"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 31 de outubro de 2020

FRANÇA: MORTE À LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Paris, 16 de outubro. Um professor de história que mostrou aos seus alunos charges de Maomé, o profeta do Islã e conversou com eles sobre a liberdade de expressão foi decapitado...

Um ataque diferente mostra que declarar ser "menor de idade desacompanhado" na França pode ser o suficiente para não ser monitorado e ainda receber assistência integral do governo. 
O ataque também indica um lamentável índice de gratidão.

Qualquer crítica ao Islã na França pode acabar nas barras do tribunal. A grande mídia francesa, ameaçada com ações na justiça pelo seu próprio governo, evidentemente decidiu não convidar ninguém mais ao vivo que possa eventualmente fazer comentários que porventura levem a condenações ou reclamações. 
O escritor Éric Zemmour ainda pode aparecer na televisão, mas as multas cada vez mais pesadas impostas a ele visam silenciá-lo e pelo andar da carruagem, punir as emissoras que o convidam.

"Fortalecer o ensino do idioma árabe simplesmente ajudará a alimentar a 'substituição de uma cultura pela outra'". — Jean Messiha, funcionário público do alto escalão e membro do partido União Nacional.

Tecendo comentários sobre um boletim de notícias que afirmava: "o julgamento gerou protestos em toda a França, milhares de manifestantes protestando contra a Charlie Hebdo e contra o governo francês", escreveu o advogado e comentarista americano John Hinderaker: "quando milhares de pessoas protestam contra ações na justiça de supostos assassinos, fica claro que temos uma batata quente mas mãos."


Foto: policiais montam guarda próximo ao local onde o assassino do professor foi morto. (Foto: Abdulmonam Eassa/AFP via Getty Images)

Em 16 de outubro em Paris, um professor de história que mostrou aos seus alunos charges de Maomé, o profeta do Islã, foi decapitado em um subúrbio de Paris. 
O assassino, que também investiu contra a polícia que intencionava prendê-lo, foi baleado e acabou falecendo aos berros de "Allahu Akbar". 

Paris, 16 de outubro. Um professor de história que mostrou aos seus alunos charges de Maomé, o profeta do Islã e conversou com eles sobre a liberdade de expressão foi decapitado em Conflans-Sainte-Honorine, uma pequena cidade nos subúrbios de Paris. 
O assassino, que também investiu contra a polícia que intencionava prendê-lo, foi baleado e acabou falecendo aos berros de "Allahu Akbar". Segundo o promotor público, ele era parente de um dos alunos. Os fatos ainda estão sendo apurados....

Semanas antes, em 25 de setembro, Zaheer Hassan Mehmood, um paquistanês de 25 anos, atacou e feriu gravemente duas pessoas com um cutelo. 
Ao fugir, foi preso pela polícia. Ele entrou na França ilegalmente em 2018, compareceu perante um juiz para pedir asilo e se beneficiar do status de "menor solitário". 
A informação que ele forneceu ao juiz era falsa: ele disse que tinha 18 anos. O juiz aceitou o pedido de asilo e recusou qualquer tipo de expediente para determinar a verdadeira idade. 
De lá para cá, Mehmood recebia ajuda financeira do governo francês. Ele foi acomodado em uma moradia, recebia treinamento em algum ofício e uma mesada.

Pouco antes do ataque, Mehmood postou um vídeo em uma rede social no qual ele procurava justificar seu ato. Ele queria, adiantou, matar os que trabalhavam para a revista satírica Charlie Hebdo, porque ela tinha reeditado as charges que desencadearam o ataque, com intensão de matar, aos colaboradores da revista em janeiro de 2015. 
Ele afirmou também que queria se vingar do ultraje contra o Profeta Maomé. 
Ele jurou lealdade a Ilyas Qadri, fundador do movimento sufi Dawat-e-Islami que afirma condenar a violência, muito embora seus integrantes tenham cometido assassinatos contra os que eles acusam de blasfêmia.

Em setembro, Mehmood foi para o endereço antigo da revista. As pessoas que ele feriu não estavam mais trabalhando para a Charlie Hebdo, que há muito havia se mudado de lá e sim para uma produtora de documentários. 
As vítimas agora estão desfiguradas para o resto de suas vidas.

O ataque lamentavelmente mostra que criticar o Islã ainda é uma prática extremamente perigosa. Qualquer um, ainda que suspeito de fazer alguma crítica poderá ser ferido ou morto, a qualquer hora e em qualquer lugar. 
O ataque também mostra que alguém mesmo não pertencendo a uma organização vista como jihadista ou que não mostre sinais de radicalização poderá atacar e virar um assassino. O
ataque mais uma vez confirma a existência do que Daniel Pipes chama de "síndrome da jihad súbita"

O ataque mostra que, fora tudo isso, a França, assim como outros países ocidentais, é absurdamente complacente quanto ao manejo dos que chegam ao seu solo e pedem ajuda. Qualquer um pode mentir sobre a idade e identidade e fica tudo por isso mesmo e sem nenhum controle mais rígido. O ataque mostra que ao declarar ser "menor solitário" na França pode ser o suficiente para não ser monitorado e ainda receber assistência integral do governo. O ataque também indica um lamentável índice de gratidão.

Segundo a lógica, a defesa da liberdade de expressão deveria ser imediata e unanimemente defendida, o governo deveria instar vigilância diante do perigo extremista, que pelo andar da carruagem não dá tréguas e também que sejam estabelecidos controles mais rígidos em relação aos candidatos a asilo. Não houve ainda nenhum desses aprimoramentos.

Em 23 de setembro, dois dias antes do ataque de Mehmood, foi publicado na França um artigo em 90 jornais com o intuito de defender a liberdade de expressão. O artigo salientava: "mulheres e homens do nosso país estão sendo assassinados por fanáticos por conta de suas opiniões... temos que unir forças", acrescentava o texto, "para afastar o medo e fazer com que nosso amor indestrutível pela liberdade triunfe". O artigo parecia deliberadamente vago. Ele não mencionava quem eram os assassinos, tampouco o que os motivava.

Um dia após o ataque, inúmeros comentaristas teorizaram que, na França, o amor pela liberdade não era indestrutível. Eles defenderam a autocensura e lamentavelmente enveredaram pelo caminho de "culpar a vítima", quer dizer, aqueles que resolveram reeditar as charges é que eram os verdadeiros responsáveis pelo ataque. "Quando você reedita charges", salientou a jornalista Anne Giudicelli na televisão, "você faz o jogo dessas organizações. Se você não disser determinadas coisas, você reduz o risco".

"Se você provocar alguém", ressaltou o apresentador de TV, Cyril Hanouna, "é preciso parar. As charges da Charlie Hebdo botaram mais lenha na fogueira".

O incessante perigo islâmico não foi trazido à baila, a não ser pelo jornalista Éric Zemmour. Ironicamente, no dia do ataque, Zemmour foi condenado a pagar uma pesada multa de 10 mil euros, quase US$12 mil por comentários feitos sobre o Islã em setembro de 2019. Naquela época ele disse que havia "enclaves de muçulmanos estrangeiros" na França. E eles existem mesmo. Pelo menos 750. Ele também observou que os ataques em nome do Islã não desapareceram e que, ao contrário, provavelmente irão é aumentar. O sistema judicial francês decidiu considerar essas palavras como "incitação ao ódio".

Após o ataque com o cutelo, ninguém pediu para que houvesse controles mais rígidos em cima dos candidatos a asilo, a não ser, de novo, Zemmour. Ele assinalou que "a presença descontrolada de menores de idade desacompanhados em território francês é um problema da mais alta gravidade" e que "não podemos mais acolher menores desacompanhados na França enquanto não forem implementados controles rigorosos". Ele lembrou que muitos autoproclamados menores desacompanhados mentem sobre a idade, cometem crimes e depois fica provado que na realidade não passam de "ladrões e assassinos".

Suas palavras, de imediato, provocaram um gigantesco escândalo. Apesar dele sequer ter dito uma única palavra sobre raça ou religião, foram apresentadas dezenas de reclamações contra ele vindas de "associações antirracistas" e o Ministério da Justiça francês, feito um robô, abriu outra investigação contra ele por "incitação ao ódio racial" e "preconceito islamofóbico". É altamente provável que ele mais uma vez seja condenado pelos tribunais.

Os fatos, entretanto, provam que Zemmour está certo. O Observatório Nacional da Delinquência e Respostas Penais (ONDRP), uma organização que analisa o crime na França, publicou estudos recentemente, denotando que 60% das agressões, assassinatos e assaltos violentos cometidos na França em 2019 foram de fato perpetrados por "menores não acompanhados". O ONDPR ainda publicou outro estudo, divulgando que, em média, 120 ataques à faca ocorrem a cada dia na França e que esses ataques são cometidos por "menores desacompanhados" ou "refugiados" vindos do mundo muçulmano.

Além disso, a Direção Geral da Segurança Interna da França (DGSI) informou há algumas semanas que desde janeiro de 2015, 59 ataques islamistas foram frustrados na França. 
É óbvio que entre os não frustrados se encontra o ataque contra a Charlie Hebdo, os assassinatos ocorridos no mesmo dia num supermercado kasher, a chacina na Casa Noturna Bataclan, o assassinato de Arnaud Beltrame, que levou um tiro para proteger outros, os assassinatos do Padre Jacques Hamel, dos escolares menores de idade e de outros em Toulouse, de judeus idosos em Paris e de pelo menos 84 pessoas que estavam assistindo um show de fogos de artifício em Nice. Todos esses ataques foram cometidos por muçulmanos franceses ou muçulmanos que estão legalmente na França.

Atualmente as leis francesas permitem processar o que vier na telha que possa ser considerado "incitamento à discriminação, ódio ou violência contra uma pessoa ou grupo de pessoas por conta de sua origem ou por pertencer a um grupo étnico, nação, raça ou religião". Uma organização de juízes, abertamente marxista, o Sindicato da Magistratura (Syndicat de la magistrature), vem gradativamente ganhando influência e faz uso de leis aplicáveis para suprimir qualquer crítica ao Islã ou à imigração. Eles trabalham em conjunto com organizações do tipo SOS Racism, fundada em 1984 por membros à esquerda do Partido Socialista, o Movimento contra o Racismo e pela Amizade entre os Povos (MRAP), criado em 1949 por membros do Partido Comunista Francês (o MRAP foi inicialmente chamado de Movimento Contra o Racismo, Antissemitismo e pela Paz, tendo removido "antissemitismo e pela paz" do seu nome em 1989, quando começou a se dedicar quase que exclusivamente à luta contra o "racismo islamofóbico"), a Associação contra a Islamofobia na França(CCIF), criada em 2003 por membros da União das Organizações Islâmicas da França (UOIF), braço francês da Irmandade Muçulmana, a Coordenação contra o Racismo e Islamofobia (CRI), criada em 2009.

Qualquer crítica ao Islã na França pode acabar nas barras do tribunal. A grande mídia francesa, ameaçada de ações na justiça pelo seu próprio governo, evidentemente decidiu não convidar ninguém mais ao vivo que possa eventualmente fazer comentários que porventura levem a condenações ou reclamações. Zemmour ainda pode aparecer na televisão, mas as multas cada vez mais pesadas impostas a ele, visam silenciá-lo e pelo andar da carruagem, punir as emissoras que o convidam.

Nenhum líder político francês ousa dizer o que ele diz, nem mesmo Marine Le Pen. Ela já foi condenada inúmeras vezes pelo sistema jurídico francês e, a exemplo da ex-União Soviética, foi condenada a passar por uma avaliação psiquiátrica por ter mostrado ao público o que o ISIS estava fazendo aos "infiéis". Evidentemente agora ela decidiu ficar "com o pé atrás".

As autoridades francesas continuam fazendo vista grossa diante da maioria dos ataques violentos cometidos em nome do Islã. Quando esses ataques ocorrem contra uma escola judaica em Toulouse em 2012, contra a redação da Charlie Hebdo e a um supermercado kasher em 2015, à Casa Noturna Bataclan em 2015 ou por meio de atropelamentos com caminhões em Nice em 2016, os líderes do país prometem "firmeza" mas não mexem um dedinho.

Uma semana depois do ataque de 25 de setembro, o presidente francês Emmanuel Macron mais um vez proferiu um discurso prometendo "firmeza". Ele condenou o "separatismo islâmico" e a "doutrinação islâmica" praticada por pregadores radicais. Ele salientou que irá combater o terrorismo e "libertar o Islã francês das influências estrangeiras" e que nas escolas e universidades francesas irá "fortalecer o ensino da civilização islâmica" e "ensinar a língua árabe". Ele não disse nada que já não tivesse dito antes. Há sete meses, em 18 de fevereiro, ele proferiu um discurso quase idêntico na Alsácia.

Mesmo assim, Ibrahim Mounir, porta-voz da Irmandade Muçulmana na Europa, acusou Macron de "ferir os sentimentos de mais de dois bilhões de muçulmanos" e "agir de forma deliberada com o intuito de incitar os muçulmanos a renunciarem à sua religião". Ele acrescentou: "as convicções da Irmandade Muçulmana sempre foram capazes de superar equívocos de regimes que fazem uso do abuso ilegal e desumano com o objetivo de distorcer nossa religião". Manon Aubry, membro do parlamento europeu do partido de esquerda Rebellious France, ressaltou que "Macron deseja de maneira obsessiva estigmatizar os muçulmanos".

Marine Le Pen, presidente do Partido União Nacional, disse que "Macron omitiu, ao que tudo indica, propositalmente, determinados temas, como por exemplo: nem uma palavra sobre terrorismo e nada sobre imigração". Ela salientou que "a imigração em massa é solo fértil do comunitarismo (fortalecimento de grupos em vez de indivíduos), que por si só já é solo fértil do fundamentalismo islamista".

A jornalista Celine Pina observou que Macron não falou sobre o status dos candidatos a asilo. "Mais uma vez," escreveu ela, "Macron realmente se recusa a lidar com as causas dos problemas que afligem os franceses. O governo combate o terrorismo fazendo de conta que não vê a ligação entre a propaganda do Islã político e a proliferação de atos violentos".

O colunista Ivan Rioufol escreveu que "as medidas que Macron defende não respondem de maneira alguma à urgência da ameaça."

Jean Messiha, funcionário público do alto escalão, de origem cristã copta e membro do partido União Nacional, ressaltou que "o Islã não busca separar e sim conquistar". Ele também disse que "falar de um Islã da França separado do próprio Islã não faz nenhum sentido". Consoante com o que assinalou corretamente o presidente turco Recep Tayyip Erdogan: "não existe essa coisa de Islã extremista e Islã moderado; Islã é Islã e ponto final".

Messiha também sugeriu que "fortalecer o ensino da civilização islâmica não é uma prioridade num momento em que tantos jovens franceses não sabem nem o que é a civilização francesa" e que "fortalecer o ensino do idioma árabe simplesmente ajudará a alimentar a 'substituição de uma cultura pela outra'".

A França já é o país com a maior população muçulmana da Europa (cerca de seis milhões de habitantes ou seja: quase 10% do total da população), além disso, a cada ano, mais de mil pessoas do mundo muçulmano chegam à França. A maioria dos muçulmanos que vivem na França hoje reside em bairros muçulmanos de onde a maioria dos não muçulmanos fugiu.

Um estudo realizado em 2016 mostrou que 29% dos muçulmanos que vivem na França acreditam que a lei islâmica é superior à lei francesa e que eles devem, antes de mais nada e acima de tudo, obedecer às leis do Islã. Um estudo recente mostra que quatro anos depois, a situação só fez é piorar. Hoje, 40% dos muçulmanos que vivem na França acreditam que a lei islâmica é superior à lei francesa. Dezoito por cento dos muçulmanos franceses também, ao que consta, acham que o atentado que deixou mortos e feridos na Charlie Hebdo em 2015 foi merecido. Entre os muçulmanos entre 18 e 25 anos, a proporção sobe para 26%.

Estudos mostram que se os fluxos migratórios continuarem no mesmo ritmo de hoje, a França poderá virar um país de maioria muçulmana daqui a 30 ou 40 anos. Outros países europeus estão caminhando no mesmo sentido, os líderes destes países não estão se comportando de maneira mais corajosa do que os líderes franceses. A censura imposta em cima das falas anti-islâmicas está se intensificando em ritmo acelerado em todo o continente europeu.

Abdelaziz Chaambi, diretor do grupo Coordenação contra o Racismo e a Islamofobia, disse recentemente que "os dados mostram que em poucas décadas a França será muçulmana... o Islã já é a segunda maior religião, a segunda maior comunidade da França e os que não gostam de muçulmanos se veem forçados a deixar a França".

No final do discurso que rendeu a Zemmour a condenação em 25 de setembro, ele disse aos franceses, "vocês tem razão em terem medo".

O julgamento dos que atacaram a Charlie Hebdo e o supermercado kasher em 2015 está em andamento em Paris. O julgamento, no entanto, a grosso modo, não faz nenhum sentido. Todos os terroristas estão mortos. Os réus são apenas pessoas que forneceram armas ou abrigo aos terroristas. É fácil para eles dizerem que não sabiam quem estavam hospedando ou a finalidade das armas. Eles até disseram que não sabem nada sobre a jihad.

Tecendo comentários sobre um boletim de notícias que afirmava: "o julgamento gerou protestos em toda a França, milhares de manifestantes protestando contra a Charlie Hebdo e contra o governo francês", escreveu o advogado e comentarista americano John Hinderaker: "quando milhares de pessoas protestam contra ações na justiça de supostos assassinos, fica claro que temos uma batata quente mas mãos."

Em 9 de outubro, Macron anunciou que conseguiu libertar uma mulher que estava sendo mantida como refém por um grupo jihadista no Mali. A liberdade foi alcançada em troca de um resgate de US$12 milhões e a soltura de 200 jihadistas prontos para voltarem a lutar contra os militares franceses. A refém, Sophie Petronin, trabalhadora de ajuda humanitária de 75 anos, disse ter-se convertido ao Islã, que seu nome agora era Myriam e que deseja voltar o mais rápido possível ao Mali para viver com os jihadistas. Ela disse entender porque os jihadistas lutam contra o exército francês. A França está oficialmente em guerra com os jihadistas do Mali. Macron, ao que parece, tem uma forma peculiar e idiossincrática de travar guerras.

Esta não é a primeira vez que a França paga resgate, uma prática que muitos países rejeitam categoricamente porque encoraja mais sequestros com o intuito de obter mais resgates. Entre 2008 e 2014, a França pagou US$58 milhões para a libertação de reféns, mais do que qualquer outro país. Quem é o próximo?


31 de outubro de 2020
Dr. Guy Millière, professor da Universidade de Paris, é autor de 27 livros sobre a França e a Europa.
Original em inglês: France: Death to Free Speech
Tradução: Joseph Skilnik  -  23 de Outubro de 2020

FRANÇA: MAIS TERRORISMO, MAIS SILÊNCIO

Este tipo de extremismo também conseguiu transformar muitos cidadãos europeus em prisioneiros, pessoas refugiadas em seus próprios países, condenadas à morte e forçadas a viver em casas mantidas em segredo até de seus amigos e familiares. E nos acostumamos com isso!

"Essa falta de coragem de seguir os passos da Charlie tem seu preço, estamos perdendo a liberdade de expressão e uma forma maligna de autocensura está ganhando terreno." — Flemming Rose, Le Point, 2 de setembro de 2020.

"Pondo os pingos nos is, a liberdade de expressão está mal das pernas, isso no mundo inteiro. Inclusive na Dinamarca, na França e em todo o Ocidente. Estamos passando por um período conturbado, as pessoas priorizam a ordem e a segurança em vez da liberdade." — Flemming Rose, Le Point, 15 de agosto de 2020.



No dia 25 de setembro em Paris, duas pessoas foram esfaqueadas e ficaram gravemente feridas em frente à antiga sede da revista Charlie Hebdo, onde 12 dos editores e cartunistas da revista satírica foram assassinados por extremistas muçulmanos em 2015. Foto: bombeiros e paramédicos retiram um ferido da cena do ataque. (Foto: Alain Jocard/AFP via Getty Images)

No dia 25 de setembro em Paris, duas pessoas foram esfaqueadas e ficaram gravemente feridas em frente à antiga sede da revista Charlie Hebdo, onde 12 dos editores e cartunistas da revista satírica foram assassinados por extremistas muçulmanos em 2015. O suspeito, sob custódia da polícia, está sendo investigado por crime de terrorismo.

Os assassinos acusados nos ataques de 2015 estão no momento em julgamento em Paris.

Em 22 de setembro, pouco antes do ataque a facadas, a diretora de recursos humanos da Charlie Hebdo, Marika Bret, não voltou para casa. Na realidade, ela nem tem mais casa. Ela foi despejada após ter recebido sérias e concretas ameaças de morte de extremistas muçulmanos. Ela decidiu então tornar pública o que deveria ser uma "saída pela porta dos fundos", para que a inteligência francesa alertasse o grande público para a ameaça do extremismo na França.

"Vivo sob proteção policial há quase cinco anos", salientou ela ao semanário Le Point.

"Meus agentes de segurança receberam ameaças específicas e detalhadas. Dez minutos foi o tempo que me deram para que eu fizesse as malas e saísse de casa. Dez minutos para jogar para o alto parte da vida de alguém é muito pouco tempo, além disso foi extremamente violento. Não vou para casa. Estou perdendo minha casa por conta de explosões de ódio, ódio que sempre começa com ameaças para incutir medo. Nós sabemos muito bem como isso pode acabar".

Bret também disse que a esquerda francesa abandonou a "batalha pelo secularismo".

Desde o início do julgamento dos acusados de cometerem os assassinatos na redação da Charlie Hebdo em 2015 e, especialmente depois da reedição das charges de Maomé, a Charlie Hebdo recebeu tudo quanto é tipo de ameaças, entre elas a da Al Qaeda. Hoje a segurança da revista satírica é gigantesca. "O endereço da nossa sede é mantido em segredo, há portas de segurança por toda parte, portas e janelas blindadas, agentes de segurança armados, é pouco provável que alguém consiga entrar" ressaltou Bret.

Hoje há 85 policiais protegendo os jornalistas da Charlie.

Bret se tornou mais um exemplo da natureza clandestina da liberdade de expressão na França, país de Voltaire. O primeiro foi Robert Redeker, professor de filosofia. Em 17 de setembro de 2006, ele levantou cedo para escrever um artigo para o Le Figaro sobre a maneira da Europa lidar com o Islã. Três dias depois ele estava num lugar secreto e em fuga.

Em janeiro último, Mila O., uma menina francesa de 16 anos, fez comentários ofensivos sobre o Islã durante uma transmissão ao vivo no Instagram.

"Durante a transmissão, um menino muçulmano a convidou para sair, mas ela recusou por ser gay. Ele respondeu acusando-a de racismo, chamando-a de 'lésbica imunda'. 
No vídeo seguinte, transmitido imediatamente após ter sido insultada, Mila respondeu dizendo que 'odeia religião'".

Mila continuou, dizendo entre outras coisas:

"você sabe o que é liberdade de expressão? Não hesitei em dizer o que eu achava. Odeio religião. O Alcorão é uma religião de ódio, só há ódio nela. É isso que eu acho. Digo o que penso. O Islã é uma m***a ... Não sou racista de forma alguma. Não se pode simplesmente ser racista contra uma religião... Eu digo o que quero, eu digo o que penso. Sua religião é uma merda. Eu enfiaria um dedo no c* do seu deus..."

Depois que o endereço de sua escola foi postado nas redes sociais, ela foi forçada a sair e foi transferida para outra escola, desta vez mantida em segredo.

O jornalista Éric Zemmour foi atacado inúmeras vezes em frente da sua casa, a jornalista franco-marroquina Zineb el Rhazoui também viu o endereço da sua casa publicado nas redes sociais.

Enquanto isso, há de se reconhecer que o presidente francês Emmanuel Macron tem defendido o direito à liberdade de expressão da Charlie Hebdo. Blasfêmia ressaltou ele, "não é crime."

"A lei é clara: temos o direito de blasfemar, de criticar, de caricaturar as religiões. A ordem republicana não é uma ordem moral... o que é proibido é incitar o ódio e atacar a dignidade".

Após uma batalha jurídica ocorrida em 2007 ficou decidido que "na França é possível insultar uma religião, suas figuras e seus símbolos... no entanto, é proibido insultar aqueles que professam uma religião."

As corajosas palavras das autoridades francesas, no entanto, parecem inofensivas, tímidas e chochas, em comparação com a força da violência extremista e da intimidação.

O fundamentalismo islâmico já conseguiu desalojar não só milhares de cristãos perseguidos, como Asia Bibi, forçada a fugir do Paquistão para o Canadá para salvar a própria pele após ter sido absolvida de ter cometido blasfêmia. Este tipo de extremismo também conseguiu transformar muitos cidadãos europeus em prisioneiros, pessoas refugiadas em seus próprios países, condenadas à morte e forçadas a viver em casas mantidas em segredo até de seus amigos e familiares. E nós nos acostumamos com isso!

No dia em que o Irã emitiu a sentença de morte a Salman Rushdie pelo seu romance Os Versos Satânicos, ele e sua esposa, Marianne Wiggins foram levados de sua casa na região norte de Londres pelo serviço secreto britânico para o primeiro dos mais de cinquenta "esconderijos" em que o escritor viveu nos dez anos seguintes.

O parlamentar holandês Geert Wilders, cujo nome foi encontrado em uma folha de papel presa com uma faca no corpo do cineasta assassinado Theo van Gogh, como aviso de que ele será o próximo a ser assassinado, vive em esconderijos desde 2004. "Estou em uma prisão, "diz ele, "e eles estão por aí livres e desimpedidos."

Há dez anos, a repórter Molly Norris da Seattle Weekly, em nome da solidariedade para com os criadores do desenho animado da televisão "South Park" que estão em perigo, também desenhou uma caricatura de Maomé. O último artigo de jornal que falava a seu respeito dizia:

"vocês devem ter notado que a coluna de Molly Norris não aparece mais na edição desta semana. Isso porque não há mais Molly... seguindo o conselho dos especialistas em segurança do FBI, ela irá se mudar bem como mudar de nome..."

O jornal dinamarquês Jyllands Posten, que primeiro publicou as charges de Maomé em 2005, jogou a toalha. O jornal se recusou a reeditar as caricaturas do Profeta do Islã quando a Charlie Hebdo as reimprimiu na primeira página. O editor que publicou as charges no Jyllands Posten, Flemming Rose, ainda é escoltado por guarda-costas. "Eu realmente admiro a coragem da Charlie", afirmou ele.

"Heróis que não sucumbiram às ameaças ou à violência. Lamentavelmente, eles tiveram pouco apoio. Nenhuma publicação, seja na França seja no restante da Europa, se porta como a Charlie. É por isso que eu acredito que na Europa existe uma lei tácita contra a blasfêmia. Não estou criticando os jornalistas nem os editores que procederam dessa maneira. Não podemos culpar aqueles que, ao contrário da Charlie, não querem colocar suas vidas em perigo. Mas não sejamos tolos: essa falta de coragem de seguir os passos da Charlie tem seu preço, estamos perdendo a liberdade de expressão e uma forma maligna de autocensura está ganhando terreno".

Nos últimos dias, o novo editor da Jyllands Posten, Jacob Nybroe, tem repetido:

"não vamos mais publicá-las. Confirmei essa linha editorial quando cheguei e recebi muitos aplausos. Posso até parecer covarde, mas não podemos publicá-las".

Os nomes de cartunistas dinamarqueses apareceram na mesma "lista de acerto de contas" que a Al Qaeda publicou juntamente com o nome do editor-chefe da Charlie Hebdo Stéphane Charbonnier, assassinado no massacre de 2015. O cartunista dinamarquês Kurt Westergaard está vivo somente porque ele se escondeu em meio a um ataque terrorista contra a sua casa.

Hoje a sede do Jyllands Posten possui janelas à prova de balas, barras e placas de ferro, arame farpado e câmeras de vídeo. Ela fica em frente ao porto de Aarhus, a segunda maior cidade da Dinamarca e é monitorada dia e noite. Cada porta automática, cada elevador, requer um crachá e um código. Você entra como se entra num cofre de banco. Uma porta se abre e somente depois que ela se fecha é que a próxima se abre. Os jornalistas que lá trabalham entram um de cada vez. "Pondo os pingos nos is, a liberdade de expressão está mal das pernas, isso no mundo inteiro. Inclusive na Dinamarca, na França e em todo o Ocidente", salientou Rose, "estamos passando por um período conturbado, as pessoas priorizam a ordem e a segurança em vez da liberdade."

Se cada um de nós não defender as nossas liberdades, logo não as teremos mais.


31 de outubro de 2020
Giulio Meotti, Editor Cultural do diário Il Foglio, é jornalista e escritor italiano.
Original em inglês: France: More Terrorism, More Silence
Tradução: Joseph Skilnik

ZONAS PROIBIDAS NA EUROPA: REALIDADE OU FICÇÃO? - PARTE 01 - FRANÇA (20/01/2015)

Um estudo de 120 páginas intitulado "Zonas Proibidas na República Francesa: Mito ou Realidade"? documenta dezenas de bairros franceses "onde a polícia e a gendarmaria não são capazes de aplicar a ordem republicana nem entrar sem correrem o risco de confronto, arremesso de projéteis, até mesmo tiroteios com mortes".


Em outubro de 2011 um relatório de 2.200 páginas com o nome: "Banlieue de la République" (Subúrbios da República) constatou que Seine-Saint-Denis e outros subúrbios parisienses estão se tornando "sociedades islâmicas separadas", isoladas do estado francês, onde a lei islâmica da Sharia está rapidamente tomando o lugar do direito civil.


O relatório também mostra como o problema vem sendo exacerbado por pregadores muçulmanos radicais, que estão promovendo a marginalização social de imigrantes muçulmanos com o objetivo de criar uma sociedade muçulmana paralela na França regida pela lei da Sharia.


O apresentador da televisão pergunta: "e se nós fossemos até os subúrbios"? Obertone responde: "não recomendo. Nem mesmo nós, franceses, ousamos mais ir àquele lugar. Mas, é óbvio, ninguém fala sobre isso em público. Nem aqueles que pleiteiam vida longa ao multiculturalismo e Paris é maravilhosa! ousam entrar naqueles bairros".


O ataque jihadista contra a redação do Charlie Hebdo, uma revista francesa conhecida por satirizar o Islã, chamou a atenção sobre as zonas proibidas na França e em outros países europeus.

Zonas proibidas são bairros dominados por muçulmanos, inacessíveis a não-muçulmanos, devido a uma variedade de fatores, incluindo o desrespeito à lei e a insegurança que impregna muitas dessas regiões. 
As autoridades do país acolhedor perderam, de fato, o controle sobre muitas zonas proibidas e frequentemente são incapazes ou relutantes em fornecerem até ajuda estatal básica como policiamento, combate a incêndios e serviços de ambulância, por medo de serem atacadas por jovens muçulmanos.

Enclaves muçulmanos nas cidades européias também estão gerando um solo fértil para a disseminação do radicalismo islâmico, apresentando uma ameaça considerável à segurança ocidental.

As zonas proibidas da Europa são o subproduto de décadas de políticas multiculturais que incentivaram imigrantes muçulmanos a criarem sociedades paralelas e permanecerem isolados, ao invés de se integrarem nas nações européias que os acolheram.

O problema das zonas proibidas está bem documentado, mas os multiculturalistas e os defensores do politicamente correto negam veementemente que elas existam. 
Alguns agora estão empenhados em uma campanha orquestrada para desacreditar e até silenciar aqueles que chamam a atenção para esse assunto.

Veja por exemplo Carol Matlack, escritora americana do Bloomberg Businessweek, que recentemente escreveu uma matéria intitulada "Desmitificando o Mito de Zonas Só para Muçulmanos nas Grandes Cidades Européias", na qual ela alega que as zonas proibidas nada mais são do que "lendas urbanas", "comprovadamente falsas". Ela prossegue ridicularizando aqueles que discordam dela.

A rede de TV a cabo dos EUA, Fox News também emitiu pelo menos quatro retratações por se referir a zonas proibidas muçulmanas na Europa, depois que um repórter, erroneamente, declarou que a cidade inteira de Birmingham na Inglaterra, era muçulmana. Se ele tivesse simplesmente dito que "partes" de Birmingham são muçulmanas, ele estaria correto.

Apesar desses desmentidos politicamente corretos, as zonas proibidas dos muçulmanos são uma realidade da vida bem conhecida em muitas regiões da Europa.

A seguir decorre a primeira de uma série, dividida em várias partes, que irá documentar a realidade das zonas proibidas na Europa. A série começa com a França e fornece uma breve compilação de algumas das milhares de referências, literalmente milhares, das zonas proibidas da França, de fontes acadêmicas, policiais, da mídia e governamentais que podem facilmente serem encontradas na Internet por meio de uma simples busca no Google.

Fabrice Balanche, conhecido estudioso do islamismo, francês, que leciona na Universidade de Lyon, afirmou recentemente à Radio Télévision Suisse: "há territórios na França como por exemplo Roubaix ou o norte de Marseille, onde a polícia não coloca os pés, onde a autoridade do estado é totalmente ausente, onde se formaram mini estados islâmicos".

O jornalista político e escritor francês Éric Zemmour disse recentemente à BFM TV: "há lugares na França hoje, principalmente nos subúrbios, que não são realmente a França. Islamistas salafistas estão islamizando alguns bairros e subúrbios. Esses bairros não são a França, são uma república islâmica". Em outra entrevista, Zemmour, cujo último livro leva o título de "O Suicídio Francês" diz que o multiculturalismo e o reino do discurso politicamente correto estão destruindo o país.

O político francês Franck Guiot escreveu que partes de Évry, uma cidadezinha nos subúrbios ao sul de Paris, são zonas proibidas onde as forças policiais não podem entrar por medo de serem atacadas. Ele disse que os políticos que procuram manter a "paz social" estão proibindo a polícia de usar suas armas para se defenderem.

O prefeito socialista de Amiens, Gilles Demailly, se referiu ao distrito da cidade de Fafet-Brossolette como "zona proibida" onde "já não é mais possível encomendar uma pizza ou chamar um médico para uma consulta em domicílio". Europe 1, uma das principais emissoras da França, se referiu a Marseille como "zona proibida", depois que o governo foi forçado a mobilizar o batalhão de choque, conhecido como CRS, para confrontar gangues muçulmanas rivais na cidade. 
O ministério do interior francês declarou que estava tentando "reconquistar" 184 quilômetros quadrados (71 milhas quadradas) de Marseille que estão sob controle de gangues muçulmanas.

O jornal francês Le Figaro se referiu ao centro da cidade de Perpignan como uma "verdadeira zona proibida" onde a "agressão, comportamento antissocial, tráfico de drogas, apoio exclusivo à comunidade muçulmana, tensões raciais e violência tribal" estão forçando não-muçulmanos a se mudarem. 
O Le Figaro divulgou que o distrito de Les de Toulouse é uma zona proibida, onde gangues árabes de tráfico de drogas controlam as ruas em clima de medo.

Em outra ocasião, o Le Fígaro informou que uma grande quantidade de fuzis automáticos estão circulando nas zonas proibidas da França. "Por algumas centenas de dólares é possível adquirir Kalashnikovs", segundo o cientista político Sebastian Roché. "Ao preço de um iPhone!"

O jornal France Soir publicou resultados de uma pesquisa de opinião, que mostra que aproximadamente 60% dos cidadãos franceses são a favor de enviar o exército a subúrbios problemáticos para restaurar a ordem.

O jornal Le Parisien chamou partes de Grigny, uma cidadezinha nos subúrbios ao sul de Paris, uma "zona sem lei" atormentada por gangues muçulmanas bem organizadas, cujos membros acreditam que são os "mestres do universo". 
A revista semanal Le Point relata que o desrespeito à lei entre os muçulmanos está fora de controle na cidade francesa de Grenoble.

A revista francesa L'Obs (conhecida anteriormente como Le Nouvel Observateur) relata a deterioração da situação da segurança em Roubaix, uma cidade no norte da França localizada perto da fronteira com a Bélgica. A revista relata que os cidadãos locais se encontram "exilados em seu próprio país" e querem criar sua própria milícia para restaurar a ordem, porque a polícia teme confrontar as gangues muçulmanas.

Em agosto de 2014, a revista francesa Valeurs Actuelles (Valores Contemporâneos) informou que a "França tem mais de 750 áreas onde não se respeita a lei", onde a lei da República Francesa não se aplica mais
Sob a manchete "Inferno na França", a revista diz que muitas regiões da França estão experimentando uma "ditadura da ralé" onde a polícia é "recebida com tiros de morteiros" e "é forçada a se retirar diante do arremesso de projéteis".

Em outra ocasião, a Valeurs Actuelles fez um relato sobre a ausência da lei em Trappes, uma cidadezinha localizada nos subúrbios da região ocidental de Paris, onde o islamismo radical e o crime endêmico andam de mãos dadas. "Criminosos são cortejados por fundamentalistas islâmicos para impor uma sociedade alternativa, quebrando as ligações com a República Francesa", de acordo com o comandante da polícia local Mohammed Duhan. 
Não é aconselhável entrar naquela região, segundo ele, acrescentando, "você será localizado pelos assim chamados chauffeurs (seguranças dos traficantes de drogas), despido e espancado".

Valeurs Actuelles também traz informações sobre zonas proibidas em Nantes, Tours e Orléans, que viraram "campos de batalha", onde os últimos redutos de franceses nativos são confrontados com "apoio exclusivo à comunidade muçulmana, o desaparecimento de suas referências culturais e criminalidade desenfreada".

Um documentário de 20 minutos, com cenas fortes, (em francês) sobre a zona proibida em Clichy Montfermeil, subúrbio de Paris, pode ser visto aqui
Após aproximadamente três minutos de exibição, o vídeo mostra o que acontece quando a polícia francesa chega ao local.



Um policial usa uma escopeta na tentativa de manter afastada uma gangue em meio a um ataque, no subúrbio parisiense de Clichy Montfermeil. (imagem: captura de tela de vídeo da Dailymotion)


Um documentário de uma hora e meia (em francês) produzido pela TF1 da França sobre gangues muçulmanas em zonas proibidas de Paris pode ser visto aqui
Um documentário de 50 minutos (em francês) produzido pela TV3 da França sobre as zonas proibidas de Clos Saint-Lazare no norte de Paris pode ser visto aqui
Um documentário de 45 minutos (em inglês) sobre as zonas proibidas de Marseilles pode ser visto aqui.

Um vídeo de quatro minutos sobre os bairros mais perigosos da França em 2014 pode ser visto aqui
Um vídeo de três minutos e meio sobre os bairros mais perigosos da Área Metropolitana da Grande Paris pode ser visto aqui
Um vídeo de dois minutos sobre uma zona proibida em Lille pode ser visto aqui
Um vídeo de cinco minutos sobre a vida nos subúrbios de Lyon pode ser visto aqui.

Um documentário da TV russa (Russia-1) sobre as zonas proibidas em Paris pode ser visto aqui
O apresentador diz: "estamos em Paris, no bairro de Barbès, a poucos minutos da famosa Montmartre. Encontrar um europeu por aqui é praticamente uma missão impossível. Certas ruas de Paris lembram um bazar oriental"
O apresentador continua: "os subúrbios de Paris se tornaram guetos de criminosos onde nem mesmo a polícia ousa entrar". Câmeras escondidas registram o alastramento do desrespeito à lei e o tráfico de drogas na região.

Um estudo de 120 páginas intitulado "Zonas Proibidas na República Francesa: Mito ou Realidade"? documenta dezenas de bairros franceses "onde a polícia e a gendarmaria não são capazes de aplicar a ordem republicana nem entrar sem correrem o risco de confronto, arremesso de projéteis, até mesmo tiroteios com mortes".

Algumas das mais notórias zonas proibidas na França estão situadas no distrito de Seine-Saint-Denis, um subúrbio (banlieue) no nordeste de Paris com uma das maiores populações muçulmanas na França. O distrito abriga cerca de 600.000 muçulmanos (acima de tudo do norte e oeste da África) de uma população total de 1,4 milhões.

Seine-Saint-Denis está dividido em 40 distritos administrativos chamados communes (vilas), 36 dos quais se encontram na lista oficial do governo francês e são classificados como "zonas urbanas sensíveis" ou ZUS.

Seine-Saint-Denis, também conhecido localmente como "noventa e três" ou "nove três", depois dos dois primeiros dígitos do código de endereçamento postal desse subúrbio, conta com uma das mais altas taxas de desemprego da França, mais de 40% da população com menos de 25 anos estão desempregados. 
A região está empestada com o tráfico de drogas e sofre de uma das mais altas taxas de crimes violentos da França.

Em outubro de 2011 um relatório memorável de 2.200 páginas com o nome: "Banlieue de la République" (Subúrbios da República) constatou que Seine-Saint-Denis e outros subúrbios parisienses estão se tornando "sociedades islâmicas separadas", isoladas do estado francês onde a lei islâmica da Sharia está rapidamente tomando o lugar do direito civil. 
O relatório revela que imigrantes muçulmanos estão cada vez mais rejeitando os valores franceses, preferindo enveredar pelo islamismo radical.

O relatório, contratado pela influente instituição de pesquisa e consultoria francesa, L'Institut Montaigne, foi dirigido por Gilles Kepel, um cientista político muito respeitado, especializado em islamismo, juntamente com mais cinco pesquisadores franceses.

Os autores do relatório mostraram que a França, que já conta com 6,5 milhões de muçulmanos (a maior população muçulmana da União Européia), está à beira de uma considerável explosão social por conta da incapacidade dos muçulmanos de se integrarem na sociedade francesa.

O relatório também mostra como o problema vem sendo exacerbado por pregadores muçulmanos radicais, que estão promovendo a marginalização social de imigrantes muçulmanos, com o objetivo de criar uma sociedade muçulmana paralela na França regida pela lei da Sharia.

A pesquisa foi primordialmente conduzida nas vilas de Seine-Saint-Denis de Clichy-sous-Bois e Montfermeil, dois subúrbios considerados Marco Zero dos distúrbios muçulmanos no outono de 2005, quando multidões de muçulmanos incendiaram mais de 9.000 veículos.

O relatório descreve Seine-Saint-Denis como uma "terra devoluta da desindustrialização" e revela que em determinadas regiões, "um terço da população não possui a nacionalidade francesa, além de muitos residentes serem seduzidos pela identidade islâmica".

Outra vila de Seine-Saint-Denis é Aubervilliers. Por vezes referenciada como um dos "territórios perdidos da República Francesa", é de fato uma cidade muçulmana: mais de 70% da população são muçulmanos. Três quartos dos jovens da cidade com menos de 18 anos são estrangeiros ou franceses de origem estrangeira, principalmente da África subsaariana e de Maghreb. É voz corrente que a polícia francesa raramente se arrisca a entrar em algumas das áreas mais perigosas da vila.

A região sul de Aubervilliers é mais conhecida pela vibrante comunidade de imigrantes chineses, juntamente com suas lojas de roupas por atacado e armazéns têxteis além de shoppings de importação e exportação. 
Em agosto de 2013, a revista semanal Marianne relatou que imigrantes muçulmanos se sentiam humilhados pelo dinamismo econômico dos chineses e que estavam assediando e atacando comerciantes chineses que estavam, cada vez mais, sendo vítimas de saques e extorsões. A situação chegou a tal ponto que o embaixador chinês na França foi forçado a visitar a região.

O prefeito socialista de Aubervilliers, Jacques Salvator, por sua vez, sugeriu que a violência poderia ser contida se as empresas chinesas aceitassem contratar mais árabes e africanos. Os chineses reagiram argumentando que os muçulmanos não dão de si no trabalho o mesmo que os chineses, que exigem mais e que reclamam demais, de acordo com a revista Marianne.

Depois que a polícia local se recusou a agir em face do aumento da violência muçulmana, os chineses ameaçaram "chamar a máfia chinesa" para lhes dar proteção. Os muçulmanos responderam lançando um abaixo-assinado solicitando que os chineses sejam expulsos da região.

Também em Aubervilliers, a revista Charlie Hebdo relatou em 2012 que a prefeitura estava obrigando não-muçulmanos que quisessem se casar com muçulmanas, primeiramente, a se converterem ao Islã, muito embora a França seja ostensivamente uma república secular. Ao pretendente, jornalista Frédéric Gilbert, foi dito o seguinte:


"o senhor pode se converter em qualquer mesquita, em três minutos. Tudo o que o senhor precisa fazer é repetir com convicção e sinceridade a seguinte sentença: 
Eu reconheço que não há outro Deus a não ser Alá e que Maomé é o profeta, e o Imã irá concordar que o senhor se converteu ao Islã".

Em um artigo intitulado, "Quando os Prefeitos se tornam Imãs", Charlie Hebdo escreve:


"em outras palavras, a lei marroquina está acima da lei francesa em casos de casamentos mistos e a mesma situação prevalece em relação a outras ex-colônias francesas como a Tunísia e a Argélia, bem como em relação ao Egito".

Segundo o jornal Le Parisien, a prática de "falsas conversões" ao Islã é amplamente disseminada porque a maioria dos noivos não-muçulmanos preferem conversões falsas do que sofrerem com "complicações administrativas".

Em 2014, o Le Fígaro publicou
o conteúdo de um documento da inteligência, vazado, que alerta sobre a imposição da lei da Sharia em escolas francesas, em guetos muçulmanos. 
O documento de 15 páginas apresenta 70 casos específicos de como os radicais muçulmanos estão se apoderando, de forma ostensiva, de escolas seculares por todo o país. 
Então vejamos: uso do véu em playgrounds, alimentos halal nas cantinas, absenteísmo crônico (chegando a 90% em algumas regiões de Nîmes e Toulouse) durante os feriados religiosos, rezas clandestinas em ginásios e corredores. 
O relatório detalha como os "autoproclamados jovens guardiães da ortodoxia" estão burlando a lei de março de 2004 que proíbe símbolos religiosos em escolas francesas. 
Em Marseille, a diretora de uma escola de ensino médio testemunhou que alguns de seus alunos rezam com tanto fervor que acabaram criando "testas azuladas".

Um vídeo mostrando um comício radical islâmico em Saint-Denis pode ser visto aqui
Um vídeo mostrando muçulmanos radicais sequestrando um ônibus francês aos gritos de "Allahu Akbar!" (Alá é o Maior!) pode ser visto aqui
Uma série de oito vídeos que documentam rezas muçulmanas nas ruas de Paris pode ser visto aqui. (Rezas de rua agora são ilegais). 
Uma série de 25 vídeos mostrando a islamização da França pode ser visto aqui.

Em julho de 2012, o governo francês anunciou um plano para reafirmar o controle do estado em 15 das mais conhecidas zonas proibidas. 
Os bairros infestados de criminosos, que o ministro do interior francês designou como Zonas de Segurança Prioritárias (Zones de Sécurité Prioritaires, ou ZSP), incluem regiões densamente povoadas de Amiens, Aubervilliers, Avignon, Béziers, Bordeaux, Clermont-Ferrand, Grenoble, Lille, Lyon, Marseilles, Montpellier, Mulhouse, Nantes, Nice, Paris, Perpignan, Strasbourg, Toulouse e muitas outras. 
O número de ZSP é 64, a lista completa das ZSPs pode ser encontrada aqui.

Enquanto isso, um documentário de 13 minutos da TV húngara (com legendas em inglês) sobre as zonas proibidas em Paris pode ser visto aqui. O apresentador entrevista o repórter investigativo francês Laurent Obertone, autor de um novo bestseller intitulado "La France Orange Méchanique" (França: Laranja Mecânica).

No livro, Obertone diz que a França está descendo a um estado de selvageria e que a verdadeira magnitude da criminalidade e da violência, por todo país, está sendo deliberadamente relatada, de maneira fantasiosa, pela mídia politicamente correta, governo e polícia.

No documentário, Obertone declara: "a elite francesa ficou ultrajada quando o (ex-presidente francês Nicolas) Sarkozy se referiu aos imigrantes (muçulmanos) que atacam a polícia como desordeiros".

O apresentador húngaro então pergunta: "e se nós fossemos até os subúrbios"? Obertone responde: "não recomendo. Nem mesmo nós, franceses, ousamos mais ir àquele lugar. Mas, é óbvio, ninguém fala sobre isso em público. Nem aqueles que pleiteiam vida longa ao multiculturalismo e Paris é maravilhosa! ousam entrar naqueles bairros".

31 de outubro de 2020
Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter.
Original em inglês: European 'No-Go' Zones: Fact or Fiction? Part 1: France
Tradução: Joseph Skilnik  -  20 de Janeiro de 2015

FRANÇA: O VERDADEIRO EMMANUEL MACRON

Charles de Gaulle se recusava em falar sobre o sem número de franceses que colaboraram com as autoridades de ocupação da Alemanha. 
Ele também se recusava em comemorar o Dia D. Ele chegou a ponto de afirmar que os desembarques na Normandia "não foram o início da libertação da França" e sim "o ponto de partida de uma articulação americana para colonizar a França".


O presidente Emmanuel Macron foi um passo além, adiantando que a França e a Alemanha deveriam criar um exército europeu para "se protegerem da Rússia, China e até mesmo dos Estados Unidos".


A França também deu apoio à OLP na época que a organização era abertamente um movimento terrorista, clamorosamente dedicada à destruição de Israel e ao assassinato de judeus... Macron continua trilhando a mesma política de seus antecessores. Ele nunca perde a oportunidade de convidar o atual líder palestino Mahmoud Abbas ao Palácio do Eliseu e jamais esquece de beijá-lo.


O presidente Donald Trump agora já conhece Macron. Trump, sem a menor sombra de dúvida, lembra que durante a visita de Macron a Washington, 14 meses atrás, Macron parecera amistoso em relação a ele, mas quando foi ao Congresso, usou todo o seu discurso para denegrir as importantes iniciativas da Administração Trump.


Foto: Macron e a chanceler alemã Angela Merkel durante uma entrevista coletiva à imprensa em 18 de novembro de 2018 em Berlim, Alemanha. (Foto: Michele Tantussi/Getty Images)

O presidente francês Emmanuel Macron adiantou em 8 de novembro de 2018, que a França e a Alemanha deveriam criar um exército europeu para "se protegerem da Rússia, China e até mesmo dos Estados Unidos".

6 de junho de 2019. Normandia, França. Os restos mortais de 9.387 militares americanos estão enterrados no Cemitério e Memorial Americano da Normandia; 9.238 cruzes latinas para os cristãos e 149 estrelas de Davi para os judeus estão enfileiradas no declive com vista para a Praia de Omaha, um dos cinco setores da costa da Normandia, onde 132 mil soldados das forças aliadas do Ocidente desembarcaram em 6 de junho de 1944. 
O presidente dos EUA, Donald J. Trump proferiu um discurso enaltecendo o heroísmo, dever, honra e a liberdade, prestando homenagem aos jovens americanos que sacrificaram suas vidas; ele também não deixou de destacar os soldados de outras nações que lutaram nas praias da Normandia: canadenses, ingleses, franceses. 
Ele se comportou como um grande estadista.

Pouco antes dele discursar, o presidente francês Emmanuel Macron também homenageou esses corajosos soldados. Ele fez algumas observações que imediatamente foram vistas como uma maneira de dar um pito no presidente americano:

"Em nenhum momento a grandeza dos Estados Unidos da América é maior do que quando luta pela liberdade dos outros. Nunca é maior do que quando é fiel aos valores universais defendidos pelos Pais Fundadores, quando há dois séculos e meio a França apoiou a sua independência".

Macron já havia sinalizado anteriormente que pretendia enfatizar os "valores franceses" e "a arte de ser francês". Jean-Pierre Raffarin, ex-primeiro ministro francês, hoje um dos assessores de Emmanuel Macron, ressaltou que o presidente francês acredita que os Estados Unidos "abandonaram os princípios éticos fundamentais" e que "hoje a América não lutaria pela liberdade da Europa".

No dia anterior, Macron participou de uma cerimônia para homenagear a resistência francesa. "Sem a resistência e sem os combatentes franceses", destacou ele, "a França não teria recuperado a liberdade". Em outra cerimônia em homenagem aos 177 soldados da França Livre que desembarcaram na Normandia no Dia D, ele salientou que os franceses estavam "por toda parte para libertar seu próprio país, em terra, mar e ar".

O ardor do presidente Macron em prestar homenagem à resistência francesa e aos franceses que desembarcaram no Dia D é compreensível. 
Muitos cidadãos franceses lutaram bravamente. No entanto, seu intuito em retratar os franceses como se tivessem desempenhado um papel crucial na libertação do país e como se tivessem libertado a França, já é mais difícil de engolir. Essas narrativas só apequenam o papel de todos que não eram franceses, lutaram e morreram para libertar o país.

Suas palavras e sua postura aparentam ter raízes nas do general Charles de Gaulle ao final da Segunda Guerra Mundial. O general foi filmado na Normandia poucos dias depois de 6 de junho de 1944, a poucos quilômetros das praias onde milhares de jovens americanos foram mortos e ainda não tinham sido enterrados. "A França", destacou ele, "começa a se libertar e logo será livre, graças aos franceses"
Ao longo da sua carreira política do pós-guerra, de Gaulle ressaltou que a França foi libertada pelos franceses
Ao falar sobre o regime de Vichy, ele dizia que era formado por "meia dúzia de traidores que deixaram de ser franceses".

De Gaulle se recusava em falar sobre o sem número de franceses que colaboraram com as autoridades de ocupação da Alemanha. Ele também se recusou em comemorar o Dia D. Ele chegou a ponto de afirmar que os desembarques na Normandia "não foram o início da libertação da França" e sim "o ponto de partida de uma articulação americana para colonizar a França". 
Ele então frisou que "a ocupação americana da França" havia terminado durante sua presidência, quando ele decidiu "sair da OTAN e pedir aos Estados Unidos que fechassem as bases militares americanas em território francês". Ele jamais falou sobre o papel crucial do Plano Marshall na reconstrução da França ou que a OTAN foi criada para proteger a Europa Ocidental da União Soviética.

As palavras de De Gaulle ressoaram profundamente. Até o início dos anos 1970, vinte e cinco anos depois da guerra, nenhum livro ou filme na França tratava da "colaboração". Os livros didáticos de história usados nas escolas francesas omitiam os estreitos laços de muitos franceses com as autoridades de ocupação da Alemanha, fato este ocorrido poucos anos antes. 
Em vez disso, os alunos aprenderam que a França foi ocupada e que a Resistência havia libertado o país com a ajuda dos "Aliados". Pouquíssima atenção foi dispensada ao papel dos americanos. O vasto apoio da população francesa ao marechal Philippe Pétain, o antissemitismo do regime de Vichy na época da guerra e a contribuição ativa da polícia francesa e dos gendarmes na deportação de judeus para os campos de concentração nunca foram mencionados. 
Livros como Harvest of Hatede Leon Leo Poliakov (1951) destacaram os crimes do Terceiro Reich, mas não os crimes da polícia francesa e dos gendarmes. Um pequeno número de cópias foi vendido.

Entretanto, o livro Vichy France de Robert Paxton, traduzido para o francês em 1973, gerou um escândalo. Paxton usou inúmeros documentos que ninguém havia visto antes para descrever a extensão da "colaboração" ocorrida na França e a devotada contribuição do regime de Vichy para deportar judeus. Muitos cronistas franceses ressaltaram que o livro não só estava repleto de mentiras, como também era um insulto à honra da França.

Até 1984, nenhum presidente francês participou de qualquer cerimônia do Dia D e os eventos eram discretos, na melhor das hipóteses.

As homenagens às vítimas da "captura e confinamento em massa de Vel d'Hiv" ocorrido em 1942 (um ataque supervisionado pelos nazistas que resultou no aprisionamento em massa de judeus em Paris pela polícia francesa) se tornou oficial somente em 1992. Antes disso, apenas organizações judaicas participavam do evento, os jornais nunca publicaram nada sobre isso. 
Em 1995, o presidente Jacques Chirac reconheceu que a França era culpada do confinamento de Vel d'Hiv e da deportação de dezenas de milhares de judeus para os campos de concentração, apesar disso, até os dias de hoje, muitos políticos franceses insistem em dizer que Chirac estava errado e que a França não tem culpa de nada.

De 1945 para cá, nenhum líder político francês jamais cochichou uma palavra de gratidão aos Estados Unidos por sua contribuição à libertação da França sem salientar os valores morais da França e o papel inestimável da Resistência Francesa. 
Sempre que possível, eles (líderes políticos) não medem esforços para mostrar que poderiam triunfar sobre os Estados Unidos, se assim o desejassem.

O discurso proferido pelo ministro das relações exteriores da França, Dominique de Villepin na ONU em 14 de fevereiro de 2003, criticando a decisão do governo do presidente dos EUA, George W. Bush de invadir o Iraque, sustentava que "a França se levanta, fiel aos seus valores". 
Os elogios ao discurso de Villepin foram unânimes em seu país. O que Villepin não disse foi que a França tinha acabado de fechar contratos secretos envolvendo transações com empresas petrolíferas de Saddam Hussein, então presidente do Iraque e não estava disposta a perder dinheiro. 
Quando o Presidente Nicolas Sarkozy expôs sua política externa em um discurso em 27 de agosto de 2007, ele ressaltou que a França era aliada dos Estados Unidos, mas "não alinhada". O presidente François Hollande repetiu a mesma formulação em 2.012 "somos aliados, não alinhados".

Macron foi um passo além. Em 8 de novembro de 2018, ele adiantou que a França e a Alemanha deveriam criar um exército europeu para "se protegerem da Rússia, China e até mesmo dos Estados Unidos"
Três dias depois, em uma cerimônia em 11 de novembro, dirigindo seu olhar ao presidente Trump, que momentos antes havia enaltecido o "nacionalismo americano", Macron assinalou que "o patriotismo é bem o contrário de nacionalismo. O nacionalismo é a traição do patriotismo".

Anteriormente, em 25 de abril de 2018, Macron proferiu um discurso diante do Congresso americano concernente ao programa nuclear iraniano, no qual ele exortou os Estados Unidos a "respeitarem o que assinaram". "A França não irá deixar o acordo nuclear iraniano", salientou ele, "porque nós o assinamos e nós respeitamos nossos compromissos".

Acordante com a aparente inexistência de sentimento de culpa no que diz respeito ao seu papel no genocídio dos judeus da Europa, os líderes franceses vem sendo, há muito tempo, indiferentes ao antissemitismo. Eles começaram a falar sobre o tema somente na década de 1980, com o intuito de demonizar a "extrema-direita". E é isso que eles continuam fazendo.

A política externa da França se tornou anti-israelense na década de 1960, quando ao final da guerra argelina, os políticos franceses acreditavam que seria mais lucrativo promover laços mais estreitos com o mundo árabe. 
A França continua sendo anti-israelense. Em 27 de novembro de 1967, o general de Gaulle fez pronunciamentos recheados de antissemitismo em ataques verbais contra Israel. 
Ele retratou os judeus como "dominadores e arrogantes", falou de sua suposta "ambição ardente e conquistadora" e descreveu Israel como um "estado guerreiro com viés expansionista". 
Em junho de 1967, três dias antes da Guerra dos Seis Dias, quando as ameaças do mundo árabe contra Israel mostraram ser impossíveis de ignorar e a guerra parecia se avizinhar no horizonte, de Gaulle resolveu impor um embargo de armas a Israel.

Durante a Guerra do Yom Kippur em 1973, o ministro das relações exteriores da França, Michel Jobert, se recusou a condenar a agressão do Egito e da Síria contra Israel: "tentar colocar os pés em casa", distorceu ele, "não configura necessariamente agressão".

A França também manifestou apoio à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) quando ela era clamorosamente um movimento terrorista, abertamente dedicado à destruição de Israel e ao assassinato de judeus. 
A França votou a favor de uma resolução que defendia a OLP nas Nações Unidas e já em 27 de janeiro de 1976, postulava a "criação de um estado palestino". O presidente Jacques Chirac descaradamente favoreceu a OLP e, conforme suas palavras, a "necessidade da criação de um estado palestino". 
Em novembro de 2004, ele recebeu de braços abertos o arquiterrorista palestino, presidente Yasser Arafat, pouco antes da morte do líder palestino e ofereceu um cortejo fúnebre digno de um destacado parlamentar defensor da democracia.

Em 21 de setembro de 2011, o presidente Nicolas Sarkozy também comunicou à ONU que a França defendia a criação de um Estado palestino o mais rápido possível "nas linhas de 1967", salientando que a "Palestina" tinha que usufruir de uma cadeira de "status de observador" nas Nações Unidas "nos moldes da do Vaticano". Seis semanas depois, em 31 de outubro a França votou a favor da entrada do "Estado da Palestina" na UNESCO.

Macron continua trilhando a mesma política de seus antecessores. Ele nunca perde a oportunidade de convidar o atual líder palestino Mahmoud Abbas ao Palácio do Eliseu e jamais esquece de beijá-lo. 
Macron também postula a criação de "um estado palestino tendo Jerusalém como capital". 
Ele condena todas as medidas tomadas a favor de Israel pela Administração Trump e ressalta que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel foi um "grave erro". 
Em 15 de maio de 2018, quando o Hamas enviou terroristas infiltrados entre civis para romperem a cerca que separa a fronteira de Israel de Gaza e os soldados israelenses tiveram que atirar em elementos armados para impedir que eles invadissem o país, Macron condenou "a violência das forças armadas israelenses contra os manifestantes ". Somente meses depois, quando foguetes foram lançados contra Israel a partir de Gaza, é que ele condenou os atos terroristas do Hamas.

Em 8 de maio de 2018, o presidente Donald Trump, ao expor que o Irã era agora "o principal patrocinador do terrorismo" e que "apoiava terroristas proxies como o Hisbolá e o Hamas" e que continuava procurando dominar a capacidade de produzir armas nucleares, decidiu retirar os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Ele anunciou que haveria sanções americanas para estimular o Irã a mudar seu comportamento e sentar à mesa para novas rodadas de negociações. 
A partir daí, a França e a Alemanha não mediram esforços para contornar as sanções americanas e continuar fazendo negócios com o Irã. 
Em 17 de junho de 2019, quando o regime do Irã ameaçou usar mísseis de precisão para atingir "todos os inimigos, pelo menos os da região ou os que têm forças na região" e, depois que dois petroleiros foram atingidos e danificados no Golfo de Omã, é que Macron aconselhou o Irã a ter "paciência e agir com responsabilidade".

Desde 1945 a atitude francesa em relação aos Estados Unidos foi e continua marcada pela arrogância e ingratidão. 

Em 2005 o jornalista americano Richard Chesnoff citou o professor francês Dominique Moïsi:

"Quando a França era uma grande potência, a América era uma potência incipiente, quando a América se tornou uma superpotência, a França virou uma potência de tamanho médio e agora que a América é a hiperpotência, a França não está nem perto de estar na mesma liga."

Chesnoff salientou que isso levou a uma mistura de inveja e ressentimento ocultos.

Na época da Revolução Francesa, a França declarava ter uma mensagem universal. A França só percebeu bem mais tarde que os Estados Unidos haviam se tornado "o país que incorporava os valores da liberdade e dignidade humanas no planeta", escreveu Jean-François Revel em 2002 em Antiamericanismo. 
Ele salientou que um político francês lhe disse: "os Estados Unidos roubaram de nós a universalidade". Ele também enfatizou que a alegação francesa de ter uma mensagem universal era muitas vezes "refutada pela aterradora realidade do comportamento da França".

O comportamento de hoje da França em relação aos Estados Unidos, a Israel e ao regime iraniano pode muito bem ilustrar a observação dele.

As observações de Macron na Normandia em 6 de junho pareciam desnecessariamente arrogantes, uma atitude em especial insuportável, pois no momento em que falava, a França ainda tentava contornar as sanções americanas impostas ao regime maligno do Irã. 
Ele também não está em posição de dar alfinetadas desse tipo. Por seis meses a fio, os protestos dos "coletes amarelos" vem abalando duramente a economia francesa. 
Os protestos revelaram a extensão do descontentamento dos franceses menos favorecidos. Macron reagiu com escárnio e truculência: ele chamou os manifestantes de "multidão odiosa" e pediu à polícia que restaurasse a ordem "sem dó nem piedade" (24 pessoas perderam um olho, cinco outras perderam uma mão). 
Macron pode até ter recebido o apoio das elites, mas o desespero dos manifestantes não desapareceu.

A imigração ilegal transformou inúmeras regiões do país em favelas. Centenas de zonas proibidas nos subúrbios foram retratadas pelo escritor argelino Boualem Sansal e pelo colunista Éric Zemmour como pequenas repúblicas islâmicas em formação. Os judeus na França agora têm que esconder em público sua identidade religiosa, onde quer que estejam.

Em 13 de novembro de 2018, o presidente Donald Trump, ao reagir aos comentários de Macron proferidos em novembro, realçou em um tuíte: "não há país mais nacionalista do que a França" e "foi a Alemanha" que invadiu a França. "na Primeira e na Segunda Guerras Mundiais... Os franceses já estavam começando a aprender alemão quando nós chegamos."

Em 6 de junho, Donald Trump usou uma linguagem mais diplomática. Ele disse que sua relação com a França e com Macron eram "excepcionais". Mas agora ele já conhece Macron. Trump, sem a menor sombra de dúvida, lembra que durante a visita de Macron a Washington, 14 meses atrás, Macron parecera amistoso em relação a ele, mas no Congresso usou todo o seu discurso para denegrir as importantes iniciativas da Administração Trump.

Em 24 de abril de 2018, Macron, para dar provas de sua amizade, ofereceu uma muda de carvalho a Donald Trump; juntos eles a plantaram no Jardim da Casa Branca. 
A muda, quarentenada pelas autoridades do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, morreu quatro dias após as cerimônias do Dia D de 2019. 
Macron prometeu enviar outra muda de carvalho a Donald Trump, ela ainda não chegou. Carvalhos podem viver oitocentos anos. Parece que as palavras amigáveis de Macron tem uma expectativa de vida mais curta.

31 de outubro de 2020
Dr. Guy Millière, professor da Universidade de Paris, é autor de 27 livros sobre a França e a Europa.
10 de Julho de 2019
Original em inglês: France: The Real Emmanuel Macron
Tradução: Joseph Skilnik  -  10 de Julho de 2019