"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A CONTA É NOSSA!!!



15 DE AGOSTO DE 2016

DEPUTADOS ENVOLVIDOS NA LAVA JATO MANOBRAM PARA RETARDAR AS INVESTIGAÇÕES


Deputado Anibal Gomes pediu licença médica e depois sumiu








Dois deputados investigados pela Operação Lava Jato sob suspeita de receber propina do esquema de desvios da Petrobras despertaram reação das autoridades por atrasar as investigações que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal). Em um inquérito, o oficial de Justiça informou que não consegue localizar o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) para intimação. Em outro, os peritos da Polícia Federal informaram que o parlamentar Dudu da Fonte (PP-PE) não compareceu a um exame de voz.
No inquérito em que Aníbal já foi denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por suposto recebimento de R$ 3 milhões em propina, um oficial do STF informou ao ministro relator, Teori Zavascki, a “impossibilidade de localização do denunciado nesta Capital [Brasília]”, e por isso devolveu o mandado de citação sem cumprimento.
Expedido por Zavascki, o documento determinava que Aníbal apresentasse, num prazo de 15 dias, resposta prévia à denúncia da PGR. O oficial explicou que a seção de Recursos Humanos da Câmara dos Deputados informou que o deputado estava afastado do exercício do cargo “para tratamento de saúde desde o mês de fevereiro”, só devendo retornar ao mandato em setembro.
ESTAVA NO CEARÁ… – Dias depois, os advogados de Aníbal Gomes informaram que o deputado estava em Fortaleza (CE) “por força das convenções partidárias” e “com o propósito de dar apoio às bases eleitorais”, com previsão de volta “entre os dias 10 e 12 de agosto”.
Zavascki determinou então “o cumprimento do mandado de notificação a partir da data indicada pelo investigado” de retorno a Brasília.
Entre quarta (10) e sexta (12), contudo, Aníbal permaneceu no Ceará e não havia sido intimado até a conclusão da reportagem. Seu advogado, Gustavo Souto, afirmou à Folha que ele volta na terça (16) e que já combinou com o oficial de Justiça do STF a notificação três dias depois. “Não existe nenhuma tentativa de não ser citado”, afirmou Souto.
Dudu da Fonte tenta escapar dos peritos da Polícia Federal
DUDU SUMIU – Em outro inquérito, o INC (Instituto Nacional de Criminalística), vinculado à direção geral da PF, informou a Zavascki que, em junho, o deputado Dudu da Fonte “não compareceu neste instituto para realizar o procedimento de coleta de padrão de voz”.
Os peritos explicaram que, a princípio, a coleta fora agendada para o dia 1º de junho no INC, a partir de uma requisição da Polícia Federal. Um dia antes, porém, “o procurador do deputado”, não citado nominalmente, solicitou a alteração da coleta para o dia 21 de junho. Na data prevista, porém, Dudu da Fonte não apareceu.
A coleta, segundo os investigadores, é necessária para ajudar a confirmar a autenticidade de um vídeo entregue aos investigadores da Lava Jato pelo empresário Marcos Duarte Costa, amigo do delator Fernando Baiano, que registrou uma reunião ocorrida no Rio de Janeiro em 2009 entre Dudu, o então senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), morto em 2014, e executivos da empreiteira Queiroz Galvão.
PROPINA TUCANA – Na reunião, segundo investigadores e delatores da Lava Jato, foi acertada uma propina de R$ 10 milhões para que o presidente do PSDB ajudasse a enterrar a CPI da Petrobras.
Dudu da Fonte também já foi denunciado pela PGR por suposto envolvimento no pedido e recebimento da propina. A Folha entrou em contato com os advogados dele para uma manifestação sobre a ausência do parlamentar na data prevista para a coleta da voz, mas não conseguiu falar.
Os casos dos deputados guardam semelhanças com o da mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Insatisfeito com as dificuldades para intimar Cláudia Cruz no processo que tramita no Paraná, o juiz federal Sergio Moro determinou, na última sexta-feira (12), que ela apresente imediatamente o endereço em que pode ser encontrada.
15 de agosto de 2016
Rubens ValenteFolha

OLIMPÍADA, TELENOVELA, ELEIÇÕES E CURTIÇÃO...

NASCEU HOMEM, VIROU MULHER E AGORA QUER SER CAVALO... QUE PORRA É ESSA???

MARO FILÓSOFO: O MITO DA "DITADURA" MILITAR

SOBRE A DITA "DIREITA CONSERVADORA"

Sobre a dita "DIREITA CONSERVADORA"...


15 de agosto de 2016
postado por m.americo

A IDEOLOGIA DA NOMENKLATURA É MARXISTA?



“A utopia vem sendo permanentemente adiada. Nunca ser realizou, mas amanhã, quem sabe? Com um pouco mais de boa vontade, mais algumas voltas no parafuso, mais algumas milhares de vozes silenciadas, de presos recolhidos a masmorras, de opositores executados – e já chegamos lá” (Texto de José Arthur Rios, extraído da Apresentação do livro “A Grande Parada” de Jean François Revel, editado no Brasil em 2001, pela Biblioteca do Exército Editora)
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Durante o outono de 1938, quando a onda de prisões e execuções atingia o seu paroxismo na Rússia, uma nova obra de Stalin, intitulada “Do Materialismo Dialético e Histórico”, foi publicada. Entre a assinatura de duas sentenças de morte, o ditador redigira essa “obra filosófica”.
Desde o primeiro parágrafo, o leitor estupefato topa com a seguinte definição: “O Materialismo Histórico é a concepção do mundo do Partido marxista-leninista”. Isso significa afirmar que toda declaração do Partido se transforma, ipso-facto, em materialismo histórico, mesmo que ele se afaste das teses expostas por Marx.

Essa maneira tão simples de professar sabedoria marxista, sem mesmo recorrer a Marx, sobreviveu ao culto de Stalin. A despeito do XX Congresso do PCUS, os escritos do ditador continuam a figurar na lista das leituras edificantes em matéria de marxismo-leninismo.

Marx, em pessoa, afirmou um dia, brincando, que não era marxista. Essa brincadeira se revelou profética: Para a Nomenklatura, o marxismo não é o que disse ou escreveu Marx. É apenas o que o Partido, quer dizer, a classe dos nomenklaturistas, afirma em um certo momento.

A ideologia soviética é ou não marxista?

As idéias divergem consideravelmente quanto à natureza exata do que seja o marxismo. Marx considerava sua obra uma teoria científica, expondo teses perfeitamente definidas. Nesse sentido, o “marxismo-leninismo” de inspiração stalinista não é certamente marxismo. A propaganda marxista da classe dos nomenklaturistas, ditada por considerações táticas, nada tem estritamente a ver com uma teoria científica.

Mas há outras concepções possíveis do marxismo. Poderia ser a integralidade do que Marx e Engels escreveram durante suas vidas, de seus cadernos de escola aos seus testamentos, passando pelas anotações e comentários, feitos de próprio punho, nas obras que leram. Esse marxismo literal não repousaria sobre o que há de essencial na teoria de Marx, mas sobre citações utilizadas ao capricho das necessidades.

A ideologia nomenklaturista não pode nem mesmo reclamar dessa definição do marxismo. Se bem que ela faça uso considerável de citações extraídas dos escritos de Marx e de Engels, e utilize uma terminologia marxista, salvo algumas teses de Marx que podem servir aos fins de sua propaganda, a Nomenklatura silencia, ao mesmo tempo, sobre uma série de princípios marxistas. Algumas de suas obras foram mesmo oficialmente proibidas, entre elas A História da Diplomacia Secreta do Século XVIII, na qual ele se exprime em termos pouco elogiosos sobre a História da Rússia.

Ao contrário do marxismo, o leninismo não é uma teoria e nem mesmo uma hipótese. É uma estratégia e uma tática para a tomada do Poder, disfarçadas com palavras de ordem marxistas. O leninismo é uma teoria mais familiar à classe dos nomenklaturistas do que o marxismo, mas já é uma relíquia do seu passado, já que há muito tempo ela conquistou o Poder.

O leninismo só poderia, portanto, ser atual em política exterior, pois a conquista do Poder em outros países figura, com efeito, na ordem do dia da Nomenklatura. O espírito subversivo do leninismo pré-revolucionário, como não se adapta mais à situação interna da URSS, a Nomenklatura o eliminou, pois, cuidadosamente, da sua ideologia.

O princípio marxista da abordagem dos fenômenos sociais desapareceu progressivamente da ideologia soviética, a Nova Classe dominante se esforçando em dissimular a própria existência de classes dentro da sociedade soviética. Sua nova abordagem é fortemente marcada pelo que Lenin chamava de “nacionalismo chauvinista de grande potência”. Esse nacionalismo chauvinista não poderia ser relacionado com um nacionalismo russo. Se bem que a Nomenklatura goste de qualificar de “russo” tudo o que refira a ela, elogia, com igual entusiasmo, as virtudes especificamente mongóis, cubanas ou vietnamitas. Internacionalismo socialista? NÃO, pois as qualidades especificamente chinesas, albanesas ou iugoslavas não são objeto de uma admiração semelhante. O nacionalismo chauvinista da Nomenklatura não estabelece uma distinção entre russo e não russo, mas entre aqueles que lhes são submissos e o os que não o são.

A imprensa soviética regurgita a propaganda soviética. O “patriotismo soviético” é celebrado em qualquer ocasião. Para encontrar expressões semelhantes na imprensa ocidental, temos que remontar à Alemanha hitlerista ou à Itália mussolínica. As formas que a propaganda assumiu nesses dois países se parecem, a ponto de se confundirem àquelas confrontadas na União Soviética. A única diferença reside na escolha da terminologia, nazista e fascista de um lado, marxista-leninista do outro.

Mas, o componente fundamental da ideologia oficial soviética não é o marxismo, é o nacionalismo chauvinista de grande potência da Nomenklatura. Ele é a expressão da concepção do mundo dos carreiristas que conseguiram içar-se à frente da grande potência que era União Soviética.

Uma constatação se impõe: essa ideologia lhes assegura, não obstante tudo, um certo apoio popular. A vitalidade de seu nacionalismo chauvinista provém de que ele é menos mentiroso do que os elementos marxistas ou leninistas de sua ideologia.

Com efeito, se os senhores da Nomenklatura não são, pois, nem marxistas – Marx teria abandonado, desgostoso, o sistema que eles edificaram – nem leninistas - os verdadeiros leninistas foram liquidados nos porões da NKVD -, são, por outro lado, russos,na sua maior parte, e acentuando o patriotismo russo, conseguem fazer admitir sua política de grande potência ao povo russo, ou seja, despertar um eco favorável junto dele.

Não se pode, pois, subestimar este fator, pois a Nomenklatura soviética, aliás, lhe deve – e à política de Hitler – a vitória conseguida na II Guerra Mundial. Ela, que a exemplo da nobreza – classe dominante na Rússia czarista -, tomou o cuidado de se isolar do povo, conseguiu, então, renovar os laços com ele através do subterfúgio dessa ideologia pseudopatriótica.

Os leninistas compreenderam as vantagens que a nobreza tirava desta manobra, nos anos que precederam a Revolução, por isto, tentaram romper esse laço ideológico entre a nobreza e o povo russo, propagando conceitos de luta de classes e de internacionalismo. Chegando ao Poder, eles próprios recorreram ao nacionalismo chauvinista de grande potência, e aproveitaram para colocar um disfarce nas tensões resultantes da sua dominação de classe da sociedade soviética.

Resumindo, à guisa de conclusão: a ideologia da classe dos nomenklaturistas não é marxista e nem mesmo leninista. Ela é, de fato, a criação da nobreza, classe dominante da antiga sociedade feudal russa. Trata-se, portanto, de um nacionalismo chauvinista de grande potência, ao qual foram integradas uma terminologia marxista e as teses de Marx e de Lenin, que sirvam aos interesses da Nomenklatura.
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O texto acima é o resumo de um dos capítulos do livro “A NOMENKLATURA – Como Vivem as Classes Privilegiadas na União Soviética”, de autoria de MICHAEL S. VOSLENSKY, considerado no Ocidente um dos mais eminentes especialistas em política soviética. Foi professor de História na Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba, em Moscou, e membro da Academia de Ciências Sociais junto ao Comitê Central do PCUS. O livro foi editado no Brasil pela Editora Record.

NOMENKLATURA, uma palavra praticamente desconhecida pela maioria dos brasileiros, exceto por alguns especialistas, merece tornar-se tão célebre quanto o termo GULAG. Designa a classe dos novos privilegiados, essa aristocracia vermelha que dispõe de um poder sem precedentes na História, já que ela é o próprio Estado. Atribui a si mesma imensos e inalienáveis privilégios – dachas e moradias luxuosas, limusines, restaurantes, lojas, clínicas, centros de repouso especiais e quase gratuitos -.


15 de agosto de 2016
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

A EQUAÇÃO MILITAR


Quando se pensa uma democracia, vem-nos logo à mente o voto, as instituições, a representação, o governo responsável e a alternância no poder.

Sabemos que existem outras condicionantes: as sociais, expressas na igualdade de oportunidades, no desenvolvimento humano e na redução das desigualdades; bem como as econômicas, traduzidas no direito de qualquer pessoa trabalhar e produzir para viver dignamente e prosperar.

Tudo isso e muito mais converge numa prática comum continuamente exercitada que parte do pressuposto da falibilidade do sistema e da necessidade de sua constante reforma.

Assim, uma democracia são muitas coisas e se fosse possível sintetiza-la numa única palavra, esta seria participação, materializada no concurso de todos os cidadãos nos negócios públicos, na promoção do bem comum e na geração de riqueza.

No caso do Brasil, para que a cidadania se confirme por meio da participação na coisa pública, é preciso que a sociedade seja adequadamente informada dos grandes temas do interesse nacional, e não desinformada pelas conveniências do poder, do corporativismo ou do simplismo.

E para tanto, há que se trazer a público o essencial de questões aparentemente restritas a setores do Estado ou do governo, mas que na verdade dizem respeito à sociedade como um todo.

É o que está faltando na mirabolante proposta anunciada pelo governo de manter os militares na ativa até os 65 anos de idade, com “adaptações na carreira”, no contexto da reforma da previdência.

Uma solução que vai na contramão de qualquer noção de produtividade pela qual o País clama, na medida em que encherá a caserna de idosos e idosas sem condições de acompanhar a atividade-fim das forças singulares e irá gerar mais despesas com instalações, alimentação, saúde e material de consumo, transformando os combatentes que envelhecem no que jamais foram: burocratas, dos quais o País tem uma quantidade mais do que razoável.

Respondendo à clássica pergunta dos anos 50: “Forças Armadas para quê?“, elas servem para fazer a guerra, a atividade humana mais perigosa, tanto do ponto de vista individual como coletivo.

Nesse aspecto, a sociedade brasileira precisa de um choque de informação sobre a sua segurança nacional, que é o produto, bem e serviço que as Forças Armadas oferecem, pelo qual ela paga e vai muito além de eventuais participações em missões de paz, ocupações de favelas, campanhas assistenciais ou contribuições ao desenvolvimento do País.

É preciso desmontar o mito maravilhoso de que o Brasil desfruta de quase 150 anos de paz regional por que é uma nação pacífica.

Este é o efeito. A causa é outra: a incontestável superioridade militar regional do Brasil e o seu ponderável poder para dissuadir eventuais agressões. A paz se assegura com o preparo para a guerra, e ninguém descobriu até hoje outra forma de fazê-lo.

De todo esse dispositivo armado do Brasil, a principal arma é o seu componente humano, sendo desnecessário repetir aqui as especificidades da profissão militar que limitam, em qualquer força armada do mundo, o tempo efetivo de serviço. A guerra é antes de tudo uma questão de fôlego, do general ao soldado.

Porém, o maior mal que se causa a um exército do qual todos saem tarde é que cada vez menos bons entrarão nele cedo. Se a perspectiva de um exército envelhecido, traz, de imediato, a perda de credibilidade da força como elemento de combate, o mal mais duradouro é o afastamento dos melhores candidatos à carreira de oficial combatente.

Da visita do General Dwigh David Eisenhower, Supremo Comandante Aliado na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, que veio ao Brasil em 1946 e conheceu a nova Academia Militar das Agulhas Negras, à época denominada Escola Militar de Resende, o General Pedro Aurélio de Góes Monteiro, destacado chefe militar brasileiro durante o conflito, colheu a observação de que ela formava melhores tenentes que a sua congênere norte-americana, West Point, mas que esta preparava melhores generais.

O comentário do general norte-americano, independentemente do acerto quanto à formação de oficiais e generais, serve de base à reflexão sobre a carreira profissional das pessoas sobre cujos ombros recairão graves responsabilidades na maior de todas as crises para um país: a guerra. É uma questão cujas decisões não se aplicam ao presente, mas a gerações e ao futuro do País no médio prazo.

O que se quer do oficial combatente, não só do Exército Brasileiro, como da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, é a máxima proficiência em cada etapa da carreira.

E isso não se assegura impondo-lhe a permanência cada vez maior nas fileiras, mas exatamente o contrário, admitindo-se a evasão com proventos de inatividade proporcionais ao tempo de serviço, e com programas de inserção profissional no mercado de trabalho, como acontece nas forças armadas dos países mais avançados que dependem de dispositivos militares críveis com elevado grau de prontidão e resposta.

Se estamos discutindo o presente do País, o Brasil precisa de menos funcionários e de mais trabalhadores.

E se estamos discutindo o seu futuro, é preciso alertar que o Brasil na medida em que se desenvolver e atingir seus objetivos de crescimento econômico e influência internacional, terá, inevitavelmente, maiores desafios na área de defesa que precisam ser visualizados desde já.

O Brasil precisa voltar ao tempo, não tão distante, em que encarava os seus problemas de frente, em busca de soluções e não de projetos de poder.

Com problemas proporcionais ao seu tamanho, o Brasil não tem problema pequeno, que no caso da Defesa Nacional, além de enorme, é permanente, simplesmente como acontece a qualquer unidade política soberana.

É um erro grosseiro querer resolver problemas antigos com velhas ideias. O que se vai conseguir com isso é trazer problemas maiores, desenterrando velhos e criando novos. Por sinal, como aconteceu nos anos 90 do século passado.

No início daquela década, com propostas ingênuas de drástica redução de efetivos e criação de forças profissionais dotadas de meios de deslocamento que as fariam mais caras e menos eficientes do que o dispositivo existente para as estratégias de presença e dissuasão que o Brasil prioriza.

E no final da década, quando a insensibilidade e o descaso da elite política para com a Defesa Nacional funcionaram, tanto no meio civil como no militar, como eficientíssimos cabos eleitorais de Lula, que já ouvira de Fidel Castro a recomendação de agradar os militares, peça-chave de seu projeto de poder.

Os militares não precisam ser agradados. Eles necessitam dos meios e condições para cumprirem suas missões constitucionais, a via pela qual verdadeiramente se exerce e se confirma a subordinação do poder militar ao poder civil.

No grande sistema de equações que é o Brasil, a militar, a exemplo das demais, emprega as mesmas variáveis – pessoas, recursos e políticas – com as mesmas constantes – nação, estado e soberania - e quem governa o País haverá de lidar com umas e com outras, variáveis e constantes, sem embaralha-las.

Mas para isso, será preciso antes de tudo saber que a equação militar é diferente.



15 de agosto de 2016
Sérgio Paulo Muniz Costa é Doutor em Ciências Militares e Historiador. Originalmente publicado no Diário do Comércio de São Paulo, em 1 de agosto de 2016.

REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS

NA AMÉRICA LATINA, BRASIL É SEGUNDO PAÍS MAIS PERIGOSO PARA JORNALISTAS
PAÍS FICA ATRÁS SOMENTE DO MÉXICO NO RANKING LATINO


JORNALISTA AMERICANO JAMES FOLEY FOI DECAPITADO POR TERRORISTA ISLÂMICO, EM 2014. FOTO: CAPTURADA YOUTUBE


A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lançou hoje (15) um balanço com o número de jornalistas mortos no mundo desde os Jogos Olímpicos de 2012. 

O Brasil está classificado em 2° lugar no ranking dos países mais perigosos da América Latina para exercer atividade jornalística, ficando atrás, apenas, do México. No ranking mundial, o Brasil fica em 104ª, entre180 países.

Conforme o estudo, nos anos de 2009 e 2014, houve um aumento no índice de violência contra jornalistas, somando 321 o número de jornalistas vítimas de ações violentas no mundo.

Em 2012, por ocasião dos Jogos Olímpicos de verão, em Londres, havia uma média de 22 jornalistas mortos de forma violenta no Brasil. 
O aumento de assassinatos de profissionais de imprensa começou em 2010. Três anos depois, em 2013, a violência contra jornalistas aumentou por conta das manifestações contra o governo. 
Os jornalistas que cobriam os eventos eram alvos da polícia e, muitas vezes, atacados pelos próprios manifestantes.

Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAAJI), em 2014, durante a Copa do Mundo da FIFA, houve um total de 190 casos de agressão, envolvendo 178 profissionais.

A campanha Some wins don’t deserve medals (Algumas vitórias não merecem medalhas) visaa debater assuntos relacionados à violência contra jornalistas, chamando atenção para propostas fundamentais dentro e fora do jornalismo. De acordo com a Repórteres Sem Fronteiras, muitos jornalistas morrem por estarem investigando casos ligados à corrupção, à ordem pública e ao crime organizado.

Repórteres sem Fronteiras é uma organização não-governamental criada na França por Robert Ménard, Rony Brauman e Jean-Claude Guillebaud, em 1985, com a finalidade de defender a liberdade de imprensa no mundo. A sede da RSF é em Paris.(ABr)



15 de agosto de 2016
diário do poder

POLÍCIA ACHA PENDRIVES E CARREGADORES NA CELA DE DIRCEU E ARGÔLO

REVISTA DA PF TAMBÉM ENCONTROU PENDRIVES COM MUSICAS E FILMES

DIRCEU E ARGÔLO FORAM PUNIDOS COM FALTA MÉDIA E, PORTANTO, FICAM 20 DIAS SEM PODER RECEBER VISITAS (FOTO: REPRODUÇÃO)

A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR) informou nesta segunda-feira, 17, que foram encontrados dois carregadores de celular e alguns pendrives na cela do ex-ministro José Dirceu e do ex-deputado federal Luiz Argôlo. Os objetos foram achados no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, durante uma vistoria de rotina no dia 1º de agosto.

Nenhum equipamento eletrônico, como celulares ou tablets, foi encontrado pelos agentes penitenciários.

Dirceu divide a cela com o ex-deputado federal Luiz Argolo, também investigado na operação Lava Jato. De acordo com a Sesp, como nenhum dos dois assumiu ser o dono dos carregadores e dos pendrives os dois foram punidos com falta média e, portanto, ficam 20 dias sem poder receber visitas.

A assessoria de imprensa da Sesp informou ainda que nos arquivos dos pendrives foram encontrados somente filmes e músicas


15 de agosto de 2016
diário do poder

O DISCRETO ENCANTO DO PERU

Por meio de uma política econômica ortodoxa do ponto de vista fiscal, o país conseguiu reduzir os índices de pobreza

A trajetória ascendente do Peru, ao longo do século XXI, contém valiosos ensinamentos para o resto da América Latina. É uma experiência de superação coletiva que pode ser enfocada a partir de várias perspectivas: como um caso de resposta inteligente à adversidade; como um exemplo de lições históricas bem aprendidas; e como o triunfo da democracia liberal, a moderação política e a ortodoxia macroeconômica.


A partir do colapso do regime autoritário de Alberto Fujimori no ano de 2000, e a presidência interina de Valetín Paniagua, entre novembro de 2000 a julho de 2001, o Peru experimentou transferências sucessivas de poder, mediante eleições democráticas, aos presidentes Alejandro Toledo, Alan García, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski. Ficaram relegados ao passado às más lembranças da instabilidade política, do terrorismo do Sendero Luminoso, da moratória da dívida externa, da hiperinflação e da desordem fiscal dos anos 1980.

Como outros países da região, o Peru se beneficiou do auge dos preços internacionais das commodities dos anos recentes. Mas conseguiu evitar o isolamento, o excesso de endividamento e as demais distorções econômicas que afetaram várias nações latino-americanas. 

O Peru aplicou uma política econômica ortodoxa, que incluiu um estrita disciplina fiscal, uma postura monetária de um rigor anti-inflacionário quase de estilo germânico, e um agressivo desmantelamento do protecionismo alfandegário.

É notável a continuidade que demonstraram os dirigentes peruanos com o compromisso de inserir o país na economia mundial. 
O Peru é membro da Apec, é signatário da Associação Transpacífica e ratificou acordos de livre comércio com seus principais sócios comerciais. 
O presidente Kuczynski anunciou a intenção de seu governo de ingressar na OCDE.

A saída da Venezuela da CAN criou as condições propícias para que o Peru assumisse a liderança de uma importante iniciativa de política econômica internacional. 

O primeiro passo, por sugestão de economistas colombianos e peruanos, foi eliminar a Tarifa Externa Comum, para converter a CAN em área de livre comércio. Logo, em abril de 2011, o presidente Alan García convocou seus colegas de Colômbia, Chile e México para um reunião em Lima, na qual se conformou a Aliança do Pacífico. 
Para a colocação em marcha deste projeto contribuiu o eficaz protagonismo do então ministro de Relações Exteriores do Peru, José Antonio García Belaúnde, que contou com assessoria de Roberto Abusada, fundador do Instituto Peruano de Economia.

Graças ao efeito cumulativo de um ritmo de crescimento sustentável da ordem de 5% anual em média, o Peru tem uma economia mais próspera, mais diversificada, mais aberta ao comércio internacional, com mais e melhores empregos e um nível de bem-estar social crescente. 

O índice de pobreza caiu de mais 58,7% da população, em 2004, a 21,5%, em 2016. 
Com tranquilidade e sensatez, o Peru adotou um modelo de desenvolvimento que é a antítese do populismo autoritário e do coletivismo marxista.

15 de agosto de 2016
Rodrigo Botero Montoya é economista e foi ministro da Fazenda da Colômbia
O Globo

A CANALHICE HONESTA É UMA ARTE MORAL ACESSÍVEL SOMENTE PARA ALMAS SINCERAS

Você sabe o que é um canalha honesto? Um canalha honesto é alguém que diz para você que as reuniões na casa dele para discutir filosofia é para pegar mulher. Ou que aprendeu a cozinhar para pegar mulher. Um canalha desonesto é um canalha que diz que de fato a filosofia é importante para ele ou que cozinhar o faz se sentir mais autônomo na vida.

A arte da desonestidade na canalhice pode ir longe ao ponto de você dizer que é de fato feminista, e não que ser feminista num homem pode ajudá-lo a pegar mulher –o que eu, pessoalmente, duvido que tenha sucesso de fato.

O personagem Palhares, do Nelson Rodrigues, era o canalha honesto. Era marxista para pegar mulher, depois se converteu à psicanálise, ao nudismo, à maconha, a Jesus. E Nelson dizia que um dia haveríamos de ter saudade do Palhares. Mais uma vez nosso sábio acertou em sua previsão. Segundo Nelson, nem a canalhice estaria a salvo da má-fé que se instalaria no seio da cultura ocidental.

Pois bem, e aí chegamos a uma conversa que tive há alguns dias sobre essa canalhice desonesta chamada poliamor. O primeiro traço de canalhice desonesta é quando o agente da ação diz que faz X porque ele evoluiu para tal. No caso do poliamor, para uma forma de amor coletivo e sem ciúmes. Toda pessoa que se diz segura é um canalha desonesto. Como se sabe, toda virtude verdadeira é silenciosa.

Em nossa conversa, o poliamor era apresentado como uma condição em que você pode dividir pessoas amorosamente e sexualmente com outras pessoas e tudo bem.

Veja bem: sempre existiu gente que gosta de sacanagem coletiva. Entendo que um canalha honesto tente convencer a namorada ou mulher a aceitar que uma colega da faculdade ou do trabalho venha passar um final de semana em Gonçalves com eles. E, que, em dado momento, tente fazer com que as duas se peguem. Um sonho clássico de consumo de canalhas honestos (ou, simplesmente, de homens honestos) é ver duas minas se pegando.

Entendo também que mulheres honestas fantasiem com dois caras comendo elas ao mesmo tempo. A canalhice honesta é uma arte moral acessível somente para almas sinceras.

Uma comparação comum que se faz com o poliamor é com a prática do harém. Ao ouvir essa comparação outro dia, subiu à minha alma uma grande indignação!

Eu disse de forma veemente: "Pare por aí! Num harém, as mulheres competiam e se matavam. Matavam os filhos homens umas das outras, com medo de que uma delas se tornasse muito poderosa por ter dado um filho varão para o Sultão. Era um inferno de traições". Inclusive se comiam umas as outras por desespero e solidão confessa (coisa hoje que muita gente não ousa confessar que seja o motor de muita mulher comendo umas as outras, em todas as idades).

Tomado por indignação e pela certeza de que, ao compararmos o poliamor com um harém, faltamos com respeito para com todas aquelas mulheres, muitas vezes infelizes (uma das maiores cretinices de nossa época é a falta de respeito para com a infelicidade), continuei de forma apaixonada: "Aquelas mulheres competiam e se matavam, por isso mesmo eram gente séria e digna! Merecem nosso respeito!".

Imagino que muita gente ao me ouvir dizer isso não me entenda plenamente. Como assim, gente que compete e se mata é gente digna e merece nosso respeito?

A vida digna é imersa em sangue, beleza e sofrimento. O maior engano contemporâneo com relação a qualquer forma verdadeira de ética e virtude é algo que os antigos (gente muito mais séria do que nós) sempre souberam, incluindo Aristóteles em sua filosofia das virtudes conhecida como "Ética a Nicômaco": a virtude só nasce num terreno que lhe é hostil. Qualquer outra afirmação sobre virtude é falsa.

A honestidade do canalha Palhares do Nelson nasceu no momento em que ele confessou que agarrou a cunhada mais jovem na saída do banheiro por puro desespero: a beleza dela era maior do que qualquer risco de ser pego no meio do crime.

A desonestidade do poliamor nasce da sua demanda de garantia de não sofrimento. Um harém era um lugar de agonia, e virtudes são filhas da agonia.


15 de agosto de 2016
Luiz Felipe Pondé, Folha de SP

INTERVENÇÃO: EM NOME DO PAI E DOS "FILHOS DA PÁTRIA"



O Dia dos Pais - uma das datas comerciais que o emocionalismo brasileiro incorpora "naturalmente" - é excelente para uma reflexão sobre o tal "País do Futuro", na ótica que interessa a seus "filhos da Pátria". Previsões realistas indicam problemas cada vez mais próximos dos jovens que hoje, interconectados em redes sociais, promovem uma revolução nada silenciosa. Demograficamente, o Brasil corre o risco de ficar velho, antes de se tornar desenvolvido. A bomba estoura a partir de 2040... Estamos preparados para ser o "País dos Velhinhos"? Niet, Tovarich...

Sobrevivemos em um País estruturalmente errado. Somos uma República Federativa que não consegue ser República, e muito menos federativa. Somos geridos por um Presidencialismo absolutista, com a Hidra centralizadora mandando em tudo a partir de Brasília. Se não implantarmos o federalismo de verdade, na prática, nunca sairemos do lugar. Jamais teremos Segurança do Direito, que é a base da Democracia. Por isso, a solução é uma inédita "Intervenção Cívica Constitucional".

Seria recomendável, neste instante em que lutamos por "Liberdade, Liberdade" (que até virou novela da Rede Globo), uma leitura atenta do "Livro de Tiradentes" (Penguin & Companhia das Letras, 2016). A obra organizada pelo brazilianista Kenneth Maxwell embasa a profunda reflexão necessária a quem defende mudanças no Brasil, a partir de uma Intervenção Cívica Constitucional. Aprender com erros - e sobretudo acertos - da História é fundamental...

Temos de redefinir o Brasil estrategicamente. O brasileiro não merece viver em um País que mais se parece com uma velha União Soviética tropical. Slogan justo e perfeito para nos definir, com tora ironia e precisão: "Somos todos Capimunistas". Combinamos o pior do capitalismo selvagem com a mais violenta intervenção estatal, via regramento excessivo com rigor seletivo. Tudo no ritmo da mais pura canalhice de um discurso socialista-comunista assimilado e repetido pela "zelite".

Na falsa "República Federativa" do Brasil, tem gente que insiste em não acreditar que a Oligarquia Financeira Transnacional manda e desmanda aqui, a partir de nossas oligarquias locais, satélites dos controladores globalitários. De mentalidade rentista, escravocrata e violentamente feudal, nossos "donos do poder" bem que poderiam ser chamados de "Nomenklatura". O Historiador Carlos I. S. Azambuja tem escrito vários artigos sobre este tema neste Alerta Total.

Na definição soviética, Nomenklatura designa a classe dos novos privilegiados. Uma aristocracia vermelha que dispõe de um poder sem precedentes na História. A Nomenklatura se considera o próprio Estado. Atribui a si mesma imensos e inalienáveis privilégios. O aparelhamento do topo da máquina pública é um procedimento "natural". Até porque esta classe dominante não só faz a lei, como interpreta a lei a seu bel prazer, simplesmente porque se acha a própria lei. Não existe debate democrático com a nomenklatura. Manda quem pode. Dança quem não obedece - porque não é dono do judiciário.

A nomenklatura tupiniquim é mais burra ou mais canalha? Difícil definir com precisão... Vírus inoculado no cérebro da maioria dos nossos empresários e até na cabeça-oca dos membros de facções criminosas, o rentismo-escravocrata hegemônico é um reprodutor natural de abusos e violências. Os imbecis nunca enxergam quem é o verdadeiro inimigo do Brasil. Por ignorância, a maioria fica atacando as consequências, em vez de combater as causas.

Livres pensadores de fora tem enxergado o Brasil com perfeição. O cientista político do Departamento de Política da Universidade de Nova York, Steven Brams adverte que o Brasil parece um País socialista no estilo cubano: "O Brasil foi sendo transformado por dentro, as estruturas do Estado foram sendo modificadas de forma lenta e gradual. Hoje praticamente o Estado se encontra totalmente pavimentado e pronto para assumir um papel político totalmente voltado para o socialismo".

Steven Brams escancara: "O sistema político e a estrutura econômica também foram modificadas com a criação de uma carga tributária muito pesada, que serve para sustentar os programas sociais. Desta forma, pode se notar uma forte concentração de toda a renda gerada no país, nas mãos do governo. Há também o controle do Estado sobre a sociedade com a adoção de leis, normas e regimentos. Um exemplo foram as centenas de agências de controle e regulação sobre diversos setores do Estado".

O norte-americano chama atenção para o processo de comunização gradual do Brasil: "A esquerda usa muitos termos para designar o comunismo. Vejamos: A social democracia, o socialismo, o nazismo e o fascismo. No fundo todas estas designações são de origem comunista. Apenas o que difere o comunismo desta designações, é a maneira em que este comunismo é administrado politicamente. A social democracia é um comunismo mais ligth, mais leve, vai sendo introduzido lentamente sem que se perceba e se quem a sociedade sinta seus efeitos. Enquanto isso o Estado vai sendo modificado. No final deste processo o país já estará totalmente modificado, estruturado e a sociedade conformada e totalmente difundida dentro do comunismo".

O professor Steven chama atenção para o fenômeno continuista em nossa "crise": "Os reformistas que adotam a social democracia modificam também a estrutura social. A engenharia social tem um papel importante neste aspecto de mudanças. Principalmente na cultura, na mídia e no dia a dia da sociedade. O afastamento da presidente Dilma Rousseff não significa o fim do sistema político, mas sim sua continuidade, pois nenhuma estrutura do Estado foi modificada. Apenas na questão econômica pode ser que haja alguma reação no sentido de tirar o país da crise, mas isto não significa que o atual governo fará alguma mudança na política do Estado. O processo foi continuado e nada mudou no que diz respeito ao sistema político. O impeachment é um instrumento constitucional do sistema, e foi usado pelo próprio sistema apenas para afastar um presidente e não eliminar um sistema politico. O Brasil continua sob controle da social democracia".

Steven chama atenção para o problema da desunião da sociedade: "A esquerda brasileira conseguiu com suas doutrinas, por assim dizer, dividir o Brasil em vários segmentos sociais. Isso talvez dificulte uma reação da própria sociedade muito desunida com relação aos problemas do país. Nota-se que há legiões de pessoas que defendem o sistema, talvez acomodadas com a situação, outras defendem os partidos e outras os políticos que as corrompem. Não há uma união no sentido de se pensar na Pátria, na Nação e nos destinos do país. Certamente que isso é um grande problema, pois haverá sempre desunião. Há vários segmentos que não pensam ou não possuem um mesmo objetivo".

Steven Brams vai além: "Há vários segmentos que pensam diferente, com objetivos diferentes. Pelo que eu vejo, há grupos de pessoas que estão sugerindo uma intervenção militar no Brasil. Podemos dizer que este segmento é mais coeso do que os outros, pois se fixam apenas em um único objetivo. Este segmento não defende partidos, políticos e nem o sistema. É mais patriótico e mais coeso do que os demais segmentos. Este grupo de pessoas exige uma mudança radical no sistema, ou sua total destruição. É mais radical e mais coeso neste sentido. Talvez por isso não encontre apoio de políticos e nem da mídia que vive nas beiradas do sistema. Uma intervenção militar com o povo exigindo mudanças, certamente colocaria em risco o atual sistema político brasileiro".

Por fim, o cientista político norte-americano Steven Brams arrisca um conselho aos brasileiros: " Que sejam mais patriotas e coesos em seus objetivos. É preciso que a sociedade se conscientize dos problemas do país e exija mudanças. Se querem mudanças, se unam e cobrem dos políticos bem intencionados. Sempre há políticos bem intencionados que precisam de uma pressão da sociedade para exigir as mudanças. O Brasil não tem um perfil de conscientização. É preciso criar este perfil. É preciso sobretudo pensar no país, pois se não pensarem no país, os corruptos e políticos mau intencionados pensarão e farão o que bem entenderem".

O norte-americano tem razão! Na guerra de todos contra todos os poderes, os segmentos esclarecidos da sociedade precisam promover debates civilizados, inteligentes e objetivos para formular soluções de curto, médio e longo prazo para o Brasil. A estratégia imprescindível: o Brasil precisa ser reinventado, refundado, em bases federativas, distritais, municipais. Não dá mais para suportar o Presidencialismo absolutista de coalizões que geram permanentes colisões.

Precisamos de uma nova Constituição, enxuta, claramente interpretável, sem necessidade de constante emenda ou mediação por um Supremo Tribunal Federal. Temos se nos tornar capitalistas, livres para produzir, com regras claras e burocracia mínima. Necessitamos de um imposto justo que financie um Estado no tamanho certo: o menor possível e menos interventor.

Tudo isso só vai se viabilizar com muito debate de conceitos corretos e senso de patriotismo sem radicalização e xenofobia. O Brasil ainda tem jeito, mas não pode perder tempo. Se pernanecer na linha Capimunista, rentista e feudalista será o mesmo País de sempre: a velha colônia pós-moderna de exploração mantida artificialmente na miséria, para deleite dos controladores globalitários.

A garotada que caça pokemón exige e merece mudanças. Tenhamos força, união, coragem e, sobretudo, competência para mudar. Não merecemos ser o País dos VIPs (Velhos, Impotentes e Pobres).

Enfim, os filhos da Pátria precisam neutralizar e vencer os "Filhos da Puta"... Os pais - e o País - merecem este presente...

De Presidenta a detenta?


Carvalhosa no ar

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Em nome do papaizinho...




Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

15 de agosto de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.