"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

ELEIÇÃO NA CÂMARA: DERROTA DO PT É VITÓRIA DA DEMOCRACIA

Emplacar Arlindo Chinaglia na presidência da Câmara é uma questão de sobrevivência política para presidente Dilma. O pano de fundo dessa disputa são novas CPIs e até mesmo um eventual impeachment.
A avaliação é do historiador Marco Antonio Villa e de Joice Hasselmann, no 'Aqui Entre Nós'.
Os colunistas encontraram ainda novos nomes para as refinarias do Petrolão: Passadilma e Abreu e Lula.
 

O BRASIL, O PETROLÃO E O TRIÂNGULO DAS BERMUDAS




Nas ultimas semanas, o Brasil tem vivido sob o impacto das notícias da “Operação Lava Jato”, que, em busca de associar ao Mensalão, muitos chamam de Petrolão, esquecendo-se de que, enquanto se eleva esse novo escândalo ao posto de “o maior da história”, outros parecem ter se escafedido em um imenso Triângulo das Bermudas, como se tivessem sido reduzidos a pedacinhos pelas lâminas de Freddy Krueger, ou abduzidos por alienígenas.

Esse é o caso, por exemplo, do “Mensalão do PSDB” – perpetrado, de forma pioneira, com a ajuda do mesmo Marcos Valério, durante o governo do Sr. Eduardo Azeredo, em Minas Gerais.

Esse é o caso do “Escândalo do Banestado”, de desvio de mais de 100 bilhões de reais para o exterior, no qual foram indiciados vários personagens ligados ao governo FHC, incluído o Sr. Ricardo Sérgio de Oliveira, “arrecadador” de recursos de campanhas do PSDB, perpetrado, entre 1996 e 2002, também no Paraná, com a ajuda do mesmíssimo “doleiro” Alberto Youssef, do atual escândalo da Petrobras.

Esse parece ser também o caso, do Trensalão do PSDB de São Paulo, que, apesar de ter tido mais de 600 milhões de reais das empresas envolvidas bloqueados pela justiça no dia 13 de dezembro, parece ter sido coberto por um Manto da Invisibilidade digno de Harry Potter, do ponto de vista de sua repercussão.

BONZINHOS E MALVADOS

Seria ótimo se – hipocrisias à parte – o problema do Brasil se resumisse apenas a uma briga entre “bonzinhos” e “malvados”.

Está claro que temos aqui, como ocorre em muitíssimos países, bandidos recebendo propinas no desvio de verbas públicas, atuando como “operadores” e facilitadores no trabalho de tráfico de influência, no superfaturamento e na “lavagem” de dinheiro e no envio de recursos para o exterior.

E também empresários que se acostumaram, com o tempo, a pagar ou a ser extorquidos, a cada obra, a cada licitação, a cada aditivo de contrato, pelos “intermediários” e oportunistas de sempre, e que já sofrem sucessivas paralisações, atrasos e adiamentos nas grandes obras que executam, que ocorrem devido a razões que muitas vezes escondem interesses políticos que nem sempre correspondem aos do próprio país e da população.

E padecemos, finalmente, ainda, da falta de coordenação e entendimento, entre os Três Poderes da República, em torno dos grandes problemas nacionais.

Leis, projetos e obras que são essenciais para o futuro do País, não são discutidas previamente entre Executivo, Legislativo e Judiciário, antes de serem encaminhadas para aprovação e execução, o que acaba levando, nos dois primeiros casos, a relações de pressão e contrapressão que acabam descambando no fisiologismo e na chantagem e que afetam, historicamente, a própria governabilidade.

PREOCUPADOS COM O PODER

Na contramão do que imagina a maioria das pessoas, com algumas exceções, ao contrário dos corruptos e dos “atravessadores”, os homens públicos – incluindo aqueles que trabalham abnegadamente pelo bem comum – estão muito mais preocupados com o poder, para executar suas teses, ideias e projetos, ou apenas exercê-lo, simplesmente , do que com o dinheiro.

No embate político, ter recursos – que às vezes chegam de origem nem sempre claramente identificada, pelas mãos de “atravessadores” que se oferecem para “ajudar” – é essencial, para conquistar o poder, na disputa eleitoral, e nele manter-se, depois, ao longo do tempo.

Esse é o elemento mais importante da equação. Mas ele só começará a ser resolvido se houver uma reforma política que proíba, definitivamente, a doação de dinheiro privado a agremiações políticas e candidatos a cargos eletivos, promova a cassação automática de quem usar Caixa 2 e aumente a fiscalização do uso dos recursos partidários ainda durante o período de campanha.

Por mais que sejam importantes, e impactantes, as prisões dos corruptos envolvidos no escândalo da Petrobras e a recuperação dos recursos desviados, se não for feita uma reforma política, de fato, elas não impedirão que mais escândalos ocorram, no financiamento de novas campanhas, já nas próximas eleições.

30 de janeiro de 2015
Mauro Santayna
Revista do Brasil

O HUMOR DO ALPINO...

 

 
 
30 de janeiro de 2015

"PERMITA-ME RIR"

(ou “Por que Graça Foster não é demitida”)





Apesar dos tempos difíceis, Dilma Rousseff mantém o hábito de não ouvir ninguém. Vez ou outra, até faz alguma concessão a um seleto grupo. E olha que são pouquíssimos os aliados dispostos a “dar a real” à presidente. A maioria abre mão da sinceridade ou por medo ou por fadiga mesmo.

Se tivesse de escolher um, o ex-presidente Lula se enquadraria mais no segundo grupo. Há meses ele sugeriu a saída de Graça Foster da Petrobras (ainda que os desvios descobertos agora tenham se dado sobretudo durante seus dois mandatos). Depois, propôs um gabinete de crise nos moldes do montado na época do escândalo do mensalão.

Graça já foi vista se queixando de passar dias sem conseguir falar com a chefe. Há mais de dois meses, ela perambula sozinha no noticiário tomando pedrada de todos os lados. Virou Geni.

A presidente, até agora, se recusou a aceitar sua demissão. Talvez para proteger a biografia da amiga, talvez para preservar a imagem dela própria. Até porque, se Graça Foster cai, quem vira Geni é Dilma. E ela sabe disso.

O plano original era esperar a poeira baixar para trocar a diretoria. Mas a nuvem de pó não para de subir.

EMERGÊNCIA…

Na terça-feira (27), enquanto a primeira reunião ministerial rodava sob promessas de ajuste fiscal e manutenção dos ganhos sociais, Dilma levantou-se de sua cadeira e deixou a audiência para resolver “uma emergência”.

A ausência tomou de curiosidade os presentes. Duas versões circularam na ocasião. A primeira era a de que se tratava de assinatura de decretos; a segunda dizia que um governador desesperado por dinheiro esperava ao telefone para resolver seu problema de caixa. Nem uma coisa, nem outra. Quem tirava a presidente da agenda mais importante do dia era Graça Foster.

A conversa foi tensa. Dilma foi vista gesticulando muito ao lado do ministro Joaquim Levy (Fazenda). Naquele momento, acabava de ser informada sobre a decisão do conselho de administração da estatal de divulgar ao mercado uma perda de R$ 88,6 bilhões nos ativos da empresa, fruto não só da corrupção, mas também da ineficiência de projetos e oscilações do dólar e do preço do petróleo.

O governo foi contra. Considerou a soma “irreal, superestimada e de metodologia obscura”. O mercado também não gostou, mas por razão diferente. Queria ver a cifra incluída no balanço. Resultado: as ações da petroleira afundaram.
No final das contas, ninguém ficou feliz. Ao seu modo, Dilma voltou à reunião ministerial dando sinais de como o caso Petrobras já consumiu muito da sua rara paciência. Dirigindo-se a Levy, soltou um irônico “permita-me rir”.

30 de janeiro de 2015
Natuza Nery
Folha
 

PELOS SORRISOS DOS CÚMPLICES, A MARMOTA FOI GRANDE!!!

Houve corrupção também na gigantesca obra no porto do Rio  


Lula, quando era presidente, ao lado de Cabral, então governador do Rio, e do prefeito Eduardo Paes
Cabral, Lula e Paes festejam a vitória do lobby do porto

Um bilhete escrito pelo presidente de uma empreiteira relata o lobby feito para pôr de pé um negócio de R$ 8 bilhões, a revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro.

Léo Pinheiro, presidente da Construtora OAS, conta no texto de abril de 2007 que “o presidente da República e o governador não só tomaram conhecimento como já desencadearam ações de apoio ao projeto”. O presidente à época era Lula (PT), e o governador, Sérgio Cabral (PMDB).
O projeto, conhecido como Porto Maravilha, começou a ser executado em 2010 por um consórcio com OAS, Odebrecht e Carioca. Está previsto para ficar pronto em 2016.

O autor do bilhete foi preso no dia 14 pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, sob acusação de pagar propina para obter contratos na Petrobras, o que seus advogados negam. Mais três executivos da OAS estão presos.

Entre outras ações que o presidente teria desencadeado, o executivo da OAS diz que o Ministério das Cidades coordenaria a participação do governo federal e de bancos públicos. Isso de fato ocorreu.
A coordenação era importante porque a revitalização envolve uma série de órgãos federais, como a SPU (Secretaria do Patrimônio da União), responsável pelos terrenos do governo. O bilhete relata ainda que o governo do Estado apoiaria a revitalização da área, o que também ocorreu.

DINHEIRO RÁPIDO

O ingresso da Caixa Econômica Federal no projeto, por determinação de Lula, foi fundamental para desatar um dos nós da revitalização: a prefeitura não tinha os recursos para revitalizar o porto.
A Caixa desfez o nó ao se dispor a comprar com recursos do FGTS todos os títulos imobiliários da região, emitidos pela Prefeitura do Rio.

Esses títulos permitem que construtoras levantem prédios com mais andares do que aqueles previstos pela lei. É como se a construtora comprasse o espaço no ar para fazer mais prédios mais altos do que se permite e pagasse ao poder público por isso.

Como a Caixa se dispôs a comprar todos os títulos de uma vez, a prefeitura não precisou ficar negociando caso a caso, o que poderia levar anos para levantar os R$ 8 bilhões necessários ao projeto. Por vias indiretas, a Caixa acabou se tornando a principal financiadora da obra.

NOVO PRESIDENTE

O texto diz que a OAS estava elaborando o melhor modelo de negócio e sugere que a Companhia Docas do Rio, que administra o porto, precisaria de “novo presidente, com perfil apropriado para gestão da revitalização”.

A troca de presidente não ocorreu, mas em setembro de 2013 a presidente Dilma Rousseff autorizou que a prefeitura do Rio desapropriasse vários imóveis da região que eram da Companhia Docas.
O bilhete foi encontrado na casa do presidente da OAS numa caixa de papelão com a inscrição “Dr. Léo”, guardada no closet do empreiteiro.

(reportagem enviada por Mário Assis)

30 de janeiro de 2015
Estelita Hass Carazzai e Mario Cesar Carvalho
Folha

AINDA SOBRE A PENA DE MORTE - CASO DA CONDENAÇÃO DE TRAFICANTES NA INDONÉSIA

O tráfico de drogas e a pena de morte   



A execução de um traficante brasileiro na Indonésia trouxe a aplicação desse tipo de pena à pauta nacional. É impossível fazer de conta que o assunto não existe. Existe sim e é importante pensarmos sobre ele.

A pena de morte é moralmente aceitável? Como católico, recorro com segurança e convicção à tradicional doutrina da Igreja. O que ela me ensina a esse respeito? Ensina que sob o ponto de vista moral, há enormes distinções entre a dignidade do agressor e a dignidade do agredido, entre a situação concreta do inocente e a do culpado.

Também ensina que deve existir uma proporcionalidade entre a agressão e a respectiva reação. Me diz que isso vale tanto para o conflito entre dois indivíduos, quanto para a situação em que um indivíduo fere o bem da sociedade. Mantém-se igualmente aqui o princípio da proporcionalidade.

Ora, o tráfico de drogas é a ação criminosa que responde pelo maior número de mortes violentas no Brasil. Apela para métodos infames de sedução, atingindo muito preferencialmente a juventude, no momento de aprendizado do exercício da liberdade individual.

A partir daí, a droga passa a afetar as decisões do dependente e desencadeia um verdadeiro terremoto nas relações familiares e sociais. O traficante faz, de cada vítima, uma caixa de Pandora aberta, a semear males pelo mundo.

O tráfico é usina a gerar tragédias, a produzir cadáveres. E a povoar de zumbis as cracolândias. Essa atividade criminosa disputa com o terrorismo, e por enquanto vai vencendo, a título de maior mal do século 21.

ÚNICA VIA PRATICÁVEL

O Catecismo da Igreja Católica, quando trata da pena de morte, no nº 2267, afirma que “se os meios incruentos bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a ordem pública e a segurança das pessoas, a autoridade se limitará a esses meios, porque correspondem melhor às condições concretas do bem comum e estão mais conformes à dignidade da pessoa humana”.

No entanto, ainda no mesmo nº 2267, esclarece que “a Igreja não exclui, depois de comprovadas cabalmente a identidade e a responsabilidade de culpado, o recurso à pena de morte, se essa for a única via praticável para defender eficazmente a vida humana contra o agressor injusto”.

São João Paulo II, na encíclica Evangelium Vitae, nº 56, ensina:

“Claro está que, para bem conseguir todos estes fins, a medida e a qualidade da pena hão de ser atentamente ponderadas e decididas, não se devendo chegar à medida extrema da execução do réu senão em casos de absoluta necessidade, ou seja, quando a defesa da sociedade não fosse possível de outro modo. Mas, hoje, graças à organização cada vez mais adequada da instituição penal, esses casos são já muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes”.

IMPOTÊNCIA DO SISTEMA PENAL

Pois bem, se há algo tão comprovado quanto a plural malignidade do tráfico de drogas é a impotência do sistema penal para reprimi-lo através do encarceramento dos traficantes. Ou os grandes traficantes, desde o interior dos estabelecimentos penais, dão continuidade a seus negócios, ou as sucessões de comando preservam a atividade das organizações criminosas.

Por tudo isso, considero perfeitamente justificável, perante o ensino moral da Igreja, a aplicação da pena de morte ao crime de tráfico de drogas no Brasil, sem desconhecer, é claro os impedimentos taxativos impostos pelo irrealismo da Carta de 1988.

CONHEÇA ALGUMAS MORDOMIAS DO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. E A NAÇÃO, Ó!!!

 


Salário de R$ 33,7 mil, casa de 800 metros quadrados com despesas pagas, carro da “firma” com dois motoristas, jatos com piloto à disposição para viagens a trabalho ou para voltar para casa e R$ 4,2 milhões por ano para distribuir a um séquito de até 47 funcionários. Ficou interessado no “emprego”?

Pois estes são alguns dos principais atrativos do disputado cargo de presidente da Câmara dos Deputados. A eleição para definição do novo ocupante do cargo será no próximo dia 1º de fevereiro.
Considerado um dos postos mais poderosos da República, neste ano, a presidência da Câmara dos Deputados vem sendo disputada de forma bastante acirrada pelos quatro candidatos ao cargo: Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ). Mas o posto carregado de responsabilidades também tem seus atrativos. Veja alguns:
  • Carro oficial: O presidente da Câmara dos Deputados tem direito a carro oficial com dois motoristas (em esquema de revezamento) à disposição.
  • Gabinete exclusivo: Além do próprio gabinete como deputado federal, o presidente da Câmara tem direito a um gabinete exclusivo. As instalações são mais amplas que as de um gabinete comum e têm vista para a Praça dos Três Poderes, em Brasília. A assessoria de imprensa da Câmara não informou a área do local.
  • Residência oficial: Enquanto parte dos deputados tem direito a apartamentos funcionais de até 200 metros quadrados, o presidente da Câmara dos Deputados tem a seu dispor uma casa de 800 metros quadrados de área construída na região conhecida como Lago Sul, uma das mais nobres de Brasília. A casa tem quatro quartos, escritório, sala de jantar e piscina.
  • Viagens em aviões oficiais: O presidente da Câmara dos Deputados tem direito de viajar em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira). Os aviões só poderão ser utilizados se as viagens atenderem os seguintes requisitos: motivo de segurança e emergência médica, viagens a serviço e deslocamento para o local de residência permanente do presidente. Caso o presidente opte por viajar em avião de carreira, a despesa será paga pela Câmara.
  • Verbas para contratar funcionários: O presidente da Câmara tem direito a nomear 47 funcionários para o auxiliar no cargo. Juntos, os salários desses 47 funcionários custam R$ 4,2 milhões anualmente (doze salários, mais os valores referentes ao 13º salário). Além desses 47, é importante lembrar que todos os deputados (independente do cargo na mesa diretora) já têm direito a 25 funcionários e a uma verba de R$ 78 mil por mês. Na prática, o presidente da Câmara tem direito a 72 funcionários, que custam aos cofres públicos R$ 5,2 milhões por ano.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGA reportagem foi enviada pela comentarista Dorothy Lamour. Além de tudo isso, o presidente da Câmara tem direito às outras verbas de representação normal de qualquer deputado, que são as seguintes:
1) Ajuda de custo mensal, R$ 1.113.46; Cotão, cerca de R$ 33 mil (varia, dependendo do Estado). E este valores vão subir, a partir da entrega em vigor dos novos subsídios. 
Acredite se quiser. No Brasil, os representantes do povo saem muito mais caros do que os parlamentares de países ricos, como Estados Unidos, Inglaterra, França, Noruega e Suécia.  E fazem de tudo, menos trabalhar para o povo. (C.N.)

30 de janeiro de 2015
Leandro Prazeres
UOL

ADVOGADOS DE CERVERÓ QUEREM QUE O JUIZ MORO SEJA AFASTADO



Advogado mandou Cerveró ficar calado e ele obedeceu

Em novo depoimento à Polícia Federal nesta quarta (28), o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró resolveu ficar em silêncio e não deu explicações sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. A compra está sob investigação da Polícia Federal. A transação, feita em 2006 pelo comando do ex-diretor, resultou em prejuízo de US$ 792 milhões à estatal, segundo o TCU (Tribunal de Contas da União).

Preso desde o último dia 14 na Superintendência da PF em Curitiba, Cerveró, que já é réu numa ação penal por corrupção na Petrobras, havia dito que responderia a todas as questões que lhe fossem feitas. Depois, mudou de estratégia.

Nesta quarta-feira, em cerca de uma hora e meia de depoimento, Cerveró se limitou a respondeu que iria “utilizar o direito de permanecer em silêncio”.
Foi uma decisão da defesa. “Enquanto não for julgada a exceção de suspeição do juiz, ele não se manifesta”, afirmou o advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro.

ESTRATÉGIA DA DEFESA

Os advogados argumentam que o juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, não deve julgar a causa, já que os fatos pelos quais Cerveró é investigado aconteceram no Rio de Janeiro, e não em Curitiba.

Além disso, Ribeiro afirma que Moro se mostrou “totalmente suspeito e impedido” de julgar o processo. “O juiz fez uma manifestação no processo [durante o julgamento da prisão preventiva de Cerveró] em que antecipou sua convicção com relação à responsabilidade penal do Nestor”, disse o advogado à reportagem. “Eu não vou ficar legitimando algo que eu acho que está totalmente errado”.

Em defesa protocolada no Tribunal Regional Federal, os advogados de Cerveró atribuíram a responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena ao Conselho de Administração da Petrobras, na época presidido por Dilma Rousseff.

Segundo um laudo encomendado pela defesa e assinado pelo advogado André Saddy, o órgão foi “negligente” e cometeu uma “grave falha”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
A estratégia da defesa de Cerveró parece inteligente e bem armada. Aparentemente, poderia até ter procedência, pois crime no Rio de Janeiro não pode ser julgado em Curitiba. Acontece, porém, que o inquérito aberto no Paraná não é especificamente sobre Cerveró, ele é apenas parte do esquema e foi até preso bem depois dos demais. Se não fizer delação premiada, Cerveró vai dançar, com pressão do Planalto e tudo o mais. É melhor trocar de advogado. (C.N.)

30 de janeiro de 2015
Deu em O Tempo

JUSTIÇA QUEBRA SIGILOS DE GABRIELLI E BLOQUEIA OS SEUS BENS

 


A decisão atinge Gabrielli e outros envolvidos

A Justiça do Rio atendeu a um pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro para quebrar o sigilos bancário e fiscal do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, do ex-diretor de Serviços, Renato Duque, e do ex-gerente de executivo Pedro Barusco no período entre 2005 e 2010.
 
Também foram atingidos pela medida outros cinco executivos da estatal e a Construtora Andrade Gutierrez, que se tornou esta semana alvo de um novo inquérito da Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato.
 
Todos são acusados na ação civil pública de improbidade administrativa proposta em dezembro do ano passado pela promotora Gláucia Santana, que investiga indícios de superfaturamento das obras de ampliação e modernização do Centro de Pesquisas (Cenpes) e no Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD) da Petrobras, que ficam no Rio.
 
ARRESTO DOS BENS
 
A decisão, publicada ontem, foi tomada pela juíza Roseli Nalin, da 5ª Vara de Fazenda Pública do Rio, no último dia 26. Ela também determinou o arresto (bloqueio) dos bens dos acusados.
O período estipulado para a quebra do sigilo refere-se ao mandato em que Gabrielli dirigiu a Petrobras. Ele encabeça a lista de acusados porque, para o Ministério Público, ele “participou da decisão de contratação das obras do Cenpes sem que os projetos estivessem devidamente preparados e acabados” como o “o gestor maior” da empresa.
 
Na denúncia, Duque, que tinha Barusco como braço direito, é acusado de irregularidades em quatro contratos para as obras, apontadas em documentos do Tribunal de Contas da União (TCU), que teriam provocado superfaturamento de R$ 34,5 milhões.
 
SEM COMENTÁRIOS
 
Em nota, a Andrade Gutierrez informou que não pode comentar a decisão porque não foi notificada. Sobre a denúncia do Ministério Público do Rio, a construtora afirmou “que os contratos dos projetos realizados no Cenpes foram executados dentro do estabelecido nas diretrizes contratuais da Petrobras. A empresa esclarece ainda que as obras foram adequadamente concluídas e entregues.”
 
Sobre o envolvimento da construtora na Operação Lava Jato, a Andrade Gutierrez diz que “não tem ou teve qualquer relação com os fatos hoje investigados” e que “todos os contratos com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação”.
 
Gabrielli, Duque e Barusco não foram encontrados. No mês passado, quando a denúncia do MPRJ foi feita, a defesa de Duque afirmou que todos os contratos da Diretoria de Serviços passaram pela aprovação do departamento jurídico da Petrobras e seguiram os trâmites processuais adotados pela companhia.

30 de janeiro de 2015
30 de janeiro de 2015
Alexandre Rodrigues
O Globo

DO POETA MARIO QUINTANA...

 
30 de janeiro de 2015


GOVERNO RECUA NO SEGURO-DESÉMPREGO: E AGORA, LEVY?

 


Esta matéria é baseada na reportagem de Valdo Cruz e Juliana Sofia, Folha de São Paulo, manchete principal da edição de 27 de janeiro, e o título inspirado no famoso poema de Carlos Drumond de Andrade, “E agora, José”: A festa acabou, a noite esfriou, o povo sumiu: e agora, José?

Cabe bem transportar a essência poética para a posição a que o ministro Joaquim Levy foi conduzido, depois de ter afirmado ao Financial Times que o seguro-desemprego em nosso país estava ultrapassado e daí a necessidade de sua modernização.

E também o desconforto que lhe deve ter causado o conteúdo produzido por Valdo Cruz e Juliana Sofia anunciando que a presidente Dilma Rousseff irá modificar a medida provisória que alterou o sistema. A alteração da modificação apoiada pelo ministro da Fazenda deve tê-lo colhido de surpresa.

Desejo assinalar (isso no caso é importante) que escrevi este artigo na tarde de terça-feira, portanto antes do final da reunião da presidente com seus 39 ministros no Planalto. Pois é possível que Dilma tenha recuado do primeiro recuo, ou então tenha mesmo voltado atrás.
A questão é de difícil entendimento dadas as circunstâncias divergentes no posicionamento da equipe ministerial.

A Folha de São Paulo, ao mesmo tempo, destaca a reação contrária que a MP provocou junto às centrais sindicais, fato que teria feito o Poder Executivo reexaminar a iniciativa restritiva incluída na medida provisória original. Isso de um lado.

De outro, o temor de a lei não vir a ser referendada pelo Congresso, sobretudo porque o corte de 50% nas pensões por morte dos segurados faz parte também da MP em foco. Valdo Cruz e Juliana Sofia acentuam ainda que as declarações de Joaquim Levy foram classificadas como infelizes pela equipe do Palácio.
Principalmente porque Dilma Rousseff tem encontro com os representantes das centrais sindicais no próximo dia 3 de fevereiro.
 
PALPITE INFELIZ
 
O próprio Joaquim Levy – prosseguem Valdo e Juliana – reconheceu não ter sido feliz em suas afirmações, uma vez que defende correções no sistema, mas sem retirar direitos dos trabalhadores. Como seriam tais mudanças? – indago eu, pois não é possível cortar gastos com o seguro-desemprego sem modificar direitos trabalhistas.

A confusão se generaliza, pois em nota divulgada sábado à tarde e publicada nos jornais de domingo, o ministro Miguel Rossetto sustentou que o seguro-desemprego constitui uma cláusula pétrea da legislação. Não pode ser mudado nem através de emenda constitucional, acrescentou.
 
As centrais sindicais, incluindo a CUT, braço trabalhista do PT, já estão promovendo manifestações públicas contra a proposta do governo. A Força Sindical, adversária da CUT, no caso do seguro desemprego, encontra-se na mesma posição de crítica ao governo.
 
NOVO CONSTRANGIMENTO
 
Não foi a primeira vez que o ministro Joaquim Levy viu-se obrigado ao constrangimento de um recuo. Assim aconteceu quando sustentou que o primeiro trimestre de 2015 seria um período de recessão temporária.

No dia seguinte, através da Globonews, gravou um vídeo dizendo que cometeu um erro de palavra: em vez de recessão, ele queria dizer contração ou compressão econômica suportável pela economia. Não se referiu à população.
Agora, portanto pela segunda vez, é levado a uma revisão do que ele próprio considerou um erro de sua parte.
 
O titular da Fazenda, líder da equipe econômica, está indo de recuo a recuo, o que não é nada bom para ele e para o governo ao qual integra. Como harmonizar os cortes propostos nas despesas com seu efeito no custo de vida? Um enigma que necessita ser traduzido do economês para a prática.

DILMA PEDIU AOS MINISTROS QUE DESCUMPRAM A LEI ANTICORRUPÇÃO

 


E no final Dilma prometeu fazer várias leis que já existem…

Vivemos uma era em que tudo vai se tornando virtual, o que mais vale é a aparência, não a realidade, e o governo brasileiro decididamente entrou nessa fase. A política está cada vez mais nas mãos dos marqueteiros, que tentam vender a imagem da administração pública como se fosse uma marca de sabão ou desodorante.

Basta lembrar que as reuniões ministeriais, que antes tinham máxima importância e eram decisivas para o país, agora se transformaram em meras exibições teatrais, sob direção dos suspeitos de sempre – os marqueteiros. Tudo é marcado, delimitado, ninguém tem direito a falar, mas ao final da encenação todos os figurantes são obrigados a aplaudir, entusiasticamente.

Foi o que se viu na reunião ministerial desta terça-feira, com o assessor Marco Aurélio Garcia também à mesa, na condição de ministro sem pasta, compondo enfim a formação dos já esperados 40 personagens celebrizados no “Livro das Mil e Uma Noites”, da cultura árabe, em versão brasileira.

O DISCURSO DE MARQUETEIRO

Na badalada reunião, ninguém teve direito a dar sugestões ou opiniões, só houve o discurso presidencial, redigido sob inspiração do marqueteiro João Santana e supervisão do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Como se ainda estivéssemos na campanha eleitoral, a presidente Dilma voltou a destilar uma quantidade enorme de promessas e de justificativas para falhas, omissões e erros de seu desastrado governo.

Foi uma encenação desnecessária, para forjar um pronunciamento de improviso, mas que era lido através de um teleprompter, como se a presidente fosse uma apresentadora de TV. Teria sido muito mais simples e eficaz distribuir cópias aos 40 ministros, para evitar aquelas cenas constrangedoras de vê-los anotando sofregamente as palavras de Sua Excelência, como alunos em sala de aula de professora ranzinza.
Mas acontece que tudo é programado para a presidenta/governanta (royalties para a comentarista Teresa Fabricio) aparecer na TV fazendo de improviso as afirmações que escreveram para ela.

DESCUMPRINDO A LEI

O pior mesmo foi ver a oradora pregar acintosamente o descumprimento da Lei Anticorrupção, sancionada por ela e que está em vigor há mais de um ano, sem que o governo se preocupe em regulamentá-la, para que possa ser aplicada com maior precisão.

Nós devemos punir as pessoas e não destruir as empresas. As empresas, elas são essenciais para o Brasil. Nós temos que saber punir o crime, nós temos de saber fazer isso sem prejudicar a economia e o emprego do país. Nós temos de fechar as portas para a corrupção. Nós não podemos, de maneira alguma, fechar as portas para o crescimento, o progresso e o emprego. E queria dizer para vocês que punir, que ser capaz de combater a corrupção não significa, não pode significar a destruição de empresas privadas também. As empresas têm de ser preservadas, as pessoas que foram culpadas é que têm que ser punidas, não as empresas”, afirmou surpreendentemente Dilma Rousseff, demonstrando não ter a menor noção da existência da Lei Anticorrupção (Lei 12.846/13), aprovada pelo Congresso e sancionada por ela, repita-se, justamente para passar a punir também as empresas e reprimir com maior eficácia a corrupção.

DILMA NÃO ENTENDE O QUE LÊ

A culpa, sem dúvida, é do marqueteiro que escreveu o texto. A presidenta/governanta não tem a menor condição intelectual de entender o discurso que escreveram, faz tudo automaticamente, qualquer coisa que colocarem na frente ela lê.
Mas será que no Planalto não há nenhuma autoridade que saiba da existência da Lei Anticorrupção? Isso é uma confissão atroz de incompetência. O ex-ministro Jorge Hage, da Controladoria, conhecia bem a lei e fez até um projeto de regulamentação, que há 9 meses dorme numa gaveta do governo. Com a saída de Hage, o Planalto virou um deserto de homens e ideias, como diria Oswaldo Aranha.

Bem, ao final do discurso lido de improviso, houve a apoteose carnavalesca da presidenta/governanta: “E quero dizer para vocês que nós seremos implacáveis no combate aos corruptores e aos corruptos”, prometeu, passando então a ler a relação de propostas que supostamente pretende enviar ao Congresso, sem saber que quase todas elas já são previstas em lei ou constam de projetos há anos em tramitação e que seu governo nada faz para aprovar.

Com dissemos no início, isso acontece porque se trata de um governo virtual, comandado pelo marqueteiro chamado João Santana, que merece ser considerado o 41º ministro de Dilma, pois é único a quem ela ouve e obedece.

30 de janeiro de 2015
Carlos Newton

REPASSES AO BNDES FAZEM DÍVIDA PÚBLICA AUMENTAR 8,1%





Impulsionada pelas emissões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Dívida Pública Federal (DPF) encerrou 2014 em R$ 2,296 trilhões. O montante é 8,15% maior que o registrado no fim de 2013 (R$ 2,123 trilhões).

Somente no ano passado, a DPF subiu R$ 173 bilhões. Aproximadamente um terço deste total – R$ 60 bilhões – correspondeu aos aportes do Tesouro Nacional ao BNDES, realizados em duas etapas: R$ 30 bilhões em junho e R$ 30 bilhões em dezembro. Por meio desse mecanismo, o Tesouro empresta títulos ao BNDES. O banco de fomento vende os papéis no mercado para aumentar o capital e emprestar mais recursos a empresas.

Apesar de ter subido, a Dívida Pública Federal encerrou 2014 dentro dos limites estabelecidos pelo Tesouro Nacional. O Plano Anual de Financiamento, documento apresentado todos os anos pelo órgão, previa que a DPF chegaria ao fim do ano passado entre R$ 2,17 trilhões e R$ 2,32 trilhões.

SUBIU QUASE 4% EM DEZEMBRO

A dívida pública mobiliária (em títulos) interna saltou 3,98% no mês passado, de R$ 2,1 trilhões em novembro para R$ 2,184 trilhões em dezembro. Isto ocorreu porque o Tesouro emitiu R$ 62 bilhões em títulos públicos a mais do que resgatou e por causa da incorporação de R$ 21,6 bilhões em juros.

O reconhecimento de juros ocorre porque o valor que o Tesouro se compromete a pagar aos compradores de títulos públicos no vencimento dos papéis é incorporado gradualmente ao total da dívida.

Por meio da dívida pública, o Tesouro Nacional pega recursos emprestados de investidores para honrar compromissos no curto prazo. Em troca, o governo compromete-se a devolver o valor no vencimento dos papéis acrescidos de alguma correção, que pode ser prefixada (definida com antecedência) ou seguir a taxa Selic (juros básicos da economia), inflação ou o câmbio.

A dívida pública externa também apresentou forte crescimento em dezembro, aumentando 3,06% e encerrando 2014 em R$ 112,29 bilhões. A alta foi provocada principalmente pela valorização de 3,75% do dólar em dezembro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGHipoteticamente, quanto mais recursos forem repassados ao BNDES, melhor, porque a função do banco é justamente de apoiar o empresariado nacional e colocar a economia para crescer. Mas na gestão de Luciano Coutinho, o BNDES e a economia entraram em retrocesso e ninguém sabe para onde estão indo os recursos, porque o banco não tem mais transparência, embora a legislação assim o obrigue. Mas quem se interessa em cumprir a lei aqui no Brasil? (C.N.)

30 de janeiro de 2015
Deu na Agência Brasil

A VACA ESTÁ TOSSINDO

“Falta alguém em Nuremberg”



Gostaria que essa matéria recebesse o título “Falta alguém em Nuremberg”, como a série de reportagens e o livro do jornalista David Nasser, sobre as atrocidades cometidas pela polícia política da ditadura Vargas, chefiada por Filinto Müller.
Quando puder, vou escrever o “fora” que dei certa vez, quando o mesmo Filinto, na época senador e presidente da Arena, me telefonou para obter uma informação e o mandei para aquele lugar, pensando que era um trote do amigo Orlando Vaz, useiro e vezeiro nesse procedimento. Fiz isso e depois quase morri de medo…

E por que “Falta alguém em Nuremberg”? Porque toda essa confusão que se espalha em nosso país tem no ex-Luiz o único responsável. Então: ele não tem nada a ver com mensalão, petrolão, dívida externa, corrupção endêmica e lasciva, enriquecimento ilícito.
Descaradamente, nunca sabe de nada. Pai político de Dona Dilma, que também nada sabe, mas não seria capaz de fazer sozinha metade da confusão em que o Brasil está metido, não fosse ela parte complementar, como o décimo dedo (ou o primeiro, de lá pra cá). E o ex-Luiz ainda não foi processado?

Zé Dirceu está preso, mas fazendo reunião política para enquadrar os dois, ex-Luiz e Dona Dilma, nos termos do PT que eles, os presos e alguns soltos, como Palocci, Vaccari et caterva, querem. Ainda não desconfiou que voltar a “fazer o que fizeram em 12 anos” só com outra revolução… Imagino o quanto deve ser horrível ganhar e não levar uma eleição, mas…

O MUTISMO DE DILMA

Há mais de 30 dias, Dona Dilma não se digna a falar. Sumiu. Mas deixar de ir a Davos, onde estão os principais líderes do mundo, para falar, além de economia, sobre o problema maior, que é o clima do mundo, para ir à Bolívia prestigiar a posse do cocaleiro Evo Morales é menosprezar nosso país, ainda que hoje mais pareça um malcheiroso pântano de corruptos.

Ainda bem que Deus escreve certo por linhas tortas: de tanto falar dos militares e das eleições indiretas das ditaduras, o PT se viu obrigado a aceitar um governo de fato e a perder o de direito, exercido, para nossa sorte, pelo ilustre ministro Joaquim Levy, da Fazenda, indicado pela cúpula do poder econômico do país.

Dona Dilma nem sabe o que está acontecendo, ou talvez saiba demais que o governo está fazendo justamente o contrário do que ela e seus asseclas garantiram, durante sua campanha, que não fariam “nem que a vaca tossisse”, lembram?

Bem, já aumentaram os impostos, os ladrões ainda estão soltos, a Indonésia está morrendo de medo de nós, viúvas ou viúvos não poderão mais receber pensão pela morte dos cônjuges, funcionários das embaixadas estão sem receber e vivendo de favor e constrangimentos, São Pedro está p. da vida com os brasileiros, que, mesmo sabendo que a vaca ia tossir, votaram no PT, e por aí vai… Enfim ou ao fim, “quem pariu Mateus que o embale”, né?

(transcrito de O Tempo)

30 de janeiro de 2015
 

SE MARTA SUPLICY CONTAR O QUE SABE, O BRASIL VIRA UMA INDONÉSIA

 

Marta vai decidir se fala tudo ou se cala

Várias metáforas dilatadas permeiam o jornalismo na questão das fontes. Há quem diga que boa notícia não nasce no convento. Para outros, boa notícia é como flor de lótus: é linda, mas para ser colhida há que se encharcar na lama do pântano, onde ele vivifica.

Outros dirão que boa notícia só se colhe usando escafandro. Este blog prefere a metáfora do âmbar-gris. Trata-se de uma concreção, uma pedra, a habitar o intestino dos cachalotes. Estes, quando comem lulas gigantes, não lhes conseguem digerir o bico. E este, daí, vira um tumor, instalado no aparelho excretor do bicho grande.

Baleeiros se matam para ver quem atinge primeiro os países baixos do cachalote: afinal é lá que está o âmbar gris. Uai: para que lutar para se atingir uma pedra que é um tumor brotado de uma lula, e que está “dans le cu” de um cachalote? Porque o âmbar gris é a base dos perfumes mais caros do planeta.

Como deus é irônico, não? A base de confecção de nossas fragrâncias mais sedutoras é um câncer que nasce naquele lugar de um bicho que vive de devorar lulas gigantes.
Gostou do tema? Em Moby Dick, reportagem que Herman Melville levou 14 anos apurando (e travestiu de romance) há todo um capítulo sobre o âmbar gris. Pois bem: Marta Suplicy virou o âmbar gris da imprensa.

ATRÁS DE MARTA…

De ontem para agora conversei com quatro grandes repórteres: todos aviam sido pautados para colarem na Marta, porque dela pode vir a grande bomba de neutrons a matar apenas os petistas, mas deixar em pé a estrutura do partido.

Esse é um raro axioma seguido pelos repórteres: dê um grude no cidadão machucado que ele fará bem para a cidadania. Está disposto, pelas chagas que sofreu, a melhorar o país: nem que isso o faça explodir todas as pontes políticas pavimentadas ao longo de sua vida.
Luiz da Costa Pinto, então em Veja, grudou no Pedro Collor e este lhe ajudou a derrubar o irmão presidente. Xico Sá, então na Folha, grudou no PC Farias e ganhou um Esso. Hoje meio mundo gruda nos advogados de Youssef e Costa, para ver se tiram uma casquinha.

TUMA JÚNIOR

Assim que meu velho amigo Romeu Tuma Junior deixou a secretaria de Justiça do ex-presidente Lula, passamos a conversar. Nosso livro ficou 20 semanas seguidas em primeiro lugar na lista dos mais vendidos.

Pois bem: até agora ninguém sabe em que grau Marta Suplicy vai falar. Mas o reportariado sabe que, se ela contar tudo o que sabe, a República fica de quatro e Dilma vai acordar, no outro dia, num outro país…

Marta, quem diria, virou o âmbar gris da oposição. Seu artigo na Folha foi apenas um tiro de aviso. Se ela resolver não ser política ao extremo, e não negociar o seu silêncio sobre os trambiques e sinecuras que viu, um novo pelotão de fuzilamento vai chocar a brasilidade.
Os repórteres sabem disso: e esta semana só pensam em Marta enquanto respiram…

30 de janeiro de 2015
Claudio Tognolli
Yahoo

CORRUPÇÃO PARTIU DE POLÍTICOS E DA PETROBRAS, DIZ DEFESA DE YOUSSEF

 


Advogado diz que Youssef foi incluído no esquema

A corrupção na Petrobras, investigada pela Operação Lava Jato, partiu de políticos e de dirigentes da própria estatal para servir a um projeto de poder do PT e de dois partidos da base aliada, o PP e o PMDB, e o doleiro Alberto Youssef tinha um papel acessório nesse processo. Esta é a essência da defesa do doleiro, enviada esta quarta-feira (28) à Justiça Federal do Paraná pelo advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto.
 
Segundo afirma Basto, a liderança dos esquemas de fraude era exercida por políticos e agentes públicos, e não pelo doleiro, ao contrário do que apontam procuradores, policiais e o juiz federal Sergio Moro.
 
“O Alberto nunca atuou para corromper. Ele nunca corrompeu o Paulo Roberto Costa. A corrupção veio de dentro da Petrobras”, disse à Folha, referindo-se ao ex-diretor da estatal, que também foi preso e hoje está em prisão domiciliar após ter feito um acordo de delação premiada. “Eu não estou dizendo que o Alberto é anjo, mas ele só cuidava da última fase do processo, que é lavagem de dinheiro.”
 
A PIOR TRÍADE
 
Segundo os depoimentos no âmbito da delação premiada de Costa e de Youssef, os três partidos ficavam com um percentual sobre o valor dos contratos com a estatal que variava de 1% a 3%. Para a defesa, o trabalho do doleiro dependia de um tripé formado pela Petrobras, políticos e empreiteiras e “tinha uma importância menor.”
 
“A pior tríade que existe são as organizações de poder, traficantes e terroristas”, cita Basto.
Nos dez processos em que o doleiro é réu, ele é acusado de lavagem de dinheiro, evasão de divisas que somam US$ 444,5 milhões, formação de organização criminosa, operação de instituição financeira sem autorização do Banco Central e uso de falsa identidade.
 
DELAÇÃO PREMIADA
 
No acordo de delação premiada que fechou com procuradores, o doleiro diz te revelado quem eram seus contatos nas empreiteiras, o que levou à prisão de uma série de empresários e executivos, dos quais 11 continuam na custódia da Polícia Federal de Curitiba há mais de 60 dias.
 
Ele também se comprometeu a pagar uma multa de cerca de R$ 50 milhões. Em troca, terá uma pena que pode ir de três a cinco anos. Sem o acordo, ele poderia pegar até 240 anos de prisão, segundo estimativa de seu advogado.
 
Basto também refuta na defesa que seu cliente tenha praticado qualquer crime antecedente da lavagem de dinheiro, como exigia a lei que vigorou até 2012. Essa lei exigia que, para haver condenação por lavagem de dinheiro, era necessário haver um crime antecedente, como sequestro, tráfico de drogas e crime contra o sistema financeiro, entre outros. A nova lei extinguiu essa necessidade.
 
O advogado pede também a unificação dos dez processos num só, por considerar que a divisão é superficial e prejudica o doleiro. Com um processo, ele teria uma única pena, e não dez.
 
PAULO FRANCIS
 
Basto lembra na defesa que a suspeita de corrupção na Petrobras não começou com a chegada do PT ao poder, em 20032 – as acusações contra o doleiro cobrem o período que vai de 2004 a 2014. Ele cita o caso do jornalista Paulo Francis, que em 1996, no governo de Fernando Henrique Cardoso, disse na TV, sem ter provas, que a cúpula da Petrobras tinha contas na Suíça.
 
O presidente da Petrobras à época, Carlos Rennó, abriu um processo conta ele nos EUA, pedindo uma indenização de US$ 100 milhões. Amigos de Francis associam a ação judicial à morte dele, em 1997. O jornalista não teria como pagar uma indenização tão alta.
 
No governo do PT, o esquema da Petrobras seria uma espécie de “sucedâneo do mensalão”, ainda conforme o advogado.
 
CITANDO CAMUS
 
Segundo Basto, sua defesa foi guiada filosoficamente pelo livro “O Homem Revoltado”, de Albert Camus (1913-1960), o argelino que ganhou o Nobel de literatura em 1957.
 
“Há crimes de paixão e crimes de lógica. O código penal distingue um do outro, bastante comodamente, pela premeditação. Estamos na época da premeditação e do crime perfeito. Nossos criminosos não são mais crianças desarmadas que invocam a desculpa do amor. São, ao contrário, adultos e seu álibi é irrefutável: a filosofia pode servir para tudo tudo, até mesmo para transformar assassinos em juízes”.
 
Segundo Basto, o juiz da frase não é uma menção a Moro. Pelo contrário, diz: “É uma referência ao vale tudo do processo, à tentativa dos criminosos de desconstruir o juiz para que os verdadeiros criminosos sejam inocentados”.
Procurada pela reportagem, a Petrobras não se manifestou até a conclusão deste texto.

30 de janeiro de 2015
Mario Cesar Carvalho
Folha

FIDEL DEFENDE ACORDO, MAS DIZ NÃO CONFIAR NOS AMERICANOS



Em sua primeira mensagem desde o acordo entre Cuba e Estados Unidos, o ex-ditador Fidel Castro disse que não confia nos americanos, embora defenda o diálogo entre seu irmão, Raúl, e o presidente Barack Obama.

“Não confio na política dos Estados Unidos nem troquei nenhuma palavra com eles, sem que isso signifique, tampouco, uma rejeição a uma solução pacífica dos conflitos ou perigos de guerra”, disse no texto, com data de segunda-feira (26).
Fidel considera que as negociações entre os americanos e qualquer país da América Latina devem seguir as normas internacionais da diplomacia, ou seja, em igualdade de condições. “Defenderemos sempre a cooperação e a amizade com todos os povos do mundo e, entre eles, os nossos adversários políticos.”

A primeira mensagem sobre a retomada das relações diplomáticas com os americanos foi feita por meio de uma carta à Federação de Estudantes Universitários de Cuba, que completa 70 anos.

NO ENTERRO DE MANDELA

No texto, ele também afirma que o primeiro gesto de aproximação entre os dois países ocorreu no velório do líder negro e ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, em dezembro de 2013.
Na ocasião, Raúl Castro e Barack Obama se cumprimentaram, marcando uma trégua na relação entre os dois países. No final da carta, ele cita ainda as mudanças climáticas e o crescimento da população mundial para que todos os países criem normas para garantir a dignidade de todos os povos.

O silêncio de Fidel alimentou rumores sobre sua saúde e até sobre sua morte no início do mês, até que o ex-jogador de futebol argentino Diego Maradona, seu amigo pessoal e que estava de visita em Havana, anunciou há duas semanas ter recebido uma carta do ex-ditador.
A última aparição pública de Fidel foi em 8 de janeiro de 2014, quando assistiu à inauguração de uma galeria do artista cubano Alexis Leyva “Kcho”, também seu amigo.

CÚPULA

A carta de Fidel FOI divulgada na véspera da cúpula da Celac, grupo fundado pelo então presidente venezuelano Hugo Chávez para ser uma alternativa à OEA (Organização dos Estados Americanos), que não admite Cuba.

Para analistas, o discurso positivo do presidente Barack Obama para a América Latina e as ações graduais sobre Cuba implementadas desde dezembro já seriam suficientes para questionar duas das principais premissas da criação da Celac: a existência de um bloco que faça frente à influência dos EUA no continente e a inclusão de Cuba num grande fórum regional.

No último caso, acredita-se que o movimento dos dois países pode tornar o retorno de Cuba à OEA mais factível.
“Agora que os EUA começaram sua própria discussão para normalizar as relações, a principal função da Celac deixa de existir”, diz Christopher Sabatini, da Universidade Columbia (EUA).

30 de janeiro de 2015
Deu na Folha

NÃO FOI BEM UM BOFETE DE LUVAS, MAS UMA CACETADA NO NARIZ

EMPREITEIRO DENUNCIA IMPUNIDADE DE ODEBRECHT E ANDRADE GUTIERREZ





Em defesa apresentada em ação ligada à Operação Lava Jato nesta quinta-feira (29), os advogados que representam a construtora UTC incluíram como testemunhas oito políticos, sendo quatro do PT, um do PSDB, um do DEM, um do PPS e um do Pros. Entre os petistas, foram listados como testemunhas o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o deputado e candidato à Presidência da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo.
Também foi arrolado o atual secretário de Saúde da cidade de São Paulo, José de Filippi Júnior, que atuou como tesoureiro da campanha presidencial do partido em 2006, quando o candidato foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Foram chamados, ainda, os deputados federais Paulo Pereira da Silva (SD-SP) —o Paulinho da Força—, Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Jutahy Júnior (PSDB-BA), além do ex-deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

O presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa —preso na sétima fase da Lava Jato—, foi apontado por um dos delatores como coordenador de um “clube de propina” formado por empreiteiras. O executivo continua detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, desde novembro do ano passado.

NÃO HÁ PROVAS, DIZ ADVOGADO

Em entrevista à Folha, o criminalista Alberto Toron, cujo escritório representa Pessoa e a UTC, disse que não há provas contra seu cliente. “Até este momento o Supremo coonestou com uma verdadeira farsa”, disse.

A defesa da UTC questiona ainda por que as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez não têm denúncia do Ministério Público contra elas e não foram incluídas como rés em ações penais, ao contrário do que ocorreu com as outras empresas investigadas pela Operação Lava Jato.

TRATAMENTO DIFERENCIADO

“A denúncia sustenta que a dita organização criminosa era constituída, entre outras empreiteiras, pela Odebrecht e Andrade Gutierrez. Ocorre que não se vê nenhum controlador ou mesmo executivo destas empresas no polo passivo desta ação penal”, diz trecho do documento.

“Das duas uma: ou não há prova quanto a estes para colocá-los desde logo no banco dos réus e, portanto, é indevida a referência a tais empresas; ou, se há provas, deve haver, para usarmos um eufemismo, ‘particularidades’, que as distinguem e que, portanto, ‘recomendam’ a instauração de ação penal distinta”, continua, sugerindo um tratamento diferente a essas empresas.
Na peça, os advogados da UTC dizem que a situação leva ao cerceamento da defesa de seus clientes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Ricardo Pessoa é uma das peças-chave. Está fechando a delação premiada e vai destruir João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, que era o apanhador no campo de centeio, digamos assim. É certo que Vaccari não tarda a ser preso, se já não tiver fugido. Ele é o homem-bomba do PT, que pode destruir Dirceu, Lula, Dilma & Cia. (C.N.)

HÁ CARTÉIS TAMBÉM EM OUTRAS ESTATAIS, DIZ EX-DIRETOR DA PETROBRAS

 


Paulo Roberto Costa revela como funcionava o esquema

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou ter recebido até R$ 8 milhões da construtora Andrade Gutierrez e da Estre Ambiental, especializada em coleta e tratamento de lixo.

Apesar de já citadas ao longo da Operação Lava Jato, é o primeiro depoimento de Costa em sua delação premiada que vem a público citando valores recebidos dessas duas empresas.
A maior parte, “entre US$ 2 milhões a US$ 2,5 milhões”, foi paga pela empreiteira, segundo ele, e R$ 1,4 milhão, pela da Estre Ambiental. As informações constam em depoimentos prestados por Costa em sua delação premiada.

O ex-diretor reafirmou a versão dada à CPI mista da Petrobras. Costa sustenta que, a exemplo do que ocorria na estatal, empresas privadas também formaram carteis para atuar em outras áreas do governo: “Eletrobras, construção de hidrelétricas, portos e aeroportos”, elencou.

PROPINA DOS PARTIDOS

Paulo Roberto Costa voltou detalhar o quinhão da propina que cabia a partidos –principalmente PP e PMDB– e autoridades.
De acordo com Costa, “60% eram para políticos”, 20% eram repartidos entre ele e o operador do esquema, responsável por receber das empresas e repassar ao ex-diretor, e o restante cobria eventuais custos.

No primeiro momento, a função de intermediar a negociata era do ex-deputado José Janene, morto em 2010, quando foi substituído pelo Alberto Youssef. Mais adiante, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, também passou a recolher o dinheiro.

ANDRADE GUTIERREZ INTERMEDIAVA

Costa afirmou que o ex-presidente da área de Engenharia da Andrade Gutierrez Paulo Dalmaso era quem tratava dos pagamentos de suborno, diretamente com Fernando Baiano.

Paulo Roberto Costa contou ter sido informado por Baiano, entre 2011 e 2013, que havia US$ 4 milhões à sua disposição depositados numa conta em Lichtenstein, na Europa. Desse montante, “entre US$ 2 milhões e US$ 2,5 milhões eram oriundos de valores pagos pela Andrade Gutierrez”.
Em outro depoimento, Costa já havia acusado a empreiteira de subornar diretores da Petrobras, mas não especificou, porém, quanto havia recebido da empresa.

Nessa nova etapa da delação, o ex-diretor disse que a Estre pagou-lhe R$ 1,4 milhão em propina, pois tinha interesse em prestar serviço para a Transpetro, transportando etanol entre os estados de Mato Grosso e São Paulo.

O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, está licenciado do cargo desde o início de novembro do ano passado. Ele se afastou depois que o mesmo Paulo Roberto Costa o acusou de ter recebido R$ 500 mil relativos à participação do esquema de corrupção na estatal.

BAIANO PAGAVA A PROPINA

O ex-diretor disse que Wlison Quintela Filho representava a Estre e mantinha contato com Fernando Baiano para fazer o dinheiro chegar à diretoria da petroleira.
Paulo Roberto Costa disse acreditar que o R$ 1,4 milhões pago pela Estre, por intermédio de Baiano, não teve relação com o projeto que interessava à empresa. Para o ex-diretor, o valor foi dado a ele como “uma espécie de agrado”, definiu em seu depoimento.
Ele acrescentou que, como membro do Conselho de Administração da Petrobras, sua ingerência nas licitações da Transpetro limitava-se a incluir empresas no certame. Não tinha poderes, entretanto, para interferir na escolha do vencedor.

30 de janeiro de 2015
Gabriel Mascarenhas, Severino Motta, Rubens Valente e Aguirre Talento
Folha

O DOCUMENTO MAIS VERGONHOSO DA HISTÓRIA

Artigos - Movimento Revolucionário 
Hoje serei profeta mais uma vez: se os financistas judeus, dentro ou fora da Europa, conseguirem submergir mais uma vez as nações noutra guerra mundial, o resultado não será a bolchevização do planeta, portanto a vitória dos judeus, mas a aniquilação da raça judia na Europa.

Adolf Hitler

Discurso no Reichstag em 30 de janeiro de 1939.


Há 73 anos reuniam-se numa vila às margens do Lago Wannsee nos arrabaldes de Berlin, quinze membros civis do regime nazista, oficiais das SS e representantes do partido para elaborar um documento que veio a ser chamado de Protocolo de Wannsee: a Endlösung der Judenfrage - a Solução Final da Questão Judaica na Europa. 20 de janeiro permanecerá para sempre um dos dias mais infames da história da humanidade.



56-58 Am Grossen Wannsee, Berlin

A Reunião

Entre os quinze presentes basta nomear o SS-Obergruppenführer (1), Reinhard Heydrich, chefe da SIPO (2) e do SD, SS-Gruppenführer Heinrich Müller, do RSHA e chefe da Gestapo, e o SS-Obersturmbamführer Adolf Eichmann, chefe da Seção IV B4 do RSHA, responsável pela logística da Solução Final. A reunião ocorria a pedido do Reichsmarshall Hermann Göring e, obviamente, do Führer, para decidir como implementar dois pontos importantes:


a) a expulsão dos judeus de todas as esferas da vida do povo alemão, e

b) a expulsão dos judeus do espaço geográfico ocupado ou que viria a ser ocupado pelo povo alemão.

As dúvidas se referiam às Leis de Nuremberg, de 1935 (3):

1ª Lei - LEI DA BANDEIRA DO REICH: “a partir de agora as cores nacionais são negro, vermelho e branco e a bandeira da Suástica passa a ser a bandeira nacional”.

2ª Lei – LEI DA CIDADANIA: “estabelece a fundamental distinção entre ‘cidadãos do Reich’, com total direitos civis, e ‘súditos’ que passavam a ser privados daqueles direitos. Somente aqueles de sangue alemão, ou relacionado, podem ser cidadãos. Portanto, daquele momento em diante os judeus passavam a ter, de fato, um status semelhante a estrangeiros”.

3ª Lei – LEI PARA A DEFESA DO SANGUE E DA HONRA ALEMÃES: “proibia o casamento e relações extramaritais entre judeus e cidadãos de sangue alemão ou similar. Casamentos contratados em desconhecimento desta Lei, mesmo se fora da Alemanha, eram considerados inválidos. Judeus eram proibidos de empregar em suas casas cidadãs alemãs abaixo de quarenta e cinco anos de idade. Finalmente, judeus estavam proibidos de içar a Bandeira do Reich (uma ofensa à honra alemã), mas podiam usar suas próprias cores”.


SS-Obergruppenführer Reinhard Heydrich

O preâmbulo para a 3ª Lei revelava todas suas implicações:


“Plenamente conscientes de que a pureza do sangue alemão é a condição de sobrevivência do Volk (4) Alemão e animados pela firme vontade de assegurar para sempre a Nação Alemã, o Reichstag decidiu por unanimidade aprovar a seguinte Lei, que é agora proclamada”. Seguia-se o § 1º: “Casamentos entre judeus e cidadãos de sangue alemão ou relacionados são proibidos”.


Na reunião foi adotada uma solução provisória (5), a aceleração da emigração judaica do território Reich. Já havia sido criado em 1939 um Escritório Central da Emigração Judaica cujas tarefas mais importantes eram:

a) fazer todos os arranjos necessários para preparar o incremento da emigração dos judeus,

b) dirigir o fluxo da emigração,

c) acelerar o processo de emigração de cada caso individual.

Estas ações eram apenas um alívio temporário enquanto se preparava a Solução Final do problema judaico, que envolvia aproximadamente 11 milhões de judeus, a maioria da Polônia (2.284.000), na Rússia (5.000.000) e na Ucrânia (2.994.694). Estes números se referiam apenas aos judeus que ainda aderiam à religião judaica, pois alguns países ainda não tinham uma classificação racial.

Os antecedentes

 A violência desencadeada pelos alemães contra os judeus, principalmente na Polônia pode parecer, numa retrospectiva, como o desencadeamento da “Solução Final”. Os ataques violentos dos Einzatsgruppen (2) no início da campanha polonesa e o crescente terror que se seguiu parecem enfatizar esta continuidade. Simultaneamente, não havia nenhuma indicação oficial, muitos menos em detalhes. Em instruções aos Einzatsgruppen em 21 de setembro de 1939 Heydrich mencionou um “objetivo final”, mas não entrou em detalhes.


Em termos de decisões políticas, de medidas administrativas e de planos seletivos de assassinato em massa no Leste, a “Solução Final da Questão Judia na Europa” não eram ainda aparentes no início de junho de 1941. No entanto, a crescente violência na Polônia ocupada criou uma área indistinta de permissividade mortífera que, embora não planejada (?) facilitou a política de morticínio mais sistemático (6).

Em seu discurso de 30 de janeiro de 1940, Hitler concluiu sua “profecia” de 1939 (epígrafe) expressou a esperança de que um maior número de europeus seguiriam a liderança anti-judaica alemã:

“Já agora nosso conhecimento racial penetra um povo depois do outro e espero que também aqueles que hoje ainda são nossos inimigos reconhecerão, um dia, seu maior inimigo interno e se juntarão a nós numa frente única: um front contra a exploração Judia internacional e sua corrupção das nações”.


O Führer sabia do que estava falando. Nove dias antes a capital da Romênia, Bucareste, foi alvo de um ataque pela Guarda de Ferro, apoiada pelas SS, num banho de sangue promovido pelos legionários de Horia Sima, com a morte reconhecida de pelo menos 93 judeus. Mas sabe-se que os judeus assassinados em Straulesti com extrema ferocidade foram pendurados nos ganchos de um abatedouro de gado com o cartaz “Comida Kosher”.
A Guarda de Ferro derivava da organização antissemita Legião do Arcanjo Miguel, dirigida por Corneliu Zelea Codreanu e, juntamente com o Exército, derrubaram o Rei Carol em 6 de setembro de 1940, assumindo o poder o Comandante-em-Chefe do Exército, Ion Antonescu e Horia Sima.

Na Bélgica, principalmente na área flemish, e França (ocupada e Vichy) não havia necessidade de apelo algum. A tradição antissemita disfarçada abriu-se totalmente com a ocupação alemã e com a fundação do regime de Vichy. Hitler encontrou-se com o Marechal Pétain em Montoire em 24 de outubro de 1940 sendo proclamada a colaboração entre o regime de Vichy e o Reich.
Já em 18 de outubro os bens judeus que não haviam sido congelados poderiam ser administrados por “meios especiais”. Em fevereiro de 1941 a “arianização” progredia a passos largos em ambas as regiões da França com a total colaboração do povo francês.
Os negócios judeus foram colocados sob o controle de comissaires-gérants estimulando inúmeros vilões a comprar os negócios dos judeus por preços aviltantes.

Na opinião do autor do presente artigo (De Paola) os planos para a execução da Solução Final já existiam desde, no mínimo, 1925, na primeira edição do Mein Kampf, se não já antes, durante a I Guerra, e eram conhecidos da cúpula nazista, principalmente Himmler, Göring, Goebbels, Heydrich, Müller, Kaltenbrunner, Hans Frank, Rosenberg, von Schirach, Hess, Streicher, várias altas patentes das Forças Armadas como Keitel, Guderian, Witzleben, Rommel, von Kleist, Halder, etc. A aparente “evolução gradual” do pensamento anti-judaico não passou de pura desinformação para não chocar o mundo e principalmente o povo alemão que, embora antissemita, teve que ser preparado aos poucos para aceitar as soluções mais violentas. Ideias esdrúxulas como emigração para Madagascar e outros lugares serviram de cobertura para a preparação da “Solução Final”.
O Protocolo

 No planejamento da Solução Final, as Leis de Nuremberg (1935) formaram o pano de fundo para providenciar uma solução completa para a questão de casamentos mistos e pessoas de sangue misto (Mischilinge: mestiços):


1) Pessoas de sangue misto de primeiro grau (pai ou mãe judeu) serão tratados como judeus com exceção de:

a) se desses casamentos resultaram filhos (mestiços de segundo grau): estes seriam tratados como essencialmente alemães;

b) mestiços de primeiro grau para quem os altos escalões do Partido já tivessem emitido isenção em alguma esfera da vida. O pré-requisito para qualquer isenção deveria ser algum mérito pessoal. Estas pessoas seriam esterilizadas para prevenir novos filhos e eliminar o problema de mestiçagem para sempre. A esterilização deveria ser voluntária, mas com a condição de que não saíssem do território do Reich. Seriam levantadas todas as restrições anteriores.

2) Pessoas da sangue misto de segundo grau: serão tratadas como essencialmente alemães com as seguintes exceções:

a) aqueles mestiços que nasceram de casamentos bastardos (ambos os pais mestiços),

b) tenham aparência indesejável que os marque externamente como judeus,

c) tenham fichas policiais ou políticas sujas que demonstrem que se sente e se comporta como judeu,

3) Casamentos de judeus completos com pessoas de sangue germânico: deveria ser decidido caso a caso que o parceiro judeu poderia ser evacuado ou mandado para um gueto de pessoas idosas, para onde iriam todos os judeus acima de 65 anos de idade, os veteranos da Grande Guerra feridos e aqueles com condecorações de guerra (Cruz de Ferro Primeira Classe) – principalmente Theresiendtadt.

4) Casamentos de pessoas de sangue misto de primeiro grau com pessoas de sangue germânico,

a) sem filhos: o mestiço de primeiro grau será evacuado ou mandado para um gueto de pessoas idosas,

b) com filhos: os filhos deverão ser tratados como judeus, evacuados ou mandados para um gueto com o genitor mestiço de primeiro grau,

5) Casamentos entre mestiços de primeiro grau com judeus: todos os membros da família, inclusive os filhos, serão tratados como judeus e evacuados ou mandados para um gueto.

6) Casamentos entre mestiços de primeiro grau e mestiços de segundo grau: ambos serão evacuados ou mandados para um gueto, independentemente se do casamento resultaram filhos porque, tendo como regra que estas crianças tenham forte sangue judaico.

Os judeus que trabalhassem em indústrias essenciais para os esforços de guerra não seriam evacuados caso não fosse possível sua substituição por trabalhadores alemães.

Foram propostas e aceitas sugestões de esterilização forçada de todos os judeus ou mestiços que por qualquer razão não fossem evacuados ou mandados para guetos. Também se decidiu que todos os casamentos entre judeus ou mestiços com pessoas de sangue germânico fossem automaticamente dissolvidos.

No curso da Solução Final e sob liderança apropriada, os judeus deverão ser alocados a trabalhos no Leste, em grandes colunas divididas por sexo; os judeus capazes de trabalhar serão destinados à construção de estradas em direção ao Leste. Sem dúvida a maioria será eliminada por causas naturais. Todos os sobreviventes serão dos elementos mais resistentes. Eles deverão ser tratados adequadamente porque, por seleção natural, poderão formar o germe de um renascimento judaico. Durante a execução da Solução Final a Europa será passada a pente fino de Oeste para Leste. A Alemanha, incluindo o Protetorado da Boêmia e Morávia deverão ser tratadas de acordo com as possibilidades de encontrar locais, tanto quanto as necessidades sociais e políticas.

"As maiores ações de evacuação começarão quando a situação militar permitir. A respeito do manejo da Solução Final nos países europeus ocupados ou influenciados por nós, propomos que os experts do Ministério do Exterior discutam a matéria com os relevantes oficiais da SIPO e do SD.

"Na Eslováquia e na Croácia não será tão difícil já que os problemas mais substanciais já estão perto de uma solução. Na Romênia o governo local já providenciou um Comissariado para Assuntos Judeus. Na Hungria será necessário forçarmos a supervisão do Escritório Central do Reich para a Raça e Colonização para a questão judaica junto ao Governo (7). Com relação à Itália Heydrich considera oportuno um contato direto com o chefe de polícia. Na França ocupada e não ocupada (Vichy) não haverá problema para o registro de judeus para a deportação. Nos países Escandinavos são previstos problemas, portanto talvez seja melhor postergar nossas ações. Como o número de judeus é pequeno este adiamento não deve trazer problemas de monta.

Macabro ResultadoUm mês após a Reunião de Wannsee, 75 a 80% das vítimas do Holocausto (Shoah) ainda estavam vivas, enquanto 20 a 25% haviam morrido. Onze meses depois, em Fevereiro de 1943, a estatística era o inverso.

 
Nota do autor: Este artigo é propositadamente curto, simples e direto, pois o que interessa é mostrar a crueldade, a maldade e a arrogância dos perpetradores de tais medidas. Aprofundamentos poderiam encobrir a crueza dos empreendimentos. O Protocolo é, na realidade, uma ata da reunião. Retirei apenas o essencial.
 
Notas:
(1) - POSTO NAS WAFFEN-SS (Forças SS) -   EQUIVALENTE EXÉRCITO ALEMÃO   - EQUIVALENTE BRASIL
Reichsmarshall – posto criado especificamente para Hermann Göring, sem equivalente, pois estava acima de qualquer outro militar da Wermacht só comparável ao de Reichsführer-SS de Heinrich Himmler, coordenador geral da Solução Final
Obergruppenführer – General – General de Exército
Gruppenführer   -   Generalleutnant – General de Divisão
Obersturmbamführer – Oberstleutnant - Tenente Coronel
(Cf. Herbert F. Ziegler, Nazy Germany’s New Aristocracy: The SS Leadership, 1925-1939)
 
(2) - ÓRGÃOS DO APARATO DE SEGURANÇA DO REICH
SIPO – Sicherheitspolizei – Polícia de Segurança
RSHA – Reichssicherheitshauptamt – Escritório Central de Segurança do Reich
SS - Shutzstaffel -   Destacamentos de Segurança
SD – Sicherheitsdienst – Departamento de Segurança e Inteligência do Partido e do Estado
GESTAPO – Geheime Staatspolizei – Polícia Secreta do Estado
KRIPO – Kiminalpolizei – Polícia Judiciária
EINZATSGRUPPEN - conjunto de destacamentos de execuções itinerantes especiais (Sonderkommandos) formados por membros das SS, SD e outros membros da policia secreta da Alemanha Nazista. Atuaram primeiro, superficialmente, na anexação da Áustria de 1938 (Anschluss) e na invasão da Tchecoslováquia (1939), e depois na Polônia (1939) e na União Soviética (URSS) em 1941 como unidades especiais autónomas. Além destes grupos existiam unidades da Polícia da Ordem (Ordnungpolizei) oriundas da Agência Central para Administração de Justiça do Estado (Zentralle Stelle der Landesjustizverwaltungen) em Stuttgart (ver Ordinary Men: Reserve Police Battalion 101, de Christopher R. Browning)
(3) - Saul Friedländer, Nazi Germany and the Jews, Vol. I: The Years of Persecution – 1933-1939
(4) - O conceito de Volk transcende a mera tradução literal (povo), referindo-se à comunidade racial ariana, Volksgemeinschaft, em oposição a todas as demais comunidades raciais, principalmente judeus, eslavos, negros, asiáticos, latinos, etc.
(5) Sempre que não houver outras citações as informações são retiradas de Mark Roseman, The Wannsee Conference and the Final Solution – A Reconsideration.
(6) Saul Friedländer, Nazi Germany and the Jews, Vol. II: The Years of Extermination – 1939-1945
(7) A Hungria não tinha um conceito racial dos judeus, apenas religioso.

30 de janeiro de 2015
Heitor De Paola