"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 13 de setembro de 2015

"NÃO É POSSÍVEL QUE TUDO SEJA PRIORIDADE"


Ontem, no jornal Folha de S.Paulo, foi publicada uma boa entrevista com o economista e ex-ministro Delfim Netto, concedida a repórter Raquel Landim. Lúcido, didático e objetivo, Delfim Netto dá bons conselhos ao pessoal do governo federal, que anda pra lá de perdido no Palácio do Planalto. Vale a pena conferir.
O ex-ministro Delfim Netto acredita que o ajuste fiscal ficou mais difícil após a perda do selo bom pagador, concedido pela agência Standard & Poor's [S&P]. "Os juros e o câmbio vão subir e vai aumentar a volatilidade do mercado, porque a credibilidade interna e externa ficou comprometida", disse.
O economista também afirma que os programas sociais precisam ser ajustados à disponibilidade de recursos e que o único programa intocável é o Bolsa Família. "Não é possível que seja tudo prioridade."
Delfim — ex-ministro dos governos militares, conselheiro informal de diversos presidentes na redemocratização e colunista da Folha — considera que a atitude de mandar ao Congresso um orçamento apontado deficit em 2016 foi ingênua: "Uma incompetência política dramática".
Diz ainda que a relação com o Congresso ficará ainda mais complicada.

Folha - O governo deveria ter cortado gastos sociais para fechar o rombo no Orçamento?
Delfim Netto - Só tem um programa realmente importante que funciona: o Bolsa Família. Os outros têm que ser ajustados a disponibilidade de recursos.
Se o governo quer colocar o programa Minha Casa, Minha Vida como prioridade, tem todo o direito, porque foi eleito para isso. Mas tem o dever de cortar algum gasto correspondente. Não é possível que tudo seja prioridade.

A agência S&P se precipitou? Não entendeu as idas e vindas da política brasileira?
Não. A agência tinha dado um voto de confiança e esperou. Ficaram desiludidos.

Quais as consequências da perda do grau de investimento?
É algo grave, sério, mas o Brasil já viveu sem o grau de investimento. Não é o fim do mundo. No entanto, seguramente, indica que o ajuste fiscal vai ser ainda mais custoso.
Os juros e o câmbio vão subir e vai aumentar a volatilidade do mercado, porque a credibilidade interna e externa ficou comprometida. Não adianta fechar os olhos e dizer que as agências de risco não valem nada. De fato, elas têm uma capacidade duvidosa, mas não adianta reclamar.

O ministro Joaquim Levy foi colocado no cargo para evitar o rebaixamento. Sua permanência no posto está comprometida?
O Levy lutou bravamente para que isso não acontecesse. É um sujeito de caráter e, mesmo contrariado, sabe que faz parte de um governo. O Levy está imbuído de um sentido de missão e vai continuar lutando. Para mim, saem todos rebaixados: ministros, governo, o país.

Vamos ter mais turbulência política?
Sem dúvida. O Congresso reproduz a sociedade, mas num microcosmo e se excita muito mais. Temos um problema muito sério dentro da base do governo.
O fato é que o PT não está de acordo com o programa do seu próprio governo. Ponto final. O comportamento do PT é consequência do fato de que o governo perdeu o protagonismo.
A base aliada toda está resistindo simplesmente porque o governo não governa. É algo espantoso. O governo vem dizendo que não vai fazer mais nada e que vai esperar o Congresso mandar. Não há como se demitir da tarefa de assumir o protagonismo do processo.
Vivemos um presidencialismo que se diz de coalizão, mas que é quase imperial. Os instrumentos estão na mão do Executivo e ele exerce um poder imenso.

O ex-presidente Lula tem dado declarações contra o ajuste fiscal. Na sua opinião, qual é o objetivo?
Lula está expressando o seu ponto de vista, dizendo que está ocorrendo desemprego. É verdade. Mas o desemprego não foi causado pelo ajuste, mas pelos excessos de 2014 e pela política equivocada. O ajuste sequer teve efeito ainda. As despesas do governo continuam crescendo.
O ajuste sequer teve efeito. As despesas do governo continuaram crescendo. Ele está expressando o seu ponto de vista. Ele está dizendo que está havendo um desemprego, e é verdade, mas o desemprego não foi causado pelo ajuste, mas pelos excessos da política errada.
Por que você está fazendo o ajuste? Porque cometeu excessos extraordinários ao longo de 2014.

O senhor tem sugerindo que o governo deveria elevar a Cide para cobrir o rombo. Por quê?
O argumento contra a Cide é que vai subir a inflação. Chega a ser infantil. Teremos uma inflação de 10% com ou sem Cide. A inflação está em 10% por erros cometidos no passado. No ano que vem, a expectativa é de inflação em 5%.
Com o aumento da Cide, vamos resolver um problema gigantesco, não só nas contas públicas, mas no setor sucroalcooleiro. O setor sucroalcooleiro foi destruído junto com a Petrobras.
A Cide é um imposto que vai na direção correta de proteger o meio ambiente, porque incentiva a substituição de gasolina por álcool. Hoje temos cerca de 80 usinas em estado de calamidade. Se recuperarmos 60% ou 70% delas, vamos ampliar emprego e produção.

O que mais deveria ser feito para arrumar as contas públicas?
A única cláusula pétrea na Constituição são os direitos individuais. O resto pode ser alterado se houver disposição.

A desintegração do sistema previdenciário é culpa do governo que nunca assumiu a responsabilidade.
É preciso apresentar uma lei que se resume numa idade mínima para aposentadoria e encontrar as regras de passagem.
Outro ponto é essa proposta da CUT que está presa há anos na Casa Civil que regulariza o entendimento do trabalhador com o empresário, sob a vigilância do sindicato. Vai dar uma enorme flexibilidade para eles decidam o que é do seu interesse sem ouvir a Justiça do trabalho, que é uma das áreas mais retrógradas do país.
Também é necessário resolver a reforma do ICMS. Ou seja, o governo precisa dar uma demonstração clara de que vai mudar as restrições da economia que foram construídas por nós mesmos.

13 de setembro de 2015

LULA NA MIRA





Rodrigo Janot pretende investigar os brindes que Lula recebeu das empreiteiras.

 Mas há outro inquérito pronto para partir.

 Sergio Moro já pediu acesso à delação premiada de Ricardo Pessoa, porque a Lava Jato quer apurar a denúncia de que Lula foi eleito em 2006 com dinheiro roubado da Petrobras.

13 de setembro de 2015
in graça no país das maravilhas

FERNANDO GABEIRA: BANQUEIROS, EMPRESÁRIOS E COLUNISTAS


Banqueiros, empresários e colunistas têm se pronunciado contra o impeachment de Dilma. Faltam elementos, dizem alguns. Ainda faltam, dizem outros mais cautelosos. O próprio New York Times chegou a essa conclusão, com o mesmo argumento: não há motivo. Creio que essa convicção possa evoluir quando analisarmos todas as pontas da investigação.
O quadro geral desenha um governo que utilizou um esquema criminoso para se manter no poder. Mas quadros gerais não bastam. O ministro Gilmar Mendes foi o primeiro a juntar as pontas que revelam o caminho do impeachment: contas de campanha. A vulnerabilidade de Dilma fica clara quando o turbilhão de informações fragmentadas começa a tomar corpo.
De fato, não basta ver a Petrobras em ruínas, destroçada pelo governo petista nem saber que o partido recebeu milhões das empreiteiras da Lava Jato. O senso comum ligaria as propinas à campanha milionária de Dilma. Mas é preciso mais. Um dos empreiteiros, Ricardo Pessoa, da UTC, doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma, por intermédio do tesoureiro, Edinho Silva. E não foi por amor à causa, mas medo de perder seu negócio milionário com o governo.
Nas anotações de Marcelo Odebrecht há menção às contas na Suíça que poderiam aparecer na campanha de Dilma. As contas existem e eram usadas para pagar propinas. Descendo um pouco mais a escada, Gilmar Mendes encontrou inúmeros indícios de ilegalidades na campanha de Dilma. Só uma empresa que tem um motorista como sócio recebeu R$ 24 milhões da campanha de Dilma. A empresa chama-se Focal. Está sendo investigada e parece que uma cirúrgica troca de letra, pode definir melhor a natureza de seu negócio.
Por que todos esses fatos encadeados ainda não motivaram uma investigação do Ministério Público? Talvez fosse impossível para Rodrigo Janot viver a contradição de investigar Dilma e, simultaneamente, colocar sua própria confirmação como procurador-geral nas mãos dela. Como possivelmente será difícil investigá-la depois de ter seu nome confirmado por ela. Mas agora é diferente.
Janot está sendo acionado por um ministro do Supremo que, como o senso comum, acha que existe uma relação entre o assalto à Petrobras e a campanha de Dilma. Só que Gilmar, como outros observadores, acha isso a partir de indícios, depoimentos, que só não convencem porque ainda são tratados fragmentariamente. Gilmar é ministro do TSE e aponta o caminho real, unificando os indícios, mostrando a leviandade de ignorar os dados da Lava Jato num julgamento desses.
Os ventos legais conduzem ao impeachment, assim como os clamores da rua. O impeachment, dizem alguns, seria traumático: instrumento muito raro e já aparece duas vezes numa jovem democracia. Mas que outra maneira tem a jovem democracia senão aplicar a lei?
Outro argumento é que duas quedas num curto espaço de tempo deformariam o eleitorado, que passaria a votar de forma irresponsável, contando sempre com o impeachment. É uma tese discutível. Ela serviria também para anular a utilidade do instituto do recall político, que existe desde o início do século 20 nos Estados Unidos.
A base legal do impeachment sairá da análise cruzada das contas de Dilma com os dados da Lava Jato e toda essa indústria de notas frias de gráficas inexistentes e empresas de fachada. Os fatos estão aí e a história de que foram doações legais não resolve o problema. Tornar legal dinheiro obtido em esquema de corrupção é pura lavanderia.
Quando todas as peças se encaixarem e a evidência emergir, pode ser ainda que muitos prefiram a continuidade de Dilma. Mas aí será outra discussão. Estamos no auge de uma crise econômica e política. A realidade exterior nos surpreende com notícias negativas, como os sobressaltos na China, com possível repercussão aqui. E se olharmos para um quadro mais amplo, o clima, veremos que se espera-se um El Niño intenso este ano.
Isso significa grandes problemas, como os que tivemos em 1988. Incêndios no Norte, inundações no Sul. O El Niño não tem o peso das questões urgentes do momento. Mas os analistas, quando Dilma assumiu, disseram que ela enfrentaria uma tempestade perfeita. Ainda não contavam com o El Niño, a tempestade das tempestades.
Diante de um quadro econômico, político e climático tão adversos, supor que uma presidente detestada pela maioria, sem apoio no Congresso, é a mais indicada para conduzir o país é a opção pelo imobilismo. E em termos nacionais é hora de se mover, não de ficar parado.
Não se fala mais que impeachment é golpe. Apenas que não há motivo para o impeachment. É positivo, porque esse debate popularizou o texto da Constituição, que prevê o impeachment.
O argumento de agora tem uma outra natureza: o impeachment é um instrumento legal, mas não há motivo para ele. Quando se der a ligação das evidências esparsas, o argumento de que não há motivo dará lugar ao medo de traumas para a estabilidade dos negócios. Aí talvez debate seja mais fácil. Nossa experiência histórica mostra que não dói tanto assim. Os que pedem um Fiat Elba de Dilma vão se deparar com verbas que dariam para comprar muitas Ferraris e Lamborghinis.
Será uma discussão simples: aplicar ou não aplicar a lei. A escolha de não aplicá-la, essa, sim, pode abalar os alicerces de nossa convivência democrática. E nos afundar numa crise desesperadora. O ministro Celso de Mello tem razão quanto aponta uma delinquência institucional mascarada de política. Conviver com a impunidade nesse nível é humilhante para os brasileiros. Eles saberão voltar às ruas, nos momentos adequados.
Nesta semana Dilma e Lula foram lembrados com frases de protesto no rodeio de Barretos. Não aprovo os termos do protesto, mas eles revelam como se espalha a rejeição.
Quem valoriza o equilíbrio no Brasil de hoje tem de perceber, como um ciclista, que ele depende do movimento. Parados, vamos todos cair no chão, embora uma queda de banqueiros e empresários seja suavizada pelos bolsos acolchoados.

13 de setembro de 2015
Fernando Gabeira, Estadão

O ESTADISTA DE GALINHEIRO QUE RESOLVEU VIRAR PASSARINHO E VOAR PARA LONGE DA LAVA JATO PODE ESTAR BATENDO ASAS NA ROTA DA GAIOLA


Anunciada na entrevista à rádio Itatiaia e reiterada horas depois num palavrório em São Bernardo, a novidade foi confirmada nas escalas que o palanque ambulante fez no Paraguai e na Argentina: Lula resolveu ser passarinho. Embora seja sempre uma proeza, essa não tem nada de mais. Quem resolveu em oito anos todos os problemas acumulados em mais de 500 nem precisa de muito esforço para fazer o que Hugo Chávez anda fazendo quando precisa dar conselhos ao filhote Nicolás Maduro.
É também improvável que alguma ave possa alcançar as alturas históricas atingidas por personagens a que o ex-presidente se comparou. Ele já se apresentou, por exemplo, como uma reencarnação melhorada de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jesus Cristo, Tiradentes, Abraham Lincoln e Nelson Mandela. O estadista de galinheiro interrompe o sono eterno de qualquer um sempre que precisa de ajuda para escapar do tribunal, de fiascos eleitorais ou quaisquer outras enrascadas cabeludas em que vive se metendo.
A primeira vítima foi exumada para abafar os estrondos decorrentes da descoberta do Mensalão. “Em 1954, Getúlio Vargas teve a coragem de dizer ao Brasil que a gente iria fazer a Petrobras e foi achincalhado como eu”, fantasiou Lula em 4 de agosto de 2005. “Hoje, a Petrobras é, sem dúvida nenhuma, a empresa brasileira de maior orgulho para todos os 186 milhões de brasileiros. É por isso que a elite quer fazer comigo o que fez com Getúlio”. (A Petrobras é que seria alvejada no peito por disparos de Lula e seus bucaneiros).
Em março de 2006, tangido pelo medo de ver o segundo mandato sair pelo ralo das ladroagens mensaleiras,  Lula escolheu o alvo da comparação infamante depois de assistir a um capítulo da minissérie da Globo inspirada na figura de Juscelino Kubitschek. “Hoje, JK está sendo vendido como herói, mas a novela mostra como é que os que estão me atacando hoje atacavam JK”, ensinou num falatório em Salvador. (Nem Carlos Lacerda ousaria enxergar semelhanças entre o construtor de Brasília e o inventor do Brasil Maravilha).
No fim do inquilinato no gabinete presidencial, quando fazia o diabo para eleger Dilma Rousseff, incorporou simultaneamente o filho de Deus e o mártir da Inconfidência Mineira. “Todo santo dia eu sou perseguido por aqueles que não se conformam com um presidente operário que pensa só nos pobres”, recitava o animador de comício antes de invocar uma das estações do seu calvário malandro: “Diziam que eu era comunista porque tinha barba comprida, mas Jesus também tinha, Tiradentes também tinha”.
Em fevereiro de 2013, ainda convencido de que seria secretário-geral da ONU depois de contemplado com o Nobel da Paz, começou a violar sepulturas em terra estrangeira. “A imprensa batia no Abraham Lincoln em 1860 igualzinho batem em mim”, descobriu o médium de botequim. (Nem o mais feroz antagonista do presidente americano ousaria acusar Lincoln de ser um lula). Meses mais tarde, sobrou para Nelson Mandela.
“Tive uma grata satisfação de fazer parte de uma geração que lutou contra o apartheid”, reincidiu em 5 de dezembro. “Não tinha sentido a maioria negra ser governada pela minoria branca lá. Aqui, acontecia comigo a mesma coisa”. (O gigante sul-africano que acabara de morrer daria um jeito de viver mais alguns séculos se desconfiasse que reencarnaria no Brasil como camelô de empreiteira e caso de polícia).
Foi para afastar-se das arapucas da Operação Lava Jato, aliás, que Lula providenciou a mais recente metamorfose. “”Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no mesmo galho”, explicou ao anunciar o advento do Lula alado. “Se ele ficar pulando, é difícil. Então é o seguinte: eu voltei a voar outra vez. Eu agora vou falar, vou viajar, vou dar entrevistas”.
Dado o recado, foi bater asas longe da Lava Jato (e do governo em decomposição da herdeira Dilma Rousseff). Estava na Argentina quando chegou ao Supremo Tribunal Federal o documento em que o delegado da Polícia Federal Josélio Sousa pede autorização para incluir Lula na devassa do Petrolão. Trecho da petição:
“(…) a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu Governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal”.
“Pode ter sido beneficiado” é muita gentileza. Aí tem — e como!, sabe até o distintivo do delegado. Pelo que já confessaram comparsas convertidos em colaboradores da Justiça, pelo que a Polícia Federal já descobriu, pela montanha de provas acumuladas em Curitiba, pelo que logo se saberá, o passarinho espertalhão pode estar voando perto demais da gaiola.

13 de setembro de 2015
Augusto Nunes, Veja

GOVERNO DA ORGANIZAÇÃO PT APRESENTOU AO TCU, NO ÚLTIMO PRAZO DE QUINZE DIAS, AS MESMAS DESCULPAS DE ANTES.

Alegou que tudo isso já houve em governos anteriores e que ninguém sabia da imensidão da crise


Quando nada mais há a dizer, qualquer coisa serve. É o que orienta a última parte da defesa que o advogado- geral da União, Luís Inácio Adams, faz da presidente Dilma Rousseff, enviada ao Tribunal de Contas da União. A penúria intelectual do governo chega a ser, por si, escandalosa.

Sabem com que Adams justificou os procedimentos contábeis heterodoxos e ilegais feitos pelo governo, apelidados de “pedaladas fiscais”? Segundo o advogado-geral, elas se deveram à “evolução imprevisível” da economia no fim de 2014.

Reitero: se não fosse absoluta falta do que dizer, eu iria inferir que o homem está a escarnecer da gente, a nos tratar como idiotas, como cretinos.

Escreve ele:
“A realidade econômica evoluiu de maneira imprevisível para todos os analistas. Quem projetava um impacto de redução de commodities, aumento do dólar, de mudança do quadro econômico do jeito que aconteceu no final de 2014? Essa realidade é que gerou a necessidade de mudança de meta que foi acatada pelo Congresso e em 31 de dezembro o governo atendeu à lei”.


É incrível! Estava tudo mais do que escrito nas estrelas. A desvalorização das commodities mostrou que viria para ficar já em meados de 2012, quando Dilma estava com um ano e meio de seu primeiro mandato. A partir dali, analistas já começavam a alertar para as dificuldades futuras.

Mas calma aí! Adams se esquece de que o país passou por eleições no ano passado. E isso significa que a oposição também apresentou seu diagnóstico, apontando, diga-se, a quase totalidade dos problemas que estão por aí. Onde está a surpresa?

Sobre gastos feitos sem a autorização do Congresso, o advogado-geral insiste na desculpa petista de sempre, o famoso “FHC também fez” — o que, dizem ministros do TCU, não confere com a realidade, não na dimensão ou na escala do governo Dilma.

A defesa de Adams também politiza o caso de maneira desastrada. Sabe que a recomendação para que as contas sejam rejeitadas servirá de forte argumento da oposição para acusar Dilma de crime de responsabilidade. Aludindo ao que parece ser um eventual pedido de impeachment, Adams considera: “O fundamental é que temos que mostrar nossa força institucional. O Brasil conquistou uma estabilidade institucional e econômica. Nosso esforço é estabelecer isso como padrão para o mundo”.

Sim, claro! E em que um julgamento realmente autônomo do TCU e uma decisão idem da Câmara ameaçariam a força institucional? Ao contrário! Esta só sairia fortalecida.



13 de setembro de 2015

LULA INTIMADO. ATÉ QUE ENFIM!


Assim escreveu o delegado: 

“Atenta ao aspecto político dos acontecimentos, a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA que, na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pela esquema em cursa na PETROBRAS, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada â custa de negócios ilícitos na referida estatal”.

13 de setembro de 2015
in graça no país das maravilhas

A TROMBETA DE ALARICO

Neste momento em que o Ocidente assiste com horror e misericórdia à maior onda migratória forçada desde a empreendida pelos povos perseguidos pelo nazismo, é oportuno visitar (ou revisitar, como fez este redator), a magistral obra do historiador inglês Edward Gibbon, “Declínio e queda do Império Romano”. Gibbon colocou o ponto final em seu estudo, o mais completo da historiografia romana, no dia 27 de junho de 1787. Portanto, há 228 anos. E quanta atualidade o livro escancara aos olhos espantados do leitor do século 21! Mais: o quanto Gibbon adverte para o futuro, que afinal chegou.

Ao contrário do que muitos pensam, o Império Romano, em diversos momentos de sua grandiosa existência, foi de uma liberalidade leviana que rivaliza com seus piores momentos de intensa crueldade. Tal qual hoje se comportam os Estados Unidos e as nações européias que no século 19 e 20 mantinham sob seu tacão nações inteiras da África e do Oriente. Maus ali, bonzinhos aqui. Maus com crueldade. Bonzinhos com leviandade.

A política externa de Roma, sob o imperador Valente (365), pressionada pelo huno Átila, abriu as fronteiras do Norte ao acolhimento dos godos, chamados “bárbaros”pelo Império. Afinal, é preciso demonstrar boa vontade, misericórdia com os vencidos. Fala mais alto a alma latina.

Foi o marco do declínio imperial, assinala Gibbon. Os godos foram admitidos no exército romano, até como oficiais! Prosperaram no magistério e na administração pública, sem falar nos serviços domésticos.

Até que, no inicio dos anos 400, a trombeta de Alarico soou pelo Império Romano, despertando de um aparente sono toda a ira, humilhação, recalques e barbárie dos homens do Norte que viviam sob o acolhimento romano. O grande guerreiro queria conquistar o mundo. E sobretudo cobrar o tributo de séculos de governantes romanos ímpios, embora, de vez em quando, bonzinhos...

Gibbon revive assim este momento: “O rei dos godos, que não mais dissimulava sua sede de pilhagem e vingança, surgiu em armas sob as muralhas da capital, e o trêmulo Senado, sem nenhuma esperança de socorro, preparou-se para, através de uma desesperada resistência, retardar a ruína de sua pátria. Mas nada pôde fazer contra a secreta conspiração de seus escravos e criados, os quais, por nascimento ou interesse, perfilhavam a causa do inimigo. Após 1163 anos de sua fundação, Roma, que subjugara e civilizara parte tão considerável da humanidade, viu-se entregue à fúria licenciosa das tribos da Germânia e da Cítia”.

Nada havia sido esquecido, naqueles povos antes oprimidos pela bota imperial. O que se deu, então? Oficiais godos matavam seus colegas de farda, oficiais romanos; soldados godos saqueavam os quartéis onde serviam. Alunos godos matavam seus mestres romanos! Criados godos matavam patrões romanos que os tinham como fiéis servidores.

Prossegue o historiador inglês: “É lícito perguntar-nos, com ansiosa curiosidade, se a Europa ainda está ameaçada da repetição das calamidades que afligiram as armas e as instituições romanas”.

Ele mesmo responde: “Novos inimigos e perigos ignorados podem possivelmente surgir de algum povo obscuro, mal visível ainda no mapa do mundo”.

Ora, 228 anos depois de Gibbon proferir a advertência, estamos nós, no Ocidente, espantados com o Estado Islâmico, o Boko Haran e outros povos cruéis que barbarizam a civilização.

O caráter do Ocidente cristão ou mesmo dos ocidentais sem crenças, está felizmente impregnado das virtudes da misericórdia e do sentido ético do humanitarismo. É exatamente isto que nos diferencia da barbárie. Não podemos dar as costas a crianças mortas no Mediterrâneo nem à onda de esfomeados que trilham hoje a Europa tentando uma nova existência digna. É o nosso evangelho, sejamos por Cristo ou não.

Pois o mundo civilizado espera, ou quer acreditar, que essa Hégira do século 21, que assistimos pela televisão, seja inspirada naquela empreendida por Maomé em 622: pela construção da paz.

Mas, depois de ler o Gibbon, eu cá me pergunto e passo a pergunta ao leitor: - Por que países ricos, imensamente ricos, e cultural e religiosamente afinados com a onda migratória, como a nababa Arábia Saudita, a bela Turquia, os Emirados endinheirados de petróleo – porque tais países de teocracia muçulmana não acolhem seus irmãos muçulmanos? O Egito, ali pertinho, com grandes áreas do Nilo ainda a agriculturar, por que não chama a si, ou pelo menos partilha com a Europa, a responsabilidade moral de amparar os refugiados?

E a pergunta de Gibbon permanece: e se ressoar a trombeta de um novo Alarico?

Um sucesso editorial em todo o mundo, este ano, é o romance “Submissão”, do escritor francês Michel Huelebequec (Prêmio Gouncourt). Ele ficciona de modo perturbador: em 2022, é eleito presidente da República da França o candidato do (inexistente hoje) Partido da Irmandade Muçulmana, que vinha pregando o bolsa-família para quem tivesse mais filhos. Desentendimentos internos (como sempre estúpidos) na Esquerda e na Direita tradicionais francesas, consagram o candidato popularíssimo da burca.

É mais um aviso da trombeta de Alarico?


13 de setembro de 2015
Pedro Rogério Moreira

GOVERNO DEVE AGIR COM URGÊNCIA, DIZEM ECONOMISTAS

ESPECIALISTAS DIZEM QUE FINANÇAS DO BRASIL ESTÁ EM ESTADO CRÍTICO

ESPECIALISTAS DIZEM QUE FINANÇAS DO BRASIL ESTÁ EM ESTADO CRÍTICO

A perda do selo de bom pagador, decretada pela agência de risco Standard & Poor's (S&P), atiçou um senso de urgência na área econômica. Não importa a corrente de pensamento, não há mais dúvida entre os economistas que acompanham as contas públicas de que a situação das finanças do Estado brasileiro chegou a um ponto crítico. Mais do que tomar medidas para reverter o rebaixamento já feito pela S&P, a prioridade é evitar que Moody's e Fitch, as duas outras agências que são referência global, sigam o exemplo.

Existe um certo consenso de que agora é necessário agir o mais rápido possível para dirimir distorções que oneram as contas públicas. Atuar no curto prazo é a prioridade. "Foi inadmissível mandar para o Congresso o Orçamento do ano que vem com um rombo e agora o governo deve deixar claro que está comprometido com o cumprimento da meta de superávit primário do próximo ano, fixada em 0,7%. Vai doer, mas não tem jeito", diz o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas. Para o mercado, é essencial que os ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, mostrem sintonia.

Numa outra frente, entende-se que é preciso iniciar um ajuste fiscal estrutural, de longo prazo. "O governo precisa reorganizar a base política e votar uma série de reformas que influenciariam o cenário das contas públicas no longo prazo", diz o economista Mansueto Almeida, especialista em contas públicas.

Na avaliação dele, a lista incluiria promover uma nova rodada da reforma da Previdência, para rever a idade de aposentadoria, discutir e redefinir o piso de programas de assistência. "Não é justo que o piso da Previdência, de quem sempre contribuiu com o sistema, seja igual ao piso da assistência social", diz Almeida. Ele também defende o fim das chamadas vinculações (verbas carimbadas) para áreas como saúde e educação, ou ao menos a revisão das regras. "A vinculação é feita em relação ao ano anterior: em anos que há um grande crescimento da receita, seguida de queda, isso cria problemas."

Economistas alinhados com o governo estão entre os mais serenos com a perda do grau de investimento. "A definição de uma agência de risco não é o fim do mundo", diz Márcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, que ajuda a produzir programas do governo. Mas até Pochmann concorda que o quadro exige atenção, ainda que seja por outras razões. Ele faz parte do grupo que defende um ajuste fiscal mais brando e longo, e que prioriza medidas de incentivo ao crescimento. "Não se faz ajuste com recessão e preso a medidas de curto prazo. Precisamos de um programa de ajuste com um horizonte de quatro anos que não penalize os investimentos."


Vertentes

- Uma preocupação das agências é o crescimento da dívida bruta - e aí chama a atenção a projeção da S&P. A agência estima que ela chegará a 72% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. "É muito acima da média do mercado, que prevê, pela nossa análise, 68,5% do PIB em 2017. Assim, para segurar o grau de investimento, a meta do governo é não deixar que a dívida se aproxime de 70% do PIB", diz Bráulio Borges, economista da consultoria LCA.

Por causa dessa perspectiva, um grupo retomou uma discussão polêmica: a adoção de um ajuste mais amplo, que recaia sobre o chamado resultado nominal das contas públicas. O resultado primário (o foco das discussões no momento) é a diferença entre receitas e despesas do governo, sem itens financeiros. O resultado nominal, por outro lado, é mais amplo: inclui receitas totais (inclusive com aplicações financeiras) e as despesas totais (incluindo juros).

Em julho, no dado mais recente disponível, o governo acumulava, em 12 meses, um déficit primário de R$ 51 bilhões, ou 0,89% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado nominal, por sua vez, também acumulado em 12 meses, é um déficit de R$ 502 bilhões, o equivalente 8,8% do PIB. "Quando a gente discute metas de superávit primário, falamos de 10% do problema", diz Amir Khair,especialista em contas públicas e ex-secretário de Finanças na gestão da então petista Luiza Erundina, na Prefeitura de São Paulo.

Felipe Salto, assessor econômico do senador José Serra, do PSDB, concorda com o enfoque. "O governo pode, com um enorme esforço, reduzir o déficit primário ou alcançar um pequeno superávit, mas o déficit nominal continua alto." Para muitos, porém, não dá para discutir temas ligados a juros justo agora, quando a inflação beira os dois dígitos - e o juro alto é o remédio amargo para detê-la.

Seja qual for a proposta adotada, os economistas lembram que não se pode bobear com as agências. Elas até erram, mas são o farol para investidores. Outro rebaixamento teria consequências nefastas para a recessão em curso. Encareceria ainda mais o crédito, no exterior, para empresas e bancos, elevando o custo do dinheiro para todos os brasileiros. Pressionaria o dólar e, por tabela, a inflação. Também faria do País terra proibida para bilionários fundos de investimento de primeira linha, que pelas próprias regras, não podem alocar recursos em países especulativos, o que escassearia o investimento estrangeiro.(AE)



13 de setembro de 2015
diário do poder

SUSPEITO Nº 1 INTIMADO

Agora é oficial: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é suspeito de ter se beneficiado do petrolão para obter vantagens pessoais, para o PT e para o governo.




Agora é oficial: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é suspeito de ter se beneficiado do petrolão para obter vantagens pessoais, para o PT e para o governo. 

A suspeita consta em documento da Polícia Federal. Nele, pede-se ao Supremo Tribunal Federal autorização para ouvir Lula no inquérito que investiga políticos na operação Lava Jato.

O documento, enviado ao STF anteontem, na quarta-feira, é assinado pelo delegado Josélio Sousa, do grupo da PF em Brasília que atua no caso. 
Assim escreveu o delegado: 

“Atenta ao aspecto político dos acontecimentos, a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República, LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA que, na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pela esquema em cursa na PETROBRAS, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada â custa de negócios ilícitos na referida estatal”.

13 de setembro de 2015
in graça no país das maravilhas

POR QUÊ?






Por que há ex-esquerdistas, mas nunca ex-direitistas? 
Por que cubanos fogem para Miami, mas não vemos americanos fugindo para Havana? 
Por que motivo os Coreanos do Norte tentam desesperadamente escapar em direção a Coreia do Sul, mas o reverso não é visto? 
Por que, no passado, alemães orientais tentavam pular o muro de Berlim em direção ao lado capitalista, mas não o contrário? 
Perguntas básica como essas deveriam constar dos vestibulares, do Enem, da prova da OAB, dos concursos públicos e até do exame para motoristas.

13 de setembro de 2015
in graça no país das maravilhas

CASA BRANCA: EI PODE SE INFILTRAR ENTRE REFUGIADOS

GENERAL AFIRMA QUE ESSA É UMA AMEAÇA PRECISA SER OBSERVADA

CASA BRANCA: EI PODE SE INFILTRAR ENTRE REFUGIADOS


Um oficial da Casa Branca afirmou que o grupo terrorista Estado Islâmico pode tentar infiltrar agentes entre os refugiados sírios que estão tentando chegar aos Estados Unidos. O general John Allen, enviado especial da Presidência para a coalizão contra o Estado Islâmico, afirmou que essa é uma ameaça potencial que precisa ser observada de perto.

"Acredito que é uma ameaça", afirmou no programa "Face the Nation", da rede de TV CBS. "Precisamos entender a totalidade desse risco antes que possamos chamá-lo de ameaça à segurança nacional", afirmou, "mas é claro que é uma coisa sobre a qual precisamos refletir".

A Casa Branca propôs na semana passada receber ao menos 10 mil refugiados sírios nos Estados Unidos no ano que vem, um aumento substancial na comparação com os 1,6 mil recebidos desde 2011.

A iniciativa do governo de Barack Obama ocorre em meio a um acirramento da violência na Síria, com mais de 4 milhões de pessoas tendo fugido do país desde que a guerra civil começou em 2011. A proposta mais recente, porém, depende de aprovação do Congresso e tem levado a preocupações sobre potenciais ameaças à segurança.

"Se eu pudesse ter certeza de que essas pessoas poderiam ser examinadas de forma adequada, seria favorável", disse o republicano Michael McCaul, chefe do comitê de segurança nacional da Câmara dos Deputados. O senador republicano Ron Johnson também demonstrou ceticismo: "precisamos nos preocupar com nossa segurança nacional em primeiro lugar", afirmou.

Allen afirmou que tem "tremenda confiança" nos serviços de inteligência do país e sua habilidade para proteger os Estados Unidos. "Estou confiante de que eles vão trabalhar muito para evitar que infiltrados entrem no país", afirmou. Fonte: Dow Jones Newswires.



13 de setembro de 2015
diário do poder

SEM "BOQUINHAS" O GOVERNO DILMA POUPARIA R$ 2 BILHÕES

OS 24 MIL CARGOS COMISSIONADOS CUSTAM R$ 1,9 BILHÃO AO PAÍS

OS ESTACIONAMENTOS SUPERLOTADOS, POR TRÁS DOS MINISTÉRIOS, DÃO IDEIA DO EXCESSO DE BOQUINHAS NO GOVERNO. (FOTO: MICHAEL MELO/VEJA)


Se o governo Dilma extinguisse os quase 24 mil cargos comissionados DAS (Direção e Assessoramento Superiores) distribuídos a aliados, apenas da administração federal direta, com fundações e autarquias, seria possível poupar mais de R$ 1,9 bilhão por ano. Desses 23.941 cargos quase 25% são de livre nomeação, para qualquer cumpanhêro. Cargos de livre nomeação custam ao contribuinte R$ 344 milhões/ano.

O governo Dilma possui 99,5 mil cargos e funções de confiança, segundo Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento.

A atual “comandante da nação” foi responsável pela criação de mais de nove mil cargos. A maior parte de Função de Coordenação de Cursos.

O senador Reguffe (PDT-DF) vê um excesso revoltante. “Alguns cargos devem ser de confiança, mas não esse excesso revoltante que temos”.



13 de setembro de 2015
diário do poder

BRASIL EM ESTADO TERMINAL, AFIRMA FINANCIAL TIMES



Editorial do Financial Times

Se o Brasil fosse um paciente em um hospital, os médicos da emergência o diagnosticariam como em estado terminal. Os rins falharam; o coração parará em breve. 

Esta, de qualquer forma, é a opinião de um senador do Partido dos Trabalhadores, partido que governou o Brasil por 13 anos, supervisionando tanto sua ascensão no cenário global quanto, agora, sua terrível queda. 

A economia está uma bagunça. A pior recessão do Brasil desde a Grande Depressão levará a economia a encolher em até 3% neste ano e 2% em 2016. As finanças públicas estão em desordem: neste mês, o governo, pela primeira vez desde o início da democracia no país, previu que teria um deficit fiscal primário, o saldo orçamentário antes do pagamento de juros. 
O deficit orçamentário real já chegou a impressionantes 9% da produção do país. Como resultado, o endividamento público está crescendo novamente. Esta é a razão imediata por trás da surpreendente decisão da Standard & Poor's na semana passada de rebaixar a dívida brasileira para "lixo". 
Se outra agência de rating seguir a decisão da S&P, muitos investidores estrangeiros terão de vender suas aplicações no Brasil, tornando as coisas piores; cerca de um quinto da dívida do Brasil é de propriedade estrangeira. 

Dado o ambiente externo difícil –desaceleração da economia chinesa, o colapso nos preços das commodities e o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos–, o Brasil está sofrendo o começo de um estresse econômico extremo. Ironicamente, porém, não são os problemas econômicos crescentes do Brasil que motivaram a decisão da S&P, mas a evidente crise política. 
Dilma Rousseff, a presidente, não é mais amada pelo próprio partido e sofre de rejeição profunda em todos os demais lugares: é a presidente mais impopular da história do Brasil.Isso faz com que seja praticamente impossível para ela responder adequadamente à crise econômica. Especialmente quando o Congresso está mais focado em salvar a própria pele da investigação de um esquema de corrupção que desviou US$ 2 bilhões da estatal Petrobras.
O sistema político brasileiro é notadamente podre. Agora também não está funcionando. Uma renovação política profunda é uma solução. Infelizmente, há pouca chance de que isso aconteça antes das eleições de 2018. 
A impopularidade de Rousseff é razão insuficiente para tirá-la do cargo: se fosse suficiente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estabeleceu as bases da estabilidade econômica desperdiçada agora pelo Brasil, não teria durado em seu segundo mandato. Pelo sistema presidencial brasileiro, Rousseff também não pode dissolver o Congresso e convocar novas eleições.
Conhecida por sua teimosia cabeça-dura, Dilma tem insistido que não irá renunciar. Também não há qualquer evidência de que ela, pessoalmente, tenha lucrado com o esquema na Petrobras. É verdade que ela ainda pode sofrer um impeachment por outras razões, como a contabilidade falsa usada pelo governo. 
Mas isso só resultaria num político medíocre substituído por outro. Na linha sucessória há Michel Temer, o vice-presidente, Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, ou Renan Calheiros, o presidente do Senado. 
Os dois últimos enfrentam acusações de corrupção. É uma situação de instabilidade crescente. Todos concordam que não pode durar, mas não há caminho claro a seguir. 

A situação com os ministros é tão ruim quanto. Joaquim Levy, o ministro da Fazenda linha-dura de Rousseff, tem liderado as tentativas de cortar o inchado setor público brasileiro. Mas ele tem sido minado por outros que acreditam erroneamente que o Brasil pode voltar a gastar para escapar de seus problemas. 
Tendo, segundo relatos, ameaçado renunciar, o rebaixamento pela S&P pode enfraquecê-lo. Se ele for [embora], os investidores adotarão uma visão sombria da capacidade do governo de endireitar as contas públicas. Depois disso, muito possivelmente, virá o tipo de terreno financeiro acidentado pelo qual o país já viajara. A jornada terminou mal daquela vez e terminaria mal novamente agora.

13 de setembro de 2015
in coroneLeaks

BOLSA FAMÍLIA ESTÁ PAGANDO METADE DO VALOR EM DÓLAR EXIGIDO PELA ONU PARA DEFINIR A LINHA DE ESTREMA POBREZA. BENEFÍCIO DE R$ 77 DEVERIA SER DE R$ 142 PER CAPITA



Em junho no ano passado, Dilma deu 10% de aumento para a Bolsa Família. A linha de corte passou de R$ 70 per capita para R$ 77. Multiplicando-se pelo número de pessoas de uma família e pelos vários tipos de benefícios embutidos no programa social, foi um poderoso instrumento para a eleição da atual presidente. Talvez o mais poderoso. 

Segundo o ministério do Desenvolvimento Social, o parâmetro adotado para a linha de extrema pobreza no Brasil no lançamento do Plano Brasil Sem Miséria, em junho de 2011, é o mesmo que a Organização das Nações Unidas usa para os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio: US$ 1,25 ao dia, por pessoa. O valor foi atualizado pela paridade do poder de compra. 

Em junho passado, a cotação do dólar era de R$ 2,19. A R$ 77 o benefício, o beneficiário recebia U$  1,19 por dia. Um ganho levemente abaixo da linha de extrema pobreza da ONU. Mesmo assim, um argumento espetacular de campanha que funcionou e reelegeu Dilma Rousseff. Nada foi mais forte do que 10% de aumento da Bolsa Família na abertura da corrida eleitoral.

E hoje, como está?

Com o dólar a R$ 3,80 e o benefício da Bolsa Família congelado em R$ 77,00, o valor caiu para U$ 20,3 mensais. Por dia, U$ 0,67, praticamente a metade do mínimo recomendado pela ONU. 

Anotem! Hoje o beneficiário da Bolsa Família está recebendo U$ 0,67 por dia,  53% do mínimo recomendado pela ONU.

O mais importante é que, em dólar, parâmetro mundial para medir a pobreza, usado pelo governo Dilma, o benefíciário do Bolsa Família perdeu a metade do seu poder aquisitivo. Não é à toa que a popularidade da presidente desabou junto aos mais pobres. O dólar também afeta a vida dos miseráveis.

13 de setembro de 2015
in coroneLeaks

DENÚNCIAS VEICULADAS PELO JORNAL DA BAND

Denúncias veiculadas pelo Jornal da Band podem causar
a prisão de Lula e o impeachment de Dilma



SERÁ QUE SOBRA ALGUÉM?!

EXECUTIVOS DA ANDRADE GUTIERREZ IMPLICAM PSDB
TUCANOS FORAM CITADOS POR DOIS EXECUTIVOS DA ANDRADE GUTIERREZ


OS DOIS EXECUTIVOS DA EMPREITEIRA TERIAM CITADO TRÊS DOS PRINCIPAIS SENADORES DO PSDB. (FOTOS: AGÊNCIA SENADO)


Acordo de delação premiada firmado por dois executivos da construtora mineira Andrade Gutierrez, uma das integrantes do cartel de empreiteiras responsável pela roubalheira à Petrobras, envolve no esquema do Petrolão as principais lideranças do PSDB, maior partido de oposição ao governo Dilma. São citados na delação os senadores José Serra (SP), Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP).

O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) já foi indicado pelo Procurador-Geral, Rodrigo Janot, como um dos alvos da investigação da Lava Jato.

A Andrade Gutierrez contribuiu com R$ 19 milhões para a campanha a presidente da República do senador tucano Aécio Neves.

A Andrade Gutierrez também é a empreiteira que mais contribuiu com a campanha de reeleição da presidente Dilma (PT): R$ 21 milhões.

Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Odebrecht e OAS doaram R$ 64 milhões para Dilma e R$34 milhões para Aécio.



13 de setembro de 2015
diário do poder

ABSURDO!







 Acho que não dá para ficar fazendo cara de paisagem diante dessa seita que se apoderou do nosso Estado, meus caros. Safados de carteirinha, tudo o que fazem é de caso pensado. 

Refiro-me à frustrada tentativa de tirar o poder dos militares – via decreto 8515 – e submetê-los a um petista de alcova. 

O que nenhum órgão de imprensa se interessou em divulgar é que a manobra obedeceu ao comando do Foro de São Paulo e tomou forma na reunião de bandidos da UNASUL, organização bolivariana que, entre outras coisas, é incumbida de criar a Escola Sulamericana de Defesa.

13 de setembro de 2015
VLADY OLIVER

QUEM FINANCIA O TRÁFICO DE MIGRANTES QUE CHEGA À EUROPA?




Para além do drama, duas questões pertinentes se impõem quanto a este fluxo anormal de migrantes à Europa:

como explicar esta súbita e enorme onda de migrantes?

- como explicar que pessoas com pobreza extrema consigam pagar 10 000 euros aos traficantes?

13 de setembro de 2015
in graça no país das maravilhas