Bendine leva contabilidade criativa da Dilma para Petrobras.
Bendine e a "cliente" Val Marchiori, que ganhou dele quase R$ 3 bilhões em empréstimo sob investigação da Justiça.
(Folha) O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou em entrevista ao "Jornal Nacional" nesta terça (10) que vai descartar a cifra de R$ 88,6 bilhões apontada por duas consultorias como o valor que deveria ser descontado do patrimônio da estatal após cálculo sobre os prejuízos causados pelo esquema de corrupção descoberto na empresa.
O número não chegou a ser lançado no balanço no terceiro trimestre, divulgado há duas semanas, mas sua apresentação ao mercado irritou a presidente Dilma Rousseff.
O número não chegou a ser lançado no balanço no terceiro trimestre, divulgado há duas semanas, mas sua apresentação ao mercado irritou a presidente Dilma Rousseff.
A estatal não usou o valor no balanço sob o argumento de que não era possível definir quanto da cifra era corrupção e quanto vinha de fatores como falhas em projetos. O cálculo do prejuízo com os desvios, feito pelas consultorias Deloitte e pelo BNP Paribas, foi uma condição imposta pela auditoria da estatal, a PwC, para assinar o balanço do terceiro trimestre, atrasado desde novembro.
Bendine disse que, além dos valores atribuídos a pagamento de propina --lançados indevidamente como investimentos-- a empresa vai promover o ajuste de seus ativos, na casa de R$ 300 bilhões, a "valor justo", que mostre com "clareza e transparência" o valor da estatal.
Ex-presidente do Banco do Brasil, ele assumiu a Petrobras nesta segunda (9) a convite de Dilma. Questionado sobre ter autonomia suficiente no cargo, como pedia o mercado, afirmou que ela lhe foi dada pelo Conselho de Administração da empresa. Sobre a reação negativa do mercado à sua nomeação, disse que os seis anos à frente do BB o credenciam ao cargo.
AUDITORIA
A diretoria vai pedir ao Conselho de Administração que renove, sem licitação, o contrato com a PwC por mais dois anos, por R$ 47 milhões --reajuste de 147% sobre o valor anterior, de R$ 19 milhões, referente ao triênio 2012-2014. A avaliação é que a consultoria tenta ajustar o contrato a valores mais próximos ao de mercado --o preço do anterior foi considerado baixo.
O pedido será apreciado em reunião do conselho no dia 27. A proposta já havia sido apresentada pela gestão Graça Foster. A justificativa era que "nenhuma outra [firma de auditoria] toparia assumir a situação agora". A estatal precisa enviar seu balanço auditado à SEC (órgão americano equivalente à CVM) até o dia 30 de abril.
Esse é o prazo para que o balanço seja apresentado a credores, sob risco de desencadear o vencimento antecipado de dívidas da estatal. Petrobras e Graça não responderam à Folha sobre a renovação do contrato. A PwC afirmou não comentar casos de clientes.
15 de fevereiro de 2015
in coroneLeaks
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