"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 9 de maio de 2017

BOMBA! EM ACAMPAMENTO PRÓ-LULA SENADORA PETISTA DESAFIA A LAVA JATO

🔴 BOMBA: Em acampamento pró-Lula [ SENADORA PETISTA desafia Lava Jato ]

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  • 09 DE MAIO DE 2017
  • POSTADO POR M.AMERICO

EXERCITO OCUPANDO CURITIBA

MINISTÉRIO PÚBLICO VAI INVESTIGAR HADDAD E MEMBROS DO GOVERNO DE ALCKMIN


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Charge do Duke (dukechargista.com.br)
O Ministério Público do Estado de São Paulo deu início a instauração de uma série de inquéritos para investigar os crimes apontados pelos executivos da Odebrecht nos acordos de colaboração firmados com a Procuradoria-Geral da República envolvendo obras, agentes públicos e políticos paulistas. Entre outros, serão investigados o ex-prefeito da capital Fernando Haddad (PT), integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) — o governador é alvo de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) — deputados estaduais e ex-diretores de estatais.
Na mira da Promotoria estão obras nas linhas 2,4,5 e 6 da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), um emissário submarino da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o trecho sul do Rodoanel e a Rodovia Carvalho Pinto, ambas tocadas pela Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), além de uma rodovia construída pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e uma obra não especificada pelos delatores da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).
CAIXA DOIS – No caso de Haddad, os investigadores querem saber se a Odebrecht obteve vantagens junto à Prefeitura durante a gestão do petista (2013-2016) ao efetuar repasses via caixa 2 para sua campanha. O Estado apurou que ao menos quatro procedimentos preparatórios para instauração dos inquéritos civis haviam sido protocolados até a sexta-feira, 5. Os promotores pretendem instaurar todos os inquéritos até a próxima sexta-feira, 12.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), enviou o conteúdo das delações para o Ministério Público Federal, por conta disso o Estadual ainda deverá pedir o compartilhamento das informações. Por enquanto, para a abertura das investigações, o promotores se valem do conteúdo disponibilizado na rede.
O MP-SP discute a criação de um Núcleo de Atuação Integrada no Combate à Corrupção (NAI-CC) para centralizar as investigações no âmbito criminal e cível.
DISPUTA INTERNA – A suposta presença de promotores que já ocuparam cargos comissionados nos governos Alckmim e Haddad é alvo de embate no MInistério Pública e trava o início da apuração pela força-tarefa. Como a ideia ainda não saiu do papel, integrantes da Promotoria do Patrimônio Público e Social, responsável pelas investigações na área cível, começaram a instaurar os inquéritos para apurar possível improbidade administrativa praticada por agentes públicos.
Ao todo, oito executivos da Odebrecht delataram pagamentos ilícitos envolvendo obras do governo paulista. Em seis casos, os executivos da empreiteira detalham o esquema e apontam quem teriam sido os operadores e destinatários finais dos recursos, todos oriundos do setor de operações estruturadas da empresa, conhecido como ‘departamento de propina”. No caso da Linha 2-Verde do Metrô, por exemplo, a menção a pagamentos para os ex-diretores Sérgio Brasil, Luiz Carlos Frayze David e Décio Tambelli, e a um consultor que atuaria junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Ainda no Metrô, Sérgio Brasil também teria recebido R$ 500 mil para modificar um edital da Linha 6-Laranja em 2013. Desse contrato, que é uma Parceria Público-Privada (PPP) assinada pelo consórcio Odebrecht-Queiroz Galvão com o governo Alckmin, teria saído R$ 6,8 milhões pagos ao atual secretário estadual de Planejamento, Marcos Monteiro, para a campanha a reeleição do governador Geraldo Alckmin em 2014.
EMISSÁRIO SUBMARINO – Mais R$ 1,5 milhão estão atrelados a um contrato de construção de emissário submarino na Praia Grande, assinado com a Sabesp. O ex-diretor da estatal e hoje deputado federal João Paulo Papa (PSDB-SP) teria recebido R$ 300 mil. Monteiro e Papa negam ter recebido pagamentos ilícitos.
Essas três obras aparecem em planilha entregue à Lava Jato pelo ex-presidente da Odebrecht Benedicto Júnior, que confessou ter autorizado os pagamentos de propina a partir de 2008. Ele ainda cita projetos da EMTU e da Linha 4-Amarela do Metrô como fontes de pagamentos ilícitos, mas ficou de fornecer ao MPF detalhes sobre as operações e os nomes dos beneficiários. No caso da linha 2, BJ cita também que o contrato assinado pela Odebrecht “foi utilizado para pagamento de futuras campanhas políticas do PSDB”, como ocorreu com Serra em 2004.
PROPINA NO RODOANEL – BJ e outros seis executivos da empreiteira também delataram propina envolvendo as obras do trecho sul do Rodoanel e um acordo para que o governo do Estado pagasse uma dívida de R$ 191,6 milhões com a empreiteira, ambas durante o governo José Serra (2007-2010). Nos dois casos, o agente público citado pelos delatores é o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que nega as acusações. Ao todo, foram pagos 24,6 milhões em propina entre 2009 e 2010 no Brasil e no exterior a intermediários de Serra e, Márcio Fortes, ex-tesoureiro do PSDB e então presidente da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa).
Seis deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo serão investigados por conta das citações dos delatores da Odebrecht. Fernando Capez (PSDB), Barros Munhoz (PSDB), Roberto Massafera (PSDB), João Paulo Rillo (PT), Luiz Fernando Teixeira Ferreira (PT) e Campos Machado (PTB) teriam recebidos valores do departamento da propina da empreiteira por meio de doações da empreiteira.
Na lista, há dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa. Fernando Capez (PSDB) é acusado de ter recebido, por meio de uma ONG de tratamento da Hepatite C, R$ 100 mil reais de caixa dois.O outro é o deputado estadual Barros Munhoz, que, segundo delatores da Odebrecht, recebeu R$ 50 mil reais por meio de caixa dois para campanha eleitoral.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Além dos petralhas, também os tucanalhas e muitos outros políticos metralhas estão em pânico com o avanço da Lava Jato.  Como diz o grande sucesso do grupo Os Originais do Samba, se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão. (C.N.)

09 de maio de 2017
Fabio Serapião, Fabio Leite e Beatriz Bulla
Estadão

POLITICAMENTE, O BRASIL SE TORNOU O PAÍS DA CONVENIÊNCIA




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No sorriso falso, duas faces da mesma moeda
É vergonhoso ver como o Brasil se tornou o país da conveniência. Basta o seu pior inimigo tomar uma decisão que lhe favoreça ou que vá ao encontro de sua posição política para que, da noite para o dia, ele se torne um grande amigo, ou, para ser superlativo, seja visto como um super-herói. Se a decisão tomada por esse inimigo resultar em alguma vantagem financeira, então, ele passa a ser tratado quase como um deus. Vejam, por exemplo, o que ocorreu depois que Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deu o voto decisivo para que José Dirceu, um dos principais líderes do PT, fosse solto. Até então, o ministro era visto como o diabo por petistas e demais apoiadores de Dirceu. A forma agressiva como essas pessoas se dirigiam a Gilmar impressionava pelo rancor. O ministro era taxado como o grande defensor do PSDB e o algoz do PT.
Pois desde a decisão do STF, Gilmar se tornou referência quando se fala em Justiça no país. Basta fazer uma pesquisa pelas redes sociais para encontrar elogios rasgados ao ministro. Gente que gritava contra Gilmar passou a ver qualidades nele, numa desfaçatez sem limites. Um movimento típico de pessoas que se encaixam, perfeitamente, no grupo daquelas que se destacam pela total falta de caráter. Não há nenhum exagero nisso.
RENAN, TAMBÉM – Essas mesmas pessoas passaram a idolatrar o senador Renan Calheiros, que, por interesses próprios e não pelo bem do país, assumiu um papel “patriótico” contra as reformas trabalhistas e da Previdência Social. Quantas vezes vi os atuais defensores de Renan bradando contra ele palavras fortíssimas, a mais leve delas, oportunista. Mas para que se apegar aos defeitos do senador alagoano se, agora, ele está difundindo o discurso que todos querem ouvir?
Coerência faz bem ao país. Ninguém aqui está defendendo ideias e pensamentos únicos. Muito pelo contrário. O contraditório é fundamental para o debate e o fortalecimento da democracia. O que não dá para suportar é ver a conveniência sendo usada de acordo com os interesses pessoais ou para reforçar posições políticas. Isso não é honesto. É vergonhoso.
LULA, O “NINE” – Os mesmos que, agora, têm Gilmar Mendes e Renan Calheiros como ídolos, se recolheram depois das revelações bombásticas feitas por Renato Duque, o ex-homem-forte do PT na Petrobras. Por conveniência, saíram temporariamente do debate porque ficaram sem argumentos diante da confirmação do ex-diretor da estatal de que o chefe do maior esquema de corrupção da história era o ex-presidente Lula, ou “Nine”, para os íntimos.
É estarrecedor ver, a cada depoimento de envolvidos na roubalheira da Petrobras, a confirmação de todos os fatos. Independentemente da posição que cada um exercia na quadrilha que saqueou a empresa, as revelações são sempre as mesmas, com um ou outro detalhe diferente, mas complementar. São tantas as acusações contra os mesmos personagens que não há mais o que questionar.
Cabe, portanto, à Justiça ser enérgica nas punições. Não há por que protelar mais as prisões de citados pelos delatores. Há uma ansiedade crescente na sociedade, que começa a ser tomada pela descrença. A cada movimento contra a Operação Lava-Jato só aumenta a sensação de impunidade que atormenta o país. Não podemos perder essa oportunidade única para passarmos o Brasil a limpo.

09 de maio de 2017
Vicente Nunes
Correio Braziliense

PARA PRESERVAR LULA, BUMLAI ATRIBUI À DONA MARISA A IDÉIA DA NOVA SEDE DO INSTITUTO


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Bumlai faz esclarecimentos ao juiz Sérgio Moro
O pecuarista José Carlos Bumlai disse, durante audiência na manhã desta terça-feira (9), que o novo Instituto Lula “surgiu de uma conversa com a dona Marisa”. Ele afirmou que era amigo da família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que, atualmente, não o vê há muito tempo. Além dele, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, ouviu mais três testemunhas de acusação. Bumlai também relatou que foi procurado por Marisa para fazer a aquisição do terreno.
“Eu falei que não. Eu não tinha condição financeira. Eu estava tentando ajudar meus filhos numa recuperação judicial de uma empresa deles e que eu me afastei totalmente. Não tinha possibilidade financeira de fazer isso”, afirmou. Bumlai também disse que Marisa não queria que Lula soubesse do novo instituto e afirmou não fazer ideia do porquê.
AJUDOU A CRIAR – Ele acrescentou que ajudou na criação do novo instituto apenas procurando 10 empresários que pudessem participar do projeto: “Essa é a minha participação”. Segundo ele, o local “guardaria os presentes, as coisas. Um museu praticamente”. Ainda de acordo com ele, a ideia surgiu em 2010.
Bumlai ainda relatou que, com relação aos 10 empresários, teve a ajuda do empresário Marcelo Odebrecht. “Eu tratei a implementação do Instituto Lula, dos 10 empresários. Era o único empresário que eu tinha uma liberdade maior para conversar”, afirmou.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, comentou o assunto. “Ao depor, o empresário José Carlos Bumlai deixou claro que Lula jamais solicitou qualquer intervenção sua objetivando a aquisição do imóvel da Rua Haberbeck Brandão 178, em São Paulo. Mais ainda, Bumlai informou que lhe foi pedido que não comentasse esse assunto com Lula. O empresário reafirmou o que já havia declarado em depoimento anterior – que o projeto em questão pretendia reproduzir espaço similar ao que já abrigava o acervo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso”, declarou.
ACUSAÇÕES – Nesta ação penal, o ex-presidente é acusado de receber como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, os imóveis foram comprados pela Odebrecht em troca de contratos firmados pela empreiteira com a Petrobras.
Outras sete pessoas também são rés no processo. A ex-primeira dama Marisa Letícia chegou a ser acusada, contudo, o juiz Sérgio Moro arquivou a ação contra ela. Ela morreu em fevereiro deste ano.
VIDEOCONFERÊNCIA – Bumlai e outras duas testemunhas prestaram depoimento por videoconferência de São Paulo com a Justiça Federal do Paraná, em Curitiba. O pecuarista também foi arrolado como testemunha de defesa do ex-presidente da Odebrecht S.A. Marcelo Odebrecht, que é réu neste mesmo processo.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o pecuarista foi apresentado como o primeiro interessado na compra do imóvel onde seria construída a nova sede do Instituto Lula.
Durante a negociação, Bumlai indicou como comprador o parente dele Glauco da Costamarques, mas, por fim, o imóvel foi colocado em nome da DAG Construtora LTDA., dirigida por Demerval De Souza Gusmão Filho, que também é réu na ação, intimamente relacionado a Marcelo Odebrecht, ainda conforme a força-tarefa.
JÁ CONDENADO – Acusado na Operação Lava Jato de ter atuado em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em irregularidades, Bumlai foi preso em novembro de 2015. Ele já foi condenado, na primeira instância, a 9 anos e 10 meses de prisão em um processo da 21ª fase por crimes como gestão fraudulenta e corrupção passiva.
Em 25 de abril, o pecuarista foi liberado da prisão domiciliar pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), levando em conta o estado de saúde dele, que sofre de cardiopatia e câncer de bexiga. Em novembro de 2016, o antigo relator da Operação Lava Jato, ministro Teori Zavascki, havia convertido a prisão preventiva de Bumlai em domiciliar.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BUMLAI
 – Ficou claro que Bumlai tentou preservar Lula, ao dizer quer Marisa Letícia não queria que Lula soubesse de nada. Aliás, nem precisava, porque Lula sempre diz que não sabia de nada. (C.N.)

09 de maio de 2017
Deu no G1 PR

O TRATOR RURALISTA AVANÇA SOBRE OS INDÍGENAS



Costa recebeu o apoio das lideranças indígenas
Durou 112 dias a gestão de Toninho Costa na presidência da Funai. Demitido na sexta-feira, ele saiu atirando. Convocou a imprensa e acusou o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, de interferir no órgão para favorecer o lobby ruralista. Especialista em saúde indígena, Costa relatou pressões para entregar cargos técnicos a políticos aliados ao governo. Acrescentou que Serraglio, filiado ao PMDB de Michel Temer, atua como despachante do agronegócio na Esplanada. “Ele não está sendo ministro da Justiça, está sendo ministro de uma causa”, resumiu.
A captura da pasta e a intervenção na Funai são faces da mesma ofensiva. Ela também desossou o Ministério do Meio Ambiente, que perdeu quase metade do orçamento, e abriu caminho para uma nova escalada da violência no campo. Só nas últimas três semanas, a pistolagem matou nove lavradores em Mato Grosso e feriu dez índios no Maranhão.
O trator avança com combustível garantido pelo Planalto. A bancada ruralista nunca mandou tanto num governo, e tem aproveitado cada chance para demonstrar força e acertar contas com adversários.
PARECER FINAL – Há quatro dias, o deputado tucano Nilson Leitão apresentou o relatório final da CPI da Funai e do Incra. Propôs o indiciamento de mais de cem pessoas, incluindo antropólogos, líderes indígenas, ativistas católicos e até procuradores que defendem a demarcação de terras. Como os ruralistas dominam a comissão, o texto deve ser aprovado com folga.
Leitão é o mesmo deputado que quer abolir a CLT no campo e permitir que os trabalhadores rurais passem a receber parte do salário em casa e comida. Se deixarem, a turma ainda propõe a revogação da Lei Áurea, prestes a completar 129 anos.
O agronegócio é vital para a economia brasileira e pode ajudar o país a sair da crise. Para isso, não precisa tratorar índios, devastar florestas ou ser representado por gente que defende ideias retrógradas, derrotadas pelo movimento abolicionista.

09 de maio de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha

JUIZ REJEITA O ARDIL DA DEFESA E CONFIRMA O DEPOIMENTO DE LULA PARA AS 14 HORAS

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Brunoni criticou os argumentos dos advogados
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou nesta terça-feira o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o depoimento do petista, marcado para esta quarta-feira , às 14h, fosse adiado. No pedido, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins argumentava que não haveria tempo hábil para que os defensores lessem todos os documentos referentes à Petrobras que foram anexados na ação penal em que Lula é réu. O juiz federal Nivaldo Brunoni, que substitui o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, em férias, afirmou que a anexação de novos documentos da Petrobras foi pedida pela própria defesa de Lula e não está relacionada aos contratos indicados na denúncia.
“Não há ilegalidade no não fornecimento de contratos e documentos que não digam respeito às imputações não contidas na denúncia”, escreveu o relator.
AMPLA DEFESA – Para Brunoni, o juiz pode recusar a realização de provas que se mostrarem irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.  “A ampla defesa não pode ser confundida com a possibilidade de a defesa escolher a forma que entender mais adequada, mesmo sem qualquer utilidade prática”, assinalou o relator, que negou a suspensão da tramitação da ação penal requerida pela defesa até que examinasse todos os documentos.
“Foge do razoável a defesa pretender o sobrestamento da ação penal até a aferição da integralidade da documentação por ela própria solicitada, quando a inicial acusatória está suficientemente instruída”, escreveu Brunoni.
No pedido de habeas corpus apresentado na última segunda-feira, a defesa de Lula estimava que cerca de 100 mil páginas com novas informações foram juntadas ao processo entre 28 de abril e 2 de maio. Por causa do volume de documentos, alegava que não teria tempo de preparar seu cliente para o depoimento desta quarta-feira, a primeira ocasião em que estará frente a frente com o juiz Sergio Moro.
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LULA AINDA PODE RECORRER AO STJ
Jorge Béja
O perigo ainda persiste. De hoje até às 14 horas desta quarta-feira, Lula pode impetrar Habeas Corpus (ou Mandado de Segurança) no Superior Tribunal de Justiça STJ), com pedido de liminar para que o interrogatório não seja realizado. Tempo é que não falta.
Nessa época eletrônica, tudo é feito, decidido e comunicado a jato, mormente quando o objetivo é processo derivado da Lava Jato. E adiar o interrogatório não tem o menor cabimento. A lei processual penal permite mais de um interrogatório do réu, quando o que foi prestado se mostra insuficiente. Se novas provas vieram ao processo, então que sobre elas todos falem. E, se necessário, que se marque novo interrogatório.
ARGUMENTOS FORTES – Os fundamentos que o juiz federal, substituto de desembargador, apresentou são fortes e imbatíveis. Lula é réu. E foi o próprio Lula-réu quem pediu e conseguiu a produção das provas que hoje diz ignorar e, por isso, precisa tempo para conhecer seu conteúdo.
É princípio elementar do Direito que o ônus da prova cabe a quem acusa, O processo penal não foi instituído para o réu provar a sua inocência. Sua finalidade é a acusação comprovar a culpa do réu. A questão é o triplex. Questão imobiliária, portanto. Pela lei civil dono de um imóvel é aquele em cujo nome se encontra no Registro Geral de Imóveis (RGI).
SÓ FALTA A ESCRITURA – O triplex não está em nome do Lula. Certamente ainda está, no RGI, em nome da construtora, dele proprietária. Isto vale para o Direito Civil. Para o Direito Penal e Processual Penal, a prova indiciária é o bastante. E fortes e indiscutíveis indícios de que o triplex era de Lula e sua mulher abundam nos autos do processo. Ficou faltando apenas a outorga da Escritura de Compra e Venda. Ou de doação. Ou seja, a formalização documental da transação feita verbalmente.
E ainda: o juiz deveria advertir os advogados pela visível postura de retardamento do processo. Quando um advogado age com má-fé, com deslealdade processual,
a lei dá ao juiz o direito e o dever de puni-lo. Os atos de improbidades não são apenas administrativos. Os profissionais liberais, como são os advogados, também
praticam atos de improbidades, embora a deontologia o impeça.

09 de maio de 2017
Cleide Carvalho e Mariana Sanchez
O Globo

DILMA VIAJARÁ PARA CURITIBA EM VOO COMERCIAL


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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só vai decidir se participará dos atos políticos a favor dele em Curitiba após o seu depoimento ao juiz Sergio Moro, marcado para esta quarta-feira às 14h. O petista pode embarcar entre esta terça-feira e amanhã para a capital paranaense. Convocado pela Frente Brasil Popular, grupo de movimentos sociais que reúne CUT, MST, entre outros, o ato principal será realizado na noite desta quarta-feira na região central da cidade. Os movimentos chegaram a anunciar nas redes sociais a presença de Lula no ato principal, mas dirigentes do PT dizem que o ex-presidente ainda não se definiu.
A ex-presidente Dilma Rousseff deve chegar na quarta-feira Curitiba, para participar dos eventos em solidariedade a Lula, num voo comercial. Já Lula irá num voo fretado, também na quarta-feira.
OUTRO LOCAL – Os atos pró-Lula foram transferidos da região da Boca Maldita, no Centro, para a Praça Santos Andrade, em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), também na região central, e serão realizados a partir desta terça-feira. Haverá atos ainda a favor da Lava-Jato em frente ao Museu Oscar Niemeyer, na região do centro cívico.
Depois de a Justiça proibir acampamentos em terrenos da prefeitura, o MST instalou seus militantes num terreno da União.
“Foi feito um acordo com a Secretaria de Segurança Pública e vamos poder fazer o acampamento aqui” — afirmou o ex-ministro petista Gilberto Carvalho, que já está no local.
OCUPAÇÃO – A área comporta cerca de cinco mil pessoas e já está ocupada nesta terça-feira. O acampamento é distante da praça onde ocorrerá os atos pró-Lula. São 20 minutos a pé, cerca de 1,5 km. A ida de manifestantes, provavelmente a pé, representa um desafio para as autoridades. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná dará novas explicações na tarde desta terça-feira sobre as medidas de segurança que serão adotadas antes, durante e depois do depoimento do ex-presidente.
Segundo os movimentos sociais, outros terrenos da União devem ser ocupados na cidade à medida que forem chegando mais gente. Os acampamentos em terrenos da prefeitura já foram desmontados, com por exemplo as barracas que estavam em frente ao prédio da Justiça Federal do Paraná.

09 de maio de 2017
Sérgio Roxo, Gustavo Schmitt e Marina Oliveira
O Globo

"NÃO É UM CONFRONTO", AFIRMA O JUIZ SÉRGIO MORO SOBRE O DEPOIMENTO DE LULA

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Charge do Elvis (humor Político)
O juiz Sergio Moro afirmou na noite desta segunda-feira (dia 8), dois dias antes do interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a audiência “não é um confronto” e que ele se preocupa com o clima de disputa que se formou em torno da data. “O processo não é uma guerra. O processo não é uma batalha, o processo não é uma arena. Em realidade as partes do processo são a acusação e a defesa. Não o juiz. O juiz não é parte no processo”, afirmou, em evento sobre eficiência na gestão pública, em Curitiba.
“Me preocupa um pouco esse clima de confronto, essa elevada expectativa em relação a algo que pode ser extremamente banal. E diga-se: nada de conclusivo vai sair nessa data”, acrescentou.
INTERROGATÓRIO – Moro abriu a sua palestra com o recado sobre o depoimento. “Não sei se estão a par, mas na quarta-feira (dia 10) vai haver esse interrogatório”, disse, sob risos da plateia. Sem citar o nome de Lula – o chamou apenas de “o acusado”–, afirmou que, apesar das expectativas, o depoimento é “normal dentro do processo”.
Comparou com o primeiro interrogatório de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, na Lava Jato, em 2015, que considerou “absolutamente banal”.
“O fato é que esse interrogatório é meramente uma oportunidade que o acusado tem de se defender no processo”, disse, acrescentando que o réu pode “até faltar com a verdade”, já que a legislação não prevê crime de falso testemunho em oitiva de acusado.
SEM MANIFESTAÇÕES – O juiz voltou a pedir que apoiadores da Lava Jato não façam manifestações na quarta-feira, para evitar problemas de segurança. “Usando aquelas metáforas futebolísticas: é melhor que seja um jogo de uma torcida única”. “Eu digo isso com tranquilidade porque eu não sou algum dos times em campo, eu sou um juiz”, afirmou.
De terno preto, Moro foi questionado por uma pessoa na plateia sobre a gravata vermelha que usava – a cor normalmente é associada ao PT, partido de Lula. “Isso é vermelho de fraternidade”, brincou, seguido por aplausos e risos dos ouvintes.
Lula será ouvido na ação em que é réu sob acusação de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, entre elas um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.
VERDE E AMARELA – Antes da palestra, a Fiep (Federação de Indústrias do Paraná) lançou uma campanha para que, no dia do depoimento de Lula a Moro, as pessoas usem camisas brancas e estendam bandeira verde e amarela em suas janelas.
A palestra foi feita no congresso “Pacto Pelo Brasil”, do Observatório Social do Brasil. Mais cedo, o procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal, disse no mesmo evento que, entre os envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, os políticos são os que “menos reconheceram seus crimes até agora”.
A defesa do ex-presidente nega que ele tenha cometido irregularidades e tem dito que Sergio Moro age de forma parcial no processo.

09 de maio de 2017
José MarquesFolha