Abalada pela abrupta queda na popularidade, somada aos demais problemas enfrentados neste início de segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff convocou uma nova reunião do Conselho Político do governo — a terceira nos últimos cinco dias, a segunda em caráter emergencial.
Dilma e os ministros mais próximos estão preocupados com os desdobramentos da crise política, o avanço das investigações da Operação Lava-Jato e a falta de interlocução com a base aliada, o que abre espaço para traições em futuras votações que interessam ao governo e aumenta os riscos de perda do controle nas CPIs sobre a Petrobras — a primeira, já instalada na Câmara e outra em vias de ser criada por senadores.
A desgastada relação, justamente com aqueles escolhidos para dar apoio no Congresso, tira o sono do núcleo político palaciano. “Todas as pedradas que o governo tem tomado vêm de dentro (da própria base). A oposição está tomando sol, sem protetor solar, na praia, rindo da nossa crise”, ironizou uma pessoa próxima da presidente.
Internamente, há quem defenda uma reação mais incisiva para que o governo saia das cordas. Não está descartada a possibilidade de um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão após o carnaval, embora, oficialmente, o Palácio do Planalto negue a informação. Como as demais decisões tomadas no governo, as informações conflitantes vindas do próprio núcleo duro governista provoca uma paralisia de ações.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O constrangimento é total nessas reuniões improfícuas, porque ninguém sabe o que dizer e Dilma Rousseff exibe toda a sua impaciência/arrogância/grosseria. A verdade é que a crise não tem solução a curto prazo. Pelo contrário, vai se agravar cada vez mais, com a evolução do novo pedido de impeachment, que fatalmente será apresentado, com base na fundamentação jurídica de Ives Gandra Martins e também na tese de Jorge Béja, já explicitada aqui na Tribuna da Internet. A última esperança do Planalto é a volta do marqueteiro João Santana, que vai estar com Dilma na Brasília sexta-feira. Mas acontece que Dilma não está mais em campanha. E Santana é apenas um publicitário, longe de ser milagreiro. (C.N.)
Correio Braziliense
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