"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

PIADA DO DIA...

PT VAI PROCESSAR EX-GERENTE DA PETROBRAS













Rui Falcão contou a nova piada, mas ninguém riu

O PT promete processar judicialmente o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, que acusa o partido de ter recebido propinas em contratos da Petrobras, de 2003 a 2013, num total entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões.
A ação do partido – que ainda não está pronta – será protocolada após o período do Carnaval, segundo o presidente do PT, Rui Falcão. As informações são da Agência Brasil.
Barusco confirmou, em depoimento da Operação Lava Jato, que ele e Renato Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobras entre 2003 e 2013) recebiam propina para facilitar que empresas assinassem contratos de grande porte com a estatal, como os da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
O PT disse também que irá acionar o comando da Polícia Federal, o Ministério da Justiça e o Ministério Público Federal, pedindo que sindicâncias sejam feitas para apurar “vazamentos seletivos” de informações dos depoimentos da Operação Lava Jato, que implicam apenas o partido.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O ex-diretor Renato Duque também bancou o ridículo e processou o colega Paulo Roberto Costa, pagando o mico do ano. Agora, a suposta ação do PT será apresentada depois do carnaval, assim que os dirigentes do partido tirarem as máscaras e rasgarem as fantasias. Vamos esperar. Sentados, é claro. Com um presidente como Rui Falcão, que não trabalha e vive às custas do partido, o PT nem precisa de inimigos. (C.N.)

19 de fevereiro de 2015
Deu em O Tempo

PACOTE ANTICORRUPÇÃO DE DILMA É SÓ UMA FANTASIA DE CARNAVAL



Carnaval 2015
Nunca antes, na História deste país, um governante (no caso, governanta) torceu tanto como Dilma Rousseff para que Carnaval chegasse logo e em Aratu ela pudesse mergulhar num provisório esquecimento, que lhe desse um mínimo de alívio. Mas acontece que a mídia é como o relógio, nunca deixa de funcionar. E já surgem más notícias sobre o chamado pacote anticorrupção, bolado pelo marqueteiro João Santana, que julga estar num circo e vai tentar convencer o respeitável público de que Dilma Rousseff se tornou a grande guardiã da ética e dos bons costumes, enfrentando até seu próprio partido, o PT.
Santana é um publicitário especializado em factóides. Ou seja, inventa pseudos fatos e os apresenta como se fossem verdadeiros. Assim,  o marqueteiro agora quer nos convencer de que lutar contra a corrupção é o forte deste governo, no exato momento em que Dilma é atingida uma enxurrada de acusações de corrupção na Petrobras e nomeia para presidi-la justamente um executivo de notória ficha suja, que dirigiu o Banco do Brasil e fazia poupança no colchão, comprou apartamento em dinheiro vivo, foi denunciado pelo próprio motorista e ainda usou dinheiro público do próprio BB para patrocinar a carreira de uma bela amigona (digamos assim) na televisão.
NADA DE NOVO…
O tal pacote anticorrupção é bem conhecido, porque já foi anunciado num longo e enfadonho discurso, escrito pelo marqueteiro e que a presidente leu na reunião de seu Ministério. No ardiloso pronunciamento, constaram como de autoria de Dilma Rousseff alguns projetos apresentados há anos ao Congresso por parlamentares de diversos partidos e que estão parados, porque o governo da própria Dilma jamais fez o menor esforço para aprová-los.
Agora, por obra e graça de João Santana, que é uma espécie de Rasputin do Planalto, Dilma Rousseff mais uma vez  tentará assumir a autoria dessas propostas de parlamentares, cometendo uma usurpação política jamais vista na História deste país, registre-se.
Ao agir com tamanha deslealdade e falta de ética, tanto Santana quanto Dilma se utilizam de uma estratégia fantasiosa de fazer inveja a quem desfila no Sambódromo. Em seu carnavalesco delírio de Poder, Santana e Dilma agem como se todos os brasileiros estivessem vestidos de palhaços e impedidos de raciocinar. Mas é óbvio que a farsa será facilmente desmentida. Basta que se confiram os projetos e emendas apresentados ao Congresso, e logo surgirão os verdadeiros autores das propostas que Dilma tenta usurpar.
É TUDO MENTIRA
Ao contrário do que dizia Orson Welles em seu documentário filmado no Brasil, “é tudo mentira” no caso de Dilma e seu marqueteiro, incluindo o carro-chefe do pacote anticorrupção – a suposta criação de uma Secretaria de Controle das Empresas Estatais (SEST), que existe desde 1979 e foi substituída em 1990 pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST), até hoje subordinado ao Ministério do Planejamento.
A única novidade que pode ser atribuída à criatividade de Santana, que tem tido preciosa ajuda do ministro Aloizio Mercadante nesse tipo de tarefa ilusória, é subordinar a nova SEST à Controladoria-Geral da União. Mas acontece que a CGU está à míngua, conforme denunciou recentemente o então ministro Jorge Hage, que se demitiu revelando que a Controladoria não tem recursos para desempenhar suas próprias funções, mas agora passará a suportar ainda mais despesas com falsa criação da SEST.
Do jeito que vai, a CGU se arrisca a ficar como as embaixadas e consulados, sem verbas para pagar nem mesmo as contas de água, energia, telefone e internet. Mas Dilma, Santana e Mercadante não estão nem aí, o único interesse deles é seguir enganando a opinião pública com factóides que propaguem a ilusão de que Dilma Rousseff não tem nada a ver com a corrupção do PT e que, pelo contrário, não faz outra coisa a não ser lutar contra os “malfeitos” do partido e da base aliada.
SÓ FALTA A NOMEAÇÃO
Para culminar, só falta Dilma nomear para a nova SEST o petista Sérgio Seabra, secretário-adjunto de Controle Interno da CGU. Ligado ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Seabra chegou a ser investigado por vazamento de informações, sua casa foi alvo de um mandado de busca e apreensão em 2013, mas estranhamente a investigadora da Controladoria responsável pelo caso acabou recuando. Segundo o repórter Gabriel Castro, da Veja, Seabra é braço-direito de Francisco Bessa na CGU e está cotado para assumir a SEST.
“Ambos trabalharam com Mercadante quando ele foi ministro da Educação. Bessa ainda esteve ao lado do ministro na Casa Civil. A dupla se junta a Valdir Simão, o ministro-chefe da CGU, outro nome de confiança do ministro. Para quem conhece Mercadante, não chega a ser novidade seu gosto pelo controle”, assinala o jornalista.
E ainda acham que impeachment é golpe?

19 de fevereiro de 2015
Carlos Newton

EDUARDO CUNHA, O PT E OS BASTIDORES DO PODER VISANDO 2018



A política não é o palco ideal para amadores. E foram amadores que conduziram a fracassada candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para concorrer à presidência da Câmara contra o evangélico Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estava em campanha há pelo menos um ano, se preparando para o embate com o PT pelo comando da casa legislativa. Pois bem, o PT lançou Chinaglia de última hora, no afogadilho. O experiente deputado paulista (ex-presidente da Câmara Federal e vice na gestão de Henrique Eduardo Alves, o último presidente) então foi para o sacrifício e perdeu.
Não serviram de nada as promessas de cargos, emendas parlamentares e tudo o mais que compõe o famigerado toma lá da cá vigente no Congresso. Eduardo Cunha venceu com folga, humilhando a base aliada e enfraquecendo as propostas do governo no Congresso.
O eleito estava com gosto de sangue na boca. Em menos de 15 dias conseguiu impor seguidas derrotas ao governo, como a votação do Orçamento Impositivo, a eliminação do PT dos cargos da Mesa Diretora, a criação de dificuldades para fusão de partidos (prejudicando o Planalto e o PSD de Kassab) e a formação de CPIs incômodas para o governo – tudo, enfim, nitroglicerina pura, ainda no início da legislatura.
GOVERNO ACUADO
Entretanto, a corda já esticou demais e o PMDB não é o partido do confronto. Pelo contrário, o PMDB sempre deu sustentação aos diferentes governos, desde a Nova República, atuando nos bastidores do Poder para dividir responsabilidades e cargos na máquina pública.
Acuado, o governo acuado logo pediu o armistício, a bandeira branca, erguida pelo próprio Lula, que determinou à presidente Dilma que se entenda com o PMDB. Ou seja, o Planalto entregará os anéis ao grupo de Eduardo Cunha, para preservar os dedos.
O conselho de Lula para que Dilma chame o presidente da Câmara para conversar está correto, porém trata-se de medida de curto prazo, destinada a amenizar as relações atuais e dar o fôlego necessário para o governo emplacar as medidas de ajuste fiscal e enfrentar a crise econômica crescente, fruto dos erros cometidos em 2014.
INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA
No entanto, novas escaramuças podem ocorrer, pois o instinto de sobrevivência dos políticos é muito aguçado e baseia-se no humor do eleitorado. Pode não parecer ao menos avisado, mas a opinião pública é o norte da classe política e eles não lutam contra os ventos.
Em meio a tudo isso, o vice Michel Temer pode ser a próxima pedra no tabuleiro a ser engolida pelo rei. A acumulação de responsabilidades como vice-presidente da República e presidente do PMDB é um impeditivo do crescimento do Partido, segundo os parlamentares em torno de Cunha. O PMDB deseja alçar voos maiores e mira uma cabeça de chapa em 2018 lançando candidatura própria.
A sorte está lançada e muita coisa vai mudar. Preocupa-me, na atual quadra democrática, um viés conservador de alta potência, destinado a virar a página ao contrário, ou seja, rumo a um forte governo de direita, para contrapor o que acham ser um governo de esquerda, o atual. Pura ilusão, de esquerda o PT está muito longe de ser de esquerda, nem dá para entender aquilo que o partido efetivamente é.

19 de fevereiro de 2015
Roberto Nascimento

CONHEÇA AS JUSTIFICATIVAS "TÉCNICAS" DO MINISTRO DA JUSTIÇA




Cardozo insiste que advogado tem “direito” de ser recebido
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou como autoritários os que criticaram seus encontros com advogados de empreiteiras que viraram alvo da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga um vasto esquema de corrupção na Petrobras. Evitando responder diretamente ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que criticou os encontros e chegou a defender sua demissão, Cardozo afirmou que “só na ditadura não se admite” que um ministro receba advogados. Ele atribuiu a problemas técnicos as omissões identificadas pela Folha em sua agenda oficial no site do Ministério da Justiça, que não registra atividades em 80 dias úteis desde março de 2014.
FolhaPor que sua agenda omite compromissos?
José Eduardo Cardozo – Não omite. Todos os compromissos oficiais são marcados regularmente. Muitas vezes, por força da dinâmica do ministério, atividades são alteradas. Percebemos agora que, por falha do sistema de registro, o agendamento alterado não foi recolocado no sistema. Há vários dias em branco. Alguns se referem a férias. Outros a essa falha.
Mas o sr. lembra das vezes em que conversou com advogados das empreiteiras?
Só tive uma audiência para tratar de questões relativas à Operação Lava Jato. Foi solicitada por advogados da empresa Odebrecht. Foi realizada dentro do estrito rigor formal. A empresa me narrou que dentro de seu ver haveria duas irregularidades em fatos relacionados à operação. Pedi que formalizassem através de representações. A empresa protocolou formalmente.
Qual o teor dessas petições?
Não posso responder. Tenho que zelar pelo sigilo legal. Sei que o fato de estar impedido de divulgar todas as representações faz com que pessoas maldosas especulem sobre o conteúdo dessa reunião. Não teria sentido que o conteúdo não fosse estritamente o que estou dizendo, até pelas cautelas formais que foram tomadas.
Por que maldosas?
Me espanta que, tantos anos depois do fim da ditadura militar [1964-1985], tantas pessoas achem equivocado que uma autoridade receba advogados. Como advogado e ministro da Justiça, eu afirmo: é direito de um advogado ser recebido e eu os receberei. Só na ditadura isso não se admite. Há pessoas que ainda têm pensamento ditatorial, que não perceberam que vivemos numa democracia, sob o império da lei.
O sr. se refere ao ex-ministro Joaquim Barbosa?
A todos que acham que receber advogados é um erro. Estou me referindo a todos que têm espanto no fato de o ministro da Justiça receber advogados. Aliás, outro espanto que tenho é desses advogados que ainda ficam quietos. Advogados que aceitam que a advocacia seja criminalizada. Como se fossem vilões. Que país seria esse em que o ministro da Justiça se recusasse a receber advogados? Há juízes que não recebem. Desrespeitam a lei.
O sr. acha que Joaquim Barbosa cometeu um erro?
O ministro Joaquim Barbosa tem direito de falar o que bem entende. Não vou polemizar. O que vou dizer é que as pessoas que têm mentalidade autoritária de criminalizar o exercício da advocacia não percebem que vivem num Estado de direito. Ao ministro da Justiça, pouco importa que opinião os cidadãos possam ter disso. Ele tem que cumprir seu papel. Pouco importa se acham revoltante que advogados tenham direito de postular. Talvez para alguns nem devessem existir contraditório, ampla defesa e advogados no mundo. Talvez preferissem o linchamento.
O sr. tem apoio da presidente?
A presidenta Dilma sempre me deu total liberdade.
E a confiança de seu partido?
Eu nunca vi orientação do PT para que ilícitos não devessem ser apurados. Há críticas de petistas? Há. Como há de tucanos por ter mandado investigar o cartel do Metrô em São Paulo. Não cabe a mim dizer quem deve ser investigado, amigo ou adversário. Há quem não goste. Vivo uma situação curiosa. Alguns petistas me chamam de “pelicano”. Vejo outros dizendo que sou “petralha”, manipulo para acobertar os desmandos do meu partido. É curioso que dois extremos se toquem numa leitura errada do que deve ser a postura de um ministro da Justiça.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cardozo está completamente desnorteado. Seus argumentos são patéticos e improcedentes. Não há obrigação (nem nunca houve) de ministro da Justiça receber advogados. Ele diz que só deu uma audiência, mas foram várias, em diversas oportunidades, relatadas pelos próprios advogados. As falhas em sua agenda não são técnicas e ele não tirou férias. Não há sigilo legal em petições feitas ao ministério,  toda petição tem de ser protocolada e ganha uma numeração. Ou seja, não houve petições. É tudo mentira. Uma vergonha nacional. Joaquim Barbosa tem razão, Cardozo deveria pedir para sair. Não tem a menor condição de continuar no ministério. (C.N.)

19 de fevereiro de 2015
Catia Seabra
Folha

AS ÚLTIMAS DA BOATARIA ( E A APATIA DO PT)




PT ainda está na Pré-História da Comunicação
Ao mesmo tempo em que aperta a estratégia de convocação de manifestações contra o governo, a direita se esmera em soltar, com a regularidade de quem serve, todos os dias, de seu próprio forno, o “pão” que o diabo amassou, novos factoides destinados a confundir e assustar a opinião pública.
Mensagens na internet espalham a tese de que o ex-presidente Lula – já acusado de ser dono da Friboi e de outros negócios milionários – teria recebido bilhões em comissões de empréstimos concedidos a grandes empresas pelo BNDES, e torpedos enviados em massa pelo What’s Up aconselham os incautos a retirarem o dinheiro de suas contas de poupança na Caixa Econômica Federal, porque o governo estaria preparando-se para confiscar os depósitos a partir do mês que vem.
Enquanto isso, a “situação”, como nos últimos 12 anos, faz cara de que não é com ela. E a tão decantada militância do principal partido da base aliada prima pela ausência nas redes sociais e nos principais portais, como se de repente tivesse sido transportada para a época do telégrafo e da máquina a vapor.

19 de fevereiro de 2015
Mauro Santayana
Do blog do Santayana

INDONÉSIA ADMITE QUE PODERÁ REVOGAR EXECUÇÃO DO BRASILEIRO



A Indonésia adiou a execução do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte e de mais sete presos condenados por tráfico de drogas, prevista originalmente para este mês. 
Rodrigo, de 42 anos, está preso desde 2004 e foi condenado à morte após entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surf. 
A família do brasileiro tenta impedir a execução e solicita a transferência de Rodrigo para um hospital psiquiátrico. Recentemente, um médico do governo indonésio confirmou um diagnóstico de esquizofrenia.
Em declaração à imprensa, Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral do país, disse esta terça-feira que Rodrigo não seria executado enquanto houvesse dúvida sobre sua saúde psiquiátrica. “Recebemos cartas do diretor da prisão, Nusa Kambagan, sobre um detento que apresenta indicações de doença mental. Ele já pediu para o escritório do procurador-geral para que o senhor Gularte seja examinado fora da prisão, uma vez que as instalações da penitenciária são limitadas”, disse ele. “Nós temos de ter certeza de que ele está completamente recuperado, antes de proceder à execução”, completou.
Spontana informou que a nova data ainda não foi marcada. “Eu não sei quanto tempo levará para finalizar os preparativos, mas posso garantir que as execuções não acontecerão neste mês, a menos que tenhamos novidades extraordinárias.”
MARCO ARCHER
No mês passado, a Indonésia executou o carioca Marco Archer Cardoso, 53, causando comoção e polêmica no Brasil. 
Archer, também condenado por tráfico, foi o primeiro brasileiro condenado à morte por uma decisão judicial no exterior. 
A presidente Dilma Rousseff, que intercedeu pela vida de ambos, disse ter ficado “consternada e indignada” com a execução e alertou que a decisão da Indonésia de cumprir a sentença “afeta gravemente” as relações entre os dois países.

19 de fevereiro de 2015
Deu no Correio Braziliense

O HUMOR DO ALPINO



19 de fevereiro de 2015

QUE MISTERIOSO INTERESSE PAIRA SOBRE A PROPOSTA DO DISTRITÃO?

O FANTASMA DO DISTRITÃO, QUE SÓ EXISTE EM QUATRO PAÍSES


Tudo o que está ruim pode piorar. A máxima, que nos últimos dias vitimou a Petrobras e o ex-bilionário Eike Batista, começou a assombrar o debate da reforma política. O maior fantasma responde pelo nome de distritão e ganha força velozmente no Congresso.
A proposta muda a forma como são eleitos os deputados. Hoje, no sistema proporcional, as vagas são divididas pela soma dos votos acumulados por cada partido ou coligação. Com a mudança, as cadeiras passariam a ser dos candidatos mais votados individualmente.
A fórmula é simples e agrada ao senso comum, mas enfraquece ainda mais o papel dos partidos. Se o distritão for adotado, o voto de legenda vai sumir e a eleição se tornará uma luta de todos contra todos. Dois candidatos filiados à mesma sigla serão tão adversários quanto dois que pertençam a siglas diferentes.
“Os partidos vão ficar absolutamente em segundo plano. No distritão, é cada um por si”, resume Antonio Augusto Queiroz, diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
IDEIA DESASTROSA
Os defensores do modelo, patrocinado pelo PMDB, dizem que ele corrigiria uma distorção atual: a eleição de candidatos quase desconhecidos graças ao desempenho de celebridades. Em 2002, Enéas Carneiro recebeu 1,5 milhão de votos para deputado e arrastou para a Câmara um aliado com míseros 275 votos.
O problema é real, mas podem surgir outros piores. Entre eles, o encarecimento das campanhas, já que cada candidato investirá o máximo para se eleger por conta própria, e o lançamento de mais famosos, como artistas e ex-jogadores. Se a coerência partidária já está em falta, um sistema eleitoral que só valoriza indivíduos pode condená-la à extinção.
O cientista político Jairo Nicolau, que considera o distritão uma ideia desastrosa, levanta um argumento adicional. O sistema só é adotado hoje em quatro países: Afeganistão, Jordânia, Vanuatu e Ilhas Pitcairn.

19 de fevereiro de 2015
Bernardo Mello Franco
Folha

GOVERNO CORRUPTO DE BRASÍLIA FAZIA ATÉ "CONTRATOS VERBAIS"



Papel colado na parede de hospital informa aos pacientes sobre os problemas locais
O Distrito Federal sempre foi referência de bons serviços públicos na comparação com o resto do país. A explicação é evidente: por sediar os três Poderes da República, a capital recebe um gordo auxílio do Fundo Constitucional. Os salários da segurança – e parte dos da saúde e educação – são pagos pela União. O governo local arrecada todos os impostos que, no resto do país, se dividem entre autoridades municipais e estaduais, além de embolsar ao mesmo tempo recursos do Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios. A economia brasiliense, movimentada pelos salários dos servidores públicos, tem uma arrecadação alta e baixos níveis de desemprego. A renda per capita é a maior do país.
Por isso, o recém-empossado governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não esperava que, em vez de anunciar o início de programas de governo ou de grandes obras, tivesse de gastar todas as energias do começo de mandato para cortar gastos e cancelar investimentos. Mas é só o que ele tem feito desde que assumiu o cargo, em um esforço para amenizar a profunda crise financeira na qual o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) jogou o Distrito Federal.
Há três semanas, o governo anunciou um pacote de 21 medidas que incluem aumento de ICMS sobre a gasolina, revisão da tabela do IPTU e o fim da isenção de IPVA para carros zero. O governo promete extinguir 60% dos cargos comissionados, os secretários andarão em carros populares e nenhuma obra de peso será iniciada num horizonte próximo. Antes disso, o governo já havia anunciado um inédito parcelamento dos salários dos servidores. É isso mesmo: na rica capital do país, falta dinheiro para a folha de pagamento. “Não há condição de pagar. Se não parcelarmos, alguém terá que ficar sem receber”, justifica o secretário de Fazenda, Leonardo Colombini.
O pacote anunciado por Rollemberg vai devolver 400 milhões de reais aos cofres locais em 2015 e outros 800 milhões de reais em 2016. Ainda é muito pouco para desfazer a herança maldita de Agnelo. A estimativa é de que o rombo ao final de 2015 seja de 5 bilhões de reais.
CAOS NA SAÚDE
As dimensões do desajuste só ficaram mais claras depois das eleições: o petista teve apenas 20% dos votos e ficou fora até mesmo do segundo turno. As engrenagens do governo pararam quase simultaneamente. O caso mais dramático foi o da saúde. A rede pública chegou a ter 215 itens em falta, como medicamentos essenciais, gaze e luvas esterilizadas. Médicos e professores de creches cruzaram os braços. As empresas de ônibus circulavam de forma precária, com interrupções frequentes nos serviços. O mato se alastrou pela cidade, a coleta de lixo chegou a ser suspensa, viaturas ficaram paradas. Tudo isso porque acabou o dinheiro do governo.
Durante a transição, a equipe de Rollemberg constatou que Agnelo elevou salários, distribuiu cargos comissionados e inflou contratos de forma inconsequente, em um último esforço para ganhar popularidade. O novo governador recebeu o governo com 64 mil reais em caixa para gastar.
Não há solução no curto prazo. A nova gestão considera que, se ao fim de 2018 as contas mensais deixarem o vermelho, terá sido uma grande vitória. A prioridade é evitar o colapso total. Alguns dos programas orçados não têm recursos para chegar até maio.
O descontrole foi tão grande que, no início deste ano, o Ministério Público do Distrito Federal montou uma força-tarefa para mapear os desvios.  Mal começaram a fazer o diagnóstico, os promotores encontraram um cenário perturbador, com pagamentos superfaturados, convênios nebulosos e a existência – acredite – de “contratos verbais.
“Apesar do histórico de corrupção nos governos do Distrito Federal, a devassa feita nas contas públicas na última gestão é a mais grave da história”, diz o promotor Marcelo Teixeira, um dos integrantes do grupo de trabalho, que começa a apresentar resultados.
SUPERFATURAMENTO
O Ministério Público já apresentou uma ação de improbidade por causa de um superfaturamento de pelo menos 30 milhões no contrato de reforma do autódromo de Brasília. Sim, meio à penúria, Agnelo fechou um contrato de quase 300 milhões de reais para restaurar o espaço, como parte de um acordo para receber uma prova da Fórmula Indy em março deste ano. Ele também ordenou uma reforma de 1,5 milhões de reais na residência oficial do governo e abriu licitação para adquirir 40 toneladas de carne, incluindo 800 quilos de camarão.
Sem caixa para pagar a dívida de mais de 3 bilhões de reais deixada pelo antecessor, a nova gestão tenta negociar com as empresas que mantêm contrato com o governo. A situação dos serviços públicos deve continuar crítica pelos próximos meses.
Não é por acaso que o Ministério Público estuda apresentar uma ação contra o petista por danos morais coletivos à população da capital do país.

(reportagem enviada pelo comentarista Isac Mariano)

19 de fevereiro de 2015
Gabriel Castro
Veja