Este é um blog conservador. Um canal de denúncias do falso 'progressismo' e da corrupção que afronta a cidadania. Também não é um blog partidário, visto que os partidos que temos, representam interesses de grupos, e servem para encobrir o oportunismo político de bandidos. Falamos contra corruptos, estelionatários e fraudadores.
Replicamos os melhores comentários e análises críticas, bem como textos divergentes, para reflexão do leitor. Além de textos mais amenos... (ou mais ou menos...)
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"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...) A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859) "A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
Os 35 anos do Partido dos Trabalhadores não poderiam ser comemorados sob nuvens mais negras (leia o artigo de Fernando Schüler à página 46). O número do PT é 13 e também são 13 os anos no Poder. Fundado no auditório de um colégio de freiras em 1980, o PT parece a bela adormecida. Alheio ao caos a sua volta, num sono profundo, enfeitiçado pela bruxa e à espera de um príncipe encantado que resgate sua vida, sua moral, seus valores, seus súditos e seus sonhos. O príncipe não aparecerá. Ele já abandonou o castelo e se juntou aos aliados amotinados, que sentiram algo de podre no reino.
O tesoureiro foi recolhido em casa por policiais que precisaram pular o muro. Ele não explica como o PT tesourou o Brasil em cerca de US$ 200 milhões em propinas para entregar tudo ao rei e à rainha - caso sejam verdadeiras as denúncias do delator. Como erguer com orgulho, no aniversário, o punho e a estrela vermelha de cinco pontas? Em outros tempos, punho erguido era símbolo de luta, de dignidade. Foi vulgarizado pelos condenados por improbidade. Hoje, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, não convence ao afirmar: "Não aceitamos o estigma da corrupção, somos um partido honesto, que cumpre as leis". Palavras de pomba ou de falcão?
Não há alegria na constatação de que um partido de esquerda traiu de forma tão desavergonhada seus ideais de ética e transparência. O deputado federal Chico Alencar, um dos fundadores do PT, chorou em 2005 quando soube do caixa dois pago pelo operador Marcos Valério e pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ao marqueteiro Duda Mendonça - para eleger Lula. O cartaz no Congresso, rabiscado por petistas desiludidos, dizia: "Não em nosso nome".
Mal sabíamos que era um episódio cândido, diante das perversidades com o dinheiro público que o PT, em vez de frear, aprofundou. Em 2005, Lula disse: "Estou com o peito doendo. A gente não precisava estar vivendo isso. Nunca participei de arrecadação de campanha". Agora, uma década depois, Chico Alencar lembra versos de Chico Buarque que o emocionaram durante anos após sair do PT. São da canção "Meia-noite": Seu navio carregado de ideais/ que foram escorrendo feito grãos/as estrelas que não voltam nunca mais/e um oceano para lavar as mãos.
"Durante um bom tempo eu chorava quando ouvia essa música. Mas esses grãos nem existem mais. A nau do PT é um navio pirata que não escolhe porto, saqueia o que vê pela frente", disse o deputado federal do PSOL do Rio de Janeiro, formado em história. "No início do século passado, o sociólogo Robert Michels já falava da degeneração dos partidos operários quando chegavam ao Poder, com suas burocracias, nomenclaturas, oligarquias. O PT é mais um."
Em 2002, Lula, pela quarta vez candidato a presidente, disse aos companheiros: "Cansei de disputar eleição só para marcar posição. Que o partido se vire. Quero vencer". Duda Mendonça era conhecido como "o bruxo das campanhas", um marqueteiro capaz de fazer o Maluf parecer honesto. Petistas éticos pediram a Delúbio que publicasse os gastos da campanha com transparência. "Transparência demais é burrice", respondeu Delúbio numa reunião do diretório.
Burrice foi, depois do mensalão, continuar a tesourar o país usando sua maior estatal, a Petrobras, em conluio com empreiteiras. "Nem o mais desvairado dos privatistas conseguiria fazer com a Petrobras o que o PT fez", diz Chico Alencar. Os programas podais do Brasil não rivalizam nem de longe com os desfalques que vêm à tona na Operação Lava Jato. É constrangedor para o PT comemorar aniversário como se fosse uma vítima das circunstâncias.
Aniversário deve servir para rever a vida, mudar atitudes nefastas, posturas egoístas, descuidos com a saúde. Em seus 35 anos, o PT deveria retomar uma tradição esquecida da esquerda e fazer profunda autocrítica. Se continuar nessa de celebração, desagravo público e chororô de perseguido pela mídia, aprofundará a decadência. Não adianta culpar antecessores e tucanos. O pecado do pregador choca muito mais que o pecado do pecador. O PT traiu suas promessas. Entre sua eleição e a posse, Lula disse: "Não temos o direito de errar". Abusou do erro. Hoje, o PT é engolido até por aliados.
Uma multidão de militantes interpreta as críticas a Dilma como "golpe". Isso é "falta de assunto", como disse Zé Dirceu em J999 ao pedir o impeachment de Fernando Henrique Cardoso por manobrar o câmbio em seu favor. Sem Graça Foster de para-raios, Dilma está mais vulnerável sim. O que não é nada bom para o Brasil. O petrolão é péssimo não só para os partidos e a economia, mas para a deterioração de nosso cotidiano e nossa autoestima. A bandidagem de cima estimula a bandidagem de baixo. O desencanto com o Brasil é ruim para a saúde.
11 de fevereiro de 2015 Ruth de Aquino, Revista Época
Cunha e Renan sabem que serão protagonistas do impeachment
O Planalto tornou-se refém do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que passou a ser o Senhor dos Anéis da Câmara Federal. É ele quem manda, e não tem conversa. Embora seja estreante na presidência da Câmara, já dispõe de um poder equivalente ao do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que pela quarta vez está presidindo o Senado e o Congresso.
A mídia não se interessou pelo assunto nem deu destaque a uma grande manobra de Eduardo Cunha, logo na instalação dos trabalhos legislativos, quando ele habilmente conseguiu encurralar o Planalto e o PT, que tem a maior bancada da Câmara.
Para evitar que o PT dominasse as comissões internas da Câmara e também as CPIs, Cunha comandou a formação dos blocos partidários e atribuiu a eles a prerrogativa de indicar os integrantes das comissões técnicas e das CPIs, quebrando a praxe de a maior bancada (no caso, o PT) indicar presidente e relator.
Portanto, agora cabe ao maior bloco (formado por Cunha com os 221 deputados do PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PSDC, PEN e PRTB) indicar o cargo de sua preferência, que pode ser a presidência ou a relatoria das comissões e CPIs.
Cunha pegou o Planalto totalmente desprevenido. Os petistas, pelo fato de terem a maior bancada da Câmara, achavam que teriam a presidência ou a relatoria da CPI da Petrobras.
Mas Cunha nem quis assunto, simplesmente cumpriu o Regimento (art. 27) e depois disse não acreditar que a escolha dos cargos provoque briga entre os dois blocos (PMDB e PT). “O PMDB faz parte do maior bloco e é o maior partido do bloco, certamente caberá a ele o cargo que escolher na comissão”, argumentou, encerrando a questão.
GATO E SAPATO
Como se vê, Eduardo Cunha está fazendo o PT de gato e sapato, como se dizia antigamente. E não é para menos. As lideranças do PT são de um primarismo atroz . O novo líder na Câmara, por exemplo, é o deputado acreano Sibá Machado, bastante esforçado, mas sem condições para enfrentar as lideranças da oposição.
E o novo líder do governo é o deputado cearense José Guimarães, irmão de José Genoino e que ficou famoso como “o político dos dólares na cueca”, pois certa vez seu chefe de gabinete foi preso no aeroporto com uma mala cheia de reais e mais 100 mil dólares escondidos na roupa de baixo, digamos assim.
Para o Planalto, o pior é saber que o impeachment da presidente Dilma Rousseff dependerá de Eduardo Cunha ou de Renan Calheiros. Como se sabe, o pedido têm de ser dirigido às Mesas da Câmara ou do Senado, e qualquer cidadão pode fazê-lo, bastando anexar as razões em que se baseia. Cunha é considerado inimigo do Planalto, mas Renan ainda está sendo tido como aliado. Mas será mesmo? Só saberemos mais para a frente.
12 PEDIDOS DE IMPEACHMENT
Já foram apresentados 12 pedidos de impeachment, e todos foram arquivados, por falta de fundamentação jurídica. Mas a situação mudou muito desde a semana passada, quando o jurista Ives Gandra Martins divulgou sua tese de possibilidade de impeachment de Dilma Rousseff (Constituição federal, artigo 85, inciso 5º) por simples ato culposo de improbidade administrativa – por omissão, imperícia, negligência e imprudência.
Se já não bastasse o parecer de Gandra, agora o jurista Jorge Béja completa o quadro de possibilidade absoluta do impeachment, ao publicar aqui na Tribuna da Internet um artigo jurídico em que demonstra que a cassação de Dilma Rousseff está prevista também no Código Eleitoral (Lei nº 9504, de 30.9.1997), que em seu artigo 30, letra A, § 2º, determina expressamente: “Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado”.
Traduzindo: o impeachment de Dilma Rousseff logo estará nas mãos de Eduardo Cunha e/ou Renan Calheiros, ou simultaneamente com os dois, se forem apresentados duas solicitações em separado.
Eles vão decidir se aceitam ou não os pedidos. Se mandarem arquivar, caberá recurso aos plenários da Câmara ou Senado, aumentando o vexame e o escândalo político de mais um impeachment na História do Brasil. Ou seja, Dilma está com os dias contados no Planalto. Podem apostar.
É comum transformar-se a Astronomia em Astrologia, assim como a Medicina em magia e até a História em lenda.
Não dá para aceitar, porém, que se pretenda trocar rejeição por alta exposição.
Impopularidade por viagens aos estados. Essa parece a estratégia da presidente Dilma para enfrentar os péssimos resultados de recente pesquisa que revelou ampla rejeição nacional ao seu governo.
Madame decidiu que viajará pelo país, mostrando-se. Admitiu, até, dar entrevistas aos meios de comunicação.
O problema está em que se não apresentar fundamental mudança de objetivos em seu governo, não vai adiantar nada. Poderá desfilar em carro aberto, abanar as mãos para os transeuntes e até ser aplaudida por claques adredemente contratadas, mas continuará rejeitada pela nação caso não leve na bagagem mensagem diversa da que adotou depois de sua reeleição.
Fracassará na tentativa de recuperação se permanecer patrocinando aumento de impostos, suprimindo direitos trabalhistas e permitindo “ajustes” ditados pelo anacronismo de economistas que servem às elites.
Só com um pacote de profundas iniciativas sociais, econômicas e políticas a presidente assistirá mudarem os índices negativos que vem colhendo. Precisará, é claro, enfrentar a corrente reacionária responsável por havê-la convencido a enviar a fatura da crise para os mesmos de sempre, ou seja, as massas e a classe média.
Perguntarão alguns ingênuos e muitos pascácios sobre que tipo de reformas poderiam ser implantadas, e com que dinheiro. Será fácil replicar que dinheiro há, bastando procurá-lo nos privilégios das elites, no acúmulo das grandes fortunas, nos lucros abusivos do sistema financeiro nacional e do estrangeiro aqui sediado, nas vultosas remessas para o exterior e, obviamente também, batendo firme na corrupção.
Que reformas? A garantia do trabalho por meio do retorno à estabilidade no emprego; a participação dos empregados no lucro das empresas; a cogestão; a multiplicação do salário mínimo; a taxação das grandes fortunas; o estabelecimento do imposto sobre herança; a obrigação de ser reinvestida no país a maior parte do lucro das multinacionais; a nacionalização de atividades ligadas à soberania nacional; a atualização do salário-família.
E muitas alterações a mais no plano sócio-econômico, mantendo ainda por algum tempo o assistencialismo do bolsa-família e seus congêneres, mas a médio prazo trocando esmolas por direitos. Quanto ao plano político, que o Congresso cuide dele, sob sua vigilância.
Alguém espera que a presidente Dilma possa levar na mala reformas efetivamente de vulto e expressão, como algumas acima referidas? Só no dia em que o sargento Garcia prender o Zorro. Sendo assim, a impopularidade só aumentará, transformando-se em rejeição permanente. E em…(cala-te, boca).
Por mais que se vasculhe e se informe, é difícil precisar todas as costuras nos gabinetes de Brasília.
Ainda assim, a respeito da eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, dá para afirmar, sem medo de errar, que o Planalto jogou mal.
Se tivesse jogado bem, teria vencido a peleja, pois não há jogador mais poderoso do que o governo.
Cunha é político do tipo tinhoso, contumaz, parlamentar ferrinho de dentista. Seu adesismo palaciano, como aponta o Basômetro do “Estadão”, caiu de 94%, em 2011, para 69% em 2014.
O que quer dizer o seguinte: no primeiro ano da gestão Dilma, ele votava quase sempre de acordo com os interesses dela, e, no último ano da primeira gestão, nem sete de cada dez propostas preferenciais do governo tiveram a adesão dele.
Detalhe: o deputado fluminense era o líder da bancada do PMDB, o maior aliado do PT.
Alguém deveria ter mobilizado esforços ainda no alvorecer dos primeiros raios do desejo. Homens com as características de Cunha não costumam ser discretos, antes, expressam o que pensam, dizem o que realmente querem e, normalmente, conseguem. Michel Temer, o único com alguma capacidade de pôr ordem no balaio do grande irmão, buscou diálogo com Cunha, deve ter tentado demovê-lo da ideia. Mas será que tentou com vontade?
Sendo obstinado, o deputado perseverou. O que fez o governo? Em vez de tentar seduzir Cunha, o mais opositor dentre os aliados, com chamegos políticos (entenda-se: cargo, orçamento e poder), lançou um candidato de casa para enfrentá-lo (entenda-se: partiu pro pau). O petista Chinaglia, ex-presidente da Câmara, perdeu, e no primeiro turno. Perdeu ele, e perdeu o governo.
POLÍTICO POLEMISTA
Já o Brasil ganha para o comando da “Casa de seu povo” um político polemista, defensor de temas pouco progressistas, como é do perfil dos representantes evangélicos, e que transita com muito boa desenvoltura entre o baixo clero e o subsolo do Parlamento. Cunha é obstinado, mas também obscuro.
Agora, o governo quer e precisa tentar burilar essa tora de jacarandá que tem nas mãos. Crises há para todos os gostos: hídrica, energética e econômica. Sem aliados poderosos no Congresso, homens capazes de conduzir as matérias oportunas de acordo com suas diretrizes, o governo pode vir a boiar. Que boa vontade terá Cunha em acelerar a tramitação de projetos necessários para a correção de rumos e para a contenção das crises?
A LISTA DOS POLÍTICOS…
Mas, sim, o pior está por vir. A qualquer momento, o procurador geral da República vai apresentar sua lista do purgatório, as autoridades que receberam, ou de cujas campanhas se beneficiaram, do esquema da Lava Jato. Da lista de Rodrigo Janot virá o carimbo para toda uma legislatura, que acaba de ser inaugurada.
É possível que os nomes abranjam de A a Z o aspecto partidário. Será surpreendente se o PMDB de Cunha, o partido que é legião, porque são muitos, for o mais impactado na denúncia e se, proporcionalmente menos vulnerável, o PT de Dilma avançar sobre os aliados. Nesse caso, a melhor escolha para o novo presidente da Câmara necessariamente seria voltar ao “sim, senhora”.
Encurralada, Dilma depende novamente do marqueteiro Santana
Abalada pela abrupta queda na popularidade, somada aos demais problemas enfrentados neste início de segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff convocou uma nova reunião do Conselho Político do governo — a terceira nos últimos cinco dias, a segunda em caráter emergencial.
Dilma e os ministros mais próximos estão preocupados com os desdobramentos da crise política, o avanço das investigações da Operação Lava-Jato e a falta de interlocução com a base aliada, o que abre espaço para traições em futuras votações que interessam ao governo e aumenta os riscos de perda do controle nas CPIs sobre a Petrobras — a primeira, já instalada na Câmara e outra em vias de ser criada por senadores.
A desgastada relação, justamente com aqueles escolhidos para dar apoio no Congresso, tira o sono do núcleo político palaciano. “Todas as pedradas que o governo tem tomado vêm de dentro (da própria base). A oposição está tomando sol, sem protetor solar, na praia, rindo da nossa crise”, ironizou uma pessoa próxima da presidente.
Internamente, há quem defenda uma reação mais incisiva para que o governo saia das cordas. Não está descartada a possibilidade de um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão após o carnaval, embora, oficialmente, o Palácio do Planalto negue a informação. Como as demais decisões tomadas no governo, as informações conflitantes vindas do próprio núcleo duro governista provoca uma paralisia de ações.
### NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O constrangimento é total nessas reuniões improfícuas, porque ninguém sabe o que dizer e Dilma Rousseff exibe toda a sua impaciência/arrogância/grosseria. A verdade é que a crise não tem solução a curto prazo. Pelo contrário, vai se agravar cada vez mais, com a evolução do novo pedido de impeachment, que fatalmente será apresentado, com base na fundamentação jurídica de Ives Gandra Martins e também na tese de Jorge Béja, já explicitada aqui na Tribuna da Internet. A última esperança do Planalto é a volta do marqueteiro João Santana, que vai estar com Dilma na Brasília sexta-feira. Mas acontece que Dilma não está mais em campanha. E Santana é apenas um publicitário, longe de ser milagreiro.(C.N.)
11 de fevereiro de 2015Paulo de Tarso Lyra e Julia Chaib Correio Braziliense
Empresário denuncia a Janot e Moro que Lula, Dilma, Lobão, Gabrielli e Costa decidiam tudo na Petrobras
“O Poder Judiciário não vale nada, o que vale é a relação entre as pessoas”. É com esta frase atribuída ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o empresário Auro Gorentzvaig abre uma denúncia que fez no dia 2 de fevereiro ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. O antigo controlador da Petroquímica Triunfo pede que seja investigado o processo de criação da Braskem, sociedade de propósito específico entre a Petrobras e o grupo Odebrecht.
Tal notícia é censuradíssima na grande mídia. As dez páginas da reclamação de Auro Gorentzvaig a Janot e Moro vazaram de Washington, capital dos EUA. O antigo controlador e conselheiro da Petroquímica Triunfo pede que a investigação parta do Inquérito Policial 1114/2014 da Delegacia da Polícia Federal na capital paranaense. Será que Lula terá coragem de interpelar Auro judicialmente, principalmente pela sentença infeliz que lhe queima ainda mais o filme perante a magistratura brasileira? Ou Lula deixará para lá, como sempre faz, alegando que de tudo nada sabia? Não! Ele já negou tudo, da mesma forma que a Braskem e demais denunciados...
Além da indiscreta frase de Lula contra o Judiciário, que na versão do empresário foi dita em uma reunião com ele e Paulo Roberto Costa, em 26 de Fevereiro de 2009, às 16h30, na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, Auro Gorentzvaig formalizou uma denúncia "contra Dilma Vana Rousseff, presidente da República Federativa do Brasil; Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República; José Sérgio Gabrielli de Azevedo, ex-presidente da Petrobras; e o "colaborador premiado" Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e Petroquímica da Petrobras".
O indignado Auro derruba a inconsistente tese construída pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que "não há nenhum fato, absolutamente nenhum fato, que demonstre, que indique ou que gere indícios de que a presidente da República tenha qualquer envolvimento nesses fatos seja de maneira dolosa (intencional), seja de maneira culposa". Como ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras na gestão Lula da Silva, Dilma responde solidariamente por todos os problemas. Na Justiça dos EUA, se for acatada denúncia contra ela, será citada e vai a julgamento, com alto risco de condenação a pagamento de multas ou até prisão - o que seria um vexame interplanetário.
O empresário sustenta que integrantes do governo praticaram crimes que o prejudicaram na Petroquímica Triunfo, sociedade entre a Petrobras e a Petroplastic no Rio Grande do Sul. Na denúncia a Janot e Moro, Auro Gorentzvaig atribui responsabilidades a atual Presidenta: "Dilma Rousseff, ex-secretária de Energia do Governo do Rio Grande do Sul, na gestão do petista Olívio Dutra, iniciou o assédio à nossa empresa, já naquele período. A Triunfo e o Copesul estão localizadas na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Já na condição de Conselheira da Petrobras e Ministra do Governo Lula, a agora presidente reeleita Dilma Vana Rousseff deixou claro, em várias ocasiões, que seguia ordens do então presidente da República para concentrar o monopólio do sistema Petroquímico Brasileiro nas mãos da Odebrecht, beneficiando o estado da Bahia na arrecadação de impostos".
Auro denuncia que era Lula quem estava por trás de Paulo Roberto Costa: "A decisão de falar pessoalmente com o presidente da República se deu pelo fato de que todas as decisões do setor petroquímico no País passam pelo gabinete presidencial. Todos os empresários do setor, incluindo eu, sabiam que Paulo Roberto Costa funcionava como operador de Lula dentro da Petrobras. Meses antes, Paulo Roberto Costa, hoje um dos réus nos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, que apura desvios na Petrobras, comandou reunião na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, com a presença de Boris Gorentzvaig, Caio Gorentzvaig e Auro Gorentzvaig, representantes da Petroplastic. Na ocasião, Paulo Roberto Costa, diretor da área de petroquímica nos informou: ´...No setor Petroquímico já estava definido que só empresas atuariam no setor: uma era a Odebrecht, a outra será definida´. Ao que perguntei : ´E a Petroquímica Triunfo?´ Ele respondeu: `A Triunfo será eliminada, conforme as diretrizes estabelecidas pelo presidente da República´. A saída, então, foi conversar com quem de fato dava as ordens a Paulo Roberto Costa: o então presidente Lula".
Ainda na acusação a Lula, Auro arrasa: "Na condição de Ministro das Minas e Energia do Governo Lula, o maranhense Edison Lobão também deixou claro que Paulo Roberto Costa, Dilma Vana Rousseff, José Sérgio Gabrielli de Azevedo e ele próprio seguiam as determinações do presidente Lula. Reforçou também que era Lula quem determinava como deveriam ser tocados os esquemas dentro da Petrobras. Hoje, com as estarrecedoras descobertas da Operação Lava-Jato, vemos que tudo o que nos foi dito era verdade. Edison Lobão dizia que Lula mandava fazer. Não dava atenção à Lei, como o então presidente deixou claro ao afirmar, em seu gabinete provisório no Centro Cultural do Banco do Brasil, que o Poder Judiciário não vale nada”.
Auro Gorentzvaig leva sua denúncia ao limite: "Durante anos fomos convidados a fazer parte de um esquema criminoso que funcionava na Petrobras. Acionistas das empresas recebiam, inclusive, os dividendos em pagamentos por fora. Por rechaçar a oferta ilegal, fomos sistematicamente atacados pela presidência da Petrobras, através de José Sérgio Gabrielli de Azevedo, pelo diretor Paulo Roberto Costa, pelo Conselho de Administração, sob o comando de Dilma Vana Rousseff. Todos faziam questão de ressaltar que tinham costas quentes: o então presidente Lula. Quem aceitou fazer parte do jogo de corrupção, agora comprovado pela Operação Lava-Jato, recebeu aportes bilionários".
O empresário pega pesadíssimo contra José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras: "Sindicalista e nascido na Bahia, José Sérgio Gabrielli de Azevedo foi o executor do monopólio que beneficiou o grupo Odebrecht. Coube a ele, durante anos a fio, facilitar o acesso da companhia baiana em várias obras de grande porte e negócios superfaturados feitos nas altas esferas da Petrobras. A Operação Lava-Jato demonstra, depois de meses de investigações, que o grupo Odebrecht participou de esquemas bilionários e criminosos dentro da estatal".
Também não poupa o delator premiado Paulo Roberto Costa: "Réu em vários processos decorrentes da Operação Lava-Jato, Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada, instrumento jurídico contemplado pela legislação nacional e que obriga o acusado a relatar o que sabe em troca de redução de pena. Operador do esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras, Paulo Roberto Costa confessou que recebia propina de várias empresas, entre elas justamente o Grupo Odebrecht, para facilitar negócios superfaturados e, na sequência, repassar recursos a partidos políticos, como o PT, o PMDB, PP, entre outros".
Auro Gorentzvaig segue na ofensiva: "Paulo Roberto Costa sempre nos procurou para ofertas escusas. Diante de nossa recusa em participar dos esquemas criminosos, hoje claramente revelados pela Operação Lava-Jato, o então diretor da estatal transferiu a Petroquímica Triunfo de forma graciosa para a Braskem, beneficiando de maneira escandalosa o Grupo Odebrecht, assim como o Estado da Bahia na arrecadação tributária, em detrimento de outros estados da federação. Realizada de forma ilegal, a operação criminosa envolve cifras bilionárias, em claro prejuízo aos cofres públicos e ao povo brasileiro".
Auro protesta em seu documento que "o monopólio do setor foi idealizado por Emílio Odebrecht, que disse ao então presidente Lula que deveria ter crescimento de escala na indústria petroquímica para participar do mercado global: "É o marketing superando o direito. Lula, Dilma, Edison Lobão, José Sergio Gabrielli, Paulo Roberto Costa, juntamente com os grupos Suzano, Ipiranga, Unipar e Odebrecht criaram então a Braskem, que tem como sócia minoritária a Petrobras, com 49,99% e o Grupo Odebrecht como sócio majoritário com 50,01%, com contrato de exclusividade de 25 anos! Como uma indústria de base de tal importância pode estar concentrada nas mãos de uma única família?"
O indignado Auro Gorentzvaig prossegue questionando no texto: "Como a Petrobras pode ter como sócia, na Braskem, o Grupo Odebrecht, envolvida em crimes de corrupção conforme revela a operação “Lava Jato”? Pagando propina de US$ 23 milhões para o diretor da estatal, Paulo Roberto Costa? A quem interessa que poucas empresas controlem o setor? Quem ganha com isso? Basta verificar quanto o Grupo Odebrecht gasta com o financiamento de muitas campanhas eleitorais dos partidos políticos flagrados na Operação Lava-Jato? Em quanto a Braskem e o Grupo Odebrecht, o Grupo Suzano foram beneficiados com financiamentos públicos através de bancos como o BNDES, Banco do Brasil e Caixa, com juros subsidiados?".
Auro frisa que a Triunfo foi eleita a melhor empresa do setor petroquímico brasileiro de 1989 a 2009, conquistando todos os prêmios das revistas especializadas, com caixa permanente de US$ 100 milhões, para um plano de futuro desenvolvimento. O empresário lembrou como ficou na pior: "Em audiência de conciliação na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, a Petrobras pediu R$ 355 milhões pela sua parte na Petroquímica Triunfo. Em juízo, a Petroplastic concordou em pagar (oferta vinculante) o valor pleiteado pela petroleira nacional. A Petrobras recuou em sua decisão e, oito meses após a audiência de conciliação, repassou de maneira ilegal 100% das ações da Petroquímica Triunfo, transação avaliada em R$ 117 milhões. Ou seja, recusou R$ 355 milhões em dinheiro à vista, por 85% do capital social da empresa, operação que causou prejuízo de R$ 305 milhões à Petrobras, aos cofres públicos e ao Tesouro Nacional, um claro crime de lesa pátria em benefício da Braskem, do Grupo Odebrecht".
O empresário sustenta que a Petrobras desrespeitou de forma flagrante o direito de preferência da acionista Petroplastic e o Programa Nacional de Desestatização do governo federal: "A Petrobras, na qualidade de promotora da iniciativa privada brasileira, assume a administração da Petroquímica Triunfo em 1985 com um marketing share de 24% do mercado nacional e transfere para a Braskem a maior fatia do setor, reduzindo a participação da Triunfo para 3% do mercado nacional em 2009. Ou seja, a incorporação, além de ser feita por um preço bem menor do que realmente valia, provocou uma diminuição da importância da Triunfo no mercado, centrando força apenas na Braskem".
Auro expõe o crime de conflito de interesses: "Como pode a Petrobras, sócia institucional na Petroquímica Triunfo, trabalhar para a concorrente Braskem? Isso é uma clara demonstração de que a estratégia da Petrobras, da Presidência da República e do Grupo Odebrecht era usar dinheiro público e da estatal na compra e eliminação de concorrência, repassando o monopólio do setor para a Odebrecht, em clara e inconstitucional concentração de mercado".
O lesado na Triunfo também sugere que houve crime de improbidade administrativa: "Não poderiam os funcionários da estatal Petrobras prejudicar a Petroquímica Triunfo e trabalhar em prol da Braskem. Hoje, boa parte deles trabalha justamente na Braskem. Ou seja, transferiram patrimônio público para uma empresa privada para, em seguida, serem contratados pela Braskem, que foi a beneficiada em um negócio bilionário no setor petroquímico".
Por fim, Auro lança um desafio: "Todos os fatos aqui descritos foram por mim presenciados e vivenciados como cidadão e empresário. Sendo o presente relato a máxima expressão da verdade, coloco-me, desde já e em qualquer tempo, à disposição das autoridades brasileiras para novos e esclarecedores depoimentos e apresentação de documentos, fotos, ações judiciais e tudo o mais necessário para o completo esclarecimento de como um esquema bilionário montado dentro da Presidência da República prejudicou os cofres públicos, a Petrobras, o País e o povo brasileiro".
A denúncia bombástica, por escrito, de Auro Gorentzvaig pode ser aquele indício que faltava para que o santo nome do mito Luiz Inácio Lula da Silva acabe metido no meio de um dos inquéritos da Operação Lava Jato. Lula não tem mais foro privilegiado. Perdeu o privilégio de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, que ontem preferiu deixar o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, "soltinho da Silva".
Suspeito de ter cometido corrupção passiva e lavagem de dinheiro nos desvios bilionários nos negócios da Petrobras com o "clube de empreiteiras", Duque teve a cara livrada pelo relato do ministro Teori Zavascki: "Há elementos indicativos de crimes graves, não há dúvida quanto a isso. Entretanto, não houve a indicação de ato concreto que demonstre a intenção de o investigado furtar-se à lei penal. O fato de o agente manter cifras no exterior não indica risco de fuga".
Por todas essas idas, vindas e denúncias cada vez mais escandalosas, o Petrolão vem se transformando em um desastre institucional que ajuda a alimentar a crise da economia brasileira, com a combinação trágica entre a corrupção sistêmica e a incompetência governamental. Os acionistas da Petrobras pagam a conta com a assustadora desvalorização dos papéis da estatal. Os consumidores arcam com uma das gasolinas mais caras do mundo, quando todo planeta baixa o preço dos combustíveis, pela baixa na cotação do barril do petróleo. E os trabalhadores das 16 empreiteiras enroladas na Lava Jato, ou das empresas subcontratadas por elas, amargam atraso de pagamentos e perspectivas de desemprego.
Espera-se que, depois do carnaval, o Procurador-Geral faça as tão esperadas denúncias que acabarão ou atrapalharão a folia de muito político corrupto. Enquanto isso, Dilma segue ingovernável em um País desgovernado. Na prática, carimbada como "mentirosa" pela opinião pública, ela já caiu muito antes de sofrer qualquer impeachment.
Denúncias antigas...
Bruno Toscano já havia veiculado no Youtube, desde 29 de junho de 2014, denúncias idênticas feitas pelo irmão de Auro, o também empresário Caio Gorentzvaig, que agora são formalizadas à PGR...
Cardápio escatológico
Momento aguardado
O ministro Teori Zavascki autorizou que sejam tomados os novos depoimentos dos delatores premiados Paulo Roberto Costa e Alerto Youssef.
A dupla agora é oficialmente convocada, em data ainda não sabida e definida, para prestar esclarecimentos sobre as autoridades com direito a foro privilegiado que foram citadas em seus depoimentos.
A Procuradoria Geral da República só vai concluir as denúncias contra políticos ao STF e ao STJ depois de ouvir Costa e Youssef - certamente depois do carnaval...
Bicho pegando...
Todos os processos com as citações de autoridades que ficaram sem mandato e que perderam o foro privilegiado já foram remetidos à Justiça Federal no Paraná, onde tramita a investigação em primeira instância da Operação Lava-Jato.
Tanto a PGR quanto o STF mantêm em sigilo os nomes de todos os políticos citados, inclusive os que perderam foro privilegiado e que passarão a ser investigados na Justiça Federal no Paraná, sob o comando do juiz Sérgio Moro.
Tudo corre em estranho e providencial sigilo no STF, sem números de processos ou nome dos figurões que neles são citados...
Verdade ou mentira?
No submundo da espionagem privada e militar do Brasil circulava ontem o informe de que os "serviços norte-americanos, CIA, NSA, FBI e Departamento de Justiça, teriam 31 gravações telefônicas de diálogos comprometedores entre Lula e Dilma sobre práticas eleitorais pouco convencionais.
Pelo menos 12 das conversas seriam entre eles e o marketeiro João Santana.
Haveria ainda outras 7 gravações entre Dilma e Antonio Palocci.
Também há inúmeras mensagens em SMS captadas pelos arapongas do Tio Sam.
Para aumentar a temperatura no inferno, existe muito papo telefônico vazado entre ministros do STF.
Conclusão: Dá nojo sobreviver em um País sem soberania e desgovernado pelo crime institucionalizado.
CVM e o Comitê de Auditoria
Uma reclamação do investidor Fábio Fuzetti, gestor da Antares Capital, forçou a Comissão de Valores Mobiliários a abrir um novo processo administrativo para apurar denúncias contra a atuação dos três integrantes do comitê de auditoria da Petrobras.
Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento e futura presidente da Caixa, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, e Sérgio Quintella, vice-presidente da FGV, estariam ferindo as regras de mercado brasileiras e dos Estados Unidos, segundo a qual o comitê deve ser formado por membros independentes do controlador e da diretoria da empresa.
Em janeiro, Fábio Fuzetti fez a mesma denúncia à SEC (Securities and Exchange Commission, xerife do mercado de capitais nos EUA, que adora pisar em cucaracha brasileiro com a maior facilidade.
Tio Sam tá sabendo...
No ano passado, alegando necessidade de "rodízio", a Petrobras tirou do comitê os representantes do conselho de administração Mauro Cunha e o General de Exército Francisco Roberto de Albuquerque, substituindo-os por Coutinho e Belchior.
O investidor Fábio Fuzetti reclamou que, com a destituição de Mauro Cunha do Comitê de Auditoria em abril do ano passado, a Petrobras passou a descumprir a exigência da Lei Sarbanes-Oxley de ter um membro independente no comitê.
A violação cometida pela turma da Petrobras deve alimentar os processos da "Car Wash" que rolam na Corte de Nova York...
Outra varada
O vazamento da informação privilegiada de que Aldemir Bendine ocuparia o lugar da Graça Foster, antes da divulgação de um fato relevante ao mercado, pode render mais processos contra a Petrobras.
Investidores lembram que toda Brasília estava no maior clima de insider de todos os tempos no dia 3, quando as ações da petrolífera subiram 15%, quando vazou a notícia de que a "Petrobras ficou sem graça"...
Qualquer criancinha de colo, inclusive o Bebê de Rosemary, sabe que todo fato capaz de mexer com a cotação de uma empresa na bolsa tem de ser divulgado de maneira ampla e acessível a todo o mercado...
A CVM analisa o caso no processo RJ-1109 - que certamente acabará em pizza...
Máscara do não sabia
Todos sabiam de tudo...
A Venina Veneno jogou mais uma pedrinha para ajudar Dilma a acabar responsabilizada no Petrolão.
A geóloga Venina Fonseca garantiu ao juiz Sérgio Moro que toda a diretoria da Petrobras, incluindo o presidente Sérgio Gabrielli, soube em julho de 2009 que a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, havia se tornado inviável.
Venina explicou que em 2006, quando foi planejada, a refinaria foi calculada a custo de R$ 2,4 bilhões, mas, em julho de 2009, a obra já estava orçada em R$ 13,4 bilhões e havia deixado de ser viável, pois apresentava rentabilidade negativa de R$ 1,9 bilhão.
No fim, segundo Venina, a refinaria chegou ao absurdo custo de R$ 17 bilhões, com prejuízo de R$ 3 bilhões - custo maior que o preço inicial do projeto.
Como Dilma era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras naquela época tinha a obrigação de saber de todos estes fatos...
Medinho de um Eletrolão?
Os efeitos apavorantes do Petrolão estão matando de medo quem pode acabar chocado por um Eletrolão...´ A Eletrobras resolveu esclarecer ao mercado que até ontem "não foi informada pela auditoria independente KPMG Auditores Independentes ("KPMG") acerca de qualquer fato atinente ao assunto fraude e corrupção que possa ter efeito ou acarretar atraso na entrega e divulgação de suas Demonstrações Financeiras relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2014, assim como a Companhia, através de seus controles internos e programa de compliance, não identificou a existência de qualquer episodio de fraude e corrupção em seus projetos". O prazo para divulgação do balanço ao mercado continua em 27 de março.
Maldade da Veja?
Uma matéria veiculada pela Veja, no dia 8 de fevereiro, com o título
"Balanço da Corrupção" causou choque na direção da Eletrobras:
"Depois de a PwC ter se recusado a assinar o balanço da Petrobras
sem que a empresa provisionasse os atos de corrupção na estatal, agora e a vez
da KPMG. A empresa de auditoria esta exigindo que a Eletrobras e outras
estatais de energia provisionem em seus balanços a conta da corrupção".
O fato concreto é que, em tempos de seca e risco de apagão, o mercado
está chocado com tanta barbaridade produzida no corrupto sistema capimunista
tupiniquim.
Rasgando a fantasia
Prejuízo social do Petrolão
Os trabalhadores da empreiteira Alumini, que atuam na construção do Complexo Petroquímico de Itaboraí, cometeram ontem um ato de desespero ao fechar a Ponte Rio-Niterói nos dois sentidos, para protestar porque estão sem receber o salário de dezembro, a segunda parcela do 13º salário e benefícios como vale alimentação e plano de saúde.
O Ministério Público do Trabalho ingressou com uma ação civil pública contra a empresa, requerendo indenização de R$ 1 milhão por dano moral coletivo aos trabalhadores do Comperj, a ser revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A empresa alega que não recebe da Petrobras e repassa o calote aos trabalhadores, o elo fraco da corrente...
Cosanostra
Do leitor Mário A. Dente, uma reflexão interessante sobre a organização criminosa que assola a corrupta nação:
"Na Sicilia, Itália, havia uma poderosa organização criminosa mafiosa que chamavam Cosanostra, destinada a enriquecer seus membros praticando crimes variados: drogas, prostituição, restaurantes, qualquer coisa; lá o judiciário prendeu todos. No Brasil, desde que os petistas assumiram o poder, há uma organização criminosa chamada POLÍTICA que manda nos outros poderes - congresso e judiciário - e consegue manter-se impune usando os impostos para comprar tudo, inclusive eleitores ou, como corre na web, fraudando os resultados das eleições usando um sistema de apuração rejeitado nos outros países".
Aspone da Dilma
O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho, deveria ser processado pela Gestapo da nazicomunopetralhada por atentar contra a inocência das historinhas para criancinhas, ao ter exibido um boneco do Pinóquio no plenário:
"Diante de tantas medidas eu tive que recorrer a uma história infantil. Quando um pai ou uma mãe quer educar um filho para dizer quais as consequências da mentira, o símbolo da mentira é o Pinóquio. Nos meus 28 anos de vida pública nunca vi um governo mentir tanto diante do povo como o governo atual. Não há personagem que possa marcar claramente as mentiras da campanha de que não haveria aumento da energia. De acordo com as histórias das crianças, o mascote do atual governo é o Pinóquio. Infelizmente, a marca da atual mentira é a mentira do aumento de juros, gasolina, o preço da energia. E a presidente traiu a classe trabalhadora. Aqui está o mascote da mentira".
Talvez o Pinóquio, no exercício da Presidência, consiga ficar com o nariz menor que o da Dilma - que já era sem nunca ter sido...
Um amigo muito FDP até mandou a gente instalar aqui um mentirômetro para ver quantas vezes somos feitos de otários pela Dilma e seus asseclas...
Obsoleta
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
11 de fevereiro de 2015 Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Surpresos e alarmados com a forte queda nos índices de avaliação da presidente Dilma Rousseff, o governo e o PT se articulam, não necessariamente entre si, para recolher os cacos da desastrada atuação da criatura de Lula em todas as frentes, da política à econômica, obra que em seu conjunto é tida como a mais grave ameaça concreta, em 12 anos, ao projeto de poder do lulopetismo.
Em apenas dois meses, como revelou pesquisa Datafolha, despencou quase à metade, de 42% para 23%, o número de brasileiros que consideram ótimo/bom o governo de Dilma, enquanto aumentou de 24% para 44% o daqueles que o julgam ruim/péssimo.
É o reflexo do choque de realidade pós-eleitoral para o qual a chefe do governo contribui decisivamente com a soberba e a teimosia que inspiram suas decisões quase sempre balizadas por uma bitola ideológica estreita e arcaica. A escalação da equipe econômica foi, pelo menos até aqui, uma surpreendente exceção a essa regra.
Ganhar a Presidência por estreita margem de votos nas urnas em outubro havia sido uma dificuldade desconhecida pelo PT nos três pleitos anteriores. Pesaram decisivamente no resultado eleitoral a raspa do tacho da credibilidade do lulopetismo nas camadas mais populares do eleitorado e também, talvez decisivamente, o despudor com que o marketing da campanha submeteu os brasileiros ao terrorismo eleitoral, lançando na conta dos adversários o espectro da fome e do desemprego.
O pior, contudo, vê-se agora, foi a falta de escrúpulos com a qual a campanha petista mentiu sobre a intocabilidade dos benefícios trabalhistas, acusando os adversários de planejar o retorno à estabilidade econômica à custa de conquistas sociais, para no dia seguinte à posse o governo anunciar "correções" de algumas "distorções" daqueles benefícios. Hoje, ministros e dirigentes petistas enfatizam a necessidade de "explicar as medidas do governo". Mas o que compromete a credibilidade de Dilma é, menos do que o efeito dessas medidas, o fato de a então candidata ter mentido sobre elas. Uma grande mentira que se explicitou no momento em que Dilma cedeu à imposição dos fatos e contrariou suas próprias convicções ao nomear uma equipe "neoliberal", sob o comando de Joaquim Levy, para enfrentar o desafio de, desde logo, botar as contas do governo em ordem. Acresce a isso, decisivamente, o escândalo da Petrobrás, que macula indelevelmente personagens favorecidos por frequentadores e aliados do Planalto e respinga na chapa vencedora do pleito de 2014, beneficiados por dinheiro de procedência mais do que duvidosa.
Compromete Dilma sua incapacidade de dialogar e de se articular com os demais protagonistas da cena política - consequência do voluntarismo de quem se julga onisciente. É conhecida a falta de disposição de Dilma para o chamado jogo político. Isso até poderia ser visto como mérito, quando se leva em conta o nível de fisiologismo a que o jogo político foi rebaixado durante os oito anos de Lula, a pretexto de garantir a "governabilidade". Mas Dilma nada fez para sanear o pântano moral criado por seu mentor. Ao contrário, serviu-se dele quando conveniente e não será torcendo o nariz, fingindo que resolve tudo sozinha e deixando o jogo correr que a presidente conseguirá governar.
A aversão da presidente ao diálogo é tão profunda que nem mesmo com seu partido ela conversa. Reduziu o núcleo duro do poder a um punhado de políticos com os quais tem afinidades ideológicas - ou que trocam a fidelidade à chefe pela possibilidade de desenvolver projetos políticos ou pessoais próprios. Assim, alijou do seu círculo próximo a corrente majoritária do PT e aquele que é ainda seu maior símbolo e liderança.
Nesse cenário ameaçador para seu projeto de poder, o PT, Lula à frente, vai ter de encontrar seu caminho apesar do governo. O escândalo da Petrobrás, que entra agora na fase mais polêmica, a do indiciamento dos políticos; a vigorosa reação do maior aliado, o PMDB, à frustrada tentativa de Dilma de minar seu poder no Congresso; as previsões pessimistas sobre a recuperação da economia no curto prazo; a corrosão do apoio popular à presidente e a possível volta das manifestações de rua - tudo isso anuncia dias difíceis para o País. Piores ainda para o PT, e que se tornarão intoleráveis se, finalmente, a oposição decidir desempenhar o papel para o qual foi eleita.
Uma das complicações da política brasileira de hoje é que a poeira não baixa. Deveria baixar, pela lei da gravidade; "se subiu tem de descer", dizia Raul Seixas numa de suas muitas observações notáveis. Mas no Brasil da presidente Dilma Rousseff a lei da gravidade parece não estar funcionando. Seria mais uma dessas leis que não pegam?
O fato concreto é que a poeira em volta do governo, quase sempre levantada por ele mesmo, continua subindo — e o inconveniente disso é que deixou de existir a opção de esperar que a poeira baixe antes de tomar decisões, como recomenda a sempre tão prudente sabedoria popular.
Esperar como? Antes de se desmanchar uma nuvem já vem outra, e se alguém ficar esperando o ambiente clarear corre o risco de passar a vida sem fazer nada. No momento, com a catástrofe que o Palácio do Planalto criou ao se deixar moer como picadinho na eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados, subiu um poeirão de estrada de terra em Mato Grosso em tempo de seca. Vai ficar aí por tempo indeterminado — e o resultado é que a vida pública brasileira continuará no voo cego que vem fazendo nos últimos quatro anos.
Sempre há a esperança de que bata um vento capaz de limpar a atmosfera, mas a experiência informa que está rodando no governo Dilma um programa pelo qual os ventos, caprichosamente, não têm tido a bondade de produzir os efeitos esperados deles — a cada vez que venta, ao contrário, tudo o que se tem é mais poeira. Mal começou o ano de 2015, e mal começou o segundo mandato da presidente, e já estamos em pleno breu. Para ficar numa lista resumida, continua em perfeita forma a tempestade de areia levantada no ano passado pelo assalto sem precedentes, e sem limites, aos cofres da Petrobras — só possível, na vida real, pela colaboração prestada aos assaltantes durante doze anos seguidos por parte dos dois governos do PT; no melhor dos casos, é um espetáculo de inépcia, negligência e imperícia que respeitados juristas já acham vizinho da cumplicidade. Do fim do ano para cá, a coisa só fez piorar. Seguiu-se, logo de cara, a nuvem de pó desse incompreensível novo ministério. Logo depois veio a revelação de que o Brasil corre o risco de um desastre no fornecimento de energia elétrica — ao contrário da afirmação pública da presidente, um ano atrás, de que graças ao seu governo o país tinha energia de sobra, barata e eterna. As contas públicas de 2014 fecharam com um rombo inédito na história: o governo federal arrecadou por volta de 1,2 trilhão de reais, mas conseguiu gastar quase 350 bilhões de reais a mais do que isso. Enfim, na eleição da Câmara, Dilma e seus grandes estrategistas políticos lançaram-se a uma aventura desesperada. Inventaram de declarar guerra a Eduardo Cunha, embora ele comande uma porção decisiva do PMDB, partido que há doze anos é o principal aliado do próprio governo, perderam e criaram uma nova liderança para a oposição, mais perigosa que todas as que já estavam aí.
A vitória de Cunha parece um desses casos clássicos em que a malícia é superada pela burrice. Dilma queria derrotar o PMDB para pagar menos por seu apoio. Vai pagar mais, e não pode fazer nada contra a bizarra espécie de aliado-adversário que criou. Não pode, é claro, expulsar o PMDB do governo, como não podia desde o começo da briga; não pode retaliar nem os partidos anões que comprou com cargos e que a traíram votando em Cunha. Quem iria colocar em seus lugares? Para piorar, o candidato da presidente ficou com pouco mais de 25% dos votos na eleição — uma soma ridícula, francamente, para quem pretende a "hegemonia" na vida política brasileira, como está escrito nos documentos oficiais do PT. A torcida do governo, agora, tenta se animar com a ajuda que imagina receber de gigantes do movimento de massas como Gilberto Kassab e Renan Calheiros — é a isso que está reduzida.
Mais que tudo, Dilma pôs em circulação, inteiramente de graça, a palavra "impeachment". É um despropósito, levando-se em conta que não está provada até agora nenhuma conduta criminal em relação a ela. Só está provado que faz um governo horrível, mas a Constituição não diz que o governo tem de ser bom; diz apenas que tem de ser eleito. Se é ruim, o remédio prescrito pela lei são eleições de quatro em quatro anos. Ao mesmo tempo, o Congresso não é obrigado a esperar decisões da Justiça para depor presidente algum; fez exatamente isso, por sinal, com Fernando Collor. Eis aí o que pode acabar sendo, para Dilma Rousseff, a mãe de todas as poeiras.
“Não se pode falar em golpismo quando se fala em impeachment” Senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação do governo Lula
‘OPERADOR’ PODE CONTAR QUEM RECEBIA COMISSÕES
Já recolhido à carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o “operador” Mario Goes, que atua na Petrobras há décadas, pode revelar quem na estatal recebia o bônus pago, por todos os estaleiros, aos executivos das empresas que encomendam navios e plataformas. É praxe, em estaleiros, o pagamento de “owner discount” correspondente a 5% do valor do navio ou plataforma, que pode custar mais de US$ 1 bilhão.
A PRAXE
O “bônus” ou “owner discount” de 5% do valor do navio ou plataforma é pago “por fora” ao executivo que decidiu a encomenda, onde ele quiser.
ARQUIVO VIVO
A prisão de Mário Goes é relevante porque ele intermediou a maioria dos grandes negócios da Petrobras no exterior, nas últimas décadas.
ESPECIALISTAS
Para formular ao “operador” Mário Goes as perguntas certas, a força-tarefa da Lava Jato deveria recorrer a quem atua no comércio marítimo.
CADEIA FAZ PENSAR
Aos 73 anos e bilionário, Mário Goes certamente reflete na cadeia se é isso mesmo – cadeia – o que ele deseja para o próprio futuro.
PT ‘CRESCE O OLHO’ E QUER TIRAR PORTOS DO PMDB
Pupilo do vice Michel Temer, o ministro Edinho Araújo (Portos) corre risco de ser engolido pelo PT, que ganhou poder de influência na sua repartição. O PT se aproveita da ignorância do novo ministro em relação ao sistema portuário para aprovar medidas e preencher cargos no gabinete, por meio do secretario-executivo Guilherme Penin, petista que é fiel escudeiro do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).
MANDA E DESMANDA
Guilherme Penin foi assessor especial de Aloizio Mercadante na Casa Civil, e nomeado secretário-executivo de Portos em novembro de 2014.
APARELHOU GERAL
Conhecido no setor portuário, o secretario-executivo já preencheu este ano pelo menos quatro cargos de confiança no gabinete do ministro.
CUIDADOS
Inspira cuidados o estado de saúde de José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras e da BR, ex-senador e ex-presidente do PT.
SÓ UM TROMBADINHA
Comparado ao “operador” Mário Goes, preso desde domingo, o lobista do PMDB, Fernando Baiano, também no xilindró, seria no máximo um office-boy de luxo, responsável pelo transporte de malas de dinheiro.
OUTRO ESTELIONATO
A energia que abastece as residências ficará no mínimo 41% mais cara em 2015, segundo especialistas, sem contar o impacto da vigarice das “bandeiras tarifárias”. Há um ano Dilma prometia “reduzir” a tarifa.
ARTHUR NA CCJ
A mais importante comissão da Câmara, Constituição e Justiça, será presidida por Arthur Lira (AL), primeiro deputado do PP conquistar essa posição. O último alagoano no cargo foi José Thomaz Nonô, em 1994.
VOU DE TÁXI
Moradores da pequena rua J.J. Seabra, no Rio, perderam uma de suas melhores atrações: o agora confiscado Lamborghini de Eike Batista, que até dias atrás saía dele como o Batman, para jantar na região.
O TROCO
O presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros, já mandou avisar ao PSDB para “botar a bola no chão”, nos embates de plenário, sob o risco de também ficar fora das presidências de comissões de mérito.
VALA COMUM
Certo de que a criação da CPI da Petrobras é um caminho sem volta, o PT agora vai trabalhar para estender as investigações dos governos Lula e Dilma para a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso.
CPMI, O RETORNO
Líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), acredita que conseguirá de 29 a 32 assinaturas para criação da CPMI da Petrobras. Além da oposição, o tucano negocia com quatro senadores da base do governo.
CORTES NO DF
O chefe da Casa Civil do governo do Distrito Federal, Hélio Doyle, garante que até 29 de janeiro foram reduzidos de 7.887 para 1.428 os cargos “de confiança”, de livre provimento, além do corte de 507 cargos com vínculo. Segundo ele, a economia foi de R$ 21,5 milhões em um mês.
PENSANDO BEM...
...o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró agora alega que é maluco, mas nunca será acusado de haver rasgado dinheiro.
PODER SEM PUDOR
PARENTE E PARCEIRO
O deputado Manuel Gilberto fazia oposição sem tréguas ao governador Moura Cavalcanti ("no Nordeste, quem não é Cavalcanti é cavalgado", dizia), em Pernambuco, e sempre dava um jeito de mostrar intimidade com a obra de Eça de Queiroz. Certa vez, ao responder a aparte do colega Maviel Cavalcanti, primo do governador, ele ironizou:
- Vossa Excelência tem mesmo que defender esse governo, porque, tal qual um personagem de Eça, o deputado é parente, patrício e parceiro.
Não me lembro de nenhum presidente que, após ser eleito, desapareça da vista da nação, como fez Dilma
Não me lembro de nenhum presidente da República que, após ser eleito e empossado, desapareça da vista da nação, como fez Dilma Rousseff. Em geral, o que ocorre é o contrário: já que, eleito ou reeleito, o presidente conta com a acolhida da maioria da opinião pública, que lhe deu a vitória nas urnas.
Mas a Dilma sumiu. Ela, que esteve em 2014 no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, onde garantiu que a economia brasileira ia às mil maravilhas, desta vez não foi lá: mandou o seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nomeado por ela para corrigir os erros que ela e Mantega cometeram.
Claro que ela não poderia voltar a Davos para desdizer tudo o que dissera antes. Esse papel coube ao ministro Levy que é, aliás, o único de seus ministros que se atreve a chamá-la de presidente e não de presidenta. Não se sabe até quando.
Pois bem, em vez de ir a Davos, dirigiu-se a La Paz para homenagear Evo Morales, também reeleito presidente da Bolívia. Dá para entender. Lá não seria obrigada a explicar por que mudou tão radicalmente uma política econômica que, segundo ela mesma, era um sucesso.
Enquanto isso, o mago João Santana --capaz de mudar água para vinho-- preparava o discurso que ela pronunciaria na primeira reunião com todos os seus 39 ministros.
Era um discurso difícil, não apenas porque teria que explicar por que mudou a política econômica, como também por que extinguiria direitos dos trabalhadores, que ela prometera preservar, "nem que a vaca tussa".
Uma encrenca, sem dúvida, mas teria de enfrentá-la, mesmo porque a principal característica do lulo-petismo é manter-se, diante do povão, como o salvador da pátria.
É certo que todo partido procura colocar-se, perante o eleitorado, como capaz de resolver os problemas do país e, particularmente, melhorar a vida de cada cidadão. Mas isso não é a mesma coisa que propõe o PT, como partido originário da esquerda revolucionária.
Isso porque, diferentemente dos demais partidos, o partido revolucionário promete mudar radicalmente a sociedade, alijando do poder os exploradores do povo, isto é, os capitalistas. Noutras palavras, o partido de esquerda é essencialmente ideológico, defende a criação de uma nova sociedade, dirigida não pelos patrões e, sim, pelos trabalhadores. Teoria essa que, na prática, mostrou-se inviável, uma vez que, em nenhum dos países onde o comunismo chegou ao poder, o governo foi exercido por trabalhadores.
Esses partidos não existem mais. Os que existem, como o PT, por exemplo, são na verdade partidos populistas, que se apresentam como defensores dos pobres, mas se aliam a setores empresariais, aos quais fazem concessões para se manter no poder.
Porque não podem mostrar-se, diante dos seus eleitores, como realmente são; fazem o jogo dos interesses empresariais, mas discursam como adversários deles.
E, assim, ganham os dois: os capitalistas, que nada têm a temer --consequentemente ganham mais--, e os populistas, que manipulam o descontentamento dos pobres com programas assistencialistas.
Esse foi o discurso do PT, que o manteve desde sempre, enquanto foi possível. Agora, no caso de Dilma Rousseff, a situação encrencou, porque a política governamental adotada, após anos e anos, terminou por levar a economia do país a esta situação crítica, o que a obrigou a chamar alguém para evitar que o barco afunde.
Mas como dizer essa verdade ao país se, até outro dia, durante a campanha eleitoral, afirmava o contrário? E, sobretudo, como dizê-la ao eleitorado petista que, por sua vez, não quer ouvir a verdade? Não pode, claro. Daí o estranho discurso que Dilma fez a seus ministros e a seus eleitores.
É que ela vai fazer, neste novo mandato, tudo o que disse que não faria. E acusava Aécio Neves de desejar fazer, quando, de fato, tratava-se de medidas exigidas pela situação crítica a que ela, Dilma, levara o país.
Por isso mesmo, como não pode dizer que não o fará, tampouco que o fará, pronunciou um discurso de crioulo doido quando garantiu que a mudança radical que sofrerá a sua política econômica é apenas a continuação natural daquela que fracassou. Por que, então, demitiu Guido Mantega, o responsável por ela?
11 de fevereiro de 2015
Ferreira Gullar, Folha de SP
Depois de ficar fora da Mesa Diretora da Câmara e do comando das principais comissões da Casa, o PT também não terá papel de destaque na comissão de reforma política foi instalada na tarde desta terça-feira (10) na Câmara dos Deputados.
Em acordo com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi eleito para o comando da comissão o deputado Rodrigo Maia (RJ), ex-líder do DEM na Câmara e ferrenho opositor das gestões do PT no governo federal.
A relatoria da comissão ficou com o deputado Marcelo de Castro (PMDB-PI). O PT ficou apenas com a primeira vice-presidência.
Cunha afirmou que o acordo para que o DEM comande a comissão parte do pressuposto de que é preciso que a oposição tenha papel de destaque nas discussões para que não tente inviabilizá-la.
“Se você quer ter um planejamento para votar, você não pode restringir a comissão à maioria. Você não ache que vamos começar um processo delicado desse com obstrução [da oposição] por ser uma comissão constituída apenas da base governista”, afirmou o presidente da Câmara.
ATÉ SETEMBRO
Na sessão de instalação, Cunha voltou a defender que as modificações no sistema político sejam aprovadas e promulgadas até setembro com o objetivo de já valer para as eleições municipais de 2016.
A derrota do PT é mais uma sofrida na composição dos postos-chave da Câmara na gestão de Cunha. Aliado visto como pouco confiável pelo Palácio do Planalto, o peemedebista foi eleito para o comando da Câmara no dia 1º derrotando o PT e o governo.
Logo de início, elegeu a reforma política como prioridade. Entre outros pontos, o PMDB irá defender mudanças na forma como são eleitos os deputados federais. Hoje isso ocorre por meio de uma fórmula que leva em conta a votação de todos os candidatos do partido e da coligação, além do voto na legenda. O PMDB quer mudar o sistema para o chamado “distritão”, em que são eleitos os mais votados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Eduardo Cunha continua humilhando o governo, que está praticamente sem liderança na Câmara. O líder escolhido por Dilma, Mercadante e Pepe Vargas é José Guimarães (PT-CE), que é conhecido com o deputado dos dólares na cueca, e o líder do PT é Sibá Machado, um parlamentar limitado e sem carisma. Resultado: Eduardo Cunha inverteu o polo do poder, formou seu próprio bloco, com 227 deputados e liderado pelo PMDB, isolou o PT com a maior facilidade e agora está nadando de braçada, enquanto o governo vai se afogando. Esta é a realidade.(C.N.)
11 de fevereiro de 2015 Ranier Bragon e Márcio Falcão Folha