E a dica para alguns é já descer ao final do post, lá no “ps”, antes de falar abobrinha – até porque o momento é sério demais para leituras enviesadas de gente mocoronga.
A esta altura do campeonato, já sabemos todos que boa parte da “análise política” feita no Brasil (e também no exterior) é quase sempre um jogo de comadres, no qual – salvo exceções – o que menos vale é o fato. Já quase sabemos o que dirão Fulano ou Beltrano, a depender da trama ou das personagens.
Daí, anos depois, acontece algo “imprevisível” numa eleição e todos dizem que foi uma surpresa geral. Bobagem, foi nada. Quem acompanha OS FATOS não se surpreende com seu desenrolar natural.
Foi o que houve com Donald Trump, foi o havido nas eleições municipais deste ano em todo o país, foi o que houve com o Brexit e também acontecerá em 2018. E o dia de hoje, com a patifaria dos grandes partidos em favor do voto secreto na Anistia ao Caixa 2 (votação, aliás, adiada para terça-feira), pode marcar um simbólico primeiro passo para talvez uma grande mudança na política nacional.
A conta dos políticos foi bem pragmática: antes de ter chances daqui a dois anos, é preciso salvar a própria pele. O resto, com o tempo, dá para tentar recuperar, fora que apostar na falta de memória do povo nunca deu tão errado assim. Uma matemática pérfida, sem dúvida, e foi isso que fizeram.
Mas desta vez pode dar errado.
Isso porque o voto de convicção ideológica já deixou de ser coisa de meia dúzia de estudante universitário. E, de novo, estão aí os fatos para corroborar, valendo citar dois exemplos: a presença maciça de pessoas nas ruas, como nunca antes se viu, e também a REJEIÇÃO TOTAL a um partido, justamente por, entre outras coisas, o descalabro ético em que se envolveu.
Pois um caminho natural é que essa rejeição se alastre às demais legendas, dando uma oportunidade única aos políticos que se colocam contra o establishment político partidário.
E não vale daqui a dois anos mostrar “surpresa” quando este ou aquele nome aparecer liderando pesquisa, com apoio maciço da população, mesmo diante de campanha midiática pesada. Até porque, como também ficou mais do que comprovado neste ano, a tal mídia não apita mais tanto assim.
ps – por óbvio, as três fotos que compõem a montagem ilustrativa do post NÃO SÃO um indicativo de votos deste site ou algo do tipo (até porque são figuras diferentes entre si); trata-se apenas de menção até óbvia (goste-se ou não delas) de três, entre os pouquíssimos, que hoje se puseram contra a manobra.
24 de novembro de 2016
implicante