"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

OLHA AÍ, PESSOAL!!!

BOMBA!TEMER É O BANDIDO MAIS PROTEGIDO DO PAÍS, DEPUTADOS, ADVOGADOS E JURISTAS O DEFENDEM



BOMBA: TEMER É o BANDIDO mais protegido do pais, deputados, advogados e juristas o defendem

Apenas Um Discípulo
25 de setembro de 2017

DEPUTADOS DO RS FICAM REVOLTADOS COM HOMENAGEM A JEAN WYLLYS



Deputados do RS ficam revoltados com homenagem a Jean Wyllys

Verdade Política
25 de setembro de 2017

MARCEL VAN HATTEM DETONA MANUELA D'ÁVILA E JEAN WYLLYS PELA IRRESPONSABILIDADE COM O DINHEIRO GAÚCHO



Marcel van Hattem detona Manuela D’ávila e Jean Wyllys pela irresponsabilidade com o dinheiro gaúcho

Portal Direita Brasil - Endireitando o País
25 de setembro de 2017

FIQUE ESPERTO, VÃO ACABAR TE PEGANDO


FIQUE ESPERTO- VÃO ACABAR TE PEGANDO

2o. COMANDO DO EXÉRCITO, HOJE PELA MANHÃ

SE UM MORO JÁ INCOMODA A ESQUERDA... IMAGINA UM MOURÃO!

CÂMARA ADIA LEITURA DE DENÚNCIA CONTRA TEMER POR FALTA DE QUÓRUM

GENERAL TORRES DE MELO MANDA CARTA FORTE AO STF QUE MERECE SER PARTILHADA POR TODOS

POR ESSA O LULA NÃO ESPERAVA! ODEBRECHT ENTREGA RECIBOS DE R$ 4 MILHÕES AO INSTITUTO LULA

DEPUTADO PETISTA TOMA RESPOSTA AVASSALADORA EM DISCURSO MEMORÁVEL DE MARCEL VAN HATTEM

VEM COISA AÍ!!! MOURÃO E VILLAS BOAS FALARAM PELO EXÉRCITO BRASILEIRO! RECADO É CLARO!

REALIDADE PARALELA

Cerca de 12 milhões de pessoas difundem notícias falsas no Brasil – as chamadas fake news –, principalmente as de conteúdo político

O progresso tecnológico e a reorganização das sociedades em torno de uma grande rede global têm embaralhado os outrora bem delineados papéis de emissor e receptor como polos opostos no processo de comunicação. 
Em um ambiente de ininterrupta e multifacetada interação é difícil, hoje, estabelecer quem é quem nesse processo.

A porosidade dos conceitos de quem gera e de quem consome informação, no entanto, não é necessariamente ruim. Quanto mais vozes possam ser ouvidas, especialmente quando têm algo a dizer, e quanto mais amplo e democrático é o debate sobre as questões de interesse geral, melhor.

O problema começa quando a salutar liberdade que permite que qualquer um possa se fazer ouvir por meio das plataformas digitais não vem acompanhada pela correspondente responsabilidade na veiculação das informações. Pior, muitos se valem da frouxidão de controles no ambiente virtual não só para repassar informações falsas, mas também para produzi-las.

De acordo com um levantamento do Grupo de Pesquisas em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai) da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 12 milhões de pessoas difundem notícias falsas no Brasil – as chamadas fake news –, principalmente as de conteúdo político.

O número representa cerca de 6% da população brasileira, mas ao considerar que cada usuário das redes sociais tem, em média, 200 conexões, os autores do levantamento acreditam que quase todos os brasileiros tomam contato diariamente com notícias falsas por meio da internet. A conclusão dos analistas da USP é resultado de um trabalho de monitoramento de 500 páginas de conteúdo político falso ou distorcido realizado durante o mês de junho deste ano.

Especialistas de diversas áreas do conhecimento, das Ciências da Computação às Ciências Sociais, convergem no diagnóstico segundo o qual o meio digital – sobretudo as redes sociais – terá especial importância nos rumos das eleições de 2018. Alguns chegam a afirmar que as fake news tendem a ter mais repercussão do que as notícias produzidas e veiculadas por fontes sabidamente confiáveis.

“No atual momento, a polarização ideológica coincidiu com o consumo de notícias sobre política pelas redes sociais. Quanto mais manchetes se prestam a essa informação de combate, maior é a performance delas, poluindo o debate político”, avalia o cientista político Pablo Ortellado, um dos coordenadores do Gpopai.

O estudo Robôs, redes sociais e política no Brasil, realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca outro ponto igualmente preocupante para a saúde do debate político no País. Tem sido cada vez mais frequente o recurso a contas automatizadas nas redes sociais – os chamados robôs – para massificar postagens que manipulam e direcionam o debate político no ambiente virtual, dando ares de verdade a notícias falsas ou descontextualizadas e amplificando artificialmente a representatividade social que os emissores ou beneficiários dessas fake newsessencialmente não têm.

Por um meio sub-reptício, cria-se no seio da sociedade uma falsa sensação de apoio a um determinado candidato ou a uma determinada proposta.

O estudo mostrou que durante a eleição presidencial de 2014, vencida por uma estreitíssima margem de votos pela presidente cassada Dilma Rousseff, os tais robôs foram responsáveis – sozinhos – por cerca de 10% do engajamento no debate de conteúdo político nas redes.

Não é razoável afirmar que as redes sociais, isoladamente, tenham o poder de definir o resultado final de uma eleição, seja no Brasil ou em qualquer outro país, tão somente por servirem como plataforma livre para a propagação das fake news. Contudo, é inegável o papel que a tecnologia vem desempenhando na transformação das formas como se produz e se consome informação.

Em águas turvas, o jornalismo sério ganha mais importância como mediador do debate público, trazendo à luz tanto a informação confiável de interesse geral como desmascarando uma realidade paralela que apenas a alguns interessa difundir com fins obscuros.

25 de setembro de 2017
Editorial Estadão

OS COXINHAS LGBT

O mercado de causas sociais, sexuais e raciais virou uma praga, lucrativa nos balcões eleitorais

O Brasil tinha 200 milhões de técnicos de futebol, mas eles mudaram de emprego. Agora são 200 milhões de fiscais ideológicos. Todos prontos para dar carteiradas solenes a cada esquina do espectro esquerda x direita – ou seja, no mundo da lua. O circo sangrento está animado (a guerra é de ketchup, mas impressiona) e o caso da exposição do Santander espirrou sangue cenográfico por todo lado. Naturalmente, como sempre ocorre por aqui, a polêmica soterrou o que interessa.

A decisão dos organizadores de suspender o evento em Porto Alegre, após protestos contra uma suposta catequese homossexual no universo infantil (ou algo assim, tanto faz), virou festa para moralistas e demagogos – que foram feitos uns para os outros. Um falso profeta da liberdade de expressão reza todos os dias para topar com um plantonista decrépito da moralidade familiar, e vice-versa. Quando se dá essa conjunção mágica, ambos sacam radiantes seus estandartes e panfletos, capricham na coreografia para delírio dos respectivos fiéis e voltam para suas tocas de barriga cheia. É bom para todo mundo.

Menos para o pessoal do outro mundo – um que fica bem abaixo da lua. Esse aí não está achando a menor graça no debate do caso Santander, porque sabe que direita x esquerda é um dilema mentiroso, feito para esconder a covardia intelectual sob etiquetas sem nada dentro. Claro que quem quiser detestar e boicotar tem todo o direito de fazê-lo, assim como quem quiser expor e adorar a bizarrice que seja, chamando ou não de arte, também tem. E chega de perder tempo com lições primárias. O papo é outro.

O que interessa da reação à exposição Queermuseu é a crítica ao arrastão mercadológico das pautas politicamente corretas. Minoria defendia sua avó. O movimento gay eclodiu em San Francisco há meio século. Qualquer ativista sério da causa homossexual nos dias de hoje acha ridículo quem usa orgulho gay para se fantasiar de vanguarda. Estes são os coxinhas LGBT. E essa mercantilização de causas sexuais, raciais e sociais virou uma praga – um tsunami de butique altamente lucrativo nos balcões eleitorais, comerciais, de marketing e de reputações, invariavelmente atrapalhando a defesa da própria causa original.

Aí vem o outro batendo no peito e dizendo que era um grande banco realizando a exposição com dinheiro público, “o meu dinheiro” etc. Ok, companheiro, mas a má notícia é que nessa pornografia o buraco é mais embaixo: fique à vontade para reclamar, de boca cheia (com todo o respeito), do uso do dinheiro privado também. Traduzindo: a praga politicamente correta dominou as oportunidades de mercado, produzindo uma fenomenal hegemonia da burrice.

Do autor de telenovela ao dono da emissora, do patrocinador esportivo ao pesquisador universitário, passando pelo vereador e pelo camelô da esquina, todos sabem que projeto com proselitismo coitado é vendedor. O enésimo recital de pieguice racial ou sexual, que pelo teor demagógico já é em si uma afronta à própria vítima que finge defender, está fadado ao sucesso. Não tem erro. Sim, é assustador – assustadoramente real. O pobre coitado do marketing do Santander não tinha dúvidas de que convidar crianças recém-alfabetizadas para uma imersão estética pansexual era o melhor que ele fazia por seu emprego.

O tiro saiu pela culatra – e é claro que oportunistas dos dois lados estão na sua guerra sangrenta de ketchup discutindo se foi censura ou se foi uma ofensa à família brasileira. Mas o banco e o mercado, que nada têm a ver com a dicotomia dos lunáticos, estão convidados a entender esse boicote agressivo e surpreendente como o que ele de fato foi, acima de tudo: uma reação de saturação a uma doutrinação idiota, que finge afirmar valores nobres para vender seu peixe.

É a mesma malandragem que queria retocar a obra de Monteiro Lobato por suposta luta contra o racismo – o que os libertários de porta de assembleia não viram como censura, claro, mas como libertação. O truque ficou velho, companheiros, e cada vez mais gente perceberá que seu falso heroísmo não ajuda em nada os negros, os gays e quem mais vocês pasteurizam.

O grande ato de respeito à diferença que se espera do Brasil no momento é quebrar a espinha do totalitarismo politicamente correto.

25 de setembro de 2017
Guilherme Fiuza, Revista Época

JURO BAIXO À FRENTE

O Banco Central (BC) divulgou na quinta-feira da semana que passou o Relatório Trimestral de Inflação, o famoso RTI. Nesse documento, o BC divulga suas principais projeções e sua análise do cenário macroeconômico doméstico e internacional, que pautam as ações do órgão regulador do sistema financeiro e tutor da estabilidade monetária.

O item mais aguardado do RTI são as simulações que o BC apresenta, considerando diversos cenários, para a inflação futura.

Nessa edição do RTI o Banco Central inovou, aumentando muito a transparência do relatório. Corajosamente, o BC divulgou suas projeções para um horizonte muito mais longo do que habitualmente fazia. Em vez dos nove trimestres habituais, o horizonte de projeção foi alongado para 14 trimestres.

Para o cenário de mercado -que é aquele que considera taxas de câmbio e taxa Selic segundo as previsões da pesquisa Focus (levantamento conduzido semanalmente pelo BC com analistas de mercado)-, o relatório indica que a inflação (sempre acumulada em 12 meses) estará em 3,6% no terceiro trimestre do ano que vem e, em seguida, estabilizar-se-á em torno de 4% até o fim de 2020.

Dado que a pesquisa Focus indica Selic para o biênio 2019-2020 em 8%, os modelos do Banco Central já trabalham com juro neutro -aquele que nem eleva nem reduz a inflação- na casa de 4% ao ano. É um enorme avanço para o país, visto que até alguns anos atrás as estimativas sinalizavam valores mais próximos de 6% ao ano.

Há nessa queda do juro neutro uma melhora real e duas promessas.

A melhora real é a forte queda das taxas de juros internacionais.

Esse é um fenômeno que ocorre desde o fim dos anos 80, pelo menos, e que em seguida à crise das hipotecas americanas de baixa qualidade, de setembro de 2008, acelerou-se. A economia brasileira
-aberta e necessitada de capitais internacionais para fechar sua carência doméstica de poupança- se beneficia do excesso de poupança vigente no mundo.

A primeira promessa é a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que estabeleceu um teto ao crescimento do gasto público. Essa mudança de regime fiscal alterará completamente o impacto do setor público sobre a demanda agregada da economia.

Após duas décadas e meia em que sistematicamente o setor público adicionava pressão sobre a demanda agregada e, portanto, pressionava a formação dos juros, teremos uma alteração de rota.

A segunda promessa é a aprovação da lei que transferiu ao Congresso Nacional o poder de conceder subsídios ao investimento nas operações do BNDES.

A nova taxa de juros criada pela lei 13.483, de 21 de setembro de 2017, é um grande passo para convergirmos para um regime de juros reais de equilíbrio mais baixos. É um primeiro grande passo para mudar totalmente o regime de nossa política parafiscal.

A reforma da Previdência e, provavelmente, algumas medidas para a elevação da receita completarão o ajuste fiscal necessário para que nós consigamos perenizar as boas projeções do RTI e -por que não?- consigamos criar as condições para juros ainda menores. Este será o principal desafio do presidente que for eleito em 2018.

Os juros não são altos porque os banqueiros conspiram. Juros baixos resultam de anos de política econômica sólida e fiscalmente responsável. Oxalá a sociedade escolha esse caminho no processo eleitoral do ano que vem.

25 de setembro de 2017
Samuel Pessoa, Folha de SP

FORA DA UTI, A ECONOMIA ENFRENTA O RISCO POLÍTICO

Devagar, o País volta a se mover com o mundo, mas há o perigo dos populistas e salvadores

Depois de afundar 7,2% em dois anos, na pior recessão registrada nas contas nacionais, o Brasil, ainda em convalescença, poderá avançar 0,7% em 2017 e 2,2% em 2018, segundo as novas projeções do Banco Central (BC), apresentadas em seu relatório trimestral de inflação. Bom augúrio, nesta altura, é qualquer estimativa acima de 0,5%, expectativa anunciada no relatório anterior, em junho. Na onda de otimismo, com previsões de 0,6% para 2017 e 1,6% para o período seguinte, entrou também o pessoal da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Esses números podem justificar a queima de alguns foguetes: se validados pelos fatos, confirmarão a saída do País da UTI.

A sequência deve ser outra história, ainda obscurecida tanto pela fragilidade estrutural da economia brasileira, depois de muitos anos de erros e desmandos, quanto pela incerteza associada a fatores políticos. A recuperação do País parece quase nada quando se leva em conta o desempenho da maior parte do mundo. A economia global deve crescer 3,5% neste ano e 3,7% no próximo, segundo a OCDE. Para os Estados Unidos, os cálculos apontam 2,1% e 2,4% nestes dois anos. Para a zona do euro, 2,2% e 2,1%. Para a China, em reestruturação, 6,8% e 6,6%. Para a Índia, atualmente o mais dinâmico dos emergentes, 6,7% e 7,2%. Para a Rússia, recém-saída de uma recessão, 2% e 2,1%.

Nesse quadro de recuperação sincronizada, o Brasil aparece como patinho feio, mas menos feio que nos anos anteriores. Há mais de uma razão para essa melhora. A inflação em surpreendente padrão de Primeiro Mundo – 2,5% nos 12 meses até agosto – é uma delas. Se nenhuma grande surpresa acontecer, os preços deverão subir um pouco mais velozmente entre 2018 e 2020, de acordo com as estimativas do mercado e do próprio BC. Mas o ritmo será pouco superior a 4%, bem menos intenso que o observado entre 2010 e 2016.

De toda forma, nem a comparação com os latino-americanos parece animadora, quando se trata de dinamismo. Para 2017 e 2018, os economistas da OCDE projetam crescimento de 2,5% e 3,1% para a Argentina, 1,6% e 2,8% para o Chile, 2,2% e 3% para a Colômbia e 1,9% e 2% para o México. Há pouca novidade nesse quadro. A economia brasileira tem crescido menos que a de outros latinos, incluídos Paraguai e Peru, há muitos anos.

Foi assim durante todo o período da presidente Dilma Rousseff. A Venezuela, hoje sem condições até de aproveitar seu enorme potencial de produção de petróleo, continua a desmilinguir-se. Não se vê, ainda, um ponto de virada na trajetória da recessão e da inflação. A Argentina mudou de rumo, com a saída dos Kirchners, mas até há pouco tempo era um dos párias da região. Há dois anos, numa entrevista coletiva em Lima, um diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), comentando a melhora dos indicadores econômicos do Paraguai, apontou a vizinhança como um dos principais fatores de risco para o país. Os vizinhos inconvenientes, é claro, eram as duas maiores economias do Mercosul.

Essas duas economias haviam sido arrasadas por uma quase inimaginável coleção de erros e desmandos. A aliança do petismo com o kirchnerismo emperrou os planos de integração global do Mercosul, aumentou o protecionismo externo, criou barreiras comerciais intrabloco, favoreceu a acomodação de setores pouco empenhados em competir e apoiou, na região, os governos mais propensos ao populismo e ao autoritarismo. Internamente, os participantes dessa aliança desataram a irresponsabilidade fiscal, devastaram as finanças públicas, travaram a modernização produtiva e fabricaram inflação e estagnação.

Na Argentina, as estatísticas oficiais foram simplesmente deformadas e falsificadas. No Brasil, o governo tentou intervir diretamente nos preços, de forma voluntarista, para disfarçar as pressões de alta. Prejuízos de muitos bilhões para a Petrobrás e enorme desarranjo financeiro para empresas do setor elétrico foram algumas das consequências. Esses erros também produziram efeitos fiscais. O Tesouro brasileiro acabou envolvido no socorro bilionário às elétricas. No fim, o remédio foi mesmo corrigir as tarifas. A liberação dos aumentos, depois da longa repressão, produziu enorme impacto inflacionário.

O retorno à mera normalidade é hoje o programa oficial no Brasil e na Argentina. Tanto pela volta ao crescimento quanto pelas políticas de ajuste, os dois países agora se aproximam dos padrões internacionais de sanidade econômica. Mas a mudança apenas começou e no Brasil os fundamentos são fracos e inseguros.

Esse dado é conhecido internacionalmente, embora menosprezado por muita gente em Brasília. O último relatório da OCDE sobre crescimento internacional enfatiza a importância dos programas de ajuste e reformas para a consolidação, no Brasil, de uma nova fase de crescimento.

Não se trata de uma questão ideológica, mas física e aritmética. A mudança demográfica, a educação muito abaixo dos padrões internacionais e a inadequação dos investimentos – insuficientes, mal planejados, mal administrados, superfaturados e ineficientes, na área pública – são componentes indisfarçáveis desse quadro.

Retirado o País da UTI, a fase seguinte dependerá da consolidação dos fundamentos – com reformas previdenciária, tributária e orçamentária, pelo menos – e de ações para aumentar a produtividade, a competitividade e o potencial de crescimento. Sem isso esse potencial deverá ficar, segundo as estimativas correntes, na vizinhança de 2%, taxa projetada para o aumento do produto interno bruto (PIB) nos próximos anos.

O Brasil, nesse caso, terá voltado a se mover, mas continuará correndo no pelotão dos mais lentos e condenado à mediocridade. Não se pode, no entanto, descartar uma hipótese pior, se a campanha de 2018 for dominada por populistas de qualquer coloração e salvadores improvisados.

25 de setembro de 2017
Rolf Kuntz, Estadão