A decisão de cancelamento da viagem não partiu de nenhum diplomata brasileiro, mas do marketeiro do PT, João Santana.
Por mais que soe revoltante ter seus líderes políticos bisbilhotados por forças políticas de outras nações, é preciso colocar a mão na consciência e refletir sobre o maior estrago ao qual se expõe o país: ter seus projetos secretos – Quais projetos? Por que secretos? A quem interessa estes projetos? – desvendados pelo líder de um parceiro comercial? Ou quebrar tais parcerias com a maior economia do mundo?
Se por um lado não é interessante aos Estados Unidos perder qualquer aliança que possua com o Brasil, é muito pior para o brasileiro romper qualquer tipo de diplomacia com os americanos. E o alerta quem faz são justo eles pelo New York Times. É o que reporta matéria da Exame:
A suspensão da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos ameaça minar anos de esforço de Washington em reconhecer o avanço do papel do Brasil no mundo em desenvolvimento e assim ofuscar a crescente influência da China nesses mercados, destaca uma reportagem do jornal The New York Times nesta quarta-feira sobre a decisão de Brasília de cancelar a visita agendada para outubro.(grifos nossos)
O Brasil, maior interessado no apoio americano por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, a partir de agora deve enfrentar ainda mais dificuldades:
A expectativa de resultados concretos para o encontro entre Dilma e Obama, que aconteceria nos dias 23 e 24 de outubro, era baixa, destaca o jornal norte-americano. Não se falava até agora em nenhum grande acordo comercial e Washington vinha resistindo a explicitamente apoiar o Brasil para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, como o presidente Obama fez com a Índia em 2010.(grifos nossos)
E, se a intenção era tirar o sono dos americanos, talvez o plano esteja dando errado:
O jornal destaca que as denúncias de espionagem ganharam grande repercussão no Brasil, com destaque diário nas redes de televisão e jornais, enquanto nos Estados Unidos o assunto acabou sendo ofuscado pela deterioração da situação na Síria.(grifos nossos)
Segundo oposição, decisão de Dilma foi puro marketing
Aécio Neves, possivelmente o principal oponente de Dilma na corrida eleitoral de 2014, não hesitou em taxar de marketing a atitude da presidente:
Para Aécio Neves, possível candidato à presidência da República em 2014, Dilma deveria realizar a viagem e, nos Estados Unidos, “defender os interesses da economia”. “Era a oportunidade de a presidente ter uma agenda afirmativa em defesa dos interesses do país. Ela opta, mais uma vez por privilegiar o marketing”, afirmou em entrevista divulgada por sua assessoria de imprensa.(grifos nosso)
Por mais que a lei eleitoral não permita iniciar a campanha com tanta antecedência, o fato é que as atitudes do Planalto podem facilmente ser associadas às eleições de 2014. Tanto faz sentido o que Aécio Neves comentou que a decisão de cancelamento da viagem não partiu de nenhum diplomata brasileiro, mas do marketeiro do PT, João Santana.
20 de setembro de 2013
Marlos Ápyus
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