"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

"MARINA E AS REGRAS DO JOGO"

 

“Coloque o dedo na ferida: sem as assinaturas é uma esperança vã, impossível de frutificar.”
A frase, do ministro Marco Aurélio Mello, do Tribunal Superior Eleitoral, equivale a uma potencial sentença de morte para a Rede, a “vã” esperança partidária de Marina Silva. Marco Aurélio tem razão quando põe o dedo na “ferida” jurídico-administrativa, mas a “ferida” política está em outro lugar: na democracia brasileira não existe liberdade partidária.
Por que eu, meu vizinho e um grupo de amigos não podemos decidir, hoje, fundar um partido e vê-lo, amanhã, reconhecido mediante a simples apresentação de um estatuto? Isso é liberdade partidária – algo que não temos, pois a elite política decidiu, em seu proveito, estatizar os partidos políticos.

A Constituição de 1988 consagrou a estatização dos partidos, refletindo um consenso de nossa elite política. Os partidos oficiais adquiriram o curioso direito de avançar sobre o bolso de todos os cidadãos, extraindo-lhes compulsoriamente os recursos que financiam o Fundo Partidário e as propagandas partidária e eleitoral nos meios eletrônicos de comunicação.

Em 2012, as dotações do orçamento federal para o Fundo Partidário somaram R$ 286,2 milhões. Nós todos pagamos R$ 850 milhões em 2010, sob a forma de compensações fiscais às emissoras de TV e rádio, pela transmissão dos horários cinicamente rotulados como “gratuitos” e utilizados pelos partidos.
O projeto do PT de reforma política, que almeja introduzir o financiamento público de campanha, tem a finalidade de expandir ainda mais a transferência de recursos da sociedade para os políticos profissionais.

A Justiça Eleitoral é, ao lado da Justiça do Trabalho, uma das desastrosas invenções do varguismo. Nenhuma democracia precisa de tribunais para organizar eleições, missão que pode ser cumprida por meros órgãos administrativos.

A razão de ser de nossos tribunais eleitorais se encontra no princípio antidemocrático da subordinação dos partidos ao Estado. O aparato judicial especializado desempenha a função de identificar os partidos que cumpriram os requisitos legais para tomar dinheiro dos cidadãos – e, eventualmente, disputar eleições.
“Não cabe estabelecer critério de plantão para esse ou aquele partido”, explicou Marco Aurélio referindo-se à Rede, antes de concluir com a inflexão típica do juiz que zela pela igualdade de direitos: “Abre-se um precedente muito perigoso”.
De fato: os princípios da liberdade partidária e da estatização dos partidos são inconciliáveis – e para preservar o segundo o nosso ordenamento político sacrifica o primeiro, sem jamais abrir perigosos precedentes.

Os partidos estatais formam um dos pés do tripé que sustenta um sistema político avesso ao interesse público e orientado para a corrupção sistemática.
O segundo pé são as coalizões em eleições proporcionais, um expediente de falsificação da vontade do eleitor destinado a conferir viabilidade a partidos que não representam ninguém, mas acomodam frações periféricas da elite política.
O terceiro pé é a prática de loteamento político da máquina estatal, propiciada pela escandalosa existência, apenas na esfera federal, de quase 50 mil cargos de livre nomeação.

A privatização do Estado é o outro lado da moeda da estatização dos partidos políticos. “Não tem conversa, a lei é peremptória”, enfatizou Eugênio Aragão, vice-procurador-geral Eleitoral, alertando para os limites legais ao direito de candidatura. Hoje, diante do pedido de registro da Rede de Marina, a Justiça Eleitoral emerge como fiadora burocrática dos interesses gerais da elite política, que não pode abrir mão da coerência do conjunto do sistema.

No balcão cartorial do Estado brasileiro, registrar partidos é um negócio tão lucrativo quanto fundar sindicatos ou igrejas.
PTC, PSC, PMN, PTdoB, PRTB, PHS, PSDC, PTN, PSL, PRB, PPL, PEN – a sopa de letrinhas das legendas oficiais vazias produz a falsa impressão da vigência de ampla liberdade partidária.
Aplicando sua inteligência à produção de sofismas, Marco Aurélio argumentou que a ausência da Rede não prejudicaria as eleições de 2014, pois, afinal, o País não carece de partidos.
Na esfera exclusiva da lógica burocrática, o ministro tem razão: todos poderão votar em partidos que não representam ninguém, mas cerca de um quarto do eleitorado experimentará a impossibilidade de sufragar a candidata de sua preferência.
De certo modo, o Irã é aqui.

Marina e os seus não aprenderam direito as regras do jogo, explicam nos jornais os ínclitos políticos fundadores de legendas de aluguel e seus advogados especializados nos “negócios do Brasil”.
Mas, como atestado de uma devastadora crise política e moral, ninguém pergunta aos representantes de nossa elite política sobre a natureza das regras desse jogo.
Três meses atrás, centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas para expressar sua frustração e sua ira com um Estado hostil à sociedade.
Depois disso, o Supremo Tribunal Federal decretou que os políticos de sangue azul se distinguem dos cidadãos comuns pelo privilégio da impunibilidade.
Agora, o Tribunal Superior Eleitoral prepara-se para, aplicando as leis vigentes, cassar o direito de voto de um quarto dos brasileiros. Entre o Brasil oficial e o Brasil real, abre-se um fosso ameaçador, quase intransponível.

Nos círculos próximos a Marina, comenta-se que ela não aceitará a alternativa de concorrer às eleições por uma legenda de negócios. Numa hipótese viciosa, o gesto de desistência configuraria uma rendição disfarçada por discursos de indignação – e Marina contrataria um despachante astuto para tornar viável a Rede no horizonte de 2018. Por outro lado, na hipótese virtuosa, seria um ato de bravura e resistência: o ponto de partida para uma “anticandidatura” de mobilização da sociedade contra a estatização dos partidos e a privatização do Estado.
Estou sonhando?

27 de setembro de 2013
DEMÉTRIO MAGNOLI

O FANFARRÃO ESTÁ COM COCEIRA NA GARGANTA?

Pode resolver o problema quebrando o silêncio sobre a vigarista de estimação

Reunido com representantes da imprensa sindical numa sala do Instituto Lula, o palanque ambulante resolveu ampliar nesta terça-feira o colossal acervo de bravatas. “É o seguinte: eu estou no jogo”, avisou. Ninguém tentou descobrir a que jogo o chefe se referia.

“Estou voltando, com muita vontade, com muita disposição, para a felicidade de alguns, para desgraça de outros”. Voltando de onde?, perguntariam jornalistas de verdade. Os companheiros convidados para a “entrevista” afundaram no deslumbramento de quem testemunha uma aparição de Nossa Senhora.

O resto do recado nada tem de enigmático. Lula pretende alegrar os devotos da seita lulopetista e espalhar a desgraça entre os que não engolem o Chefe Supremo. Se não estivesse de férias, a oposição oficial já teria desafiado o fanfarrão: se não consegue conter a vontade de soltar o verbo, que tal quebrar o silêncio sobre o caso Rose?

Como mostra o post de 4 de abril de 2013, reproduzido na seção Vale Reprise, pelo menos 40 perguntas e dúvidas aguardam respostas ou álibis há 307 dias. O ex-presidente jura que está com coceira na garganta. Pode resolver o problema tentando esclarecer a história muito mal contada.
Fala, Lula.

27 de setembro de 2013
Augusto Nunes

A FARRA DOS PARTIDOS INFORMA: QUEM SÓ PROTESTA EM JUNHO LIBERA A TRIBO DOS GATUNOS PARA AGIR SEM MEDO NO RESTO DO ANO

Como se pode governar um país que tem 246 espécies de queijo?, intrigava-se o presidente francês Charles de Gaulle. Como pode funcionar um governo que tem 39 ministérios?, assombram-se os brasileiros desde que Lula e Dilma resolveram ampliar a multidão de nulidades amontoadas no primeiro escalão. E como pode existir um país com 32 partidos políticos?, espantaram-se nesta terça-feira ao saber que o Tribunal Superior Eleitoral acabara de expedir a certidão de nascimento do PROS e do Solidariedade.

Pelo critério da quantidade, é improvável que algum lugar do mundo tenha mais partidos que o Brasil. Pelo critério da qualidade, qualquer grotão do planeta supera nesse quesito o colosso sul-americano: aqui não existe um único partido de verdade.
O PT pareceu que era antes de sucumbir ao excesso de cinismo. Transformou-se numa seita que tem em Lula seu único deus, faz qualquer negócio para ganhar a eleição e topa a mais sórdida aliança para manter-se no poder. O PSDB teria sido se soubesse o que é coragem e não esquecesse que o papel da oposição é fazer oposição.

O resto nem tentou providenciar carteira de identidade. A leitura dos programas, planos de ação e declarações de princípios aguça a suspeita de que o palavrório foi produzido pelo mesmo redator. Todos moram em algum ponto impreciso entre o centro e a esquerda, vão dar um jeito na saúde e na educação, acabar com a injustiça social e, se o eleitorado lhes conferir um voto de confiança, tranformar o Brasil numa Noruega com praia.  A prática fulmina a teoria.

Os políticos brasileiros reduziram os partidos a fontes de lucros bilionários, balcões de compra e venda de voto, usinas de negociatas, gazuas feitas sob medida para arrombadores de cofres públicos. Segundo Ciro Gomes, o PMDB é um ajuntamento de assaltantes.
Apenas abriga mais ladrões que os outros, igualmente infestados de estupradores da lei. Financiadores involuntários de todas as gastanças, vítimas indefesas de todas as gatunagens, os pagadores de impostos bancam as despesas cotidianas dos partidos e abastecem os cofres sucessivamente assaltados pelos chefões das siglas desprovidas de ideias e vergonha.

Na Alemanha , por exemplo, existem seis partidos, que cuidam da própria subsistência e estão sujeitos à cláusula de barreira: os que não alcançam um número mínimo de votos caem fora do Congresso. Foi o que aconteceu ao FDP nas eleições realizadas há dias.
No País do Carnaval, nenhum partido precisa ter voto para entrar na festa das verbas públicas. Até siglas sem vereadores são sustentados pelos brasileiros regularmente extorquidos pela Receita Federal. Dos seus bolsos saíram os R$ 286 milhões distribuídos pelo Fundo Partidário em 2012. Dali sairão os dotes de R$ 30 milhões reservado ao PROS e ao Solidariedade.

Os lesados que se queixem ao bispo, ou ao Papa Francisco. Assim será até que o rebanho primitivo aprenda a votar com lucidez e o Brasil civilizado descubra que quem só protesta em junho libera a imensa tribo dos gatunos para agir sem medo no resto do ano.

27 de setembro de 2013
Augusto Nunes

"ESTÁ BOM?"

 

Tudo somado e subtraído, aqui e lá fora, o Brasil hoje consegue crescer entre 2% e 2,5% ao ano, com inflação ao consumidor no ritmo anual de 6% e taxa de desemprego de 5,6% em julho último. Está bom ou ruim? Depende da comparação, não é mesmo? Espanha, Grécia e Portugal, por exemplo, quase não têm inflação, mas sofrem com recessão e desemprego acima dos 25%.
Por outro lado, China, Coréia do Sul e Chile crescem mais, com menos inflação e menos desemprego. O México tem crescimento um pouco menor que o Brasil, mas também com inflação e desemprego menores.

A comparação, entretanto, não deve ficar ao gosto do freguês. Falando francamente, não tem cabimento comparar com os países europeus afetados por uma difícil combinação de crises financeira, fiscal e de contas externas.

O mais correto é olhar para países parecidos, emergentes de expressão e que têm capacidade de se tornarem ricos em um horizonte razoável. E neste caso, o Brasil está com o pé trocado.

Neste momento, alguns desses países estão reduzindo suas taxas de juros para combater a desaceleração do crescimento, que é geral no mundo emergente. Também estão acomodando a desvalorização de suas moedas, outro fenômeno global, aproveitando para turbinar as exportações.

Já por aqui, o Banco Central está subindo os juros e segurando o dólar, porque foi apanhado nesta mudança da conjuntura internacional com a inflação perigosamente elevada. E tem que subir os juros mesmo com o baixo volume de investimentos.

O que nos leva a outra comparação, a mais importante, do Brasil de fato com o Brasil que poderia ser. O país poderia estar melhor ─ e não está por equívocos internos de política econômica.
Talvez o principal ponto fraco esteja na falta de investimentos públicos e privados em infraestrutura.

E a culpa por isso é inteiramente do governo, que nem consegue turbinar suas obras, nem criar condições favoráveis ao capital privado que está disponível aqui e no exterior. E bobeou com a inflação.
Eis o resumo da ópera: o Brasil está perdendo oportunidade de deslanchar. Não está bom.

15 mil homens

Esta história me foi contada por um engenheiro-aquicultor da Costa Rica que, nos anos 80, integrou uma equipe de especialistas em cultivo de camarões, enviada à China. Missão: instalar as fazendas e ensinar o pessoal local. Coisa grande.

Os especialistas disseram que dava para fazer, mas com maquinário pesado. Isso incluía uma bateria de tratores bulldozer, operando 24 horas, para escavar e remover enormes volumes de terras.

Não temos esses tratores, disseram os chineses. E perguntaram quantos trabalhadores substituiriam os bulldozers. Uns 15 mil, foi a resposta, recebida com naturalidade pelos responsáveis chineses.

Já os aquicultores estrangeiros ficaram estupefatos quando, na data combinada, encontraram pronto o acampamento para 15 mil homens, que se apresentaram para o serviço uniformizados e armados com pás e picaretas. Assim foram instaladas as primeiras fazendas.

Na década de 90, a produção chinesa de camarões apareceu nas estatísticas globais. Nos primeiros anos deste século, a China já integrava, com Tailândia, Malásia e Vietnã, o grupo de países responsáveis por 70% das exportações mundiais de camarões.

E não apenas já utiliza máquinas pesadas, como fabrica aqueles bulldozers que faltavam nos anos 80.
Olhando por esse lado, não se pode negar que é um bom exemplo de uma história bem sucedida. O que os chineses tinham? Um país em ruínas por causa da revolução cultural de Mao, um monte de gente sem trabalho, sem renda e , ao milhões, sem comida.

Foi quando Deng Xiao Ping introduziu as reformas que abriram o país aos capitais privados estrangeiros e às iniciativas empreendedoras dos próprios chineses. Numa palavra: um modo capitalista de crescer, ao lado de um Estado forte e dominante em grande parte da economia.
Comparando hoje com a China dos anos 80, parece claro que a coisa deu certo.

Já olhando só para o presente, não faltam problemas, a começar pela enorme poluição ─ ao mesmo tempo crônica e aguda ─ incluindo as degradações ambientais causadas pelas fazendas de camarões. A corrupção no governo e no Partido Comunista é outro problema de grande proporção. O domínio estatal levou a investimentos ineficientes, exagerados e caros em diversos setores de infraestrutura. Os salários e o nível de vida continuam baixos, embora já tenha sido formada uma classe média consumidora. A desigualdade de renda aumentou. E não tem democracia.
Eles fazem e comem camarões, alguns, mas a que custo. Comparações?

27 de setembro de 2013
CARLOS ALBERTO SARDENBERG

LUIZ CARLOS PRATES COMENTA A ENTREVISTA DE CELSO DE MELLO PUBLICADA NA FOLHA

"ATUALIDADES ELEITORAIS"

 
Ninguém os conhece, mas eles existem e recebem fundos partidários (o PCO levou R$ 629 mil e o PEN R$ 343 mil em 2012) e valioso tempo na televisão (R$ 850 milhões), que podem vender para quem pagar mais

É um mistério denso e insondável como a floresta amazônica: como Marina Silva pode ter 26% das intenções de votos para presidente, sem sequer ser candidata, e não conseguir para a sua Rede Sustentabilidade as 500 mil assinaturas que legalizaram partidos como o Pátria Livre, o Renovador Trabalhista Brasileiro, o da Causa Operária, ou o Ecológico Nacional?
 
Ninguém os conhece, mas eles existem e recebem fundos partidários (o PCO levou R$ 629 mil, e o PEN, R$ 343 mil, em 2012) e valioso tempo na televisão (R$ 850 milhões, pagos pelo contribuinte e divididos entre os 32 partidos), que podem vender para quem pagar mais.
 
Das duas, uma: ou o comitê organizador da Rede é tão desorganizado, até como despachante incapaz de recolher simples assinaturas, que desqualificaria seu candidato a qualquer cargo; ou uma conjunção de interesses escusos conspira em diversos níveis para inviabilizar o partido e a candidatura de Marina, pelo estrago que pode fazer em candidaturas do governo e da oposição.
 
Não que o partido e a própria Marina representem grandes expectativas de modernidade e inovação, por enquanto significam apenas que os outros são muito piores, e sem esperanças de melhorar.
Na Rede, o ambiente voluntarista também será propício a grandes incompetências, burrices e atrasos (sempre com a melhor das intenções… rsrs), mas que dão tanto ou mais prejuízo ao país do que a ladroagem.
 
Na oposição, as perspectivas não são animadoras: Carlos Lupi insinua o apoio do PDT à candidatura de Eduardo Campos e Paulinho da Força oferece o seu novo partido Solidariedade a Aécio Neves.
Assim como elogios vindos de certas pessoas soam como ofensas, como imaginar que apoios como esses possam contribuir para as mudanças que as candidaturas têm que oferecer?
Entre eles e a base dilmista de Sarney, Renan, Maluf e companhia, só mudam as moscas.
 
No Rio de Janeiro, a população se prepara para uma escolha pior que a de Sofia, entre Garotinho, Lindinho Farias e Marcelo Crivella, que lideram as pesquisas para governador. Num bar do Leblon, um velho e cínico carioca advertia: vocês vão ter saudades do Cabral…

27 de setembro de 2013
Nelson Motta, O Globo

UNAMUNO: MENTIRA SE REPETE AD NAUSEAM


No século passado, os comunistas criaram mentiras que vararam o século todo e vieram desembocar neste. A mais berrante – e tão absurda quanto a ressurreição do Cristo – foi elaborada em torno da tela Guernica, de Picasso.

O malaguenho havia pintado uma tela de oito metros de largura por três e meio de altura, intitulada La Muerte del Torero Joselito, plena de cores fúnebres, que iam do preto ao branco, em homenagem a um amigo seu, o toureiro Joselito, morto em uma lídia. O quadro ficara esquecido em algum canto de seu ateliê.

Ao receber uma encomenda para o pavilhão republicano da Exposição Universal de Paris de 1937, Picasso lembrou do quadro. Foi quando, para fortuna do malaguenho, em 26 de abril daquele ano, a cidade de Guernica foi bombardeada pela aviação alemã. Ali estava o título e a glória, urbi et orbi.

Uns retoques daqui e dali, e Picasso deu nova função ao quadro. No entanto, multidões hipnotizadas pela propaganda comunista, vêem em uma cena de arena, com cavalo, touro e picador, uma homenagem aos mortos de Guernica. De um só golpe de pincel, o vigarista malaguenho traiu a memória do amigo e mentiu para a História.

Hoje se conhece o embuste, embora as esquerdas continuem repetindo ad nauseam a versão mentirosa. Não passa mês sem que algum jornal atribua o quadro ao bombardeio da cidade basca. Outra mentira, também ad nauseam repetida, versa sobre o ocorrido na Universidade de Salamanca, no 12 de outubro de 1936, Día de la Raza.

No Estadão de ontem, Gilles Lapouge, o correspondente do jornal em Paris – que vive sempre em cima do muro, mas quando balança, balança para a esquerda – repete a farsa mil vezes repetida.

“Em 12 de outubro de 1935, uma cerimônia é realizada na Universidade de Salamanca por soldados fascistas. O general franquista Milan Astray, homem caolho, manco e perneta, pronuncia um discurso que termina com essa frase: "Viva a morte!". “O reitor da Universidade de Salamanca é o grande filósofo Miguel de Unamuno (O sentimento trágico da vida). É um homem de direita, mas não é fascista. Ele toma a palavra. "Acabo de ouvir um grito insano e desprovido de sentido, 'Viva la muerte'. É um grito bárbaro, repugnante." Na sala, desencadeia-se a desordem. O general fascista repete mecanicamente: "Viva a morte! Morte à inteligência!"

“Os legionários fascistas marcham na direção do filósofo Unamuno. Este se retira dignamente em meio ao público vociferante. Morrerá alguns dias mais tarde, no último dia do ano de 1936. De tristeza”.

Lapouge começa errando a data. O episódio ocorreu em 36, três meses após a eclosão da guerra civil. Isso é o de menos, vamos que seja erro de digitação. O mais grave é o que o correspondente omite. Que Unamuno, naquele momento, era mais franquista que Astray, se é que podemos falar de franquismo já naqueles dias. Pois Unamuno, na cerimônia, representava nada menos que Francisco Franco. E se morreu de tristeza, não foi pela ofensiva de Franco.

Deste engodo, participou até mesmo o culto Fernando Henrique Cardoso, em 2005, em artigo para o Estadão, intitulado "Democracia e Terrorismo". Assim termina seu artigo:

"A Espanha heróica que, na pessoa de Miguel Unamuno, um de seus maiores pensadores, se indignou com os que proclamaram, durante a guerra civil, 'Viva a Morte! Abaixo a Inteligência!', haverá de inspirar-nos, una vez mais, para a reafirmação da esperança na paz, na democracia ou na vida".

Marxismo é como caxumba - costumo afirmar - ou dá na idade certa ou deixa seqüelas. FHC, pelo jeito, persistiu no obscurantismo além da idade normal do fenômeno.

De seu artigo se depreende que um Unamuno republicano enfrentou, na Universidade de Salamanca, perversos militantes franquistas.

Vamos aos fatos. Como ocorreram, e não como a imprensa conta. Na verdade, o reitor foi salvo da ira de Astray e da vaia de muitos dos presentes por Doña Carmen Pollo, mulher de Franco, que o conduziu pelo braço até uma viatura do Quartel General.

No entanto, ao referir-se ao episódio, não há redator que não se refira ao "intelectual anti-franquista Miguel de Unamuno".

Em História Ilustrada de la Guerra Civil, Ricardo de Cierva considera o episódio maltratado pela propaganda, silenciado pelos testemunhos autênticos e tergiversado por comentaristas empenhados em com ele demonstrar uma ou várias teses preconcebidas.

"Celebrava-se no Paraninfo da Universidade de Salamanca a Fiesta de la Raza. Assistia o ato a esposa do recém nomeado chefe de Estado, Dona Carmen Polo de Franco. Presidia a cerimônia o reitor da Universidade, don Miguel de Unamuno. Também estavam presentes, entre outras personalidades, José María Pemán e o general Millán Astray. Este último, em um breve discurso, intercalou um inciso inoportuno no qual confundiu regionalismo com separatismo. Invocou logo a Morte, noiva de sua Legião. Feito o silêncio, todos os olhares convergiram para don Miguel de Unamuno".

Millán Astray era um general de Infantaria, que havia participado das campanhas das Filipinas e Marrocos. Nesta última, perdera um olho e um braço. Julián Zugazagoitia o descreve como um "general recomposto com garfos, madeiras, cordas e vidros". Em sua alocução, falara dos dois cânceres que corroem a Espanha: País Basco e Catalunha. Unamuno, basco e iracundo, tomou a palavra.

- Calar, às vezes, significa mentir - disse o reitor com voz firme - porque o silêncio pode ser interpretado como aquiescência. Eu não poderia sobreviver a um divórcio entre minha consciência e minha palavra, que sempre formaram um excelente par. Serei breve. A verdade é mais verdade quando se manifesta desnuda, livre de adornos e palavrório. Gostaria de comentar o discurso - para chamá-lo de alguma forma - do general Millán Astray, que se encontra entre nós.

Segundo o relato de Luis Portillo, em Vida y martírio de don Miguel de Unamuno, o general tornou-se rígido.

- Deixemos de lado - continuou Unamuno - o insulto pessoal que supõe a repentina explosão de ofensas contra bascos e catalães. Eu nasci em Bilbao, em meio aos bombardeios da segunda guerra carlista. Mais adiante, me casei com esta cidade de Salamanca, tão querida, mas sem esquecer jamais minha cidade natal. O bispo, queira ou não, é catalão, nascido em Barcelona.

Após uma pausa em meio ao silêncio tenso, continuou:

- Acabo de ouvir o grito necrófilo e sem sentido de Viva a Morte! Isto me soa o mesmo que Morra a Vida! E eu, que passei toda minha vida criando paradoxos que provocaram o enfado dos que não os compreenderam, tenho de dizer-lhes, como autoridade na matéria, que este ridículo paradoxo me parece repelente. Posto que foi proclamado em homenagem ao último orador, entendo que foi dirigida a ele, se bem que de uma forma excessiva e tortuosa, como testemunho de que ele mesmo é o símbolo da morte. E outra coisa! O general Millán Astray é um inválido. Não é preciso dizê-lo em tom mais baixo. É um inválido de guerra. Também o foi Cervantes. Mas os extremos não servem como norma. Desgraçadamente, há hoje em dia inválidos demais na Espanha e logo haverá mais, se Deus não nos ajuda. Um inválido que careça da grandeza espiritual de Cervantes, que era um homem - não um super-homem - viril e completo apesar de suas mutilações, um inválido, como disse, que careça dessa superioridade do espírito, costuma sentir-se aliviado vendo como aumenta o número de mutilados em torno a si. O general Millán Astray gostaria de criar uma Espanha nova - criação negativa, sem dúvida - segundo sua própria imagem. E por isso desejaria ver uma Espanha mutilada, como inconscientemente deu a entender.

Astray não consegue conter-se e grita:
- Morra a inteligência!
José María Pemán corrige:
- Não! Viva a inteligência! Morram os maus intelectuais!

Há um alvoroço no Paraninfo, professores togados cercam Unamuno, os camisas azuis se juntam em torno a Astray. Unamuno retoma a palavra:

- Este é o templo da inteligência. E eu sou seu sumo sacerdote. Vós estais profanando seu recinto sagrado. Eu sempre fui, diga o que diga o provérbio, um profeta em meu próprio país. Vencereis mas não convencereis. Vencereis porque tendes sobrada força bruta. Mas não convencereis, porque convencer significa persuadir. E para persuadir, necessitais algo que vos falta: razão e direito de luta. Me parece inútil pedir-vos que penseis na Espanha. Tenho dito...

A esposa do general Franco, rodeada por sua escolta, toma Unamuno pelo braço e o conduz até a porta da Universidade, onde o esperava um carro do Quartel General. Mas a narração soa melhor aos ouvidos dos leitores - amestrados por um pensamento de esquerda - mostrando Astray como franquista, afinal era general. Unamuno - basco, filósofo e reitor de uma universidade - só poderia ser antifranquista. Para vender, os jornais transmitem ao leitor o que o leitor gosta de comprar. A mentira impressa passa então a fundamentar teses e tende a fixar-se como História. Mas os fatos são teimosos e, mais dia menos dia, mostram sua verdadeira face.

Há um sofisma safado na frase final de FHC. Ele mescla realidades completamente distintas. Ao falar "na Espanha heróica que, na pessoa de Miguel de Unamuno, se indignou...", está falando em verdade na Espanha do gerenalíssimo Franco Franco de Bahamonde - que salvou a Espanha e a Europa do totalitarismo soviético – representado naquela cerimonia por Unamuno. Mas FHC jamais admitiria tal fato. Seria renegar toda sua vida. Conclui então sua frase com outra completamente oposta: "...se indignou contra os que proclamaram, durante a guerra civil, 'Viva a Morte! Abaixo a Inteligência!".

A frase, proferida no ardor do debate, é de uma infelicidade extrema. Mas Millán Astray e José Maria Pemán, naquele momento, representavam o pensamento do mesmo Francisco Franco que Unamuno também representava. Ambas as partes defendiam o mesmo lado. O qüiproquó era outro: o confronto entre os nacionalismos do galego - como Franco - Millán Astray e do basco Miguel de Unamuno.

Gilles Lapouge também age com má-fé. É difícil conceber como um jornalista francês, com acesso à farta bibliografia e à história do país vizinho, possa proferir tal bobagem. Oito décadas após a Guerra Civil Espanhola, ainda prevalece a mentira dos comunistas.


27 de setembro de 2913
janer cristaldo

O JUMENTO DE GARANHUNS


Como é de conhecimento “de quase todos”, a expressão "Cavalo de Troia" refere-se a um grande cavalo de madeira usado pelos gregos durante a Guerra de Troia, como um estratagema decisivo para a conquista da cidade fortificada.
Tornou-se largamente empregada na cultura popular, sempre com o sentido de um artifício astuto, enganoso e perigoso, que possibilita a penetração dissimulada em território alheio.


          O engodo, também conhecido como "um presente grego", é assim chamado quando recebemos algo de aparência agradável, mas que produz terríveis conseqüências.
 
          A Guerra de Tróia foi um conflito bélico entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a Grécia Antiga) e os troianos, que habitavam uma região da atual Turquia. Esta guerra, que durou aproximadamente 10 anos, aconteceu entre 1300 e 1200 A.C.
 
          Os eventos finais do conflito são contados na obra “Ilíada”, de Homero. Em sua outra obra poética, “Odisséia”, o autor conta o retorno do guerreiro Odisseu e seus soldados à ilha de Ítaca. Somente nesta obra é que aparecem referências ao cavalo de madeira, considerado pelos troianos como um símbolo de sua vitória.
 
          Na “Ilíada” é contada a saga de dois heróis: Heitor, que lutava por Troia (não é aquele do Sarney) e o grego Aquiles, um homem da guerra, cujo único ponto fraco era o seu calcanhar, que ao ser atingido por uma flecha envenenada, levou-o à morte, durante o assalto ao interior da cidade de Tróia.
 
          Na área da tecnologia, o Trojan horse (Cavalo de Tróia) é um malware (programa malicioso), que tem um pacote de vírus e é usado, geralmente, para obter informações ou executar instruções em um determinado computador.
Age como a lenda do cavalo de Troia, entra “de fininho” no computador, libera uma porta para a invasão e, disfarçado como um programa legítimo dá inicio à destruição dos programas instalados, roubando senhas e operando danos de outras naturezas.
Os trojans atuais são disfarçados de programas legítimos, embora, diferentemente de vírus ou de worms, não criam réplicas de si (e esse é o motivo pelo qual o Cavalo de Tróia não é considerado um vírus). São instalados diretamente no computador.
 
          A guerra descrita por Homero foi recontada por vários outros autores, antigos e modernos, que introduziram variações e expandiram a história, mas em resumo o episódio do cavalo é como segue:
 
          Os petistas, coligados com diversos segmentos da esquerda grega (PMDB, PDT, PCdoB, PQP, etc... montaram uma quadrilha para assaltarem Troia e ‘recuperar Helena, esposa raptada de Menelau, rei de Esparta’. À época, os troianos eram governados pelo PSDB, tidos como neoliberais e globalizados (hum!!!).
 
          Depois de um penoso e frustrante cerco de quase dez anos (na verdade foram treze, referentes às quatro incursões lulianas), Troia permanecia inexpugnável, protegida por altas muralhas, e aparentemente assim permaneceria.
 
          Ambos os lados se diziam de esquerda e contavam com o auxílio de deuses. Atena, deusa metida à intelectual, favorecia aos petistas, especialmente ao “heroi” Odisseu, a quem os romanos, posteriormente, chamaram de Ulisses, e que passaria a história como José Dirceu. Foi dele a ideia de criar o cavalo, mas alguém teria que construí-lo, Odisseu (1) pediu ao ‘cumpanheiro’ Sinon (Roubalus Ignácio) para executar a tarefa.
 
          Roubalus Ignácio, membro destacado do sindicato dos Argonautas, recusou a missão, alegando que ‘como nunca tinha trabalhado, poderia atrapalhar a grande obra’, mas estava à disposição do ParTido, emprestando seu nome para governar Tróia, após a tomada do poder.
 
          Como o Prefeito Celso Daniel havia sido assassinado misteriosamente, Odisseu incumbiu Epeu (Astíanax Palocci) da tarefa, sendo ajudado por Atena. O cavalo foi construído com madeira, possuindo um interior oco (como a cabeça dos petralhas), onde um grupo de ativistas do PT e simpatizantes deveria se esconder.
          Simulando uma retirada, os petistas deixaram o cavalo às portas da cidade e se ocultaram na ilha de Tenedos.
 
          Aquele sindicalista, nada afeito ao trabalho, Roubalus Ignácio, deixa-se capturar e, com ardis do tipo ‘discurso moderado, prometendo a ortodoxia econômica, respeito aos contratos e reconhecimento da dívida externa do país’ conquista a confiança de parte da classe média e do empresariado e induz os troianos a levarem o cavalo para dentro da cidade, o que fazem em meio a uma grande festa na Esplanada dos Ministérios. À noite, enquanto a cidade dorme, os petistas (neobolivarianos) saem do cavalo e facilitam a entrada da ‘cumpanherada’, que finalmente captura, saqueia e destrói Troia.
 
          Espertamente, Roubalus Ignácio torna-se o governante máximo e disposto a manter-se 'ad aeternum' no poder, começa o aparelhamento do Estado troiano, por meio da implantação novas ações ou continuação daquelas em andamento mesmo antes da tomada do poder. Destacam-se, entre outras:
 
          - manutenção e expansão da rede infiltrada nos setores governamentais e estatais, a fim de municiar com informações a extorsão e a chantagem praticadas pelo estado petista;
          - distribuição ao PT dos cargos de confiança em todos os níveis (municipal, estadual e federal);
          - infiltração e desmoralização do Poder Legislativo (mensalão, votações diversas, “renanzadas” e “sarneyzadas” de sempre, escândalos cada vez maiores, etc...);
          - infiltrações vergonhosas e quase domínio do Poder Judiciário, por intermédio da imposição de figuras despreparadas, vaidosas, vendidas, e até mesmo moralmente não confiáveis;
          - política externa pautada ideologicamente, com total subserviência castro-bolivariana, aos governos ditatoriais do mundo e aos miseráveis da África, mas inflexível contra aqueles que são historicamente parceiros comerciais;
          - uso das entidades poderosas (Petrobrás, BNDES, BB, CAIXA, e outras) para desviar recursos para a “cumpanheirada”, utilizando até a desculpa cultural;
          - infiltração dos Black Blocs (cópia das Sturmabteilung ou SA, "Tropas de Assalto" nazistas, também conhecidas como ‘Seção Tormenta’), nas passeatas pacíficas, a fim de intimidar qualquer tipo de manifestação contra o governo;
          - contaminação de computadores por meio dos Trojan horse, tirando do ar sites e blogs contrários à petralhada, roubando senhas, plantando notícias e dossiês falsos, enfim, coagindo ciberneticamente os adversários políticos;
          - uso eleitoreiro da saúde pública, empurrando agentes de saúde (médicos cubanos) e outros tipos de agente goela adentro da sociedade brasileira; e,
          - mais, mais, muito mais..............
 
          O aparelhamento do estado troiano chegou a tal ponto que, até os arqueiros que haviam lançado as flechas venenosas em Aquiles foram amordaçados por meio do afastamento das decisões; de um rearmamento com bestas de brinquedo; de fajutos aumentos de salário; de campanhas e comissões da verdade para reescrever a Ilíada; e, da inércia total do arqueiro-mor.
 
          Conclusão: embora o calcanhar do Aquiles petralha esteja exposto, não sobrou ninguém para lançar uma flecha envenenada na úlcera petista. Difícil a aceitação, mas o JUMENTO DE GARANHUNS dominou a sociedade troiana, como nunca antes nesse país.
 
*** *** ***
 
  (1) O traço heroico de Odisseu (José Dirceu) está em sua métis, ou "inteligência astuta". Segundo a Odisseia, esta sua habilidade se manifesta no uso de disfarces e em falas e discursos enganosos. Seus disfarces podem tanto ser físicos (alterando sua aparência) como verbais, como fez ao contar para o ciclope Polifemo que seu nome era Oútis (Ninguém), e fugir após cegá-lo. Quando os outros ciclopes perguntaram a Polifemo o motivo de seus gritos, ele responde que "Ninguém" lhe está machucando, o que faz com que pensassem que o acontecido era um castigo dos deuses.
 
 A falha mais evidente que Odisseu ostenta é a sua arrogância e seuorgulho, ou húbris. Exemplo disto é que à medida que navegava para longe da ilha dos ciclopes, Odisseu gritou seu próprio nome, orgulhando-se de que ninguém poderia derrotar o "Grande José Dirceu".
 
 Em represália, os ciclopes jogaram a metade superior de uma montanha sobre ele, e rezaram para seu pai, o deus do mar, Posseidon, informando que José Dirceu havia cegado um de seus filhos. Enfurecido, o deus, fez de tudo para impedir o retorno de Odisseu a seu lar por muitos anos.
 
Somente com a chegada do ‘novato’ Luís Roberto Barroso e do juiz Teori Albino Zavascki; com o apoio sempre incondicional, dedicado e neutro de Enrique Ricardo Lewandowski e de José Antônio Dias Toffoli; com o indecifrável voto de Rosa Maria Weber Candiota da Rosa; e com a posição ‘humilde’ do grande jurista, jurisconsulto, jurisprudente, jurisfarsante, juris et de jure, júris tantum, jurispetista, jurisqualquercoisa José Celso de Mello Filho, é que Odisseu poderá continuar gozando suas merecidas férias por longo, longo tempo!
 
27 de setembro de 2013
Jacornélio M. Gonzaga
 
Jacornélio está dominado e não é “ninguém”. Atualmente é aluno de um curso de arco e flecha.
 Revisão: Paul Essence e Paul Word Spin (in memoriam).
 
 

DEPUTADO COM CÓDIGO DE BARRAS É OBRA DO STF, APARELHADO PELO PT MENSALEIRO

 

Em junho de 2012, ao decidir que o PSD de Gilberto Kassab teria direito de participar do rateio das verbas do fundo partidário e do tempo de propaganda no rádio e na tevê, o STF criou o deputado com código de barras. Agora, na formação dos quadros dos dois mais novos partidos do mercado —Pros e Solidariedade—, é visível: os deputados esqueceram de tirar a marca do preço.
 
Reza a lei que o cálculo das verbas e do tempo de propaganda de cada partido é feito com base na bancada dedeputados federais. Coube ao ministro Dias Toffoli redigir o voto que favoreceu os negócios partidários no julgamento do Supremo. Ele sustentou a tese segundo a qual os deputados desertores levam para as novas legendas os votos que amealharam sob a sigla de origem. Sua posição prevaleceu.
 
Com isso, cada silvério da Câmara virou dono de uma cota do fundo partidário e da propaganda. Os deputados passaram a valer uma fração dos votos que obtiveram na última eleição. Para trocar de partido, exigem receber mensalmente um percentual da verba. Controlam também o pedaço da propaganda partidária a ser exibida em âmbito estadual.
 
Vale a pena ouvir o deputado mineiro Ademir Camilo. No ano passado, ele foi um dos que aderiram ao PSD de Kassab. Agora, está de malas prontas para o Pros. A voz dele soa em notícia redigida pelos repórteres Ranier Bragon e Márcio Falcão. “A minha proposta, e isso vai ser resolvido na quarta-feira, é que a direção nacional fique com 40% do fundo e que repasse 60% para as direções estaduais.”
 
Didático, Ademir esmiúçou o seu próprio caso: “Estou levando 72 mil votos [para o novo partido], então receberia 60% [do rateio do fundo] desses 72 mil votos. Você sabe que é R$ 3,75 o valor por voto.” Quer dizer: a migração do PSD para o Pros deve render-lhe algo como R$ 270 mil.
 
Nunca é demasiado recordar que o fundo partidário é feito de verbas públicas. Antes mesmo de passar pelo batismo das urnas, essas legendas de balcão começam a beliscar o seu bolso. A verba sai pelo ladrão como se fosse dinheiro grátis. Tudo com o aval do Supremo Tribunal Federal.

27 de setembro de 2013
Josias de Souza- UOL

"A TEMPORADA DE NEGÓCIOS NA POLÍTICA"

Cláusula de barreira, como há na Alemanha, não é para vetar novos partidos, mas ordenar sua atuação nas Casas legislativas, parte delas convertida em balcão de negócios
A campanha eleitoral de 2014, cujo início foi antecipado pelo PT para o primeiro semestre de 2013, passa, com mais velocidade, a mexer no quadro político-partidário. A decisão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), de retirar seu partido da base do governo Dilma e, em consequência, do ministério da presidente, é um movimento de peso, por significar um passo de Campos na direção de uma candidatura ao Planalto.
 
Devido aos prazos legais para a habilitação de partidos às urnas do ano que vem — o limite é 5 de outubro —, as atenções se concentram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), instância que decidirá o destino da Rede Sustentabilidade, partido lançado por Marina Silva, considerada, à luz das pesquisa, capaz de garantir o segundo turno nas eleições presidenciais — tudo o que PT e Dilma Rousseff não desejam.
 
O TSE acaba de carimbar o Partido Republicano da Ordem Social (PROS), de um ex-caixeiro-viajante político em Brasília, Eurípedes Júnior, e o Solidariedade, do sindicalista Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força, deputado de saída do PDT paulista, e acusado de apresentar assinaturas falsificadas à Justiça eleitoral para viabilizar o partido. Não foi motivo para o TSE deixar de sacramentar mais uma legenda para, junto com o PROS, atuar no ativo mercado de troca de partidos e venda literal de apoios, em que o ativo mais cobiçado é o tempo de exposição no chamado “programa eleitoral gratuito”.
 
Até ontem, o Brasil contava com 32 partidos reconhecidos. Enquanto isso, na Alemanha, os liberais do FDP, desde 1949 com assento no Parlamento, ficaram de fora, nas eleições de fim de semana, porque não conseguirem atingir os 5% dos votos nacionais necessários para ter bancada no Legislativo. Compare-se a qualidade da vida parlamentar alemã com a brasileira. Até a última legislatura, seis partidos eram representados no Congresso alemão. O Brasil conta com 32, dos quais 24 — sem os dois novos — estão no Legislativo. Não surpreende a barafunda da política parlamentar brasileira, o toma lá dá cá do fisiologismo, a fim de se estabelecer alianças para sustentar governos. (E é claro que não existem 32 projetos, nem mesmo a metade, de poder e governo para o país).
 
Os novos partidos servem, ainda, de álibi para a troca de legendas sem risco de perda de mandato. As vantagens pecuniárias também são atrativas. Mesmo que não tenha um parlamentar eleito, a legenda recebe cerca de R$ 60 mil por mês do Fundo Partidário, em boa parte financiado pelo contribuinte. Quando se defende cláusula de barreira, não é para proibir a criação de partidos, mas ordenar sua atuação nas Casas legislativas, parte das quais é um balcão de negócios dominado por interesses fisiológicos e pelo espírito de baixo clero, reinante até nas legendas nacionais.

27 de setembro de 2013
 Editorial de O Globo

MINISTROS DESMENTEM CELSO DE MELLO SOBRE PRESSÃO NO STF NO MENSALÃO DE LULA

Ministros negam pressão sobre STF no caso do mensalão. Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello se contrapõem a afirmações de Celso de Mello e afirmam que debate em torno de votos é natural


Marco Aurélio de Mello e Gilmar Mendes, ministros do STF, em Brasília
Para os ministros Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, debate
em torno do caso é legítimo (Fernando Bizerra Jr./EFE)

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello disseram que o posicionamento da imprensa e da sociedade no caso do mensalão não significa pressão sobre a Corte.
Para eles, o debate é legítimo, especialmente em casos de destaque. Comentando as afirmações do colega Celso de Mello à Folha de S. Paulo, os ministros disseram ao site de VEJA nesta quinta-feira que o debate e a discordância de ideias são naturais.
 
“A discussão se uma dada opinião está correta ou não é legítima no ambiente jornalístico e também no ambiente jurídico – principalmente em torno de uma matéria que dividiu o tribunal com profundidade”, comentou Mendes.
Marco Aurélio concordou: “Não há pressão. O que há é a manifestação da sociedade e o que é veiculado pela mídia. Logicamente, nós não vivemos encastelados”.
 
Celso de Mello foi o responsável pelo voto de desempate quando o Supremo analisou se aceitava a legitimidade dos embargos infringentes, mecanismo que pode levar à revisão da pena de onze réus no processo do mensalão – entre eles, José Dirceu, José Genoino, Marcos Valério e Delúbio Soares. O ministro optou por conceder o novo julgamento ao grupo.
 
Em declarações publicadas pela Folha de S. Paulo nesta quinta, Celso de Mello se queixou do que chamou de “pressão” da imprensa no caso do mensalão.
 
Na visão de Marco Aurélio, não há razão para alarme: “O próprio ministro Celso reconhece que um integrante do Supremo tem de estar acessível ao que é estampado nos veículos de comunicação e ao que é pretendido pela sociedade. Mas o nosso compromisso maior é com o direito”, ressalta.
 
Gilmar Mendes também lembra que, apesar das queixas sobre a suposta pressão pela condenação imediata dos réus, os ataques mais fortes sobre a Corte vieram do outro lado: “Muitos dos ministros ficaram sob um ataque fortíssimo de blogs e de órgãos de mídia que são fortemente vinculados a determinados réus. E nem por isso ninguém tem reclamado”, afirmou o ministro.
 
Para ele, a discussão de ideias é perfeitamente legítima. “A controvérsia se instalou inclusive no âmbito do próprio tribunal, de forma dura”, avalia.

27 de setembro de 2013
Gabriel Castro - Veja

"O INVERNO DE ESPERANÇAS PERDIDAS"

Quando Celso de Mello lia seu voto no Supremo Tribunal (STF), eu visitava a trabalho um presídio da Paraíba. Como em todos os outros que visitei no Brasil, havia superlotação e dezenas de pessoas presas por lentidão da Justiça ou falta de advogado. Diante dos meus olhos, é evidente que a Justiça tarda a prender os poderosos e a soltar os desprotegidos.
 
Os que poderiam ser soltos num mutirão de Justiça continuam por lá. E o pior é que o nó no sistema penitenciário não se desata libertando alguns, porque há mais de 300 mil mandados de prisão não cumpridos. É um problema que empurramos para as novas gerações.
 
O voto de Celso de Mello encerrou uma fase. A nova agenda do STF, embora trate de problemas importantes para os interessados (aposentadoria, ressarcimento de planos econômicos), tende a ser uma espécie de Boa Noite Cinderela para os espectadores. A cena política já é comandada pelas eleições. A maioria das pessoas ainda não seu deu conta e muitos não vão interessar-se por ela quando chegar ao seu apogeu. Mas os passos são cadenciados pela busca de votos.
 
O governo não esconde seu jogo. O programa Mais Médicos trouxe um enfrentamento que talvez retarde a presença real dos médicos. Mas dá votos. É melhor um médico estrangeiro do que nenhum médico? Essa é a pergunta que realmente toca quem vive no interior.
 
A espionagem dos EUA é outro assunto em que o marketing político entra em cena. O Brasil tinha mesmo de protestar, mas não basta. Era preciso um projeto real de defesa de dados, que não existe. A uma reunião internacional sobre o tema o Brasil mandou uma estagiária. A mensagem clara que leio nisso tudo é: enfrentar os EUA dá votos, em especial quando nos espionam. Não importam os dados que possam levar, o importante é a oportunidade de enfrentá-los.
 
Os escândalos sucedem-se. Explodem no Ministério do Trabalho e no da Previdência, no Palácio do Planalto, mas são o tipo de notícia que você julga já ter lido antes em algum lugar...
 
Na reeleição, o governante ocupa o centro da cena, praticamente como candidato único. Os outros só saem da semiobscuridade quando o processo já é oficial. Eleições são corrida de longo alcance. Largar com muitos corpos na frente, uma grande vantagem.
 
Ainda que não haja grandes fatos novos no período, 2014 vem carregado de promessas: eleições, Copa do Mundo, julgamento (ufa!) do mensalão. Um dos grande problemas de um clima eleitoral comandado pelo marketing é a falta de debates reais sobre os caminhos do País.
 
Estamos vivendo em muitas dimensões diferentes e a política não consegue integrá-las. O leilão do campo de Libra é um excelente motivo para avaliar o modelo do pré-sal. As gigantes americanas não vieram porque talvez preferissem o antigo regime de concessão. Outras empresas, principalmente chinesas, indianas e europeias, concorrem. Os chineses têm recursos e disposição para explorar o pré-sal. Mas, por outro lado, são menos pressionados pelo Parlamento e pela opinião pública de seu país - e essa pressão é uma das garantias nos cuidados ambientais. De qualquer modo, o pré-sal também será tema de campanha. Dilma orientou seus ministros a celebrarem qualquer leilão com otimismo.
 
Embora deputados e senadores se batam pelos recursos do petróleo, ainda falta um debate sobre o futuro do pré-sal. Será que é toda essa maravilha? Eike Batista tombou no caminho, segundo ele, iludido por inúmeros pareceres técnicos animadores, pelo entusiasmo dos especialistas. Às vezes o otimismo não se concentra só no petróleo a descobrir, mas no futuro econômico desse recurso não renovável. O impulso chinês na área da energia solar e a intensa exploração do xisto pelos norte-americanos nos indicam um cenário cambiante, embora seja difícil projetar o impacto desses esforços por novas fontes.
 
O marketing político arrasta tudo para respostas simples, em que escolhe estatisticamente o lado a adotar. Se alguém diz que a Petrobrás foi mal administrada e viveu um péssimo período nas mãos de PT e PMDB, a reação é: "Você está querendo privatizar a Petrobrás?" Se afirmamos que o programa Mais Médicos apenas atenua o problema da saúde, sobrecarregada por ineficácia, corrupção e aparelhamento político, vem a contestação: "Você prefere ver os pobres sem nenhum médico?".
 
É um duelo que se estende por toda a campanha, sobretudo na economia. Reduzir os gastos da máquina? E o desemprego, os serviços básicos?
 
Não é, porém, uma briga de gato e rato. É possível sobreviver a ela e lançar algumas ideias. Não sei se alguma força política conseguirá galvanizar o interesse dos eleitores. Mas eleições seriam bem interessantes se pudessem afirmar teses como os fins não justificam os meios, o estímulo ao consumo não é o único dínamo de uma economia que precisa de investimento e educação, o Congresso não pode viver de joelhos diante do Planalto, a transparência e o acesso aos documentos públicos serão ampliados, os impostos serão devolvidos com serviços públicos decentes, política externa nacional, e não partidária. Um projeto desse tipo só é possível a um governo democrático no sentido de que não vê a sociedade só como consumidora de serviços, mas como importante personagem na mudança.
 
Numa banca de jornal no Rio, examinava capas de revistas e ouvi uma senhora dizer a outra: "Mensalão? Nem quero saber mais dessa história". Ela estendia sua rejeição a todo o sistema político. E deve ficar algum tempo assim. Cedo ou tarde, talvez no ano que vem, terá de voltar ao tema. Ela e milhares de outras pessoas vão perguntar se vale a pena o processo eleitoral. Essa é uma das grandes perguntas que o sistema político terá para responder em 2014. Máxime agora que caiu a ilusão sobre homens e mulheres de capa preta, embargos de declaração, recursos infringentes e tudo o mais.
 
Foi um longo inverno. Ao menos na natureza, podemos contar com a primavera.

27 de setembro de 2013
Fernando Gabeira, O Estado de S.Paulo

MENSALEIRO, PETISTAS E EMPRESÁRIOS AGIRAM EM FAVOR DO PROS

Novo partido nanico da base de Dilma Rousseff teve apoio do primeiro escalão presidencial e até do deputado condenado no STF Valdemar Costa Neto (PR)
 

Presidente do recém criado partido PROS, Eurípedes Junior
Criador do novo partido PROS, Eurípedes Junior recebeu apoio de ministros, empresários e petistas (Janine Moraes/CB/D.A Press)
 
Ministros, empresários bem relacionados com o governo petista e parlamentares agiram nos bastidores para impulsionar a criação do Partido Republicano da Ordem Social, o PROS, o mais novo integrante da base da presidente Dilma Rousseff.
 
O novo partido será linha auxiliar de candidatos da base governista nos estados, muitos deles de partidos grandes, o que transforma o PROS num chamariz para deputados, prefeitos e vereadores que podem mudar de sigla sem perder o mandato.
 
Entre os patronos do PROS estão o empresário José Batista Júnior, de Goiás, filiado ao PMDB, um dos donos do Friboi, a maior indústria de carnes do mundo, o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão a sete anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, além dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Delcídio Amaral (PT-MS), e o governador do Ceará, Cid Gomes - que está de saída do PSB.
 
Uma planilha que circulou entre os organizadores do partido revela que os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) também tiveram participação na montagem do PROS. Cada um ficou de orientar a filiação de pelo menos um parlamentar no estado de origem. Pimentel será candidato a governador de Minas Gerais; Ideli deverá disputar uma vaga à Câmara; Gleisi, o governo do Paraná. Os três são do PT.
 
O mutirão em favor do PROS ocorreu depois que os governistas perceberam que poderiam perder ainda mais dinheiro do fundo partidário e tempo de TV com a criação do Solidariedade, partido montado pelo deputado Paulinho da Força (SP) - que se declarou oposicionista.
 
Para ajudar a nova legenda, a presidência do PR - partido de Valdemar Costa Neto - cedeu uma sala para Eurípedes Júnior, ex-vereador de Planaltina de Goiás (cidade a cerca de 50 quilômetros de Brasília) que vai comandar o PROS.
 
Na fase final do processo, o PROS contou com o empurrão do empresário Júnior da Friboi, que será candidato ao governo de Goiás pela aliança PMDB/PT. Como o governador Marconi Perillo (PSDB) tem uma base com vinte partidos, Júnior passou a correr atrás do maior número de legendas que possam ajudá-lo. Uma delas é o PROS, que deverá receber pelo menos quatro dezenas de prefeitos, além de centenas de vereadores, eleitos no ano passado com a ajuda do empresário, que pertencia ao PSB. A saída de um dos sócios da Friboi do partido de Eduardo Campos para o PMDB foi comandada pelo vice-presidente da República, Michel Temer.
 
Por intermédio de sua assessoria, Ideli Salvatti informou que recebeu nesta quinta-feira em seu gabinete do Planalto o criador da legenda, "mas não atuou na busca de adesões". Delcídio Amaral disse que já conversou com Eurípedes por telefone, mas não pessoalmente. Valdemar Costa Neto informou, pela assessoria, que não tem relação com os criadores do PROS.
 
O ministro Fernando Pimentel disse que teve uma audiência com o deputado Ademir Camilo (MG), que o apresentou a Eurípedes. O assunto, segundo Pimentel, foi "o desenvolvimento de Minas". Júnior da Friboi informou, pela assessoria, que está mais interessado em fortalecer o PMDB. Já Gleisi e Lindbergh estavam viajando e não responderam.

27 de setembro de 2013
VEJA
(Com Estadão Conteúdo)