"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

MUNDO DE OLHO NO JULGAMENTO DE LULA



MUNDO DE OLHO no JULGAMENTO de LULA
26 de dezembro de 2017

PF DESCOBRE CAIXA TRÊS DE RODRIGO MAIA

ALOYSIO NUNES - O MOTORISTA DE CARLOS MARIGHELLA



Aloysio Nunes - O motorista de Carlos Marighella

26 de dezembro de 2017

DESMASCARANDO O HONESTÃO COMUNISTA FHC




DESMASCARANDO O HONESTÃO COMUNISTA FHC

26 de dezembro de 2017

PARASITAS E LUMPENS TENTAM DESLEGITIMAR DECISÃO DO TRF4 SOBRE LULA



Parasitas e lúmpens tentam desligitimar decisão do TRF-4 sobre Lula.
26 de dezembro de 2017

JORNALISTA ELISA ROBSON REBATE MINISTRO ALOYSIO NUNES QUE FEZ BRASIL BAIXAR A CABEÇA PARA A VENEZUELA

SINAIS - MAIS PAÍSES RECONHECEM JERUSALÉM E MUDARÃO EMBAIXADA



SINAIS - MAIS PAÍSES RECONHECEM JERUSALÉM E MUDARÃO EMBAIXADA
26  de dezembro de 2017

OLAVO DE CARVALHO 'ASSUSTA' AO REVELAR OS TRÊS BRAÇOS D NOM - ACORDA JOICE HASSELMANN




URGENTE! OLAVO DE CARVALHO "ASSUSTA" AO REVELAR OS TRÊS BRAÇOS DA NOM - ACORDA JOICE HASSELMANN!

26 de dezembro de 2017

JURISTOCRACIA




Juristocracia

26 de dezembro de 2017

PROCURADOR DA LAVA JATO FALA DO CASO DE LULA E TEMER


26/12 PROCURADOR DA LAVA JATO FALA DO CASO DE LULA E TEMER
26 de dezembro de 2017

LULA ALFINETA JAIR BOLSONARO E RECEBE RESPOSTA PRECISA

GILMAR MENDES MOSTRANDO QUEM MANDA NO STF

O MALDITO VIRA-CASACA!




Vingado “o golpe”, estropiado o PSDB, tarde demais para o Brasil, o dr. Janot se anuncia disposto a conceder que existe sim diferença entre “caixa 2” para financiamento de campanhas e o comércio de leis e de acesso aos cofres do BNDES e das “brases” para cumplices no crime publicos e privados se locupletarem, seja de dinheiro, seja de poder ilimitado pela compra da desmoralização da política.

Estes que, ainda que descuidando de examinar a origem, tomaram contribuições privadas apenas para financiar campanhas por mandatos com início e fim – como tomaram todos quantos disputaram eleições nestes 32 anos – eram maioria no Congresso Nacional conforme estava prestes a ficar provado com a aprovação das duas reformas mandadas por Temer. Uma arranharia de leve o desfrute ilegal-legalizado dos dinheiros públicos pelo “marajalato” de que a corporação do Judiciário ocupa o topo. A outra tiraria de cena, junto com o trabalhismo de achaque, o imposto sindical com que, já lá vão 74 anos, Getulio Vargas garantiu que no Brasil, em se plantando democracia representativa, não dá.



Tudo foi providencialmente abortado na véspera de acontecer, mais que pela delação, que sozinha não tem força para tanto, pelas emocionantes “ações controladas” com que o dr. Janot sentiu a necessidade de ilustra-las, urdidas para o sócio do BNDES de Lula executar e para Luiz Edson Fachin, aquele juiz que discursava cheio de paixão nos comícios eleitorais de Dilma Rousseff, homologar em tempo recorde.

O reconhecimento dessa diferença a tempo poderia ter proporcionado a virada do cabo das tormentas a que estamos agarrados ha tres anos por dentro da política. Era o que antecipava uma população tão carente de qualquer gesto a seu favor que fez a economia real reagir antes de qualquer mudança concreta apenas por ter ao longo de um ano no primeiro posto da Republica alguém que falava de Brasil e não apenas de si mesmo. Mas o alinhamento que se ensaiava da política com remédio contra a política sem remédio a favor do Brasil não interessava, nem à "privilegiatura", nem a quem sairia do episódio como o grande derrotado da conspiração mapeada desde o mensalão para “corromper a política” – e não só políticos – e impor ao país uma “hegemonia” bolivariana.



O efeito final que não se conseguiu com dinheiro acabou sendo produzido por essa cegueira temporária da justiça. Com todos os políticos amarrados no mesmo saco e ameaçados de afogamento iminente, Brasília se apropriou da marca de Curitiba e, rápida como um raio, reescreveu a “narrativa” da operação Lava Jato: o maior instrumento da conspiração para destruir a política com dinheiro, valendo quatro Odebrechts em numero de almas arrecadadas para o diabo, é reapresentado à platéia como o herói arrependido da luta contra a corrupção “dos brasileiros”; Michel Temer e Aécio Neves, o pedinchador de merrecas, passam de coadjuvantes a “chefes da quadrilha mais perigosa do Brasil”, e Lula, coitado, é transposto para os bastidores como um incauto abusado pelos ministros em quem ingenuamente confiou enquanto o solerte Renan, que sempre sabe onde é que a lepra vai recidir, dava no Senado a primeira punhalada na reforma trabalhista.

Ha muito, já, que o crime aprendeu a instrumentalizar a imprensa. Planta indignação para colher arbítrio com a mesma fria premeditação do terrorista que semeia pânico para colher ditaduras. Mas os jornalistas recusam-se olimpicamente a levar em conta esse dado da realidade. Graças a isso, ao dolo que sempre rondou a operação desse poder coadjuvante (o “4º”) das republicas porque poder ele é, também a leviandade do dono, a vaidade do reporter, a pusilanimidade do chefe e até a competitividade das empresas passaram a pesar sem peias na equação que transformou a arma antes mais temida na arma hoje mais acionada pelos inimigos da democracia no Brasil.



Vão pelo mesmo caminho os nossos Ministério Público e Poder Judiciário televisivos. Se estavam “funcionando as instituições” como se consolavam os brasileiros em dizer mais perto do espigão, isto já não é tão claro a esta altura da nossa ladeira abaixo pois nem na nossa vasta constituição está escrito qualquer coisa que autorize essa Lava Jato made in Brasilia, a elevar “pegadinhas” à condição de prova, homologar gravações sem gravadores, dar aos grandes a indulgência plenária negada aos pequenos ou “destituir” com um murmúrio de um indivíduo solitário 56 milhões de eleitores (ainda que traídos) sem processo nenhum.

Das 1829 almas angariadas pelos perdoados ésleys, o dr. Janot e o dr. Fachin monocraticamente contentaram-se só com duas. E para tras até da Fifa, seus colegas do STF, onde todos os votos querem continuar para todo o sempre “magníficos”, recusam a contraprova da realidade: se está contra a lei e está contra os fatos, danem-se a lei e danem-se os fatos. Mas não demorou muito e já temos mais um flagrante de contato de mucosas sem proteção entre acusados e acusadores desta delação a entortar a retidão da indignação pública tão cuidadosamente semeada. La estavam Lula, Joésley, Temer, Eduardo Cunha e sabe-se lá mais o que juntos uns nas casas dos outros, a nos dizer de novo o que já estamos cansados de saber: que não ha santos, ha apenas dossies ainda inéditos.



O pano de fundo que todos cuidam juntos de omitir, imprensa à frente, é o que imediatamente desconfunde toda essa aparente confusão: o quão estupenda é a passagem do marajá por este vale de lágrimas e doce é a vida sem crise do nomeado ou do concurseiro que consegue saltar da nau dos que sustentam para a nau dos que são sustentados!

Tem um Brasil que precisa de reformas para sobreviver e tem um Brasil que não sobreviverá a reformas. Um onde o salário só sobe e outro onde salário não há. Um que tem todos os direitos adquiríveis e outro que não tem direito nenhum.

É isso, sem emoções, que precisa acabar.

Não é pelo passado, em que se lambuzaram todos com todos, que Temer está sendo fuzilado. É pelo que propos para o futuro, o maldito vira-casaca!




26 de dezembro de 2017
Vespeiro, Estado de S.Paulo

LULOPETISMO: IMBATÍVEL EM TUDO O QUE HÁ DE PIOR NUM GOVERNO

"A volta de quem não foi e o fim do Brasil" é o título da matéria publicada hoje por Alexandre Borges no jornal Gazeta do Povo e aqui reproduzida. Boa leitura:


Se o lulopetismo é imbatível em tudo que há de pior num governo, como explicar não apenas o protagonismo de Lula para 2018, um condenado em primeira instância a nove anos e meio de prisão e responsável final pelo desastre brasileiro dos últimos anos?

Se o governo atual reverteu a crise inédita que herdou e seu casamento demoníaco de inflação com recessão, por que é tão impopular? Sem estas respostas, não é possível fazer um diagnóstico preciso e muito menos projeções confiáveis para o novo ciclo do país a partir de 2019.

Os piores inimigos do Congresso e do Judiciário hoje são eles próprios, mas a quem interessa a aniquilação moral de dois dos três poderes da república e das instituições democráticas do país? Todo ceticismo em relação aos políticos é bem vindo, mas quando o país beira o niilismo é preciso acender sinais de alerta.

Diversas pesquisas de opinião e estudos nacionais e internacionais confirmam que o Brasil confia pouco ou nada no Congresso e no Judiciário. Segundo levantamento do Latinobarómetro divulgado há um mês, o índice de insatisfação dos brasileiro com a própria democracia é o mais baixo da região.

O estudo do Latinobarómetro afirma que 62% dos brasileiros vêem a democracia como o melhor sistema. Um em cada três brasileiros não confiar na democracia é um dado que deveria ser mais analisado e discutido, especialmente às vésperas de um processo eleitoral particularmente acirrado como é de se esperar para 2018. O dado é coerente com o índice de 31% dos brasileiros dizendo que a corrupção é o pior problema do país contra a média da América Latina de 10%.

Enquanto 57% dos uruguaios e 38% dos argentinos aprovam a democracia em seus países, aqui ficamos com apenas 13%. Em relação ao Congresso, 11% confiam “muito” ou “razoavelmente”, perdendo de goleada até para Venezuela (37%) e Bolívia (32%). Num estudo da FGV do ano passado, brasileiros disseram confiar prioritariamente nas Forças Armadas (59%) e na Igreja Católica (57%).

Numa pesquisa divulgada pelo Datafolha em junho, 47% dizem ter “vergonha de ser brasileiro”, número recorde segundo o instituto. A popularidade do atual governo não poderia ser baixa, a despeito dos sinais econômicos positivos, oscilando em torno dos 5%, das mais baixas já registradas no país que reelegeu seus três presidentes anteriores (FHC, Lula e Dilma).

A descrença geral no governo Temer e nas instituições democráticas ajuda a explicar não apenas a liderança atual de Lula nas pesquisas, mas a vista grossa que parte do eleitorado parece fazer ao representante máximo dos governos mais corruptos e lesivos da história do país, um projeto de poder que deixou uma terra arrasada em termos econômicos e, como provam as pesquisas, institucionais.

No artigo “Cinco narrativas que vão destruir o país de vez“, publicado em abril, já alertava para a raiz do problema: o lulopetismo é praticamente o único projeto de poder do país com uma narrativa estruturada, repetida sistemática e diligentemente por seus militantes nas ruas, nas redes sociais e principalmente nos grandes jornais, cada vez mais funcionando como assessoria de imprensa de Lula e sua “caravana”.

A popularidade de Michel Temer entrou em queda livre em meados deste ano quando os brasileiros foram bombardeados, 24 horas por dia, com as alegadas revelações do famigerado acordo de delação premiada dos irmãos Batista. O Brasil foi tomado de assalto por uma clara e coordenada tentativa de derrubar o atual governo que, felizmente, terminou com a revogação do acordo no início de setembro e a prisão dos donos da holding J&F e da JBS, maior processadora de carnes do mundo.

Mesmo com a prisão dos irmãos Batista e o cancelamento do acordo, o estrago estava feito. A autoridade moral do governo Temer foi ferida de morte. Todos os dados que mostram que o país está numa surpreendente recuperação, consequência direta de uma política econômica ortodoxa e responsável, não foram suficientes para que o brasileiro recupere a confiança.

Sem popularidade e sem narrativa, o governo atual abdicou o papel de liderança política e de fiel condutor da transição entre o lulopetismo e um novo projeto de país. Já que não há vácuo em política, Lula renasceu das cinzas como em 2006 e está cada vez mais desavergonhado nas aparições públicas e comícios, preenchendo no ideário popular a vaga de cavaleiro da esperança, pai dos pobres e, como se não bastasse, um injustiçado por “golpistas” que derrubaram um governo democraticamente eleito.

O nefasto projeto lulopetista de poder, junto com suas franjas na imprensa, na classe artística, em parte do mercado financeiro e do empresariado antiliberal, todos saudosos de um populista para chamar de seu, tem como fonte de energia a destruição da credibilidade das instituições democráticas do país. Cada meme ou notinha contra a democracia corresponde a uma garrafa de champanhe estourada por um dos companheiros de Lula ou por ele próprio.

Dilma foi afastada da presidência num processo conduzido pelo Congresso e com a supervisão do judiciário em cada etapa. A sessão final foi presidida pelo STF após a observação de todos os preceitos constitucionais e legais existentes e imaginados pelos ministros, o que poderia significar o fim definitivo do lulopetismo. Mas não é o que se vê, muito pelo contrário, como se viu no país pós-mensalão.

Se o Brasil não confia nos poderes que interromperam o mandato de Dilma, como ter certeza de que Lula e seus correligionários não foram vítima de um golpe? Na dúvida, há quem acredite que “ao menos as coisas estavam melhores no tempo dele”. Com adversários titubeantes, inseguros, envergonhados, pouco ou nada interessados na guerra cultural e de narrativas, o caminho está aberto para a volta do lulopetismo ao Planalto. Neste caso, salve-se quem puder.

Como uma infecção hospedeira, o lulopetismo se espalha num organismo frágil e debilitado por ele mesmo e que ainda não mostrou forças para reagir à altura. Sem tratamento, uma doença politica perfeitamente curável como esta pode levar o paciente para o cemitério em poucos meses. Se não é o que você quer para o país, a hora de acordar é agora.

Tanto o Congresso quanto o STF podem e devem ser criticados quando merecem, mas desde que o mesmo rigor seja aplicado a todos os agentes políticos do país. A mesma imprensa que bate diariamente no legislativo e judiciário por seus erros reais ou aparentes não poderia dar um passe livre para Lula, sua pré-campanha e sua narrativa, e depois se surpreender com sua força eleitoral. A militância das redações sabe o que está fazendo.

Quando apenas um dos lados está guerreando, é fácil prever o resultado de um embate. Ou o Brasil assume o combate político-cultural ao lulopetismo seriamente e com, no mínimo, a mesma sanha moralista que usa para vilipendiar a imagem do atual governo, do Congresso e do Judiciário, ou Nicolás Maduro já pode começar a escolher a roupa para a festa dos companheiros em janeiro de 2019.


26 de dezembro de 2017
Orlando Tambosi

PRESIDENTE DO PERU DECIDE CONCEDER INDULTO AO EX-PRESIDENTE FUJIMORI

EX-PRESIDENTE QUE DESTRUIU GRUPOS TERRORISTAS ESTÁ DOENTE
EXAMES MÉDICOS INDICAM QUE FUJIMORI TEM DOENÇA DEGENERATIVA PROGRESSIVA E INCURÁVEL. (FOTO: EL TIEMPO)

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi beneficiado por indulto de Natal do atual presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski. A medida pode ter sido o primeiro gesto de Kuczynski para a “conciliação nacional” que ele mesmo propôs, após escapar de processo de impeachment, na semana passada.

Exames médicos mostraram que Fujimori sofre de doença degenerativa progressiva e incurável, de acordo com comunicado do gabinete presidencial.

O ex-presidente inclusive foi levado da prisão para o hospital de ambulância, para tratar de uma queda na pressão arterial e uma arritmia cardíaca.

Fujimori destruiu terroristas
Alberto Fujimori governou o país entre 1990 e 2000 e destruiu grupos terroristas como o Tupac Amaro e Sendero Luminoso, este de inspiração maoísta, que aterrorizaram os peruanos durante décadas, com ações de seqüestros, assaltos, assassinatos e atentados.

Em dezembro de 1996, Fujomori ordenou a invasão à embaixada do Japão em Lima, invadida pelos terroristas do Tupac Amaru 126 dias antes, e libertou os 72 reféns. Na ação, que orgulhou os peruanos, foram mortos os 14 terroristas, que chegaram a matar cinco militares e dois reféns. O grupo invadiu a embaixada durante as tradicionais celebrações do aniversário do embaixador japonês, em todoo mundo, e fez 610 reféns.

Fora do poder, Fujimori foi acusado de corrupção e de agir “com autoritarismo” no exercício do poder. Com adversário no poder, o ex-presidente foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão.


26 de dezembro de 2017
diário do poder

INTERESSA À QUADRILHA MANTER O POVO IGNORANTE

"País perpetua exclusão, com 11,8 milhões de analfabetos”. 
Esse número e a não menos espantosa cifra de analfabetos funcionais explicam o resultado do Sr Luiz Inácio nas pesquisas eleitorais (ainda que altamente duvidosas). Daí emerge a massa de seus eleitores.

Esses dados comprovam o fracasso das duas décadas de lulopetismo. A imprensa canhota não faz essa relação. Política de Inclusão social, baseada em benefícios financeiros (sem valorizar educação e trabalho) e uma roubalheira desenfreada, nas obras e empresas públicas, empurraram o Brasil para índices africanos de desenvolvimento humano.

Desculpe a ironia, mas por incompetência, planejaram mal. Uma desconstrução mental mais vigorosa lhes garantiria o poder para sempre, mesmo negando à população saúde, escola, trabalho, segurança e, em última análise, liberdade de escolha. Estilo venezuelano.

Interessa a essa quadrilha manter o povo ignorante, desinformado e dependente da caridade institucional. Na hora H, mentiras, acompanhadas de um sanduíche de mortadela e uma gorjeta, resolvem.

26 de dezembro de 2017
General Augusto Heleno

BRASIL NA CONTRAMÃO DA ECONOMIA MUNDIAL

Quando se olha para os dados da economia mundial, inevitavelmente as atenções se voltam para as enormes diferenças de desempenho do Brasil quando comparado com o de outras economias emergentes, especialmente na Ásia. No início da década de 1980 o produto per capita da Coréia era aproximadamente o mesmo do Brasil, em torno de US$ 2.000,00; hoje o produto per capita da Coréia está próximo de US$ 30.000,00 enquanto o do Brasil permanece em cerca de US$ 9.000,00. Se a comparação for feita com a China as diferenças de desempenho serão ainda mais dramáticas.

No início da década de 1980 o produto per capita da China era dez vezes menor do que o do Brasil e hoje são praticamente iguais e, além disso, as taxas de crescimento da China permanecem substantivamente mais elevadas do que no Brasil. Recentemente um seminário internacional destacou em seu relatório que “dois anos atrás o Brasil ocupava a 23ª. posição no ‘The Soft Power 30’, um sistema de classificação que mede ‘o poder da nação em relação a outras nações’ em termos de influência internacional, parcerias regionais, índices de desenvolvimento humano e outros recursos de ‘soft power’. Este ano o Brasil caiu para a 29ª posição revelando uma gradual erosão de seu soft power.” Obviamente muitas razões podem ser apontadas como explicação para esse baixo desempenho da economia brasileira.

Este artigo propõe-se explorar uma dessas razões que se afigura notavelmente importante: desde o “milagre econômico” da segunda metade da década de 1960 e início da década de 1970, o Brasil caracterizou-se por manter uma abordagem equivocada da economia internacional. De fato, pode-se dizer que ao longo das últimas quatro décadas o Brasil vem dirigindo na contra mão da economia mundial.

O Brasil tem uma longa tradição de ser uma nação notavelmente “inward looking” e, em razão de uma estranha combinação de orgulho, suspeição e medo, em várias circunstâncias o Brasil tem agido contrariamente às tendências da economia mundial. Com efeito, ao longo das últimas décadas, em vários momentos, os governantes brasileiros decidiram desenvolver políticas públicas substancialmente diferentes de outros países, sempre argumentando que o Brasil era um país diferente e que tinha muitas necessidades peculiares e que, assim, demandava políticas públicas diferentes, em especial em relação aos países mais industrializados e desenvolvidos.

O Brasil diante do embargo do petróleo e da crise da dívida externa
Na década de 1970, a crise do petróleo trouxe inflação e incertezas para a economia mundial e a grande maioria dos países, incluindo os Estados Unidos, a Europa e vários países em desenvolvimento, adotou políticas duras para conter o consumo de petróleo. O governo brasileiro, no entanto, decidiu não seguir a tendência mundial. Ao contrário, os dados do período mostram que, ao longo dos piores anos da crise, a importação e o consumo de petróleo cresceram de forma contínua. À época, o Brasil importava cerca de 90% do petróleo consumido e a maior parte dessas importações vinha dos países do Oriente Médio. Às vésperas do desencadeamento da crise, os preços do petróleo no Mercado internacional giravam em torno de US$2.50 p/barril e, ao final da década de 1970, o barril de petróleo atingia US$30.00, mas o governo brasileiro insistia em não tomar medidas de ajuste alegando, entre outras, as seguintes razões: a) reduzir o consumo de petróleo iria significar a interrupção do crescimento econômico; b) o petróleo havia se tornado um insumo essencial para toda a economia e, assim, o governo deveria garantir por todos os meios o fornecimento dessa matéria prima; c) elevar os preços da gasolina e do óleo diesel seria muito arriscado para a estabilidade do governo. Havia outros argumentos baseados em razões sociais e econômicas, mas os resultados não poderiam outros que não um pesado endividamento. Talvez o governo brasileiro não estivesse totalmente errado, mas com toda certeza, foi longe demais em suas decisões e comprometeu por anos a sanidade e o potencial de crescimento da economia brasileira.

O problema da dívida externa atormentou o Brasil e muitos outros países em desenvolvimento ao longo da década de 1980, no entanto a crise da dívida do Terceiro Mundo era parte de um fenômeno mais profundo que, na verdade, estava produzindo uma nova ordem econômica internacional que ficaria conhecida como globalização. No Brasil, o fim da década de 1980 coincidiu com o fim do regime militar, mas esse fato não significou o abandono dos velhos padrões caracterizados pela visão “inward looking” e pela economia fechada ao comércio e às finanças internacionais. O fenômeno da globalização foi um processo bastante complexo que apresentava dois aspectos notavelmente importantes: primeiro, a crescente integração dos mercados internacionais e da produção industrial em escala global e, segundo, a perda de relevância das fontes oficiais de recursos para investimentos diante das dimensões que assumiam as poupanças privadas disponíveis nas empresas, nos bancos e nos fundos de investimento privados. Nesse cenário, os caminhos tomados pelos governantes brasileiros foi, predominantemente, no sentido de opor-se à globalização ao invés de procurar compreender apropriadamente esse processo em seus problemas e também em termos de oportunidades nascentes para o comércio e para os fluxos financeiros.

Lutando contra a globalização

Essa forma de abordar a globalização pode ser vista comparando-se a forma como Brasil e Coréia decidiram estimular o desenvolvimento da indústria da informática. No início a década de 1980, tanto no Brasil quanto na Coréia, os governantes decidiram que a indústria da informática era estratégica para a indústria e para o futuro da nação. No Brasil, produziu-se uma lei que fechava completamente o mercado brasileiro para a importação de computadores e de quaisquer produtos de informática. Essa lei foi aprovada com o suporte de grupos nacionalistas presentes nos partidos políticos de esquerda, nas forças armadas, nos meios acadêmicos e também nas associações industriais. Como justificativa para essa lei radicalmente protecionista estava a idéia de que em uma indústria de importância tão estratégica o Brasil deveria ser alto-suficiente para evitar qualquer forma de dependência externa. A Coréia, no entanto, adotou um curso de ação completamente diferente. Seus governantes decidiram que a melhor estratégia para desenvolver uma pujante indústria de informática seria integrando a indústria coreana, ainda incipiente, à indústria mundial da informática dominada pelas grandes corporações mundiais dos EUA, da Europa e do Japão. Parece desnecessário discutir e detalhar os diferentes resultados obtidos na matéria pela Coréia e pelo Brasil.

Nos fins da década de 1980, Amaury Porto de Oliveira – Embaixador do Brasil em Singapura – rapidamente percebeu que o Brasil deveria observar com atenção às notáveis transformações em curso naquela região do mundo. Com esse propósito, Porto de Oliveira decidiu publicar um boletim periódico intitulado “Cartas de Singapura” relatando e discutindo os principais desenvolvimentos em curso nos países emergentes da região, que eram chamados de “Tigres Asiáticos”. Seus relatos revelavam um particular interesse pelas políticas desses países voltadas para o estímulo do crescimento, da educação e do desenvolvimento tecnológico. Infelizmente seu esforço e seu entusiasmo em fazer publicar o boletim não foram suficientes para sensibilizar os governantes ou os líderes industriais no Brasil. Na realidade, nem mesmo os pesquisadores das universidades e dos “think tanks” brasileiros se sensibilizaram com os argumentos de Porto de Oliveira.

O Mercosul se afigura também um caso ilustrativo dessa forma de os governantes brasileiros verem e abordarem a globalização. A iniciativa era predominantemente vista como um instrumento capaz de aumentar a capacidade de “proteger o País contra a globalização”. Na realidade, para as autoridades e também para muitos pesquisadores brasileiros a globalização era vista como uma nova retórica de dominação das economias mais poderosas. Em outras palavras, a globalização era vista muito mais como ameaça do que simplesmente como uma nova ordem econômica que emergia trazendo consigo novos problemas e também novas oportunidades. Outro exemplo dessa forma de ver as tendências na ordem internacional com suspeição é o caso que ficou conhecido como “Consenso de Washington” que, em muitos círculos no Brasil e em alguns países da América Latina, tornou-se uma espécie de demônio a ser combatido. Nas economias emergentes da Ásia, no entanto, não se prestou grande atenção ao assunto e o Consenso de Washington foi tratado em seus limitados termos, isto é, como simples recomendações para facilitar a integração das economias emergentes aos fluxos de comércio e de investimentos na ordem econômica mundial. Na realidade, muito antes de John Williamson ter popularizado a expressão, as economias emergentes da Ásia já tinham adotado a maioria das recomendações contidas no Consenso de Washington.

A retórica e os fatos diante das questões atuais
Atualmente, observa-se um grande consenso mundial em relação à necessidade de promover a proteção ambiental e à mitigação do processo de mudança climática. Em relação a essas questões há também um amplo consenso de que a produção de energia desempenha um papel crucial e que, em consequência, desenvolver o uso de energias limpas deveria fazer parte de qualquer política de desenvolvimento econômico e social. Mesmo aqueles que permanecem céticos a respeito das causas e até dos fenômenos do aquecimento global, reconhecem que os padrões atuais de consumo e de produção energética e industrial são insustentáveis no médio e longo prazos e que, portanto, todas as sociedades deveriam investir na mudança de seus padrões tecnológicos de produção de energia. As autoridades no Brasil, no entanto, insistem em seguir em direção diferente. Na realidade, a retórica a favor de tecnologias limpas tem sido forte, mas a realidade é bem diferente.

Em todos os centros industriais do mundo – da Escandinávia à China, e dos EUA à Oceania – políticas públicas e grandes projetos de pesquisa e desenvolvimento estão sendo desenvolvidos com vistas à adoção de sistemas de geração de energia baseados em fontes de energia não tradicionais. No Brasil, neste início de milênio, os investimentos mais significativos continuam sendo em usinas termoelétricas movidas a petóleo e em grandes hidroelétricas. Por outro lado, por mais irônico que possa parecer, países como Suécia, Países Baixos e Alemanha são grandes investidores em energia solar enquanto o Brasil, um país notavelmente dotado de radiação solar pela natureza, os investimentos na exploração dessa fonte de energia têm sido insignificantes. Por exemplo, de acordo com dados recentes, enquanto na matriz energética da Alemanha a energia solar representa cerca de 7%, no Brasil, o consumo de energia produzida por células fotovoltaicas representa apenas 0,02% do total. Em termos de energia eólica, os dados são um pouco melhores mas, mesmo assim, muito abaixo do potencial a ser explorado. Segundo esses dados, enquanto a energia eólica representa 6,2% do consumo energético no Brasil, na Alemanha os dados mostram que mais de 13% do consumo de energia elétrica vêm dos parques eólicos.

Ficando para trás até quando?

Infelizmente, ao se observar os dados e as políticas adotadas ao longo das duas últimas décadas, as perspectivas para o futuro próximo não parecem muito animadoras. Autoridades e mesmo muitos analistas parecem continuar olhando para o mundo como uma realidade a ser ignorada, ou pior, a ser presunçosamente modificada. Com efeito, a velha visão “inward looking” parece continuar a prevalecer e as políticas discutidas ou propostas continuam a ser baseadas na presunção de que as forças em ação no meio internacional não são importantes e não deveriam influenciar a economia e a política brasileira.

Já se tornou parte da história e do folklore internacional contemporâneo a frase atribuída a Deng Xiaoping de que “não importa se o gato é branco ou pardo, desde que apanhe os ratos” simbolizando a notável mudança ocorrida na China, pondo um fim ao período revolucionário feito de ideologia, violência e isolamento da ordem internacional. Na realidade, em termos morais, o pragmatismo não deixa de ser uma forma de humildade, pois implica o reconhecimento de que o mundo é uma realidade abrangente, difícil de ser compreendida e demasiadamente grande para ser mudada por mãos humanas. Infelizmente, no Brasil, apesar de seus pobres resultados obtidos nas últimas décadas, continua prevalecendo a visão feita da estranha mistura de orgulho, desconfiança e medo em relação ao meio internacional.


26 de dezembro de 2017
Eiiti Sato é professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.