquisa Global da PricewaterhouseCoopers, que entrevistou 1.322 executivos de 77 países, divulgada sempre na véspera da inauguração do encontro anual do Fórum Econômico Mundial, o que acontecerá nesta quarta, 20. Funciona como uma espécie de termômetro do ânimo dos empresários, que são a clientela principal do Fórum. 

Para o Brasil, as más notícias não se limitam ao baixo número de brasileiros otimistas. Seus colegas do mundo inteiro tampouco andam muito animados com o estado da economia global --e a economia mundial é sempre apontada, por Dilma, como um fator importante para o baixo crescimento do Brasil. De fato, só 39% confiam em aumentar a receita no futuro imediato e menos ainda (37%) esperam mais crescimento da economia global. 

A pesquisa foi feita no último trimestre de 2014, mas Klaus Schwab, presidente executivo e criador do Fórum Econômico Mundial, confirma que o ânimo dos executivos neste início de ano não é dos melhores: "No ano passado, parecia que a crise estava ficando para trás, mas, neste ano, as pessoas estão muito mais preocupadas". 


Se os executivos acham que as perspectivas não são boas, naturalmente puxarão o freio de mão, com o que o mundo pouco ajudará no crescimento brasileiro. Além disso, os executivos mais pessimistas estão entre os parceiros do Brasil no Mercosul: só 22% dos venezuelanos e 17% dos argentinos esperam receitas maiores no futuro imediato. Pior que eles, só os russos (16% de otimistas), também parceiros do Brasil, mas nos Brics (com Índia, China e África do Sul). 

A propósito dos Brics, que deveriam ser as potências mundiais em 2020, os executivos ouvidos pela PwC jogam esse futuro mais adiante: "Fazer negócios nos Brics continua um desafio, na medida em que tais nações enfrentam uma mescla de complexos temas políticos e estruturais". Só a longo prazo, os executivos enxergam oportunidades, o que faz com que mantenham a vista no grupo. 

O pessimismo dos executivos é certamente o motivo principal para que Dilma tenha decidido, na última hora, enviar seu novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para o encontro de Davos. Ao presidente do Fórum, Klaus Schwab, Dilma disse que preferia voltar a Davos no ano que vem, depois de sua participação em 2014. 


Levy terá três chances de convencer a clientela de Davos de que as coisas vão mudar no Brasil: participa de um almoço, sexta, sobre as perspectivas para a América Latina; fala ao "Business Council" do Fórum, em sessão fechada; e participa, no sábado, de uma sessão sobre "Panorama Econômico Global".

23 de setembro de 2015
Valor Econômico

SEM RUÍDOS E COM MEDIDAS QUE JÁ ESTAVAM NO FORNO




Com relação ao necessário esforço para a reconquista do equilíbrio fiscal é de justiça dizer que as medidas anunciadas antes da posse dos novos ministros estavam no “forno” há algum tempo. Só foram adiadas devido às conveniências do processo eleitoral.

A despeito de algumas críticas, elas conservaram o “núcleo” dos benefícios sociais, mas reduziram os efeitos do laxismo fiscal acumulado ao longo de muitos anos, inclusive por interpretações generosas da Constituição de 1988.

De todas as medidas talvez a mais simbólica foi a insistência na exata observação da fórmula que fixa o salário mínimo. Foi um exemplo claro do reconhecimento que: 1º) para a sociedade (o conjunto de todos nós) não há nada que não consuma recursos, isto é, que seja “grátis”.

O afirmado em letra de forma nos ônibus da SPTrans, “Transporte, um direito do cidadão e um dever do Estado” deve ser lido “Transporte grátis para o Pedro, pago pelo Paulo”; 2º) o poder incumbente eleito pela maioria só pode transferir para os cidadãos que o elegeram, o que todos já foi produzido, ou que o ganhou como “doação” externa (por uma melhoria das “relações de troca”), ou, ainda, o que tomou emprestado e que um dia terá de ser devolvido por ele ou seu sucessor…

A nossa situação econômica é preocupante, mas os primeiros sinais dados pelo novo governo são animadores. Se o programa anunciado for sendo cumprido com inteligência, sem exageros e sem ruídos, é muito possível que a melhora das “expectativas” do setor privado antecipem seus resultados.

RENDA PER CAPITA EM QUEDA

O PIB per capita que em 2007-10 cresceu 3,6% ao ano, mergulhou para 0,6% em 2012-14, com estagnação na distribuição de renda. A taxa de inflação permaneceu a mesma (6,41%) mas, estranhamente, o déficit em conta corrente triplicou.
Passou de 100 para 280 bilhões de dólares, devido às mesmas causas que produziram a queda da produção industrial e, como consequência, a do PIB: a equivocada política cambial para controlar a inflação e o errático intervencionismo na infraestrutura e nos preços.

Um fato benigno foi a redução do desemprego (que aparentemente atingiu o seu limite), produzida pelo estímulo à absorção de mão de obra menos qualificada e, portanto, de menor produtividade, mas que teve um papel significativo na redução da desigualdade.
É isso que explica o importante suporte do Governo nas urnas pelos cidadãos menos favorecidos e esclarece o falso paradoxo do “baixo crescimento sem desemprego”.

Temos muitos e graves problemas. Tudo indica, porém, que se o Governo mantiver o novo curso firme e cooptar o setor privado, ele poderá nos levar a um bom porto em 2018.

23 de janeiro de 2015
Delfim Netto
Folha

PAPA FRANCISCO ACEITA PLANEJAMENTO FAMILIAR





Ao destacar a importância da paternidade responsável e condenar as famílias que geram número excessivo de filhos (Jornal Nacional, terça-feira na Globo, e reportagem da Folha de São Paulo, ontem, 21), o Papa Francisco manifestou tacitamente a aceitação pelo Vaticano do planejamento familiar.

Claro, porque a limitação do número de filhos só pode ser alcançada através de meios e métodos contraceptivos. Entre eles a improvável abstinência sexual.

O pronunciamento feito a jornalistas a bordo do avião que o levou das Filipinas à volta para Roma, representou, ao mesmo tempo, um passo realista e um marco na história da Igreja.

O tema, que assinalou um debate intenso no Brasil, entre o final da década de 60 e o início da de 80, finalmente foi iluminado com nitidez pelo atual titular da Cátedra de São Pedro, que conduziu a questão ao plano, tanto realista, quanto da realidade.

Ressaltou inclusive constituir uma irresponsabilidade a reprodução exagerada, citando o caso de uma mulher que conheceu numa igreja que já deu à luz a sete filhos e se encontra grávida do oitavo. “Trata-se de uma irresponsabilidade; é tentar a Deus”, acrescentou.

Efetivamente representa um comportamento pouco responsável, uma vez que provavelmente a família com oito filhos vai terminar tendo que transferir os custos pelo menos parcialmente para outras pessoas, ou então para os poderes públicos.

E não é só isso. Há os reflexos no crescimento populacional gerando também problemas adicionais aos governos e à sociedade. O jornal americano National Catholic – destaca a reportagem da FSP – publicou que o Papa Francisco fez uma afirmação sem precedentes ao se referir a responsabilidade moral no sentido de limitar o número de filhos.

A declaração, a meu ver, significa uma ruptura com o antigo posicionamento do Vaticano de somente aceitar o sexo como meio de reprodução, entregando ao destino o número de crianças. A partir de agora, não. Implicitamente o sexo passa a ser aceito como forma de prazer, ou de amor, sem que necessariamente esteja vinculado à reprodução.

UM REFORMISTA AUTÊNTICO

O planejamento familiar, já aceito e praticado pelas classes de renda mais alta, era ignorado pelos grupos (majoritário) de menor rendimento. Não que esses grupos, como sustentava o médico Walter Rodrigues, criador da Benfam em nosso país na segunda metade da década de 60, desejassem ter número indiscriminado de filhos, mas sim por não saber como evitá-los.
O tempo passa, os raciocínios e comportamentos amadurecem, com isso esclarecendo dúvidas que habitam as sombras do desconhecimento ou da hipocrisia. O Papa Francisco, um reformista autêntico, vem marcando seu pontificado por grandes avanços sociais e políticos.

E assim caminha a humanidade, como diz, em português, o título de filme famoso de George Stevens. A Igreja Católica também traça seus caminhos a partir da contestação a Galileu sobre o sistema solar aos dias de hoje.
Nas nuvens do passado, foi praticada a inquisição especialmente em Portugal e Espanha. Mas as fases de obscurantismo e participação no poder ficaram para trás. Com Francisco, a Cátedra de Pedro, um pescador, ajusta-se ao presente e lança sua imagem através de compromisso com o futuro. Ótimo que seja assim. Amém.

23 de janeiro de 2015
 

DIRCEU COMANDOU O MENSALÃO E TAMBÉM O PETROLÃO. E LULA SABIA.




É lamentável que existam pessoas que não sabendo de nada, mal informadas que são, correm atrás da “manada” tentando defender o “o capo di tutti i capi” José Dirceu. Colocados em uma mesma balança, um em cada prato, Lula e Dirceu, não sobrará um “rabinho de camarão seco”. Ambos foram protegidos pelos militares (através de Golbery do Couto e Silva) que deram o golpe em 1964 derrubando Jango do poder.

Lula nunca fora udenista, Dirceu sim. Inclusive pertencia a uma família fanaticamente udenista de Passa Quatro, Minas Gerais. Festejou a queda de Jango no Colégio Mackenzie. Depois, com o alijamento de Lacerda, voltou-se contra os militares, realizando um congresso que fora proibido, em Ibiúna, no interior de São Paulo. Lá foi preso sem um canivete no bolso, isso prova que nunca fora guerrilheiro.

Deportado para Cuba depois de ter negociado com os militares, nunca fez curso de guerrilha. Voltou de Cuba ninguém sabe como, ficando incógnito por muitos anos, até a abertura. Era o homem escalado pelos militares para líder político do novo partido a ser criado, Lula seria o líder sindical, a se contrapor aos sindicalistas que voltariam do exílio.

BRIZOLA E LULA

Mas houve um fato interveniente: Brizola, que voltara determinado a refundar o PTB, fora ao ABC procurar Lula e convidá-lo a ajudar na refundação. Neste momento, Golbery mexeu no “script”. Lula passaria a presidir o PT e a CUT, assim que fosse criada.
Dirceu passou a ter um papel secundário.

Eleito Lula, Dirceu tratou de preparar o PT para elegê-lo nas próximas eleições e engendrou o plano conhecido por “mensalão”. Comandou todo o plano nos mínimos detalhes. Sem sua autorização, nada teria acontecido. Foi o “bandidão” Dirceu que armou todo esses escândalos que têm estarrecido os brasileiros. Lula não está por fora, mas o mentor de toda essa patifaria é Dirceu.

Pelo que fez, Dirceu devia ser fuzilado. Eu penso assim. Sou trabalhista, não sou tucano. Respeito democraticamente os que piedosamente defendem Dirceu. Se ele fosse condenado à morte e não tivesse ninguém que quisesse matá-lo, eu me apresentaria sorrindo, certo que depois iria para o céu.

23 de janeiro de 2015
Antonio Santos Aquino

OS BRASILEIROS E O COMPLEXO DE VIRA-LATAS




É antológica a crônica do grande Nelson Rodrigues a propósito do futebol e do complexo de vira-latas dos brasileiros: quando a seleção de 1958 partiu para a Suécia, ele escreveu sobre o efeito trágico da trágica derrota da seleção de 1950 para o Uruguai, em pleno Maracanã, quando bastava um mero empate.
Tinha sido a primeira Copa do Mundo realizada no Brasil. Aliás, não damos sorte quando somos os anfitriões: basta lembrar o vexaminoso 7 a 1 para a Alemanha no ano passado, no Mineirão.

Vou usar a famosa frase noutro sentido: estou me sentindo uma vira-lata com o silêncio que se abateu sobre o país, vindo de toda parte, dos economistas, dos analistas, do governo, do povão – e todos nós – sobre a saída de fininho do ex-ministro Guido Mantega, sem passar o cargo e sem nos dar nenhuma explicação acerca da crise que se abateu sobre o país.

Em minha memória ainda vive o momento, no governo Lula, em que Dilma praticamente ganhou a disputa para ser a sucessora, classificando de “rudimentar” a proposta de condução da economia apresentada em conjunto por Paulo Bernardo, na época no Planejamento, e Antonio Palocci em reunião do ministério com o presidente.

Não sei por que e o que ela chamou de “rudimentar”. Só sei que, sob sua batuta, cresceu a proposta já apresentada por Mantega, sob a forma de PPA, Plano Plurianual, logo no início do primeiro governo Lula, em 2003, e que, na época, me pareceu totalmente estapafúrdia, vis-à-vis o domínio do modelo de macroeconomia capitaneado por Palocci e sua turma. Na turma, já estava Joaquim Levy, guindado agora a capitão do time de Dilma em seu segundo governo.

Nem ela, nem ninguém – ao que eu saiba – deu uma palavra para explicar o que estava errado no propósito de criar um “amplo mercado de massas”, via crédito e subsídios, para os que não tinham como ter acesso às mercadorias de ponta fabricadas no Brasil (automóveis, motos, linha branca, computadores, televisões etc.) pelos chamados “campeões nacionais”, grupos empresariais, escolhidos sabe-se lá por quais critérios e financiados pelo BNDES, como se esse banco de fomento fosse um mecenas a patrocinar grandes artistas… Não deu certo.

E A CONSEQUÊNCIA?

Os salários dos “de baixo” subiram, a classe média tem agora outros segmentos, média-baixa e média-média, mas a desigualdade continua, com os muito ricos mais ricos ainda e os que vivem do salário disputando feito loucos o direito de comprar o que se vende nos shoppings da vida. E a consequência são black blocs, rolezinhos, quebra-quebras nas grandes cidades.

E a presidente, que anunciou o novo lema de seu governo, “Brasil, pátria educadora”, não dá uma palavra acerca do fato de que o primeiro contingenciamento anunciado pela nova equipe econômica incide preferencialmente sobre o Ministério da Educação, além da Defesa e das Cidades (onde fica, também, a promessa de melhor mobilidade urbana, supostamente afeta a essa pasta)?

Ficam aí a pergunta e o sentimento de ser uma vira-lata para quem quiser compartilhar comigo.

 (transcrito de O Tempo)

23 de janeiro de 2015
Sandra Starling

ATENÇÃO APOSENTADOS E FUTUROS APOSENTADOS! SOBRE O REAJUSTE DA APOSENTADORIA.

Os 4,2 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do salário mínimo terão reajuste de 6,5% este ano pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), menor do que o grupo de 21 milhões que recebe o piso previdenciário, cujo aumento foi de 8,8%. Pelas estimativas da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas e Idosos (Cobap), mais de 600 mil segurados serão rebaixados neste ano, e passarão a receber o mínimo. Até 2025, a entidade estima que todos os beneficiários da Previdência Social serão nivelados pelo salário mínimo.

Desde 1994, com a política de valorização do salário mínimo, os aposentados e pensionistas que ganham acima do piso previdenciário acumulam perdas financeiras. De acordo com a Cobap, entre setembro de 1994 a janeiro de 2014, as perdas totalizaram 81,77%. No ano passado, 372 mil beneficiários foram rebaixados e tiveram o benefício reduzido ao mínimo. Isto acontece porque quem ganha acima do mínimo só recebe a reposição da inflação pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA).

O presidente da Cobap, Warley Martins Gonçalles, diz que a política de correção dos benefícios previdenciários é injusta e desigual. Ele pondera que as pessoas que contribuem com valores acima do mínimo estão sendo penalizadas ao longo dos anos. “Já que o governo quer aplicar o reajuste diferente deveria editar uma lei para que todos paguem o INSS pelo salário mínimo. O trabalhador está sendo enganado. É injusto pagar uma contribuição maior e quando se aposenta receber o mínimo.”

Desde o dia 1º de janeiro quando passou a valer o salário mínimo de R$ 788, o Ministério da Previdência Social divulgou uma portaria alterando o valor do piso previdenciário. O novo valor será pago aos aposentados e pensionistas do INSS que ganhavam R$ 724 até dezembro. Pelo calendário do INSS, a folha de benefícios será paga entre 26 de janeiro e 6 de fevereiro. O MPS aguarda a divulgação do IPCA de 2014, na sexta-feira, pelo IBGE, para aplicar o reajuste dos benefícios acima do mínimo.

As centrais sindicais tentam negociar com o governo o projeto de lei (PL 4.434/08) de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que cria um índice de correção para garantir o reajuste dos benefícios previdenciários de acordo com o aumento do piso mínimo pago pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS). O texto mantém a paridade entre o valor das aposentadorias e pensões e o número de salários mínimos na data de concessão do benefício. A proposta prevê ainda o período de transição de cinco anos para que as perdas sejam totalmente recuperadas. A proposta já foi aprovada na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

 
                                               
                     Reajuste da Aposentadoria
 
LEIA E REPASSE. Como estou fazendo: Luiz Antonio Lorenzetti - aposentado, muito mal...

Gostaria de obter uma resposta...
Secretário do Conselho Fiscal da Federação dos Aposentados e Pensionistas- FAP/MG
 
Reajuste da Aposentadoria
 
AJUDE. REPASSE A PELO MENOS DEZ PESSOAS!
 
Só gostaríamos de saber qual a justificativa do pessoal que vota no PT, para o fato de o bolsa família, onde ninguém trabalha, ter o dobro do aumento dos aposentados que trabalharam a vida toda.
Este ano (2014) este governo deu os seguintes reajustes:
. Reajuste para Aposentados= 5,7% ( A cada ano a defasagem é maior, o aposentado vai ganhando menos!)
. Reajuste para Trabalhador ainda na ativa = 7,5%
. Reajuste para o Programa Bolsa-Família= 10% (só para garantir o voto de quem não tem compromisso com o trabalho!)
Temos de agir !!!
  
"SOMOS mais de trinta milhões de aposentados!  Não podemos admitir que distribuam o nosso dinheiro a quem nunca trabalhou 35 anos na vida.( esta é a lei !)"
 
Se você repassar para somente 2 amigos nas primeiras horas, em 28 horas toda a população brasileira de aposentados "E FUTUROS APOSENTADOS", irão tomar conhecimento deste ABSURDO.
Não deixe de repassar, ao menos a 2 amigos; é o suficiente para gerar esta progressão dos números. 
 
UMA NAÇÃO SE TORNA MENOR, QUANDO O SEU POVO PERDE O PODER DA INDIGNAÇÃO!!
 
23 DE JANEIRO DE 2015
(Recebido por email)

LULA INTERPELA JORNALISTA QUE NOTICIOU QUE ESTÁ TRATANDO UM CÂNCER DE PÂNCREAS


 
 
O ex-presidente Lula ingressou nesta segunda (19) com interpelação judicial contra o jornalista Leandro Mazzini que publicou em sua coluna "Esplanada", reproduzida em jornais e no UOL (empresa do Grupo Folha), a informação de que ele teria feito um tratamento sigiloso no Hospital Sírio-Libanês para tratar um câncer no pâncreas no início de 2014.

Na medida protocolada no Fórum Criminal de SP, os advogados de Lula declaram que "o jornalista faltou com a verdade", negam o diagnóstico e pedem esclarecimento sobre dados como o uso de um medicamento, o Bevacizumab.
"O remédio não é usado ou recomendado pela literatura médica para tratamento de câncer." A interpelação é medida preparatória para eventual ação penal.

Responsável pelo conteúdo editorial da coluna, Mazzini sustenta as informações, apesar dos desmentidos de Lula e do hospital. "Confio nas minhas fontes, e todos foram procurados antes da publicação e preferiram não falar", afirma o jornalista. Quanto à interpelação, ele só se manifestará após ser notificado oficialmente.

23 de janeiro de 2015
Folha, coluna Mônica Bergamo

APAGÃO PRESIDENCIAL


 De costas para o Brasil.
 
As últimas imagens de Dilma Rousseff são de 2 de janeiro. As últimas palavras também. Depois disso, Dilma apagou. Sumiu. Escafedeu. Sabe-se das suas maldades apenas por terceiros. Loteamento de ministérios. Destruição de direitos trabalhistas.
Tarifaço. Inflação. Juros. PIB. Nível de confiança. O que não deve crescer, explode. O que não deve cair, desaba. Chegamos ao apagão elétrico. Nem ele sensibilizou o apagão presidencial. Como estará Dilma? O país nunca viu um presidente pior, nem mais magro, nem mais gordo. Passa, 2015, passa. A matéria abaixo é de O Globo.

Em meio a uma série de medidas impopulares, a presidente Dilma Rousseff completa hoje 30 dias sem dar entrevistas. É o maior período que ela ficou sem responder a perguntas de jornalistas desde maio de 2013, quando passou 31 dias sem falar à imprensa. A última entrevista de Dilma foi no dia 22 de dezembro do ano passado. Naquele dia, a presidente ofereceu o café da manhã anual aos jornalistas que acompanham o dia a dia do Planalto. Na ocasião, falou por cerca de uma hora e meia.

Desde então, a presidente não se manifestou publicamente sobre temas que têm mexido com a vida dos brasileiros, como as medidas anunciadas no fim de 2014 endurecendo as regras para pagamento da pensão por morte, do auxílio doença, do seguro desemprego e do seguro defeso. Muito menos sobre a escolha de ministros polêmicos, como o do Esporte, o pastor George Hilton, do PRB. Dilma também não falou sobre o aumento de impostos, da gasolina, nem sobre o reajuste nas tarifas de energia em até 40% — tampouco sobre o apagão desta semana.

Na última entrevista, o interesse maior ainda era sobre a montagem do Ministério do segundo mandato, pois até então haviam sido anunciados somente quatro nomes: Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Alexandre Tombini (Banco Central) e Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento). A situação da presidente da Petrobras, Graça Foster, também estava na ordem do dia.

Desde dezembro, a presidente tem preferido se manifestar por notas oficiais. Foi assim para anunciar os 39 ministros do segundo governo. Também foi por nota que Dilma condenou a execução do brasileiro Marco Archer, na Indonésia, no último sábado. Desde 1º de dezembro de 2014, a Secretaria de Imprensa da Presidência (SIP) divulgou 13 notas com decisões ou declarações de Dilma.

Segundo a secretaria, “a falta de entrevistas desde o Natal se explica pelo recesso da presidente no fim do ano e os despachos internos com os novos ministros”. A assessoria disse ainda que, ao longo de 2014, Dilma concedeu 44 entrevistas, sem contar coletivas como candidata à reeleição.

Neste começo de governo, Dilma nem sequer retomou o programa semanal de rádio “Café com a Presidente”, que apresentava políticas de governo e era distribuído às emissoras interessadas. O programa existe desde o primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a secretaria, o programa será reformulado.

23 de janeiro de 2015
in coroneLeaks

LULA TEME OS ALOPRADOS QUE CERCAM DILMA

 



A interlocutores mais próximos, o ex-presidente Lula tem se mostrado radiante com a brusca mudança de Dilma Rousseff.
Acredita que, enfim, a petista admitiu os erros cometidos no primeiro mandato. Lula ressalva, porém, que será preciso esperar um pouco mais para ver até onde vai o pragmatismo da sucessora. Não se pode esquecer, porém, que ela está cercada de aloprados.

Apesar do silêncio estratégico sobre a economia — desde que tomou posse, não emitiu uma palavra em público —, Dilma Rousseff vem acompanhando todas as repercussões das medidas anunciadas pelo governo. Nada tem escapado do seu crivo.
 A chefe do Executivo tem conversado sistematicamente com integrantes da equipe econômica em busca de retorno de empresários e investidores. E, para espanto de muitos, ao contrário dos últimos quatro anos, ela vem mostrando mais disposição para ouvir.

INFLAÇÃO DE LEVY
O choque de realidade que o governo está dando nos brasileiros terá a primeira medição esta sexta-feira, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o IPCA-15, a prévia do índice oficial de inflação. As apostas são de que a taxa ficará entre 0,9% e 1%, números que não se vê para meses de janeiro em mais de três anos.

O IPCA-15 já incorporará os reajustes das passagens de ônibus nas principais capitais do país e parte dos aumentos das tarifas de energia elétrica. O índice fechado do mês será, porém, bem maior, acredita o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira. Pelas contas dele, o primeiro IPCA de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda chegará a 1,2%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses ficará muito próxima dos 7%.

“Não há dúvidas de que o custo de vida em janeiro será muito elevado, puxado, sobretudo, pelas tarifas públicas. E não será diferente em fevereiro, quando o IPCA será influenciado pelo grupo educação e, claro, pelos combustíveis”, ressalta Oliveira. “Com isso, apenas nos dois primeiros meses de 2015 teremos inflação superior a 2%, ou seja, quase a metade do centro da meta, de 4,5%, definida pelo governo para todo o ano”, acrescenta.

RECESSÃO
A carestia é reflexo da arrumação de casa que o governo Dilma Rousseff está sendo obrigado a fazer para tentar reconstruir a confiança de investidores e empresários. Sem a retomada dos investimentos produtivos, não há como o país sair do atoleiro em que se encontra. São grandes as chances de o Brasil mergulhar na recessão nos próximos meses. Mas a aposta de Levy é de que, à medida que os resultados do ajuste fiscal forem aparecendo, o humor dos donos do dinheiro mudará.

Nos cálculos do Banco Santander, mesmo que o governo entregue o que prometeu em termos de meta de superavit primário — 1,2% do PIB —, a retomada do Produto Interno Bruto (PIB) será muito lenta. A aposta da instituição espanhola é de que o crescimento deste ano, não considerando a hipótese de racionamento de energia elétrica, ficará em apenas 0,3%. Em 2016, quando Levy e o Banco Central esperam ver a inflação caminhando para o centro da meta, será possível a economia cravar alta de 1,3%.

SEQUÊNCIA DE ZEROS
Ninguém descarta, contudo, a possibilidade de o país registrar três anos perdidos em termos de crescimento — 2014, 2015 e 2016. Será uma sequência de taxas de expansão próximas de zero sem precedentes nos últimos 30 anos.
“A ordem dentro do governo é para mantermos o otimismo. Não é possível que, depois de anunciarmos tantas medidas impopulares, como o aumento da energia elétrica e as restrições a benefícios sociais, a credibilidade da política econômica continue no chão. Investidores e empresários vão se render ao pragmatismo do governo, cedo ou tarde”, diz um ministro com bom trânsito no Palácio do Planalto.

23 de janeiro de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

PETISTA ATACA MARTA SUPLICY POR DEIXAR LULA SEM SAÍDA


Vannuchi e Lula
 
Diretor do Instituto Lula, o ex-ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) rompeu o silêncio no PT sobre as críticas recentes da senadora Marta Suplicy (PT-SP) aos colegas de partido.
Em comentário para a Rádio Brasil Atual, ligada à CUT, e em entrevista à Folha, Vannuchi classificou como "sórdida", "chocante", "intolerável" e "inaceitável" --entre outros adjetivos-- a "manobra" usada por Marta ao revelar conversas particulares que ela teve com Lula. 

"O elemento sórdido --sem dúvida é um elemento sórdido, condenável, inaceitável da entrevista de Marta-- [...] foi expor Lula publicamente na versão de que o Lula, no fundo, é o grande adversário da [presidente] Dilma [Rousseff]", disse Vannuchi. 

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" no dia 10, Marta disse que, num jantar organizado por ela com empresários, Lula "entrou nas críticas" dos presentes e "decepava (sic) ela [Dilma]". Marta disse ainda ter ouvido Lula reclamar de dificuldade na relação com Dilma. "Estou conversando com ela, mas não adianta, ela não ouve", teria dito o petista. 

"A manobra de Marta é sórdida porque deixa para Lula duas opções", disse Vannuchi. "Ou fica quieto, e, ao ficar quieto, deixa a mídia alimentar que tudo o que ela fala é verdade; ou então Lula se rebaixa, rigorosamente se rebaixa, e vem a público dizer 'olha, a Marta não me entendeu bem, nunca disse isso'". 

Para Vannuchi, Lula acerta ao não responder: "Lula realmente não tem que se colocar no mesmo nível de Marta, muito menos nesse momento de atitudes sórdidas". Para ele, Marta violou "uma regra ética" da política, que é não sair falando publicamente de conversas reservadas. Segundo ele, Lula já teve várias conversas assim com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, "mas nunca nenhum dos dois saiu contando o que o outro falou". 

MOTIVAÇÃO
 
"Ela [Marta] tem direito de divergir e sair do partido. Mas não o de fazer isso de uma maneira desastrada", disse. O ex-ministro avalia que Marta agiu assim porque quer deixar o PT para ser candidata a prefeita de São Paulo em 2016 e "deve ter se sentido desestabilizada" com a escolha do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) para a secretaria de Educação do prefeito Fernando Haddad (PT). Foi "uma jogada brilhante, que fechou a porta para o maior interesse de Marta agora, que era se filiar ao PMDB". 

Vannuchi também classificou como "descabido" Marta chamar o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, de "inimigo de Lula". E protestou contra o fato de ter chamado o presidente do partido, Rui Falcão, de "traidor". 

Em outro trecho, reprovou a forma como Marta articulou a tentativa de lançar Lula candidato em 2014 no lugar de Dilma, "coisa que ela não poderia fazer como ministra de Dilma", afirmou. "São questões de lealdade política que estiveram ausentes, questões de ética mesmo", completou. "Ela coordenou a campanha do 'volta, Lula' que, se tivesse tido a concordância de Lula, teria virado um processo rapidíssimo", afirmou.

Vannuchi ressaltou que não fala em nome de Lula. Marta foi procurada para comentar, mas não respondeu.

23 de janeiro de 2015
Folha

DILMA: LEVIANA, COVARDE E IRRESPONSÁVEL


Dida Sampaio/Estadão
Na semana em que o governo federal anunciou a elevação de impostos como parte do ajuste fiscal para o ano de 2015, o candidato da oposição na última eleição, Aécio Neves, acusou Dilma Rousseff de ser irresponsável ao não admitir antes a gravidade da situação do País. 

"Faltou à então candidata Dilma Rousseff a responsabilidade para admitir a gravidade da crise econômica, a gravidade da crise do setor elétrico para tomar as medidas necessárias para minimizar seus efeitos", disse Aécio, que acusou a petista de mentir aos brasileiros durante a campanha.

Na opinião de Aécio, a presidente Dilma, ao adotar medidas amargas para tentar reverter a crise, não deixa claro aos brasileiros que a situação é culpa de seu governo. "Falta coragem à presidente da República para, olhando nos olhos dos brasileiros, dizer que as medidas que estão sendo tomadas são consequências dos inúmeros equívocos de seu governo", criticou o tucano. O senador ressaltou ainda que o aumento de impostos renderá cerca de R$ 20 bilhões anuais aos cofres públicos. 

Durante o período eleitoral, a campanha de Dilma Rousseff dizia que Aécio, caso vencesse as eleições, tomaria "medidas impopulares". Dilma ressaltou várias vezes seu compromisso com o emprego, a renda e os direitos trabalhistas.

23 de janeiro de 2015
Estadão

A NOTÍCIA MAIS OU MENOS


Carlos Brickmann

 

Primeiro, o habeas-corpus: este colunista não é favorável nem contrário à prisão de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Não conhece o processo como deveria e, se tivesse acesso à papelada, não saberia interpretá-la. A dúvida não é com relação às decisões da Justiça, mas à cobertura dos acontecimentos pela imprensa.

O fato é que, numa semana, Nestor Cerveró podia viajar para o Exterior sem qualquer problema. Logo, imagina-se que não houvesse nenhum obstáculo para que continuasse livre. Pouco depois, ele volta ao Brasil e é preso já no aeroporto, entre outros motivos pela possibilidade de que decidisse empreender fuga. Se ele já estava no Exterior, teria sentido voltar ao Brasil para fugir? Provavelmente não; nesse caso, talvez tenha havido algum fato novo que convenceu o juiz do caso a determinar sua prisão. Nos jornais, na TV, no rádio, na Internet, nenhuma informação sobre que fato seria esse.

Outra questão curiosa, que apenas a revista virtual Consultor Jurídico levantou, envolve a ordem de prisão. O juiz diz que Cerveró “provavelmente” mantém depósito em contas fora do país, e diz também que não há prova alguma da existência dessas contas. Se o juiz, que entende do assunto, considera que o “provavelmente” é suficiente para decretar a prisão, é porque é. Mas um leitor comum gostaria de uma análise desse tipo de ordem. Que é que dizem as leis? A jurisprudência? Juristas que não participem do processo? Isso é o papel dos meios de comunicação; e não foi realizado.

Há muitos anos, a Folha da Manhã, precursora da Folha de S.Paulo, tinha uma interessante coluna, chamada O crime e a pena. Na época, havia bem menos crimes. O articulista escolhia um e informava que, caso o réu fosse condenado, estaria sujeito à pena de tantos a tantos anos, que poderia aumentar em caso de agravantes. Se era possível fazer na época, daria para fazer hoje.

E há, finalmente, a referência ao possível risco de fuga. Talvez seja o detalhe mais interessante de todos: não é impossível, claro, mas não parece lógico alguém que esteja legalmente no Exterior voltar ao país para só então pensar em fugir. Que terá levado as autoridades a concluir que Cerveró poderia estar planejando a fuga?

E, por favor, a história de que as autoridades não distribuíram qualquer informação, exceto a determinação da prisão, não precisa ser espalhada. Os jornalistas têm tido acesso a muita informação. Uma a mais, por que não?

O trabalho…

O problema é que, em certos veículos de comunicação, a luta pela apuração, confirmação, ampliação da notícia foi deixada de lado. Um grande jornal de circulação nacional noticiou a prisão de Nestor Cerveró da seguinte maneira: “Ex-diretor da Petrobras é preso no Rio, diz TV”.

Seria uma informação exclusiva da TV? Não. E se a TV estivesse dando notícia errada, o jornal a publicaria errada mesmo, já que não fez qualquer verificação? Não dá para esquecer uma recomendação do sábio Carlos Laino Jr., diretor de Redação da Folha da Noite: “Existem furos que é melhor esperar e só publicar quando houver certeza”.

…enobrece

23 de janeiro de 2015
Carlos Brickman