"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

NOVOS PARTIDOS DEVEM ALTERAR QUADRO POLÍTICO PARA 2014


1A menos de um mês do prazo final para a criação de partidos que possam disputar as eleições de 2014, há uma corrida para formalizar novas legendas perante a Justiça Eleitoral. As novas siglas podem alterar o quadro político nas disputas em níveis nacional e estadual.

A Rede Sustentabilidade, partido articulado pela ex-senadora Marina Silva, é o que mais pode influenciar o cenário. A agremiação, cujo maior propósito é lançar Marina a presidente da República, deve atrair políticos insatisfeitos com suas legendas. A Rede tende a capitalizar a seu favor o momento de insatisfação da sociedade com os partidos tradicionais. Durante os protestos de junho, pesquisas apontaram grande identificação dos manifestantes com Marina Silva. Dessa forma, a entrada em cena da Rede pode mexer sensivelmente com o quadro político-eleitoral do país.

No entanto, a Rede ainda tem desafios pela frente. Como ainda não foi oficializado pela Justiça Eleitoral por conta de problemas na checagem das assinaturas, o partido lançado por Marina Silva corre o risco de não ser criado, o que seria negativo para ela. Se isso ocorrer, restaria à ex-senadora filiar-se a uma legenda já existente para que possa disputar o Palácio do Planalto.

Outro partido em gestação é o Solidariedade, do deputado Paulinho da Força Sindical. Mesmo antes da oficialização, Paulinho já negocia a adesão da legenda com governadores que buscam a reeleição e mantém conversa com os presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB). A eles, o Solidariedade tem a oferecer a base sindical que gravita em torno de Paulinho, para se contrapor à Central Única dos Trabalhadores (CUT), dominada pelo PT e que apoiará a reeleição de Dilma.
O eventual apoio de Paulinho é importante para os principais adversários de Dilma em 2014, principalmente para Aécio, que possui um perfil que não seduz o sindicalismo.

A criação do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) está em análise no Tribunal Superior Eleitoral e também pode engordar o quadro partidário do país nos próximos dias. Na semana passada, depois de o governador Eduardo Campos (PSB-PE) pressionar o também governador Cid Gomes (PSB-CE) a apoiá-lo numa eventual candidatura a presidente, especulou-se que Cid poderia migrar para o PROS e levar com ele importantes lideranças políticas de seu Estado.

E JOSÉ SERRA?

Quem também poderá trocar de legenda até o início de outubro com o objetivo de disputar o Palácio do Planalto é o ex-governador José Serra (PSDB). Como seu partido tende a lançar a candidatura do senador Aécio Neves (MG) ao Planalto, restaria a Serra mudar de legenda caso queira disputar novamente uma eleição presidencial.

Caso saia do PSDB, o destino de Serra deve ser o PPS, partido liderado nacionalmente pelo deputado federal Roberto Freire (PPS-SP). Porém, como Serra costuma tomar suas decisões políticas no limite do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral, a tendência é que ele decida se fica ou não no PSDB apenas no fim do mês. Enquanto isso, as especulações sobre seu futuro político permanecerão na agenda.

Além de se tornarem oficiais, esses partidos buscam atrair quadros, especialmente deputados federais, para garantir tempo de rádio e TV e recursos do Fundo Partidário. Como a filiação a partidos recém-criados não é considerada infidelidade partidária e não acarreta perda de mandato, parlamentares migram para as novas legendas em busca de mais espaço.

Portanto, uma visão mais clara do cenário eleitoral de 2014 passa pela definição do quadro partidário do país. A partir de outubro é que será possível ter uma noção da correlação de forças nas eleições nacional e estaduais.

E OBAMA FALA, FALA, FALA, FALA...


   


Os grupos antigoverno na Síria foram induzidos a uma intoxicante visão de triunfo, ao ouvir o que o presidente Obama disse em agosto de 2011, que foi traduzido, acertadamente, na manchete “Assad tem de sair”.
Antes, Obama já emitira mensagens assemelhadas: “Mubarak tem de sair” e “Gaddafi tem de sair”.
Obama pode talvez se ter metido na cabeça a ideia de que desempenhava papel benigno na Primavera Árabe – mostrando-se ‘do lado certo da história’ (como ele gosta de dizer). “Assad tem de sair” soou também como se o presidente tivesse incorporado o espírito de George W. Bush; mas talvez não.

Já transcorridos 56 meses de governo Obama, não cabem dúvidas de que Barack Obama gosta de falar. Pensa que os americanos e outros anseiam por ouvir o que ele tenha para dizer, e sobre vários assuntos; conforme essa sua percepção, ele disse, em agosto de 2012, sobre a guerra civil na Síria: “Uma linha vermelha para nós é se começarmos a ver quantidades de armas químicas movidas de cá para lá ou sendo usadas. Isso mudaria meu cálculo”. Em março, a versão era outra, para a mesma declaração: o uso de armas químicas por Assad “muda o jogo”.
Dois comentários nada diplomáticos. Quem estivesse interessado em empurrar os EUA para mais guerras não diria melhor, nem mais claramente, dos próprios interesses.

Quando surgiram algumas evidências de que se usaram armas químicas na Síria, esse ano, primeiro em março, perto de Aleppo, depois em agosto, perto de Damasco, as forças que pressionam a favor do envolvimento dos EUA exigiram, imediatamente, mudança de política.

Quem são essas forças? Uma das maiores e das quais menos se fala nos EUA sempre foi a Arábia Saudita. Se é preciso fornecer armas e dinheiro a jihadistas para enfraquecer a Síria e, por essa via, enfraquecer também o Irã, os sauditas sempre se mostram dispostos a fazer tudo isso. Turquia e Qatar também apoiam os jihadistas, contando com auferir vantagem política; e a Israel interessa prolongar a guerra, mas sem deixar que a vitória penda para os jihadistas. Assim Israel brilha com renovado fulgor como único parceiro com que os EUA contam, numa região que vai sendo cada vez mais devastada.

“QUE SANGREM…”

Matéria publicada pelo New York Times dia 5/9 noticiava manifestação de um ex-diplomata israelense, sobre os jihadistas e o exército sírio: “Que sangrem os dois, hemorragia até a morte: por aqui, esse é o nosso pensamento estratégico. Enquanto continuarem assim, não haverá real ameaça síria”.

Depois que emergiram notícias do uso de armas de gás em março, Obama concordou, pela primeira vez em público, com mandar armas norte-americanas para apoiar grupos “do bem” dentro da oposição na Síria. Depois do incidente de agosto, no qual se registraram mais mortes, Obama anunciou sua conclusão de que Assad ordenara os ataques e que mísseis norte-americanos não tardariam a “punir” a infração atacando alvos significativos do Estado. Ao mesmo tempo, Obama insistia que não queria alterar o rumo da guerra, com a intromissão da força bélica dos EUA. Seu plano não iria além de um bem merecido castigo.

A formulação traiu a contínua relutância; também mostrava que Obama pode ser levado a agir contra suas inclinações e, mesmo assim, consegue acomodar a coisa aos seus próprios padrões morais.

Não há dúvidas de que houve um ataque. Ninguém sabe ainda, com razoável certeza, quem o ordenou. Assad poderia ter ordenado, mas, dado que estava em vantagem na guerra e o movimento seria suicídio, não se entende como Obama concluiu o que concluiu.

Diz-se que os rebeldes não teriam competência técnica para usar o gás, mas há notícias de que estavam de posse de armas químicas; a ideia de uma operação forjada, de provocação, e bem-sucedida, exigiria alto grau de perversão e talento dissimulatório que também são difíceis de aceitar.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, obscureceu a discussão no final de agosto, quando, primeiro, pediu inspeção do local por inspetores da ONU; e logo depois os alertou para que saíssem de lá, porque os EUA bombardeariam tudo imediatamente.
A coisa trouxe de volta ecos de Bush no Iraque em 2003, e Kerry tratou de cancelar a própria ordem; mas, surpreendentemente, declarou que nada do que os inspetores da ONU descobrissem faria, para ele, qualquer diferença.

“AUTORIZAÇÃO”

Apoiado só em inferências forçadas e pressupostos, dos quais a melhor ‘pista’ era uma comunicação interceptada – gravação de uma fala de um muito perturbado suposto comandante de forças sírias, entregue aos EUA pela inteligência israelense – Obama declarou sua intenção de ordenar um ataque. Em seguida, pediu autorização ao Congresso, para usar força militar e queria poderes para agir como entendesse necessário, para “responder a”, “deter” e “degradar” as capacidades militares e defensivas do governo sírio. Todas essas são palavras sem significado preciso, e foram escolhidas por essa razão.

A campanha doméstica a favor de ataque norte-americano aos sírios foi marcada por uma notável novidade vinda dos agentes promotores de guerra humanitária: mensagens de Twitter, enviadas por Rice e pela embaixadora dos EUA à ONU, Samantha Power, para promover também pelo lado de fora os objetivos pelos quais trabalhavam dentro do governo.

No final de agosto, com britânicos ou sem, os EUA estavam posicionados para ir à guerra. Mas a opinião pública já migrara para um ceticismo desconfortável – a proporção, que era de 3:1 a favor dos que não queriam a guerra, subiu, na segunda semana de setembro para mais de 2:1 contra.
E foi no meio dessa deriva que o presidente resolveu enviar a questão ao Congresso e pedir que dividissem com ele a responsabilidade. Mas o Congresso, então, já estava refletindo a opinião pública.

A consulta sugeriu que Obama queria mais tempo para pensar, e que não queria perder para a Grã-Bretanha, que seguira os procedimentos de um governo constitucional. Mas incongruente e muito estranhamente, Obama logo acrescentou que não seria pautado pela votação no Congresso. O que aí se vê é ambivalência pessoal privada, exposta para contemplação universal.

ARMAS QUÍMICAS

Dia 9/9, Kerry deixou escapar um comentário, que seria carregado de consequências. O único meio pelo qual Assad conseguiria evitar ataque norte-americano seria ele entregar suas armas químicas a supervisão internacional e eventual destruição. “Claro” – Kerry acrescentou – “que não acontecerá.”
Putin ouviu e entrou em cena. Mas, sim, disse Putin, é claro que acontecerá, porque a Síria entregaria suas armas químicas à inspeção internacional e até ao confisco, nos termos de um acordo que a Rússia intermediaria; em segundos, seu ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, apareceu com um plano diplomático no qual já vinha trabalhando há meses.

A Casa Branca e o Departamento de Estado fizeram de tudo para ficar com os créditos por esse desenvolvimento, mas é quase impossível acreditar que tenha sido resultado de plano conjunto, do qual Kerry tivesse participado. Implicaria que o presidente ter-se-ia posto, ele próprio, numa situação que causaria embaraços ao governo, que o humilharia pessoalmente e que poria o mundo à beira de uma guerra, ‘porque’ sabia da surpresa que surgiria no momento certo.

A boia não requisitada que Putin empurrou para Obama levou o presidente a retirar a consulta que encaminhara ao Congresso – mas, isso, só depois de ter absoluta certeza de que a votação aconteceria dia 11/9. Estava a caminho de ser derrotado na Câmara de Representantes e, possivelmente, até no Senado.

É pouco provável que Obama mude outra vez, por hora. Mas deixar-se na posição passiva, de quem só ouve o que os russos digam, que responde às vezes sim, às vezes não, às vezes “Vamos analisar”, exporá todo seu governo à acusação de estar “liderando pela retaguarda” demais (foi Obama quem inventou essa, ao jactar-se do que fazia na Líbia).

A diplomacia é coisa relativamente nova para Obama. Mas, dessa vez, não teve escolha e terá de trabalhar duro para resistir à pressão para bombardear o Irã que nunca para de vir de Israel e do lobby israelense nos EUA.

20 de setembro de 2013
David Bromwich
(“Diary”, London Review of Books)
(artigo enviado por Sergio Caldieri)

MINISTRO DO TST DIZ QUE RENDA DO TRABALHADOR CAIRÁ ATÉ 30% COM A TERCEIRIZAÇÃO


O ministro Mauricio Godinho Delgado, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), adverte que a a provação do PL 4.330 terá “efeito avassalador” e reduzirá a renda em até 30%.

“O projeto, claramente, generaliza a terceirização. Na concepção de 19 dos ministros do TST, que têm, cada um, 25 anos, no mínimo, de experiência no exame de processos, o projeto generaliza, sim, a terceirização trabalhista no País. Em vez de regular e restringir a terceirização, lamentavelmente, o projeto torna-a um procedimento de contratação e gestão trabalhista praticamente universal”, denunciou.

Para Godinho Delgado, o aumento desse tipo de contratação provocará o rebaixamento da renda do trabalho em cerca de 20% a 30% de imediato, “o que seria um mal absolutamente impressionante na economia e na sociedade brasileira”.

20 de setembro de 2013
Deu no Repórter Sindical

A CIA, O BRASIL E O TERRORISMO


 
As denúncias feitas pela Folha de São Paulo, de que agentes da CIA norte-americana atuam livremente no Brasil, em franca “colaboração” com policiais brasileiros assustam muito menos do ponto de vista da atuação dos agentes estrangeiros do que da de seus “parceiros” brasileiros.
Afinal, os espiões norte-americanos estão cumprindo o seu papel: vigiar de perto um país que tem uma extensão territorial contínua maior que os próprios Estados Unidos; que conta com 200 milhões de habitantes; que é a sétima maior economia do mundo; e o terceiro maior credor individual dos Estados Unidos; além de membro dos BRICS, uma aliança que o une à China, Rússia, índia e África do Sul, deve mesmo ser uma prioridade para a CIA.
 
Assim como interceptar emails e telefonemas da Presidente Dilma é prioridade de outra agência do complexo de inteligência dos Estados Unidos, a NSA, já sabemos.
O que não podemos entender, já que estamos sendo ridicularizados no mundo inteiro, é como  esses agentes externos tem o seu trabalho banalizado e facilitado pelo próprio governo brasileiro, dentro do nosso território, como se fosse a coisa mais comum do mundo eles entrarem e saírem de instalações responsáveis pela nossa segurança interna e se deslocarem em nosso território como se estivessem dentro das fronteiras dos Estados Unidos.
 
“COLABORADORES”
Espertos, os EUA contam com a ignorância e o cabotinismo deslumbrado e tupiniquim de muitos de seus “colaboradores”. Afinal – pode-se imaginar, depois de tantos anos de “colaboração”, quantos policiais brasileiros não terão tido a oportunidade de chegar em casa – ou de se sentar com os amigos depois do expediente – e comentar ter participado de uma reunião com “agentes” da DEA ou da CIA, para conversar sobre o “combate ao tráfico de drogas” – a primeira fachada para a assinatura de convênios – ou, depois do 11 de setembro, como se informa agora, sobre o combate ao “terrorismo”.
E quantos espiões norte-americanos devem ter rido de seus “colegas” brasileiros, a propósito da “guerra contra o terror”, tomando um uísque no bar do hotel, antes de ir para a cama.
Trata-se, muitas vezes, de uma questão cultural. Quantos dentre esses agentes da lei brasileiros, não cresceram e não aguçaram a sua vocação vendo – como milhões de outros brasileiros de sua geração – programas policiais e de espionagem norte-americanos na televisão? E quantos não se imaginaram, em suas fantasias de criança, viajando pelo mundo, combatendo os malvados “terroristas” que ameaçam a liberdade e a democracia ocidental e os próprios Estados Unidos?
Bom seria se da formação informal de alguns de nossos profissionais da área, além de suas lembranças de séries como Miami Vice, CSI New York, Missão Impossível, fizessem parte também cursos sobre relações internacionais, geopolítica e o lugar do Brasil, hoje, no mundo.
Assim, seria mais fácil que eles – e também muitos de nossos diplomatas e até gente de outras áreas do governo – percebessem que o Brasil não corre risco de sofrer ataques “terroristas”.
Nossa República – graças a um dispositivo constitucional que propugna o princípio da não intervenção – não se mete em assuntos internos ou externos de outros países.  E o faz para que outras nações – e grupos, armados ou não, e de qualquer orientação ideológica – não se metam conosco, nem oficial, nem sub-repticiamente, como faz os Estados Unidos.
“TERRORISMO”
 
Quem é vítima do “terrorismo” são países que, como a Espanha e Israel, por exemplo, atuam como servidores de segunda classe dos EUA em lugares como a Líbia, o Iraque, o Afeganistão, enviando tropas e aviões para combater ao lado dos ingleses e norte-americanos em defesa de seus interesses.
Afinal, o termo “terrorismo” não pode ser usado apenas, como se faz usualmente, contra os inimigos dos EUA. Se terrorismo é matar um inocente em Madrid ou Nova Iorque, não existe outra palavra para qualificar o fato de se assassinar uma criança, usando um avião não tripulado em Cabul, Bagdá ou Islamabad.
O Brasil só estará sujeito a ser atacado, se continuar, justamente, a estreitar seus laços com os serviços de segurança norte-americanos, colocando-se como inimigo de grupos e organizações que não têm nenhuma razão ou interesse de atuar em território brasileiro. O Brasil não tem problema com países árabes – temos aqui grandes colônias de palestinos, sírios, libaneses – e os judeus estão em nosso país desde a Descoberta, de que participaram.
A CPI que investiga a espionagem cibernética norte-americana deve estender a sua atuação para a imediata apuração da atividade de agentes norte-americanos no Brasil. É necessário identificar e romper esses convênios; desmontar as instalações – muitas financiadas com dinheiro norte-americano – a que esses senhores têm acesso e “convidá-los”, educadamente, a deixar, imediatamente, o território nacional. ´
 
Como se viu com o tiroteio em Washington, os Estados Unidos – com os inimigos internos e externos que cultivam – não terão paz enquanto acreditarem que receberam licença divina para tutelar o planeta. Saiamos – antes que seja tarde demais – da “colaboração” com os EUA na área de segurança. Administremos nossos próprios problemas, que já não são poucos. E eles que cuidem dos deles.

PERDEU O BRILHO E A CONFIANÇA


Imagem do Supremo fica arranhada após decisão a favor de embargos, porque demonstra tratamento diferenciado para réus endinheirados e poderosos

Com o julgamento do mensalão reaberto, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar os embargos infringentes, que podem beneficiar até 12 réus, a imagem da mais alta Corte do país, antes incensada pela opinião pública como a última esperança de combate à impunidade, sai maculada.

Até quem concorda com o cabimento dos novos recursos reconhece que, mesmo momentaneamente, a popularidade da instituição e de muitos dos seus 11 ministros alçados ao status de heróis sofrerá um revés diante da população. O episódio reforça a sensação de que a Justiça é mais complacente com os ricos e poderosos, afirmam especialistas ouvidos pelo Correio.

Antônio Flávio Testa, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), não tem dúvida da descrença das pessoas. “A maioria da população não está mais acompanhando, perdeu o interesse, ou seja, está desacreditada. Pode haver um desgaste momentâneo da justiça. E o principal é que fica de fato confirmado que a Justiça brasileira dá tratamentos desiguais. É um tratamento exclusivo para elite, mas extremamente dura e cruel com os pobres e os não poderosos. Isso é uma constatação que ficou agora evidente”, assinala. Outros especialistas entrevistados têm a mesma opinião.

PSB NÃO PODERIA FAZER OPOSIÇÃO E FICAR NO GOVERNO DILMA



A Folha de São Paulo publicou matéria sobre encontro em Brasília, entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula quando os dois discutiram sobre a permanência de dois ministros indicados pelo PSB e o comportamento do governador Eduardo campos que está fazendo oposição ao Planalto e se apresentando como pré-candidato à sucessão de 2014.
 
Dilma Rousseff afirmou-se disposta a substituir Fernando Bezerra da Integração Nacional e José Leônidas Cristino da Secretaria dos Portos. Está correto seu posicionamento, mas Lula pediu que espere um pouco, pois está disposto a convencer Eduardo Campos.

Não sei se conseguirá, mas Rousseff está certa. O partido que integra a administração não pode praticar a dualidade em que se encontrava. Durante o dia era governo, à noite partem para oposição. Tem todo direito a fazer oposição, porém neste caso tem de entregar os cargos que ocupa. Se entrou na equipe de Dilma pela participação administrativa que recebeu, se passou a adotar comportamento oposicionista deve entregar os postos. Não se trata apenas de uma questão de ética, mas também faz parte do jogo próprio do poder 
Dou como exemplo o que aconteceu no governo Jango Goulart, em 1962. A dificuldade que envolveu a posse de Goulart (não fosse a atuação de Leonel Brizola à frente do Rio Grande do Sul, ele não assumiria) fez com que fosse implantado em 61 um governo de coalizão partidária. A UDN participou. Indicou dois ministros e o embaixador junto à ONU. Virgílio Távora nos Transportes, Gabriel Passos em Minas e Energia, Afonso Arinos de Melo Franco na ONU. Isso no primeiro ano do mandato, mas em 62, em julho, a UDN, em convenção nacional, resolveu romper com Jango. Virgílio, Passos e Afonso Arinos entregaram os cargos para as quais haviam sido nomeados.

Jango fez um apelo pessoal a Virgílio Távora para que permanecesse. Estava na sala de Virgílio quando o presidente telefonou. Távora respondeu que não poderia assumir tal atitude. “Sou um homem de partido, apesar de nossa amizade pessoal”. Sinal dos tempos que passaram
 
Há muita diferença entre o ontem e o hoje. A mesma Folha de São Paulo de sábado publica reportagem de Estelita Carrazai sobre o escândalo – mais um – que explodiu no Ministério do Trabalho. Foram demitidos titulares de cargos de confiança, mas o ministro Manoel Dias permanecia surpreendentemente. Chegou a dizer que em todos os ministérios existem irregularidades, como s corrupção pudesse ser encarada como uma rotina. Foram passados milhões de reais a diversas ONGS que emitiram recibos à base de notas frias. Manoel Dias – acentua a FSP – afirmou que muitos convênios foram cancelados e outros vão sofrer auditorias. Como? Auditorias em consequência das denuncias da imprensa? E quem devolve o dinheiro roubado? Mas esta é outra questão. 
ONGS CRIMINOSAS
O fato é que, por essas e outras, proliferam ONGS pelo país afora em praticamente todos os setores da administração pública federal, estadual e municipal. Claro. Engolem verbas e mais verbas e, salvo exceções, não produzem nada positivo. Nem poderiam. O seu nome Organização Não Governamental traz consigo uma contradição insuperável: como é possível que organizações não governamentais possam resolver problemas governamentais? Não existe saída para esse dilema. Os governos terminam repassando recursos financeiros para que entidades privadas realizem aquilo que eles deveriam realizar. Caso da Saúde, por exemplo; caso do registro civil; caso da educação profissionalizante, e vai por aí afora. 
Enquanto os presidentes da República, governadores e prefeitos mantiverem esse caminho, estarão criando mais condições para que a corrupção e a lavagem de dinheiro estejam sempre presentes na vida nacional. Os governos possuem campos de atuação nos quais se tornam insubstituíveis. Substituem-se  a si mesmos, através de ONGS, (inúmeras delas são fantasmas) significa ao mesmo tempo uma renúncia e um desastre. Perda de tempo, dinheiro jogado fora.
 
20 de setembro de 2013
Pedro do Coutto

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA HELIO FERNANDES

40 anos do assassinato de Allende. A tortura, o fim de uma democracia, a do Chile, jamais interrompida. Barbosa e Fux, sozinhos na sala eletrônica, que sorte, Fux ‘saiu’ no sorteio. Enquanto a televisão apenas transmitia e muito depois comentava, este Blog foi atualizando e comentando, ‘em cima do laço’.
E um número enorme de comentaristas opinando, da forma como entendiam. Sujeitos apenas à própria vontade. Um recurso e uma inovação, aprovadíssima.
 

 
Como eu disse, nervoso e inseguro, o presidente do Supremo foi para o seu gabinete, todos os outros ministros já haviam ido embora. Sem falar em Gilmar Mendes, que saiu, espetacularmente, no meio da fala de Celso de Mello, decepcionado com quem tem elogiado tanto.
 
Todos esqueceram que faltava “sortear” o relator do novo julgamento, ou como querem alguns, outra fase do mesmo julgamento. Na sala do presidente, só o próprio e Fux. Este não é sempre fiel a Barbosa, muito mais do que isso, é total subserviência, quase tocando ou chegando ao ponto da imprudência.
 
Só os dois, resolveram “arriscar” na sorte e realizar o sorteio de Fux, perdão, do novo relator, o ansiado e desejado Fux. Perguntei, me responderam: “Não pode haver dúvida, é eletrônico”.
Não falei nada, não podia, mas aqui, publicamente, deixo a pergunta inócua, inútil, impertinente: “Quem eletroniza o eletrônico”?
 
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PS – Santos Aquino e Almério Nunes, obrigado pelas três palavras definidoras de uma vida. Agradeço como elogio, incorporo como constatação.
 
PS2 – Que ninguém se engane: neste 2013 não haverá nenhum movimento importante na Ação Penal 470, popularizada como mensalão. Os recursos poderão ser protocolados em 30 dias, naturalmente a partir da publicação do acórdão.
 
PS3 – Esse acórdão levará no mínimo 60 dias para ser publicado, depende naturalmente dos ministros liberarem seus votos.
 
PS4 – Ninguém pode cobrar, ministro sobre ministro. Admitamos que sejam publicados em 30 dias, 20 de outubro. Mais 30 dias para os recursos, 20 de novembro. Tudo se correr aritmeticamente (e não matematicamente, como gostam de dizer), sem nenhuma falha nessa contagem.
 
PS5 – 20 de novembro, pertíssimo do recesso do Judiciário, voltarão ao trabalho em 15 de fevereiro, em pleno 2014, ano de duas finais emocionantes, da Copa e do mensalão.
 
PS6 – A partir da volta do recesso, não há expectativa ou perspectiva que seja razoavelmente analisável.
 
PS7 – Votação, só a partir de 2014. Mas será o mais razoável e possível admitir que toda a qualquer votação chegue sempre ao final em 5 a 5. O Supremo, não dividido e sim “rachado”. Nas duas votações do ficha limpa, o mesmo resultado.
 
PS8 – Assim, não havendo voto de Minerva (como tantos insistiram idiotamente), Celso de Mello pode ser, g-l-o-r-i-o-s-a-m-e-n-t-e, o 11º ministro a votar e a desempatar.
 
PS9 – Como ele ainda tem 2 anos e 1 mês para completar 70 anos e cair no que chamam de expulsória, ficará como adora: no centro dos acontecimentos.
 
PS10 – É preciso ressaltar, registrar e ressalvar: mesmo votando a favor dos infringentes, os ministros cumpriam o que está escrito: “Tendo quatro votos a favor, cabia o recurso”. Mas reconhecendo o direito ao recurso, não sinalizavam que reconheciam a falta de elementos para a condenação. Este é um fato importantíssimo.
 
PS11 – Para terminar por hoje, por hoje. Geralmente quem “redige o acórdão” é o relator. Como de forma surpreendente, o relator foi derrotado, esse acórdão é redigido por um ministro do grupo vencedor.
 
PS12 – Mas quem escolheu e indicou foi o próprio Barbosa, que preferiu “um novato” (Marco Aurélio) que chega por último “e quer logo sentar na janelinha” (Romário).
 
PS13 – Barbosa quis dizer ao plenário: “Perdi, mas foi por instantes. E até novembro de 2014, ainda sou e serei o presidente”.
 
OS 40 ANOS DA MORTE DE ALLENDE E DO GOLPE DO SEU ALIADO, PINOCHET
 
Existe apenas um cadáver, no mesmo local (o Palácio Presidencial de La Moneda), e duas versões que pretendem igualmente a propriedade, a credibilidade e a autenticidade histórica. E para conquistarem esse status, deturpam a realidade, alegam que Allende de suicidou ou foi assassinado.
 
Nesses 40 anos não surgiram provas, mas testemunhos, irrefutáveis e insofismáveis, de que Allende foi assassinado, jamais teria praticado, ou como se diz comumente, “cometido” o suicídio.
 
Allende era socialista assumido, não comunista, apesar de ter amigos comunistas, como o grande Pablo Neruda. Mitterrand, presidente da França durante 14 anos, líder da “resistência”, a partir de 14 de junho de 1940, quando os nazistas invadiram a França e se instalaram em Partis, era socialista autêntico.
 
Dizia publicamente: “Tenho horror do comunismo”. Exerceu dois mandatos de 7 anos (agora é de 5), de 1981 a 1988, de 1988 a 1995. Quando ia conquistar o terceiro mandato, surgiu o “adversário” invencível, foi derrotado. Sem eleições, apenas o hospital frio, sem povo, sem voto, sem urnas, apenas médicos.
 
Nesses 14 anos não foi a Moscou, os líderes soviéticos jamais foram convidados a irem à França. Mantinham relações diplomáticas, o embaixador da União Soviética conversava com o ministro do Exterior ou o primeiro-ministro, com Mitterrand, em nenhuma oportunidade.
 
A mesma coisa que fazia o marechal Tito. Socialista, não ia a Moscou. Stalin é que ia à Iugoslávia conversar com ele. A Iugoslávia era um dos nove participantes do “Pacto de Varsóvia”, que reunia os países do leste da Europa. Anticomunistas, mas forçados pela incompetente e “militarizada” União Soviética.
 
A MORTE DE ALLENDE
 
Amava o seu país, fazia política com a mente e o coração. Candidato a presidente em 1958, derrotado, cumprimentou o adversário e voltou às suas atividades. Em 1962 não queria ser candidato, insistiu com Neruda, este recusou, Allende foi para a segunda candidatura. A mesma coisa, derrotado, felicitou o adversário, voltou para causa, pela adoração fora do comum do seu país.
 
Em 1966 não admitiu de modo algum a candidatura, recusou todos os pedidos. Em 1970 os apelos aumentaram muito, aceitou, foi candidato, eleito com margem folgada de votos. Começou se equivocando na convocação dos militares que formariam, com os ministros civis, a base do governo.
 
Foi traído por todos, Exército, Marinha e Aeronáutica, ligadíssimos aos EUA, que financiaram tudo, patrocinaram as “adversidades” que infelicitaram a população. O maior traidor de todos, o general Pinochet, o mais ligado a ele.
 
ESTÁDIO NACIONAL, TORTURA A CÉU ABERTO
 
Bombardearam o palácio presidencial, Allende não saiu de lá junto com a família. Os assassinatos e as torturas começaram antes da derrubada do presidente.
O belo Estádio Nacional, que eu tanto frequentei na Copa do Mundo de 1962 (uma das nove copas que assisti nos países onde se realizavam), imediatamente transformado em subterrâneos (e às vezes nem mesmo precisando de subterrâneos) da morte, da tortura, do esquartejamento.
 
“NÃO ME RENDEREI  DE JEITO ALGUM”
 
Sequestrado no palácio bombardeado e em chamas, Allende pronunciava essa frase pelo rádio, atingia o país inteiro. Se dirigia aos trabalhadores, mas na verdade era a população inteira, inconsolável, emocionada, martirizada pela resistência de um homem. Mesmo os que não votaram em Allende, choravam pelo país.
 
Assustados, os golpistas, já torturadores implacáveis, decidiram que seria melhor que Allende deixasse o Chile. Nem sabiam se ele estava vivo ou morto, ofereceram um helicóptero para que atravessa a fronteira para um país vizinho.

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PS – Este “não me renderei”, interpretado pelos golpistas como antecipação de um “aceito”, já não tinha mais sentido. Allende estava morto, no palácio que já não existia, desaparecera com o presidente.
 
PS2 – Logo, logo e agora completando 40 anos, a dúvida que é alimentada pelos herdeiros dos cruéis e selvagens ditadores: ALLENDE SE MATOU.
 
PS3 – Não importa que, acionou a última bala que matou Allende. Não interessa onde essa bala surgiu, o que pretendem é manter a versão do suicídio.
 
PS4 – Haja o que houve, Allende foi assassinado, seu corpo encontrado nos escombros.
 
PS5 – A morte e a morte de um homem que só pretendia viver com seu país e pelo seu país, não pode servir de absolvição ou de passaporte para a impunidade e a eternidade dos assassinos.
 
PS6 – Assassinato foi o que tirou a vida do socialista Salvador Allende.

STF ACEITA NOVO JULGAMENTO DO MENSALÃO

                

REIZINHOS PRESUNÇOSOS

                
http://imguol.com/c/noticias/2013/09/18/18set2013---meu-voto-e-apenas-mais-um-que-se-somara-a-um-grupo-de-cinco-outras-manifestacoes-afirmou-o-ministro-do-stf-supremo-tribunal-federal-celso-de-mello-ao-iniciar-seu-voto-sobre-o-1379530907149_956x500.jpg
Não foi acatar a legitimidade dos embargos infringentes o mais grave e mais  perigoso no voto do ministro  Celso de Mello. Admita-se que ele aplicou a lei, mesmo em se tratando de um regulamento. Pelo menos pálidos argumentos emergirão de sua sentença.
O que ela  tem  de tenebrosa veio antes do anúncio da decisão em favor dos mensaleiros,  quando como  decano dos juízes do Supremo Tribunal Federal declarou que a mais alta corte nacional de Justiça “não pode expor-se a pressões externas como as resultantes do clamor popular e pressões das multidões, sob pena de completa subversão do regime constitucional de direitos e garantias individuais”.
 
Por quem sois, Meritíssimo?  Quer dizer que o sentimento nacional, a opinião pública, não vale nada? Ao longo de nossa História, as grandes modificações institucionais foram feitas com apoio popular. Mesmo a República,  de que Aristides Lobo falou ter sido proclamada com o povo bestificado, não foi bem assim.  Exército, donos da terra e Igreja deram suporte à queda do Império.
 
Acresce uma evidência que seria cômica se não fosse trágica,  caso a opinião de Celso Mello não estivesse desmentida pelos fatos: o que é uma eleição, especialmente a  presidencial, senão um clamor popular,  a manifestação da maioria da população em favor de uma pessoa,  uma idéia ou   um protesto. 
Contestar a presença das massas na orientação de sentenças judiciais é o mesmo que negar à opinião pública e ao sentimento nacional  a sua prevalência nos destinos do país. Equivale a isolar a Justiça da realidade nacional. A transformar  juízes em reizinhos presunçosos e desligados da comunidade que lhes cabe julgar, sempre que necessário.
 
Dá confusão  toda vez em que o povo é excluído de suas prerrogativas, constituindo-se a maior delas a  de  definir os rumos da nação.  As sentenças judiciais deveriam ser um prolongamento das necessidades sociais. Muitas vezes são, mas de quando em quando assiste-se a inversão da lógica, como demonstraram Luis Roberto Barroso,na semana passada, e Celso de Mello, agora.
 
Ou será outro o anseio nacional de ver na cadeia,  o mais breve possível,  os mensaleiros já condenados por participação num dos maiores escândalos na crônica dos governos do país? Pela escassa maioria de 6 votos a 5, o Supremo acaba de protelar no mínimo por mais um ano o desejo amplo, geral e irrestrito de ver os bandidos atrás das grades.
Por encontrar apoio num regimento contestado? Ou por tratar-se de réus poderosos, capazes de contratar  custosos advogados, ou por terem o respaldo do partido no poder, quer dizer,  do próprio poder?
 
Felizmente não se fez ouvir a violenta voz das ruas que nos últimos meses tem dado o ar de sua graça.  Uns poucos manifestantes atiraram pedaços de pizza no pátio fronteiriço ao Supremo, mas sem pontaria para atingir a estátua da Justiça. Talvez um sinal da existência de reclamos bem superiores aos do comportamento do Judiciário. Tanto faz.
 
EFEITOS DO DEGELO
 
No Senado, ontem, foi aprovado por unanimidade o embaixador Pedro Bretas para chefe da missão diplomática  brasileira no Canadá. E surpreendeu os senadores ao informar que por conta do aquecimento global  o degelo no Pólo Ártico está mudando a economia mundial,  com profundas vantagens para o Canadá.  Porque embaixo daquela imensidão  gelada e inacessível  vão aparecendo imensas reservas minerais, do ferro aos mais nobres. Isso significa sensível mudança na pauta das exportações e importações.
 
Já foi tempo em que se falava da Light como o “polvo canadense”, tendo em vista a situação, hoje, dos investimentos deles aqui e dos  nossos lá. A Ambev acaba de comprar a maior cervejaria canadense.
O grupo Gerdau explora minérios no Canadá. Eles estão trazendo tecnologia de petróleo e investem 25 bilhões de dólares em atividades brasileiras variadas.

A INFALIBILIDADE DE DILMA

   
http://canalcampinas.com.br/wp-content/uploads/2013/03/charge_futebol_dilma_ranking_educacao.jpg
 
No sistema presidencialista, a avaliação de um governo tende a se confundir com a análise do governante, principalmente em países de forte concentração de poder nas mãos do mandatário.

É o caso do nosso modelo, que se impregna de acentuado traço imperial, a realçar força extraordinária nas mãos do detentor da caneta mais poderosa do país.

Não por acaso, o chefe do Executivo reveste-se da aura de infalibilidade dos papas. O próprio marqueteiro João Santana chegou a dizer que o povo enxerga na presidente Dilma Rousseff uma rainha.

Para uma reflexão mais precisa, apliquemos o modelo que Carlos Matus chama de Planejamento Estratégico Situacional. O cientista chileno faz o balanço dos governos sob o manejo de três cinturões: o político, o econômico e o dos problemas rotineiros.
Os impactos positivos e os negativos de cada um se cruzam, atribuindo, no fim, a nota dos ciclos governativos. Tais cinturões estão frouxos, ajustados ou apertados no corpo da atual administração? Vejamos.

A gestão política, lembra Matus, não diz respeito apenas às formas de articulação com os políticos. Abrange fatores referentes à qualidade da democracia, aspectos como respeito aos direitos humanos, descentralização do poder, apego a ética, transparência, distribuição de renda etc. Na banda negativa do balanço político, contabilizam-se situações como estilo autoritário, “democratismo” populista, permissividade para a corrupção, incúria administrativa etc.

PIB E CARGA TRIBUTÁRIA

No cordão econômico, as estratégias orientam-se para a preservação dos índices de emprego e da inflação, bem como para o equilíbrio da balança do comércio exterior, sofregamente assegurado pela frente do agronegócio. No centro do debate, o foco aponta para o pífio resultado na planilha do crescimento econômico, eixo nevrálgico do ciclo dilmista, a par de uma carga tributária que beira os 37% do PIB.

O terceiro cinturão, no qual se localizam os buracos dos problemas cotidianos – particularmente nos setores de saúde, educação, mobilidade urbana, segurança, moradia, saneamento básico –, é o responsável pela satisfação e/ou indignação das pessoas.
Os serviços públicos funcionam como um termômetro a medir a temperatura social, como se pode aduzir dos movimentos que enchem as ruas do país desde junho.

Não por acaso, o governo se esforça para arrumar um símbolo, um fator de diferenciação, um projeto que venha somar-se à força do Bolsa Família. O programa Mais Médicos, por exemplo, entraria nessa formatação, e seus resultados começariam a jorrar nas margens eleitorais de 2014.
Positivo, ajudaria a consolidar a posição da candidata à reeleição; negativo, teria efeito catastrófico sobre sua imagem.
A agenda cotidiana continuará plena de cronogramas e contratempos. À promessa de que obras em curso serão entregues se contrapõe a desconfiança de que os eventos da Copa mundial enfrentarão estrangulamentos na frente da logística.

Em suma, juntando os fatores alto emprego e baixa inflação (cinto econômico) com uma dor de cabeça apenas suave (cinto da agenda cotidiana), o governo ganharia fôlego para fazer a travessia. E a presidente evitaria a borrasca. A recíproca é verdadeira.
(transcrito de O Tempo)

A INSTITUIÇÃO E O HOMEM (OU A CRISE DO ITAMARATY)

                
Sob o título “Instituição em perigo”, o embaixador Rubens Barbosa, reconhecido como um dos quadros mais brilhantes do Ministério das Relações Exteriores, escreveu outro dia excelente artigo sobre o que lhe parece ser “uma das crises mais graves da história do Itamaraty”.

Não fora ele experiente diplomata, seria de desconfiar que o fino e hábil negociador buscou a ajuda de uma hipérbole para dar ênfase à sua justificada preocupação. Até onde sei, não se trata, porém, de homem que se socorre da ênfase para dar força a um exagero afetado. As pessoas que o conhecem lhe testemunham o expressar ideias de forma discreta, valendo-lhe a qualidade do argumento, e não estridência da crítica.

Ademais, as pessoas que acompanham o desenrolar das atividades da diplomacia pátria avaliam com espanto as atitudes descabidas que têm sido tomadas, nesses últimos dez anos, pelo palácio de Rio Branco, no seu ofício secular de representar o Brasil com competência nas nobres relações com Estados estrangeiros, com os quais mantemos, tradicionalmente, respeitosa e acatada convivência.

Infelizmente, para grande constrangimento nosso, não temos mantido, no cenário mundial, uma voz autorizada de comedimento, equilíbrio e compostura, devotada ao resguardo das tradições transmitidas desde os tempos de Rio Branco, que nos legou precioso preceito: “A pasta das Relações Exteriores não é e não deve ser uma pasta de política interna. Não venho servir a um partido político: venho servir ao Brasil”.

POLÍTICA EXTERNA

Fiel aos rumos impressos pelo patrono da nossa diplomacia, o Brasil sempre primou em adotar, na política externa, postura além e acima de questiúnculas internas ou meramente regionais, quando não de ridículo caráter ideológico, em confronto com a vocação do Estado e dos brasileiros, sempre reafirmada nas suas constituições democráticas. As exceções nunca passaram de episódios a que corresponderam apagões institucionais passageiros, sem forças, sobretudo político-morais, capazes de criar raízes.

Eis que os festejos tributados ao ex-presidente Lula, nos primórdios do seu primeiro mandato, nada mais foram que “boutades” exóticas, excitadas pelo excesso de valorização dos seus pretensos méritos.
Submetidas a reflexões mais sérias, não conseguiram ultrapassar as barreiras do exótico, que tanto chocou a opinião amadurecida das elites pensantes do país, como o caso bizarro do deslocamento intempestivo do chefe do Estado, acolitado pelo seu extravagante ministro do Exterior, em direção ao Irã, com a infantil pretensão de intermediar a inserção de um Estado jactancioso e extravagante na comunidade das nações. Infelizmente, o resultado da temeridade não passou de monumental ridículo, orquestrado por um presidente logo caído em desgraça, de cujo nome esquisito ninguém se lembra mais.

Aqui mesmo, na América Latina, não nos faltaram vexames, admissíveis porventura em ambiente escolar de primeiro grau. Diplomacia primária, que deve ter perturbado os ilustres ossos do barão.

20 de setembro de 2013
Márcio Garcia Vilela

KENNEDY E A FUNÇÃO DA IMPRENSA

 

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


 
 
20 de setembro de 2013


MUDANÇA DE ROTA

Espionagem: denúncias embolam a renovação da frota da FAB e colocam caças russos no horizonte do País

Como sempre afirmamos, na política inexistem acasos, coincidências e inocentes.
Qualquer fato, por menor que seja, tem uma razão de ser. E se não ficar evidente logo na entrada, com certeza isso acontece na saída.
 
A decisão da presidente Dilma Rousseff de cancelar sua vista à Casa Branca, até então agendada para o próximo dia 23 de outubro, serviu para impor uma sinuca política a Barack Obama, operação que está sob o comando do russo Vladimir Putin.
 
Por questões meramente ideológicas, mas burras no âmbito da diplomacia, a esquerda planetária está em polvorosa com os açoites à terra do capitalismo. Bobagem desmedida de quem reza pela cartilha mentirosa de Havana.
 
Fora essa costura internacional da esquerda, a decisão de cancelar o encontro com Obama está servindo para Dilma criar uma cortina de fumaça no Brasil, onde escândalos de corrupção e a incompetência do governo federal são assíduos frequentadores do noticiário nacional. Com essa medida, apenas barulhenta, o Palácio do Planalto mantém na pauta midiática a presidente, a reboque de um assunto que deve ter vida curta, ao contrário do que esperavam os palacianos.
 
Como ninguém é de ferro e Putin espera faturar com asilo que concedeu a Edward Snowden, ex-analista da Agência Nacional de Segurança, no cardápio de negócios entre Moscou e Brasília entrou o reaparelhamento da Força Aérea Brasileira (FAB), que há muito ensaia a troca dos seus supersônicos.
 
À época em que ainda estava presidente Lula, agora um lobista-fugitivo, afirmou que o Brasil compraria os caças Rafale, da francesa Dassault. O anúncio teve curta duração e na sequência entrou em cena a turma do “deixa disso”.
Enquanto o imbróglio era desfeito, a norte-americana Boeing tratou de retomar terreno para inviabilizar o negócio dos franceses. O tempo passou, Dilma foi eleita presidente e novamente os F-18 Super Hornet voltaram para o acostamento.
 
Instalada no gabinete presidencial, Dilma pode ter descoberto o pulo do gato e por causa disso decidiu suspender o negócio bilionário, que já era comemorado no Palácio do Eliseu, em Paris.
Com o caso da espionagem ianque, a situação voltou a se complicar para o lado da Boeing, Vale lembrar que Thomas Shannon, que recentemente deixou o cargo de embaixador dos EUA no Brasil, veio ao País também com o propósito de desatar esse nó a favor da Boeing.
 
Com as denúncias de espionagem por parte do governo norte-americano, Putin não perdeu tempo e passou a oferecer ao Palácio do Planalto, mais uma vez, os caças russos Sukhoi.
E se o negócio prosperar, Dilma dará um drible considerável em Lula e no ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, que de tão apaixonados pelos Rafale só faziam conta em euros.

20 de setembro de 2013
ucho.info

 

IMPOSTOS PARA SUSTENTAR LADRÕES

 

20 de setembro de 2013

ROSEMARY: TEÚDA E MANTEÚDA

Dez meses e Rosemary ainda está prenha da sujeira de Lula
Deonísio da Silva publicou o artigo abaixo em dezembro de 2012 e republicou hoje, em seu blog.
Lula não inovou na arte de enganar a matriz. O problema não é este. Cortesã, amante, amásia, cacho, cabritinha, filial, esta última claramente uma comparação comercial ─ a língua portuguesa tem nomes em abundância para designar a outra! Essas são as denominações mais leves e revelam um dos pontos de vista, que são muitos! A matriz dispõe de outro arsenal de ofensas: galinha, perua, cadela e vaca buscam fixar a mulher entre os bichos domésticos. A mais leve é sirigaita. O que há, então, de estranho em Lula ter uma amante, como tantos homens, poderosos ou não, tiveram ou têm? Ah, é esta a questão. Ele a fez teúda e manteúda com o meu, o seu, o nosso dinheiro. O problema da filial é lá com ele e a matriz. Este outro é nosso, é de todos, é público. E não é só isso. A outra fazia negócios para ela, parentes e asseclas, não com o dinheiro de Lula, com o dinheiro público. Dinheiro que falta para educação, saúde, estradas, cultura. Se o bebezão de Rosemary quisesse refestelar-se ou refocilar-se com ela, este não seria um problema nosso. Mas tornou-se pelos métodos empregados.
São tantos, mas tantos os indícios sobre o modo de proceder de Lula, que ninguém mais aceita as indulgentes versões que desabam em catadupa a cada novo escândalo, exaradas por interessados confessores! Confessores, sim, porque confessam, entre as palavras e mesmo nos silêncios que a si mesmos se impõem, interesses espúrios na defesa ou no silêncio, afinal, como diz Eduardo Portela, “o silêncio é aquilo que se diz naquilo que se cala”. Não são repolhos ou alfaces do jornalismo, mas referências solares da arte de noticiar, analisar e interpretar os fatos, que vêm, aparentemente em vão, alertando os brasileiros para os estratagemas ilusionistas de Lula. Entre outros, Augusto Nunes, Elio Gaspari, Ricardo Noblat, Reinaldo Azevedo, José Nêumane Pinto, Eliane Cantanhêde etc. Os jornalistas citados fizeram não poucas vezes solitários solos desafinados da grande orquestra. Eram poucos. Não são mais! O fim está próximo. Abraham Lincoln, que morreu assassinado, o lenhador que chegou à presidência dos EUA, resumiu assim a questão: “Pode-se enganar a todos por algum tempo. Pode-se enganar alguns todo o tempo. Mas não se pode enganar a todos todo o tempo.
Nesses tempos em que tantos pigmeus vieram para o proscênio político, substituindo notáveis estadistas, Rosemary Noronha não pode ser comparada a Marilyn Monroe, nem Lula a Kennedy. Assim, o conselho do americano ─ “não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu país” ─ sofreu devastadora inversão. As bandas de Lula e seus red caps não perguntam o que eles podem fazer pelo país, eles perguntam o que o país pode fazer por eles.
Este escritor e professor está entre aqueles que acreditam que ela foi enganada pelo homem que amou por tanto tempo ou talvez ainda ame. Pelo menos até prova em contrário. Toda forma de amor vale a pena. Ninguém está reprovando o romance, o brasileiro não é o americano, aqui na pátria amada ninguém liga para isso. O que deve estar doendo nela, suponho, deve ser o seguinte: então, ela faz tudo o que PR lhe ordenou fazer e agora ele se diz apunhalado pelas costas? No Brasil, tudo o que é difícil para um homem, é infinitamente mais difícil para a mulher! Nós precisamos ouvi-la. Se Rose se tornar A Mulher Silenciosa, ainda assim vai dizer muita coisa, uma vez que, desculpem a repetição, “o silêncio é aquilo que se diz naquilo que se cala.” Rosemary Noronha está numa daquelas encruzilhadas que podem transformar mulheres comuns em heroínas. Ela ganhará a estatura de uma Maria Quitéria, de uma Anita Garibaldi, ou será apenas mais uma mequetrefe a serviço de corruptos. A escolha é dela!
 
20 de setembro de 2013

LEILÃO DO PRÉ-SAL, MAIS UM MICO


E nos Emirados Bananeiros do Préçal, fizeram mais um leilão para a exploração de petróleo, e das onze gigantes mundiais do petróleo, nada menos do que sete nem participaram da concorrência.

Em outras palavras, mais uma vez o leilão promovido pelo desgoverno dos Ratos Vermelhos faz água.

Já vimos varias tentativas no trem bala, nas rodovias federais, nos aeroportos e agora no préçal.

Seria, por acaso, uma mostra de que o país não tem credibilidade internacional? 

Ou seria, talvez, porque o desgoverno é de uma incomPTência tamanha que a ingerência político ideológica dentro das estatais esteja afundando o país?

A PTroubras, segundo tenho lido na mídia, já está endividada em pelo menos o dobro do seu patrimônio. E pelo que sei, uma empresa que tem dívidas iguais ao seu patrimônio já está em estado de insolvência. Imaginem com o dobro?

Ela deve mais do que pode pagar vendendo todo seu patrimônio. 
É impensável!! 

Mas....Como estatal não precisa dar lucro uma vez que o caixa da união cobre os rombos utilizando dinheiro público que poderia ser usado em saúde e educação por exemplo.

Como é que uma empresa estatal que tem o monopólio do petróleo em nome da segurança estratégica do país está em condição de quebradeira?

E de cagada em cagada, o governo continua arrastando o país para a lama. 

Não que antes os governantes que passaram pelo poder maior em Brasília tivessem mais comPTencia. Mas, a turma vermelha é de um amadorismo sem precedentes, essa cambada veio para o "pudê" apenas para roubar.

Foram 170 milhetas no mensalão, pelo que sabemos.  Mais 400 milhões no ministério do trabalho, fora os estádios, e transposições que nunca acabam..etc...etc...etc...

O pior mesmo é ver que empresas sérias e sólidas do mundo não estão querendo parceria com o Brasil em exploração de petróleo.

E o sinistro das minas e energia vem dizer que isso se deve a problemas internos de cada uma das empresas. 

E descaradamente ufana o fato de desconhecidas médias e pequenas empresas se atirarem ao leilão, ou seja, o velho e manjado jeitinho Tupiniquim do... "Não tem tú, vai tú mesmo." 
E vamos comemorar para iludir o povão.

Interessante que o sinal de alerta acende e a turma vermelha insiste em colocar a culpa em problemas externos. A culpa é sempre dos outros.

Não sou muito de acompanhar noticiários sobre a PTroubras ou sobre o preçal, justamente por ser contra o peso do estado na economia, ou seja, sou contra estatais, sejam elas "estratégicas" ou não.

Mas o pouco que tenho lido mostra que do préçal de verdade ainda não saiu uma porra de uma gota de óleo COMERCIAL, o óleo que está saindo é de poços que já estavam produzindo antes do "milagre" que o EX presidente Sebento anunciou que o país seria membro da OPEP e que "marqueteiramente" ou milagrosamente viraram poços do préçal. Alguns foram até rebatizados.

A deputaiada e o desgoverno ficam de picuinha entre os "roialtes" do ptroléo, coisa que ainda vai demorar alguns anos para acontecer comercialmente. E a cada elevação do Dólar fica ainda mais dificil a exploração comercial desse óleo, sem contar que a dívida da PTroubras cresce ainda mais.

Até quando iremos ver o DESgoverno torrando reservas para segurar a alta das verdinhas e com isso tentar salvar a jóia da coroa Tupiniquim?

O preço da gasolina subsidiada está quebrando a PTroleira, só que se aumentar o combustível quebra o país. 

Agora façam suas apostas, o Brasil ou a PTroubras? Quem deve quebrar, já que a utilização política da empresa dá mostras de que não estão muito preocupados com isso.

E cá entre nós, enquanto o povo que pensa está preocupado com o Bolivarianismo que pode tomar conta do país, a turma vermelha continua roubando sem parar.

Ideologia já era, o negócio dessa turma é grana!!! 

E quando vemos leilões de milagres energéticos não interessarem a empresas gigantes capitalistas, tem muita coisa errada.
 
20 de setembro de 2013
omascate

É CONHECIDO... MAS NÃO CUSTA LEMBRAR NESSES TEMPOS SOMBRIOS.

DEU NO NY TIMES: MARKETING DE DILMA PODE PREJUDICAR RELAÇÃO COM OS EUA

A decisão de cancelamento da viagem não partiu de nenhum diplomata brasileiro, mas do marketeiro do PT, João Santana.

 
Dilma Rousseff imprensa brasilia 20121227 04 size 598 Deu no NY Times: marketing de Dilma pode prejudicar relação com os EUA
 
Por mais que soe revoltante ter seus líderes políticos bisbilhotados por forças políticas de outras nações, é preciso colocar a mão na consciência e refletir sobre o maior estrago ao qual se expõe o país: ter seus projetos secretos – Quais projetos? Por que secretos? A quem interessa estes projetos? – desvendados pelo líder de um parceiro comercial? Ou quebrar tais parcerias com a maior economia do mundo?
Se por um lado não é interessante aos Estados Unidos perder qualquer aliança que possua com o Brasil, é muito pior para o brasileiro romper qualquer tipo de diplomacia com os americanos. E o alerta quem faz são justo eles pelo New York Times. É o que reporta matéria da Exame:
A suspensão da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos ameaça minar anos de esforço de Washington em reconhecer o avanço do papel do Brasil no mundo em desenvolvimento e assim ofuscar a crescente influência da China nesses mercados, destaca uma reportagem do jornal The New York Times nesta quarta-feira sobre a decisão de Brasília de cancelar a visita agendada para outubro.
(grifos nossos)
O Brasil, maior interessado no apoio americano por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, a partir de agora deve enfrentar ainda mais dificuldades:
A expectativa de resultados concretos para o encontro entre Dilma e Obama, que aconteceria nos dias 23 e 24 de outubro, era baixa, destaca o jornal norte-americano. Não se falava até agora em nenhum grande acordo comercial e Washington vinha resistindo a explicitamente apoiar o Brasil para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, como o presidente Obama fez com a Índia em 2010.
(grifos nossos)
E, se a intenção era tirar o sono dos americanos, talvez o plano esteja dando errado:
O jornal destaca que as denúncias de espionagem ganharam grande repercussão no Brasil, com destaque diário nas redes de televisão e jornais, enquanto nos Estados Unidos o assunto acabou sendo ofuscado pela deterioração da situação na Síria.
(grifos nossos)

Segundo oposição, decisão de Dilma foi puro marketing

Aécio Neves, possivelmente o principal oponente de Dilma na corrida eleitoral de 2014, não hesitou em taxar de marketing a atitude da presidente:
Para Aécio Neves, possível candidato à presidência da República em 2014, Dilma deveria realizar a viagem e, nos Estados Unidos, “defender os interesses da economia”. “Era a oportunidade de a presidente ter uma agenda afirmativa em defesa dos interesses do país. Ela opta, mais uma vez por privilegiar o marketing”, afirmou em entrevista divulgada por sua assessoria de imprensa.
(grifos nosso)
Por mais que a lei eleitoral não permita iniciar a campanha com tanta antecedência, o fato é que as atitudes do Planalto podem facilmente ser associadas às eleições de 2014. Tanto faz sentido o que Aécio Neves comentou que a decisão de cancelamento da viagem não partiu de nenhum diplomata brasileiro, mas do marketeiro do PT, João Santana.
 
20 de setembro de 2013
Marlos Ápyus