"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

PF IDENTIFICA OUTRAS EMPRESAS DE FACHADA USADAS POR YOUSSEF



A Polícia Federal apreendeu novos documentos que ligam empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato a outras empresas de fachada e negócios intermediados por Alberto Youssef e pelo ex-deputado José Janene (PP-PR), falecido em 2010, que usou o doleiro para montar o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.

Na residência de Carlos Alberto Pereira da Costa, que assinava como sócio em empresas usadas por Youssef, foram apreendidas em diligência realizada este mês duas notas de pagamentos feitos pela Galvão Engenharia para a CSA Project Finance, em 2008, no valor de R$ 242.620,00 cada uma, a título de consultoria. A Galvão pagou também cerca de R$ 280 mil a Realty Finance, outra empresa suspeita de existir apenas no papel.

Costa aparece como sócio da CSA ao lado de Rubens de Andrade Filho. Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, ele afirmou que a empresa tinha como sócio oculto Cláudio Mente e era usada por Janene para lavar dinheiro recebido de propina. O deputado foi um dos réus do Mensalão.

TERMELÉTRICA

Os documentos apreendidos mostram que a CSA foi usada para investir em uma termelétrica. A empresa pagou R$ 417 mil por serviços de engenharia prestados pela CNEC Engenharia, na época pertencente à Camargo Corrêa, para o projeto da termoelétrica, em 2008. Repassou ainda pelo menos R$ 1,380 milhão às empresas Empresa Brasileira de Mineração (EBM) e DMC Desenvolvimento, empreendedoras da usina que tiveram parte do patrimônio adquiridas pela empresa Focus, também em 2008. Outros R$ 1,3 milhões foram pagos a uma empresa de projetos ambientais de Curitiba, a título de “serviços de avaliação ambiental” para a termelétrica.

Outro negócio da CSA foi a Indústria Metais do Vale (IMV), em Barra Mansa, que teria resultado em prejuízo ao fundo de pensão da Petrobras, o Petros. Costa afirmou que o investimento na IMV foi de R$ 13 milhões e foi paga propina de R$ 500 mil a Humberto Pires Grault, na época gerente de novos negócios do Petros. Para acobertar a propina, teriam sido emitidas notas frias da empresa Betumarco. Grault já negou a acusação e afirmou que o investimento da IMV teve amparo técnico e foi decidido pela diretoria do fundo.

No depoimento, Costa afirmou que a CSA Project Finance também recebia dinheiro de fundos de pensão, como o Petros, e o assunto era discutido entre Claudio Mente e João Vaccari Neto, tesoureiro do PT. Indagado quando o depoimento de Costa veio à tona, Vaccari Neto afirmou que era amigo pessoal de Mente e, por isso, esteve na sede da CSA, mas não fez com ele qualquer negócio.

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